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Está tudo errado no agronegócio! Proposta de soluções

POR RICHARD JAKUBASZKO

ESPAÇO ABERTO

EM 08/09/2008

7 MIN DE LEITURA

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Conforme prometido em artigo anterior, proponho neste um caminho para que o produtor rural tenha união através de entidades efetivamente representativas, com o objetivo de conquistar solidez e sustentabilidade no seu negócio. Conforme solicitado, amigos e leitores enviaram e-mails e propostas, provenientes do Brasil inteiro, algumas delas publicadas no blog (Clique aqui para ler) ou no Portal Agrolink, e em outros sites e blogs que replicaram o artigo. O que se percebe é que, além da revolta com o atual status quo do produtor, de generalizada desunião, as propostas sugerem apenas caminhos específicos, sem uma visão holística ou sistêmica.

Relembrando

Já sabemos que o produtor rural depende única e exclusivamente da sua cooperativa agrícola regional. Estas são "unidas" apenas via OCB, que representa uma gama enorme de outras cooperativas, de crédito, emprego, consumo, agropecuária, e tem atividades limitadas ao cooperativismo.

Isoladas regionalmente as cooperativas agrícolas são impotentes para enfrentar o mercado no jogo perverso em que se transformou a economia globalizada. Se pretendermos que o produtor rural vá tomar alguma iniciativa, seja individual ou coletiva, para fazer união com seus pares, vai continuar tudo como sempre assistimos, ao Deus dará. Até porque ele não sabe fazer isso.

O produtor rural, como acionista da cooperativa regional, é uma figura em três, uma espécie de ornitorrinco, ou seja, é dono e acionista da cooperativa, mas não manda nem quando está em grupo, especialmente nas cooperativas maiores. Segue-se o eterno comportamento plácido e cauteloso da maioria. Como acionista, se a cooperativa não se sai bem no campo financeiro, nomeia-se uma diretoria profissional. Aí começam os problemas para as duas outras pessoas do produtor cooperado e acionista: como cliente e consumidor dos produtos e serviços da cooperativa é chamado a "colaborar", e como fornecedor é também convocado a ser fiel. Recebe menos pelo que vende, e paga a mais pelo que compra. A cooperativa melhora sua situação como empresa, já o produtor piora a sua vida e o seu negócio. Evidentemente que há exceções de cooperativas bem administradas pelos próprios cooperados. Mas nem mesmo essas cooperativas, grandes ou não, conseguem transferir aos produtores as garantias de sustentabilidade e de lucratividade para contrabalançar as agruras climáticas ou mercadológicas.

Por não fazer parte de seus objetivos, as cooperativas abdicam e se esquivam de fazer o principal para o negócio do produtor rural cooperado e da própria cooperativa: que é agregar valor, e de regular o mercado (mas a Cooperativa de Cotia sempre regulou o mercado de batata no Brasil), pelo menos regionalmente, influenciar nos preços, analisar, estudar, entender e prever as tendências do mercado comprador e dos consumidores. Em outros campos possíveis de atuação temos ainda a necessidade de avaliar como está a concorrência em outros países, de fazer marketing. Mas aqui nos trópicos se pratica a união à brasileira, de forma superficial, e se planta e se cria do jeito que sempre se fez, contando com a sorte e com os bons humores da natureza e do mercado. E depois se reclama do governo.

Tendências

Se as cooperativas seguissem uma tendência internacional, que é a de diminuir o número de cooperativas, de somar esforços, seja por fusão ou incorporação, teríamos cooperativas estaduais e nacionais efetivamente representativas do produtor rural, e não em caráter regional e até municipal como temos hoje em dia. O que predomina é o produtor rural líder de cooperativa que é cabeça de rato quando poderia ser um poderoso e eficiente rabo de elefante se houvessem cooperativas nacionais.

Cada cooperativa ´nacional´, de soja, milho, arroz, feijão, batata, deveria, em meu modo de entender a questão, praticar e fazer as questões acima como prioridade da sua atividade, sendo o comprar a produção, estocar, beneficiar ou pré-beneficiar os produtos dos cooperados, uma atividade secundária adicional, assim como intermediar a venda de insumos. Foi dessa forma que nasceram no passado as grandes empresas da área alimentícia mundo afora e que lideram o mercado mundial hoje em dia. Foi assim que nasceu a Batavo, lá no Paraná, para agregar valor à produção dos cooperados.

O que fazer?

