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Importações de lácteos: uma outra visão

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 06/07/2009

4 MIN DE LEITURA

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O Presidente da Leite São Paulo, Marcello de Moura Campos Filho, enviou um texto ao MilkPoint no qual expõe sua opinião sobre o artigo escrito pelo operador de mercado de lácteos, Otavio A. C. Farias, em relação às restrições às importações de lácteos do Uruguai e Argentina. Veja abaixo o artigo na íntegra.


"Prezado Otávio A. C. Farias, as suas criticas e conclusões a que teriam chegado operadores do mercado internacional sobre a atual situação das importações de leite brasileiras e comércio no Mercosul, como você bem disse, deverá encontrar oposição no setor, e que entendo ser legítima nesse momento, em que se caracteriza um problema conjuntural.

No texto onde faz críticas a barreiras às importações de lácteos você conclui:

"Havendo triangulação ou ilegalidade nas operações, que sejam impedidas de forma enérgica e imediata. Mas não havendo fraude ou triangulação, é preferível que o Brasil aposte no bem estar econômico gerado pelo livre comércio internacional a apostar em um bem estar pontual, passageiro, com base em barreiras não-tarifárias que, uma vez impostas ao Brasil, afetarão nossas exportações e o nosso produtor de leite no futuro"

Essa colocação é de efeito, e embora concorde com a ideia geral que ela expressa, tenho as seguintes considerações a fazer.

A primeira é que verificadas fraudes, dumpings, triangulações ou subsídios, as autoridades brasileiras não permitiriam importações, e por isso mesmo essas autoridades precisam levantar informações e analisar os dados para confirmar ou não as suspeitas de que essas práticas estariam acontecendo. E isso naturalmente leva um certo tempo, inclusive para avaliação da confiabilidade das informações e dados numéricos, e justifica-se plenamente a posição de não dar licença automática para importação e sim analisar caso a caso.

A segunda é que o livre comércio tem se mostrado uma ficção. Gunnar Mirdal, prêmio Nobel de Economia, já mostrava que o ideal do livre comércio ficava prejudicado pelo protecionismo, que seria até certo ponto compreensível em países pobres, mas que seria inadmissível em países ricos, mas que se mostravam, apesar do discurso do livre comércio, os mais protecionistas. Se falamos do Mercosul, pode-se observar esse protecionismo aqui na vizinha Argentina, onde atrasos na autorização das importações de produtos brasileiros têm causado grandes prejuízos a produtores brasileiros, e esses atrasos na autorização das importações são motivadas por razões fundamentalmente protecionistas.

A terceira é que não podemos morrer de fome esperando um banquete futuro. Por mais que o produtor de leite queira acreditar e apostar no bem estar econômico que o livre comércio poderia gerar no futuro, ele precisa sobreviver no presente. E isso é uma preocupação não só do produtor de leite brasileiro, mas das autoridades que respondem pelas licenças de importação, pois a produção de leite responde por uma grande parte da geração de empregos diretos e indiretos e pela geração de renda na área rural.

Você diz: "Lembremos que, enquanto isso, tem faltado leite no Brasil, fato evidenciado pelos preços nas gôndolas e no atacado de leite em pó, sendo ainda assim impostas barreiras ao comércio intra Mercosul de lácteos."

Mas o senhor também precisa lembrar que chegamos a esse momento de escassez no início de 2009, mas no final de 2008 as indústrias baixavam drasticamente o preço ao produtor alegando que havia enormes estoques gerados pelo crescimento da oferta e redução do consumo, inclusive as indústrias de lacticínios se queixavam das dificuldades financeiras decorrentes dessa situação. E também não se pode ignorar que nesse momento de escassez, onde o preço do leite subiu muito para o consumidor, não foi repassado aumento equivalente para o produtor nacional.

O preço de R$ 0,70/litro para o produtor brasileiro que cita no seu texto está sendo atingido agora, mas o produtor vinha amargando preços muito baixos a muitos meses e por isso a oferta se reduziu drasticamente. A importação de leite em grandes volumes nesse momento prejudica a recuperação dos preços ao produtor, põe em risco a sustentabilidade da pecuária de leite nacional, expõe o Brasil a voltar a ser importador de leite significativo e prejudica a manutenção de empregos no campo no Brasil.

Mas concordo com o senhor que a melhoria do preço ao produtor pode estimular uma oferta muito grande, levar a estoques altos que, se não tiverem colocação através do aumento do consumo interno e de exportação, acabarão por levar novamente a uma queda de preços ao produtor e novamente a uma escassez de oferta.

