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Investir em leite é investir no Brasil

POR DUARTE VILELA

ESPAÇO ABERTO

EM 09/01/2004

3 MIN DE LEITURA

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Nosso leite começa a virar notícia na economia brasileira e no cenário internacional. Neste assunto já somos o sexto maior produtor do mundo e devemos ganhar novas posições nos próximos anos, já que crescemos mais rapi-damente do que nossos principais competidores. Entre os vizinhos do Cone Sul somos insuperáveis: dois terços da produção leiteira do Mercosul é brasileira. Em termos de Valor Bruto da Produção, o leite está entre os seis produtos mais importantes, à frente inclusive de commodities tradicionais como o café e o suco de laranja.

Em 2003, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) - indicador da renda do setor rural - fechou em R$ 99 bilhões. Desse total, R$ 56,7 bilhões são de produtos pecuários. O leite contribuiu com R$ 9,7 bilhões. De cada dez reais produzidos na agropecuária, um real veio do leite. Entre os produtos pecuários, só ganha dele a carne bovina e a de frango.

Crescimento rápido - De 1975 para cá nossa produção leiteira saiu de oito para quase 22 bilhões de litros anuais. Crescemos mais de 160% em menos de trinta anos. A abertura de novas áreas de produção, como os cerrados de Goiás e as regiões do Triângulo e Alto do Paranaíba, em Minas Gerais, deram bom suporte para este aumento. Novas fronteiras em Rondônia, Mato Grosso e o Sul do Pará, serão os próximos polos de crescimento de nossa produção.

É importante lembrar, no entanto, que a expansão de novas áreas não é o principal fator responsável pelo crescimento da produção, mas sim o aumento da produtividade. No início da década de 70, nossas vacas mal produziam 700 litros de leite por ano. No final dos anos 90 já conseguiam o dobro disto. Em algumas regiões tradicionais bacias leiteiras, até cinco vezes mais do que há 28 anos atrás.

A tecnologia melhorou - Entre 1976 e 2000, a produtividade leiteira cresceu numa taxa 2,6% ao ano, o que representa um incremento anual, na produção de leite, de 339 milhões de litros. Aos preços atuais, mesmo com distorção e fora da realidade, o impacto deste crescimento foi de 57 milhões de dólares, por ano. Desde a fundação da Embrapa Gado de Leite, em 1976, foram investidos, em média, 6,5 milhões de dólares por ano no setor. Para cada dólar investido, a sociedade brasileira teve um retorno de 16 dólares.

Ganhos de produtividade são frutos das tecnologias que melhoram a eficiência na combinação e uso dos fatores de produção. Os aprimoramentos das raças, da alimentação e da sanidade tiveram papel decisivo em toda esta evolução. No campo da genética, a maior participação das raças européias na composição do rebanho mostrou que a vaca mestiça Holandês x Zebu é imbatível na produção eficiente de leite, não esquecendo a extraordinária evolução no melhoramento do Zebu para leite, particularmente das raças Gir e Guzerá. Infelizmente alguns produtores ainda insistem em cruzar suas vacas com bois de corte, esquecendo dos prejuízos que poderão ter no futuro.

Na alimentação, a revolução foi também marcante. Há pouco mais de duas décadas, a base da alimentação do nosso rebanho leiteiro eram pastos de capim-gordura, capim provisório e capineiras de capim-guatemala. Hoje, sistemas intensivos de produção com técnicas de pastejo rotacionado em cultivares melhoradas de alfafa e dos gêneros Cynodon, Panicum, e até mesmo do tradicional Brachiaria, garantem resultados espetaculares de produção de leite a pasto registrando produtividade acima de 50 kg de leite/ha/dia. O uso da mistura de cana com uréia no período da seca, entre outras tecnologias que a Embrapa Gado de Leite ajudou a desenvolver e difundir, foi também uma realidade neste período.

No negócio do leite, portanto, muita coisa já foi feita, mas há muito ainda por fazer. Já reunimos condições para a auto-suficiência, mas nunca deixamos de importar este produto. Temos potencial, vocação e vantagens competitivas para a exportação, mas ainda não aparecemos em nenhuma lista de países expressivos, exportadores de lácteos, por mais extensa que ela seja. São desafios que somente serão vencidos depois de implantada uma boa política de apoio governamental para o setor, voltada para toda a cadeia, mas com uma preocupação especial com estabilidade de preços para os produtores que, pelo menor poder de articulação, nos períodos de crises, acabam sempre assumindo os maiores prejuízos. O pulo para a exportação precisa ter como trampolim uma grande produção e elevada produtividade. Preços baixos desestimulam os produtores e, aí, todas as conquistas no campo da tecnologia podem ir por água abaixo.

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