Dada a impossibilidade prática de se criar uma ´cooperativa nacional´, conforme já proposto anteriormente no livro Marketing da Terra, tenho a sugerir desta feita a criação de associações nacionais específicas para cada cultura importante. Crie-se uma associação nacional da soja e outra do milho, para lutar e defender pelos direitos do produtor, para desenvolver oportunidades técnicas, políticas, e, principalmente, econômicas e mercadológicas. Sem dependência e filiação do governo, pelo amor de Deus! Tenho a certeza de que não há necessidade de paternalismos e politicalhas, como diz um amigo "não espere que o Governo faça algo pelo seu setor... faça você mesmo". Estabeleça-se um critério proporcional de contribuições fácil de ser controlado e arrecadado, algo como R$ por tonelada, e pau na máquina!

Para exercer atividades políticas existem inúmeras entidades, entre as quais CNA, SNA, SRB, além das federações estaduais. Juntas ou isoladamente quase nada conseguem resolver, até porque representam uma enorme pluralidade de interesses, difíceis de serem compatibilizados.

Os mais apressadinhos poderão dizer que já existem a APROSOJA e a ABRAMILHO, e ainda a ABAPA (algodão) e também a ABBA (batata). Sim, existem, mas são regionais, inclusive a UNICA. Entretanto, por ser associação já representativa dos associados, e por não ter vínculos ou dependência com o governo, a UNICA vem tendo uma projeção nacional e até mesmo internacional na postulação e defesa dos interesses dos associados. Não esqueçamos que os associados da UNICA são usineiros, são da agroindústria, e são poucos, mas dão o bom exemplo aos produtores rurais: união. As outras associações mendigam associadas, não conseguem recursos e não têm representatividade.

Como fazer?

Simples: união através das cooperativas (como representantes dos produtores) através de uma associação verdadeiramente nacional. Que se dê caráter nacional para a APROSOJA E ABRAMILHO, por exemplo. Isso ocorreria a partir do momento em que as principais cooperativas regionais se juntassem à APROSOJA e à ABRAMILHO, atualizando e reformando seus estatutos e objetivos se isso for necessário, elegendo um conselho de direção, mas profissionalizando (terceirizando) toda a diretoria executiva dessas associações, incorporando e contratando uma gama de profissionais especialistas para tratar de cada área de interesse da atividade. A começar por um Centro de Inteligência (com informação exclusiva para os sócios), e ainda para fazer investimentos em campanhas de marketing, em ações institucionais e políticas, de assessoria ou reivindicatórias, principalmente ao governo, na política agrícola, tarifas de impostos, armazenagem, logística, transporte, política internacional, sanidade, exportação etc. É vital a existência de uma associação profissional para orientar a política externa do Governo Federal, ainda mais nesse momento em que nos preparamos para assumir a relevância que sempre sonhamos de ser o país do futuro, o celeiro do planeta.

Há ainda que se investir e desenvolver novos consumidores e novos mercados de consumo. Tudo para agregar valor aos produtos da terra. A referida associação deveria ter ainda como encargo estudar, analisar e sugerir ações regionais para as cooperativas de como agregar valor aos produtos dos cooperados seja beneficiamento do produto primário, seja para evitar exportação de produtos in natura, seja para importação de alguns insumos.

O suporte financeiro para fazer tudo isso aparece de forma rápida se houver a união das principais cooperativas em torno de objetivos bem claros e definidos.

Se as diretorias da APROSOJA ou da ABRAMILHO não tiverem interesse ou possibilidade de nacionalizar suas associações, de incorporar as cooperativas nas suas diretorias, pois já estão estabelecidas, que as cooperativas instituam novas associações em paralelo, mas que sejam nacionais. Por exemplo, a ASSOSOJA e a ASSOMILHO, ou qualquer nome que venham a criar, com presença dos sócios nos conselhos de administração, no caso as cooperativas. E que se nomeiem diretorias executivas, com vínculos empregatícios, profissionais, com missões pré-determinadas. Poderão até mesmo ter atividades políticas, mas ao primeiro sinal de que estariam agindo em proveito próprio, para lustrar vaidades, para plantar e conquistar cargos públicos, substituição imediata. Atrevo-me a sugerir que nenhum diretor ou presidente de cooperativa associada tenha cargo de diretoria executiva na associação nacional. Deveria haver uma diretoria técnica e eminentemente profissional, de quem se cobraria resultados face aos objetivos propostos.

Estou à disposição dos dirigentes cooperativistas para debater o problema a fundo, se necessário. Acredito ainda que não haja necessidade de fazer como nossos hermanos argentinos, ir à greve ou fazer panelaços, mas apenas organizar a extrema bagunça instalada do cada um por si e ninguém por todos. Até porque, para fazer greve também precisa de organização e de lideranças.