São os "trancos e barrancos" que temos vivido no setor leiteiro nacional, especialmente na pecuária leiteira, por falta de uma política e planejamento setorial adequados.

Por isso acredito que precisamos, para o crescimento sustentável e equilibrado do agronegócio do leite nacional, de um grupo permanente e ágil para a formulação da política e planejamento do setor leiteiro brasileiro, com representantes dos produtores, da indústria e do comércio, com coordenação e mediação de representante do governo. Nesse momento, estaremos trabalhando para resolver problemas institucionais, as colocações e a colaboração de operadores do mercado internacional no contexto desse grupo, será de grande valia para que tenhamos uma política e planejamento setorial adequados, que evite os "trancos e barrancos" que o setor tem vivido e permita o crescimento sustentável de todos os elos da cadeia produtiva. Mas no momento atual, face os problemas conjunturais que vivemos, essas colocações precisam ser encaradas com certa reserva."

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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PAULO LUÍS GONÇALVES CAMPELO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/07/2009

A Indústria e os Comerciantes cobram pelo litro do leite o máximo que o consumidor paga, o preço do leite nas prateleiras dos Supermercados é meramente expeculativo, tanto que o aumento do preço nas gôndolas nunca foi proporcional ao aumento para o produtor. Essa ganância exagerada, não só das Indústrias e dos Comerciantes, mas também do Governo, com seus Impostos absurdos, é que tem elevado o preço do leite a um patamar suficiente para inviabilizar a sua exportação, o mercado interno absorve esse preço por falta de alternativa, sem ter pra onde correr, tem que pagar o preço que querem cobrar, e não o preço que realmente custa. O povo Brasileiro tem esse grave defeito de aceitar tudo calado.

Falta aos nossos heróis produtores de leite uma mobilização a nivel nacional a exemplo dos produtores de países desenvolvidos, conforme o Sr. Marcello de Moura Campos Filho cita acima.
OTAVIO A C FARIAS

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 23/07/2009

Caro Sr. Marcello,
Agradeço a atenção aos detalhes e pontos de vista em meu artigo e seus argumentos. É esse tipo de discussão que devemos ter de forma aberta.

Concordo que deve haver um grupo de trabalho para agir em situações extremas de mercado. Como sugestao, podemos seguir modelos de associações na Europa e Estados Unidos:
- EUCOLAIT (European Association of Dairy Trade) - com intensa atuacao em Bruxelas;
- DMI (Dairy Management, Inc. - American Dairy Association) - Marketing institucional e desenvolvimentos;
- USDEC (Conselho Norte Americano Privados de Exportadores de Lacteos) - É o braço de exportação do DMI, tem atuação mundial, esforços comerciais e de pesquisa e desenvolvimento direto com industrias alimenticias;
- CWT (Cooperatives Working Together) - Açoes das cooperativas leiteira para exportação, racionalização do plantel (redução de plantel), ajuste de mercados por meio de escoamento das exportações, bancados com fundos proprios; Atenção, neste caso, o financiamento das exportações são financiados pela iniciativa privada, portanto nao estao sujeitos às regras da OMC;

Todas essas entidades tem orçamentos e atenções voltadas para o setor de leite, marketing institucional, comercio internacional, pesquisa e desenvolvimento e demais temas de interesse da cadeia de leite.

Concordo ser utopico um mundo com mercados sem protecionismo. O que tenho apontado são os efeitos colaterais do protecionismo - Veja materia do Milkpoint " Exportações brasileiras de lácteos em crise". Essa situação se deve claramente a queda de preços e demanda internacional nos ultimos 12 meses, mas é tambem resultado de um mercado interno inflacionado pelo seu poder de compra maior do que outros paises, onde se paga mais pelo leite, o que impacta diretamente esforços de exportação, abrindo espaço para entrada de produtos importados.

Contudo, nao poderiamos imaginar que o Brasil, um dos maiores alvos do protecionismo de países ricos e em desenvolvimento (açucar, carnes, graos, etc.), nao utilizaria das mesmas armas de proteção de seu mercado quando necessario. Até mesmo um colega Argentino hoje disse "Argentina faz o que quer no comercio intra-Mercosul, nao é de se surpreender que Brasil faça o mesmo no leite...". Esse é um agente do mercado afetado pelas medidas recentes e reconhece de certa forma a legitimidade (ou reciprocidade) da politica comercial Brasileira.

