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Importações de lácteos, política e planejamento do setor leiteiro brasileiro |
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO
Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo
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DARLANI PORCAROMURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 22/08/2009
Se nao houver por parte do governo um reconhecimento ,como uma concientizaçáo, que o produtor de alimento ,seja ele qual for, ainda mais o do leite, pois ele trabalha direto, sem feriado , férias , e precisa fazer a manutenção de sua propriedade e seus maquinarios, pois fica caro, acho que o setor vai pro brejo. Aqui em minha área já são enormes o numero de propriedades á venda.
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LUCAS ANTONIO DO AMARAL SPADANOGOUVÊA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 27/07/2009
Leite deveria ser igual petróleo, uma Leitebrás para captar e a distribuição sob controle do governo, governo, governo mesmo, afinal, leite é questão de segurança nacional e não simples questão comercial entre gigantes internacionais, que agora querem nos chantagear.
Falta não só vontade política, falta muito mais coisa e é preferível nem citar porque todo mundo sabe. Sem um mínimo de marcos regulatórios estamos fadados à falência do setor; existem agencias para tudo, porque não uma para o leite? É, falta muita coisa neste país, infelizmente para nós produtores, afinal, quem precisa de ajuda são los hermanos, nós? Cada dia mais "ricos" daquela coisinha que temos nos currais. Estamos ao léu, abandonados à própria sorte. Parabéns pelo artigo, Marcello de Moura, e ao Guilherme um abraço e cumprimentos pela lucidez que acho que já não tenho. <b>Resposta do autor:</b> Prezado Lucas Antonio do Amaral Spadano Agradeço os comentários, que mostram bastante lucidez, que falta a muitos produtores que sabem ou fingem não saber o que está acontecendo da porteira para fora, e é por isso que falta vontade política e muitas outras coisas como você diz. Eu penso que uma Leitebrás, para captar e controlar a distribuição de leite teria muito mais chance de piorar a situação para o produtor de leite do que melhorar, pois via de regra o Governo como agente direto na economia tem sido desastroso no mundo todo. O que o Governo deve fazer é exercer com eficácia seu papel, que é de coordenação e mediação do setor, e de instituir os marcos regulatórios que assegurem o equilibrio e sustentação econômica de todos os elos da cadeia produtiva. Por exemplo, no meu modo de ver, um marco regulatório que faz muita falta é uma legislação que caracterize que mesmo não havendo um contrato formal assinado entre o produtor de leite e o comprador caracteriza-se um contrato tácito que deveria ser regulamentado por essa legislação. Penso que os agentes da cadeia produtiva devem ser privados, tal como acontece hoje. O que penso que faz falta, como tenho colocado em diversos artigos, é um mecanismo permanente e agil para estabelecimento da política e planejamento do setor leiteiro com representantes dos elos de produção de leite, da indústria e do comércio, coordenado e mediado pelo Governo, de forma a assegurar o equilibrio e a sustentabilidade econômica de todos os elos da cadeia. Não podemos esquecer que até cerca de 5 anos atrás fomos grandes importadores de leite e corremos sérios riscos de voltar a essa situação se o Governo não exercer esse papel de coordenação e mediação e deixar que alguns agentes da cadeia atuem apenas em função de seus interesses imediatos. E você tem razão que o leite é questão de segurança nacional, pois além de segurança alimentar, sua falta afeta fisica e neurológica de nossos jovens, prejudicando sua competência e consequentemente nossa soberania, e prejudica a geração de empregos e renda em todo interior do País. Meu caro Lucas, concluo afirmando que vejo em você mais lucidez do que vejo faltar também em muitos dos dirigentes de entidade de produtores e de nossos governantes e parlamentares. Marcello de Moura Campos Filho Presidente da Leite São Paulo |
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 20/07/2009
Prezado Marcello: Obrigado pelos esclarecimentos por você exarados no presente artigo e que vêm coroborar meu ponto de vista já externado. A necessidade de um amparo governamental protecionista já não se trilha apenas e tão somente em relação ao mercado interno, mas, também, converge aos centros de exportação e importação de produtos. Para isso, aliás, é que existe o Governo Federal: proteger os interesses dos cidadãos. Por isso, nunca discordei dos Países que subsidiam a produção leiteira nacional, pelo contrário, sempre pugnei para que nós, os brasileiros, tivéssemos a coragem de exigir de nossos próprios governantes este tipo de incentivo, ao invés de criticarmos os irmãos que os obtiveram.
Numa economia capitalista como a nossa, esperar que tenhamos bom preço e reconhecimento de nossos compradores é sonhar com o impossível. Se o Governo Federal não intervir no mercado, com políticas sérias de preço e condições de produção, com financiamentos que saíam do papel e não beneficiem somente aos grandes, não teremos como vislumbrar bom futuro para o setor e, consequentemente, para nós mesmos. É preciso mais do que palavras para manter acesa a chama da pecuária leiteira pátria: é preciso, antes de tudo, vontade política. É, isso, infelizmente, não temos tido. Parabéns e um grande abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG <b>Resposta do autor:</b> Prezado Guilherme Alves de Mello Franco Agradeço os comentários complementando as colocações do artigo e que ajudam a entender o porque da proposta de um grupo permanente para o estabelecimento da política e planejamento do setor leiteiro, com representantes do governo, dos produtores, da industria e do comércio defendo que cabe ao Governo o papel de coordenação e sobretudo de mediação nas eventuais diferenças de posições dos diferentes elos da cadeia produtiva de leite e derivados. Grande abraço, Marcello de Moura Campos Filho |
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