Não é possível continuar no ritmo que estamos, sempre aos trancos e barrancos, safra boa e safra ruim, ano após ano.

Caro leitor, se você é produtor rural e cooperado, encaminhe este artigo até o presidente de sua cooperativa e cobre por união em seu nome. Mas deixe aí embaixo sua mensagem, seu comentário de aprovação ou desaprovação dessa proposta. Se os gringos fazem tudo com união, nós também podemos fazer. Igual, ou até mesmo muito melhor.

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ADIMAR LEONEL SOUTO

SÃO FRANCISCO DE SALES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 26/09/2008

A união se faz importante no sentido de ganhos em escalas, força junto aos órgãos de representação, baixa de custos, poder de barganha, etc. Porém, sera que resolveria o mais importante que é a questão do equilibrio, que precisa haver para que as coisas funcionem bem, como por exemplo: os fosfatos bicalcios sobem 150% e o leite cai 50%, os fertilizantes sobem 120% e os produtos agrícolas e pecuarios despencam, e por ai vai.

Na minha humilde visão, não adianta ter credito ate sem encargos, aglutinaçãoes/fusões; é natural que tudo isto é muito importante mas o essencial é que haja equilibrio, se subir os preços dos itens que geram a produção é necessário que os preços dos produtos acompanhem, se baixar, abaixe, porque o que não pode é o produtor pagar a conta sem ter de onde tirar. Precisa-se tratar a agropecuaria como uma empresa que opera como uma prestadora de serviços; se a materia prima sobe naturalmente seus preços acompanham, sempre respeitando a sua margem, pois como ja disse o ex-presidente da TAM cmdte Rolim, nada substitui o lucro.

Penso que esta na hora de repensar a importancia do produtor rural no cenário econômico e vital da humanidade. Sou a favor de tudo que busque união, economia, produtividade e transparência, porém o equilibrio ao mer ver é o único combustível que alimenta a locomotiva do sucesso com justiça social.

Saudações.
MANOEL ALBARELLO PORTO

VOTUPORANGA - SÃO PAULO

EM 23/09/2008

Richard, sou produtor rural ja meio cansado de tantas lutas inglorias. Dizem que a agricultura é uma locomotiva e o ultimo vagão é a industria, por isso os produtos agricolas sobem primeiro e a industria remarca depois, quando a locomotiva ja esta descendo. So que nossa locomotiva esta descendo a muito tempo e cheguei a conclusão que americanos e europeus estão certos quando subsidiam suas agriculturas, afinal pobres e ricos precisam comer bem e a sociedade pagar a diferença e não nós, como esta acontecendo.

Desculpe, mas não existe da nossa parte nenhuma conta que feche com essa industria remarcando e o petroleo subindo como esta. Talvez se fizessemos um pacto, onde todos plantassemos apenas 50% do que plantamos hoje, ai quem sabe os nossos produtos acompanhariam os das industrias.


RICHARD JAKUBASZKO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 18/09/2008

Complementando: no meu livro Marketing da Terra estabeleço as diretrizes do que tem de ser feito em termos de um estatuto de associações desse tipo, e de quais as iniciativas que associações devem ter para defender interesses dos produtores. O livro pode ser comprado na UFV (Univ. Federal de Viçosa), não está à venda em livrarias. Se desejarem, no meu blog tem mais informações sobre o livro e meu e-mail para contato. No que me for possível ajudarei.

Hoje publiquei em meu blog um novo artigo sobre o tema, apontando um problema novo com a soja, que precisaria de uma associação para defender a soja de ataques de urbanos e cientistas malucos, pois o ITAL resolveu investir de forma tresloucada contra a soja, dizendo que o óleo de soja pode ser cancerígeno: dêem uma olhada: https://richardjakubaszko.blogspot.com

RICHARD JAKUBASZKO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 18/09/2008

Olá amigos, em especial ao João Lúcio:

Vocês todos apóiam a idéia da associação. Maravilha! João Lúcio expôs as dificuldades, talvez uma das principais: em quem confiar para gerir os fundos que seriam gerados? Essa é uma das razões para a inação dos produtores. A resposta está no meu artigo: uma associação de produtores de leite, nacional, representativa, mas os sócios seriam as cooperativas.

Sócios, mas não administram, quem administraria o dia-a-dia seriam profissionais contratados para isso. A grana do fundo viria de um "compulsório" sobre o leite, digamos R$ 0,01 a ser cobrado de cada litro de leite recebido pela cooperativa, e a cooperativa entra com outro R$ 0,01. Façam as contas, não foi de 17,5 bilhões de litros produzidos nos últimos 12 meses. Dá um fundo razoável para investir em marketing e ajudar a aumentar o consumo. Pelas minhas contas seriam R$ 34 milhões de reais por ano. Acho que dá para fazer uma associação e fazer uma série de coisas. Ainda não daria para fazer campanhas massivas em TVs, mas já daria para começar. Quando a questão começar a dar certo fica mais fácil e aparece mais dinheiro...