O leite será o proximo a ser setor alvo de protecionismo quando volumes chegarem onde sabemos que irá chegar (> US$ 1 bilhão).

Seus outros argumentos sao legitimos, assim como de outros participantes que fizeram contribuições nesse debate. E vejam, aqui sao profissionais de comercio internacional que investem ativa e pesadamente nas exportações Brasileiras há quase 10 anos, portanto estamos do lado do Brasil, mas fazendo ressalvas ao sistema que tem impedido importações de leite e derivados no Brasil.

Permaneço a disposição para mais reflexões.
Atenciosamente,
Otavio A. C. de Farias

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Otavio A. C. de Farias

Entendo que os profissionais de comercio internacional que investem ativa e pesadamente nas exportacoes brasileiras há quase 10 anos, estão do lado do Brasil, mas que tambem se preocupem com restrições a importacoes de leite e derivados no Brasil. Eu também me preocupo com restrições dessa natureza, mesmo porque podem eventualmente trazer restrições às nossas exportações de leite e deivados.

Mas concordamos que é utópico um mundo com mercados sem protecionismo. Aliás até mesmo seu colega argentino, agente de mercado afetado pelas medidas recentes, reconhece de certa forma a legitimidade (ou reciprocidade) da politica comercial brasileira ao dizer que hoje a "Argentina faz o que quer no comercio intra-Mercosul, nao é de se surpreender que Brasil faça o mesmo no leite...". Dessa forma parece que a posição brasileira é bem aceitável na conjuntura atual.

O problema da situação das exportações e importações de leite em pó e derivados no Brasil me parece muito mais complexo de que restrições conjunturais à importações possam eventualmente ocasionar.

Alfredo de Goye, presidente da SERLAC, mostra que o produtor nacional recebendo R$ 0,75 por litro a tonelada de leite em pó para exportação ficaria em US$ 3.190,00, o que inviabiliza a exportação, uma vez que o preço no mercado internacional atualmente é da ordem de US$ 2.200,00 por tonelada. Por outro lado, para que tivessemos preço para exportação a US$ 2.200,00 por tonelada de leite em pó, com a mesma relação cambial e equivalente em litros de leite considerada nos cálculos do presidente da SERLAC, o preço para o produtor nacional teria que ser de R$ 0,517 por litro, o que inviabiliza a oferta de leite, pois o produtor vê ameaçada a sustentabilidade econômica da sua atividade. E que é pior, a R$ 0,423 por litro o Brasil voltará a ser importador significativo de leite, como demonstra a avalanche de importações de leite em pó do primeiro semestre de 2009, consequência da má remuneração ao produror no segundo semestre de 2008.

Imagine a situação, se o produtor tivesse que receber R$ 0,423 por litro para viabilizar exportações de leite em pó a US$ 1.829,00 para a Venezuela. A esse preço ao produtor é bem possível vermos o Brasil importando algo da ordem de 1 bilhão de toneladas de leite em pó por ano.

Como se diz popularmente, é uma sinuca dificil de sair.

Mas veja que não são só os produtores brasileiros que reclamam dos preços que recebem. Na Argentina, Chile e Uruguai os produtores também reclamam. E as reclamações dos produtores trancendem a América do Sul. As reclamações dos produtores nos USA levaram os senadores a pedir ao governo maior ajuda e a manutenção dos subsídios. Na Nova Zelândia produtores reclamam dos leilões da Fonterra, que estariam provocando queda nos preços internacionais e nos preços recebidos pelos produtores neozelandeses. Na União Europeéia há protestos generalizados dos produtores e os governos dos paises membros pedem adiantamento de 70% do pagamento da ajuda direta aos produtores, fornecimento de novos empréstimos e a manutenção dos subsidios pelo tempo que for necessário. Essa incompatibilidade entre o preço do que o produtor recebe pelo leite e os preços praticados no mercado internacional não é só nossa, é generalizada no mundo todo. Isso pode também ser um agravante da nossa sinuca nacional, mas também pode ser uma luz no fim do tunel para sair dessa sinuca. Talvez as duas coisas em tempos diferentes.

Cada vez me convenço mais que precisamos de um grupo permanente, com representantes dos produtores, da indústria e do comércio, com coordenação e mediação de representante do Governo, para tratar da política e planejamento do setor leiteiro, e evitar os "trancos e barrancos" que o agronegócio do leite, especialmente a pecuária leiteira, vem sofrendo nos últimos anos, tal como essa atual sinuca para nossas exportações de lácteos.

Você concorda que deve haver um grupo de trabalho para agir em situacoes extremas de mercado. Agradeço as sugestões das entidades sugeridas como modelos para um grupo de trabalho no Brasil visando estabelecer politica e planejamento para o setor leiteiro nacional. Todas as sugestões nesse sentido são bem vindas. Mas penso que esse grupo não deva agir apenas em condições extremas de mercado, e sim agir de forma permanente para que tenhamos um desenvolvimento equilibrado e sustentável de todos os elos da cadeia produtiva do leite e derivados, especialmente da pecuparia leiteira que é o elo mais fragil e que se não for fortalecido compromete toda a cadeia.

Considero suas colocações, feitas de forma franca, importantes para o debate dessas questões. Seria muito bom que mais pessoas participassem da discussão dessas questões, envolvendo importações, exportações e a procura de mecanismos para que possamos ter uma política e planejamento do setor leiteiro melhor.

Quem sabe na audiência pública que a Comissão de Agricultura irá realizar no dia 11 de agosto para discutir preços do leite não tenhamos uma massa critica de pessoas que percebam que as discussões devam ir além dos preços e que precisamos de um mecanismo permanente para estabelecimento da política e planejamento do setor leiteiro nessa linha, que nos ajude a sair da encalacrada em que estamos e possamos ter esperança de um futuro melhor e sustentavel para os produtores de leite e demais elos da cadeia produtiva do leite e derivados nacional.

Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo
ROGÉRIO DALTOÉ

JI-PARANÁ - RONDÔNIA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/07/2009

Meus sinceros parabéns pelo artigo Marcello, o assunto é mesmo muito "delicado" em se tratando de um setor muito competitivo. Desde o produtor até o consumidor final podemos verificar uma falta de coerência no quesito preço. Mais e mais a industria e produtores vem modernizando seus equipamentos e sua mão de obra para melhorar a qualidade do produto final obtido e conseguir ser mais competitivo com o produto externo.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/07/2009

Prezado Marcello: É uma pena que os produtores do país vizinho não entendam a nossa situação. Lamento, profundamente, que eles, protegidos por legislações próprias e citadinas, não compreendam que nós, os brasileiros, de igual sorte temos que ser protegidos, tal como lhes acontece. O Sr. Ricardo Eirea é um exemplo desta falta de entendimento, ao precisar que seu país não se concentra em atidudes de "dumping" ou que não exerça uma triangulação de compra, importando da Europa e vendendo ao Brasil - atitude tão bem denunciada por você em seu artigo - mesmo conhecendo a situação do produtor de leite brasileiro, que sofre com a falta de amparo e com o desrespeito da própria sociedade em que vive.

Além do mais, se o objeto maior do Mercosul é o de fomentar a união dos povos, ainda que a nível comercial, não há como aceitar a irresignação sem ter à mente que esta não passa de tentativa de manter um estado de coisas benéfico só a eles, o que, nos perdoe se a verdade pode ser doída, é verdadeiro atentado à irmandade, que se tentou reunir no congraçamento do Mercosul. E, para ser mais sincero, o gado do Uruguai, há anos, deixou de ser melhor que o nosso, principalmente se estamos a falar de leite. Nossas matrizes, hoje, têm respeito internacional, até mesmo na Holanda, berço da raça mais produtiva do mundo e que, atualmente, se encontra disseminada em todo nosso território nacional. Nossas produções individuais nada devem às do Uruguai, o mesmo podendo ser afirmado em termos de genética. Os métodos de fertilização "in vitro", clonagem, transferência de embriões, protocolos e, até mesmo inseminação artificial, já, de há muito, fazem parte de nossos cotidianos, agregando competência ao criador brasileiro. E, somente para recordar, o tamanho do País não quer dizer nada, eis que, se assim não o fosse, a Holanda não teria a pecuária de leite tão exemplar como tem, a Inglaterra, a França, não seriam expoentes em produtividade e, o Brasil, seria o maior produtor de tudo, o que não passa de ficção.
Parabéns por mais este argumento lúcido.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
MARCOS TADEU COSMO

SALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2009

Caro Marcello,

Como produtor de leite, sou grato por ler suas palavras ponderadas sobre assunto tão complexo e apaixonante.

O livre comercio, para que possa assim ser chamado, tem que possuir duas vias.