O que precisa é algum cabra corajoso começar a maratona, assegurar a entrada das primeiras cooperativas, determinar os objetivos da associação. O que não pode é envolver políticos, e pedir apoio ao governo, o agricultor é quem tem de fazer isso e ser dono do seu próprio nariz. Como não sabe fazer isso sozinho que contrate então profissionais para fazer isso. Mas através das cooperativas.

E boa sorte a vocês, que enfim dê certo essa tal de união!
JOÃO LÚCIO DE ALMEIDA SILVEIRA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2008

Excelentes colocações!

Sou coordenador de um projeto que comporta 22 associações municipais, com 10 associados cada, todos da agricultura familiar. Não estamos conseguindo prosseguir com as conexoes de nível regional, estadual e nacional. infelizmente!

Semana passada, juntamente com um amigo, discutiamos a questão e chegamos ao concenso de que há necessidade de uma união nacional. O recurso viria de um compulsório sobre o leite de menos de meio centavo por litro. A princípio pensamos em necessidade de marketing e estratégia política (aumentar consumo e obter represetação junto as decisões do governo). Ensaiamos até propaganda para mídia. A questão era: quem vai gerir esse fundo? Não há hoje nenhuma instituição, que se confie e tenha essa finalidade, ou seja, nas que se confia, não tem esse objetivo.

Compreendemos o grande problema de cultura que levou diversas instituições, ou melhor, diretores de instituições, a se prostituirem quando representante de uma maioria. Embora conheça que não serão a solução, entendo as manifestações. É o grito da decepção, da angustia, da raiva, etc.

Outra questão tenho formada: Não devemos falar em mudança de cultura! Mesmo sabendo que isso deva acontecer! Sempre que enfatizamos isso transmitimos a grande número de pessoas o pensamento de que só se resolve a muito longo prazo. Outros cruzam os braços aguardando a tal "mudança de cultura".

Posiciono-me da seguinte forma: mudança de cultura é questão discutida em âmbito ciêntífico e cultural e divulgado já como informação tratada. Em movimentos como este que desejamos, tratamos da necessidade de estratégia e ações (essas por sua vez, terão base na cultura almejada).

Com minha posição não quero que entendam que desejo excluir alguém de qualquer tema, mas sim, não dedicar um tempo ao assunto, sem que as estratégias e ações estejam em estudo e/ou acontecendo. No popular dia: o blá, blá blá já tomou tempo demais. Temos que formar as associações nacionais!
EDUARDO FERRAZ MONTEIRO

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/09/2008

Concordo em unir-se.
Mas penso que se o produtor pelo menos se organizar e planejar na propriedade já está de bom tamanho. Claro que muitos estão organizados mas falamos de um modo geral. Então cabe ao produtor se profissionalizar e criar alternativas junto a sua cooperativa e assim ter sua "produção na mão" para passar as dificuldades rotineiras.
Acho que com isso podemos com certeza criar associações mais significativas.
Vamos em frente!
MARIA LUCIA ANDRADE GARCIA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2008

Quanto mais cabeças e vontades se dedicarem a pensar e a encontrar um caminho civilizado para a inclusão sólida do produtor de leite na cadeia de leite, tanto melhor. Não resta dúvida que o modelo cooperativista moderno seria a melhor solução para preservar a autonomia e a possibilidade de renda sustentável do produtor de leite. Vá em frente semeando a boa semente!
ANTONIO CESAR FERREIRA

CAJOBI - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2008

Na minha opinião, nós temos que criar uma cultura entre nós produtores. Isso não é facil, criar uma cultura leva muito tempo. E, nós brasileiros, só lembramos de nos unir quando a coisa está ruim ou declinando. Quando está no bem bom, fica cada um para si. Bom, criar uma cultura significa aprendermos a nos organizar, isso acontece em países desenvolvidos porque existe pessoal mais esclarecidos do que nós.