Quando tinhamos o falado excesso de leite no mercado, os preços do leite cairam ao produtor, mas mais uma vez não houve repasse respectivo ao consumidor. Naquele momento não tivemos nenhum trader buscando espaço no mercado internacional (incluindo os hermanos Uruguaios) para o escoamento do excesso de leite informado e assim termos o equilibrio do mercado e o bem estar econômico citado no texto.

Portanto não vejo base para o Sr. Frias trazer agora que os preços ao consumidor subiram de forma clara (porém não de forma respectiva ao produtor) o assunto de que precisamos de um comercio livre para o segmento do leite.

Assim, conforme você diz, precisamos do planejamento que envolva todos os elos da cadeia do leite, para que excessos ou falta possam ser manejados de maneira suave sem causar mal estar econômico a todos, produtores e consumidores. Espero que traders como o Sr. Farias, possam contribuir no futuro proximo de forma pro ativa e tão independente quanto seu comentário.

Um abraço

Marcos Tadeu Cosmo
RICARDO EIREA

MONTEVIDEO - MONTEVIDEO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 10/07/2009

Uma pena que um país tão grande como o Brasil, sob a mentirosa desculpa do amparo a seus produtores leiteiros, tenha que recorrer a uma acusação tão baixa como o Dumping, no caso do leite em pó, contra um país como o Uruguai. País que permanentemente lhe abre as portas a sua gente, a suas indústrias e a quem quer que venha do Brasil a trabalhar conosco. Para cá, trabalham livremente gozando da qualidade e sanidade de nosso gado, fruto do esmero e a tecnologia adotada por nossas cadeias de producão.

Frigoríficos e empresas leiteiras rondam no Uruguai fazendo usufruto destas qualidades de nossas carnes e nosso leite, "as melhores de latinoamerica", vejam como empresas leiteiras como Bom Gosto e Grupo Marfrig - agora junto ao Bertin outro "morto econômico", instalam-se livremente e sem condições em nosso país, para salvar-se da quebra. É mais, lhes permitiu instalar-se no coração de nossas conchas, para não outra coisa que, fazer uso das bondades sanitárias e qualidade de carnes e leites Uruguaios, enquanto que, por "incapacidade" e com o pretexto da "amparo à produção", Brasil junto com a Argentina, danificaram a essencia mesma do Mercosul, abusando de sua autoridade contra um minúsculo país como o Uruguai e recorrendo além disso, a flagrante mentira como desculpa. Arroz, Lhes lacte e Carnes Urugauyas são preferivelmente absoluta por seu próprio público porque será?

Por favor, terminemos com esta farsa do Mercosul e de uma vez por todas, caminhemos... cada um por seu lado, claro que, nós pelo lado correto e você por onde suas autoridades lhes têm feito acreditar que têm que partir...

Ricardo Eirea
SEBASTIÃO POUBEL

NATIVIDADE - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/07/2009

Bom dia Marcello e Parabéns pelo artigo. Realmente precisamos de uma política séria para o setor de produção de lácteos. Acho que um país deveria importar o que não conseguisse produzir e que as opiniões sobre setor lácteo que ficam a mercê de N fatores, sem capacidade de se fazer qualquer previsão - basta ver as previsões dos entendidos no assunto nos últimos 10 meses que não se confirmaram nem por aproximação - deveriam ser mais estudadas antes de serem jogadas no ar.

Portanto, novamente parabéns pelas suas corretas afirmações, pois trancos e barrancos não resolvem problemas estruturais. Bom, pelo menos nunca resolveram.

Sebastião Poubel
RONALDO PEREIRA GUIMARÃES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/07/2009

O produtor de leite tem esperado por um futuro que nunca chega. Falta mesmo é uma política adequada do governo para o setor. Da mesma forma que esperamos uma melhora na saúde pública, na segurança, nas escolas, nas estradas etc. etc., esperamos também que o governo faça sua parte com relação às investigações sobre as ilegalidades, só que isso já devia ter sido feito há muito tempo. Basta de "trancos e barrancos". O artigo do Marcello é ótimo e esclarecedor, com uma visão realista e pragmática do que padece o produtor de leite no Brasil.
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/07/2009

Sr. Marcello de Moura Campos Filho,
Os seus argumentos em defesa da nossa produção de leite são irretocáveis. Com os paises ricos subsidiando aos seus produtores e a quem possa retirar os seus estoques de lácteos para qualquer lado do mundo, como poderiamos deixar as nossas portas escancaradas?
Obrigado por falar por nós.
Paulo Fernando.

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