Eu acredito que temos que pegar o boi pelo chifre, isso significa que nós temos que nos educar para podermos organizar. Nós temos que ter propostas que atendam a todos ou a maioria e nos unir em torno dela. Veja as atuais eleições nos Estados Unidos. A Hillary perdeu as previas, mas subiu no palanque e defendeu com unhas e dentes a união do partido. Eu acredito que atitudes como a do Richard é um exemplo a ser tomado. Mas, lembrando uma coisa, para dirigir uma cooperativa tem que haver profissionais empresariais. Nós agricultores talvez não sejamos os melhores para fazer esse papel. Teriamos que contratar profissionais do ramo. Veja o exemplo das antigas empresas brasileiras de familia. Pode-se notar que apenas aquela que se profissionalisou, ou seja, colocou pessoas do ramo para dirigi-las estão em pé até hoje.

Então teremos que repensar tudo isso novamente, assim como o Richard esta propondo e lutar por uma direção. A tarefa não é simples, temos que profissionalizar um setor que tem pouca informação educacional. Não é facil. Mas temos que faze-lo.
MARCOS TADEU COSMO

SALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2008

Caro Richard,

Grato pela visão clara e sintética do problema que vivemos, nós produtores rurais. O tão falado Mercado, da risadas quando olha para o formato comercial a que os produtores rurais (principalmente os menores) estão submetidos por força da complexidade da própria atividade. Produzir 200 litros de leite, 150 caixas de limões ou laranjas, algumas toneladas de milho, sorgo, soja, arroz, feijão etc., exige de nós uma concentração de esforços, de conhecimentos, de fundos para custear e investir, que acaba por nos transformar em meros expectadores e obviamente críticos do resultado da alienação que acabamos vivendo.

Sua proposta, alem da coragem de por o dedo na ferida, tem o mérito do bom senso e do profissionalismo e se considerada ainda que por poucas associações, certamente se tornará em um boi de piranha bem sucedido que fará com que as demais sigam o caminho, gerando um grande movimento nacional, que não mais permitirá que se volte ao tempo atual de imenso atraso.

Não temos associação em minha cidade, mas vou lutar para que construamos uma, e que ela, somada a outras pequenas, possa fazer parte de uma regional e essa por sua vez possa então se agregar a nível nacional.

Obrigado pela proposta, e me disponho se for de algum modo possível a participar para que ela caminhe e dê frutos para todos.

Marcos Tadeu Cosmo
NELSON JESUS SABOIA RIBAS

GUARACI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2008

Richard
Concordo 100% com sua idéia central, como você mesmo sugere serão necessários alguns debates para priorizar um foco ou no máximo algumas areas de atuação. Acabo de deixar comentário sobre ouro artigo do Marcelo Carvalho sobre a situação do produtores de leite.

A revolta dos produtores (quase todos já cooperados ou associados em algum nucleo regional) é grande, entretanto, não encontramos uma forma prática de entrar em ação. As representações que os produtores pagam atualmente, seja CNA, Federações, Sindicatos, Cooperativas, Sociedades Rurais ou Associações de Produtores (no meu caso participo de todas estas) não tem como objetivo ou prioridade a defesa do interesse especifico de sobrevivencia do produtor, elas atuam de forma superficial e sempre com visão de dominancia politica e de prestigio seja para o setor ou seus dirigentes, as Cooperativas atuam com empresas privadas querem sempre ter o melhor resultado possível e não representam o produtor pressionando o mercado quando necessário, ou seja o produtor vai bem quando tudo vai bem, quando a situação é critica os agentes se retraem e deixam o produtor pagando a conta.

Fico mais otimista para vislumbrar uma saída quando vejo alguém com suas idéias, por isso recomendo fortemente que você convença o Grupo DBO a organizar um forum de debates entre produtores reais, sem a "badalação" "marketeira" e "comercial" dos eventos/encontros que temos visto, nos quais não se vê nenhuma conclusão ou plano de atuação realistico. Esta iniciativa deveria ter como objetivo determinar a situação em que se encontram os pequenos e médios produtores, fazer um diagnóstico e definir ações que visem saídas para os problemas, não priorisar ações que dependam de novas ações do governo. Para o governo deixariamos a missão de cuidar da agricultura familiar, do PRONAF e dos Sem Terras, as propostas de soluções teriam de ter viabilidade para a iniciativa privada.

Na minha visão, a desorganização dos setores produtivos do agronegócio brasileiro interessam muito aos politicos e aos setores dos fornecedores de insumos e da industrialização dos produtos agopecuários, os quais conseguem sucesso em cima da ignorância e falta de poder de barganha dos pequenos/médios produtores. Você cita o modelo americano que pelo que sei é um modelo onde o produtor de milho, laranja, leite e carne tem associações que batem de frente com a industria e conseguem também forte proteção de mercado para garantir retornos mínimos e a continuidade de suas atividades, superando todas as ocilações dos preços das suas "commodities".

Saudações.

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