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Crédito de carbono no setor leiteiro: é prioridade? - Resposta aos leitores

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 14/04/2008

4 MIN DE LEITURA

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Agradeço a todos que leram meu artigo e em especial aos que enviaram seus comentários, aos quais respondo através do presente.

O biodigestor, numa câmara fechada faz a transformação anaeróbica dos dejetos dos animais diluído em água em gás, que pode ser usado para aquecimento ou gerar energia elétrica e um biofertilizante.

Muitos dos leitores, que enviaram seus comentários, interessados no uso do gás e do biofertilizante, pediram informações sobre biodigestores. O biodigestor pode ser fornecidos por empresas comerciais ou feito pelo próprio produtor. Existe ampla informação na internet sobre o princípio de funcionamento, desenhos e recomendações para que quiser construir o seu biodigestor, empresas que vendem equipamentos e materiais para construção de biodigestores e até empresas que fornecem o projeto e o biodigestor instalado. Recomendo a esses leitores que façam a pesquisa na internet, verificando o que mais lhes interessa e a partir daí fazendo os contatos necessários para complementar as informações.

É preciso analisar econômica e financeiramente a instalação de um biodigestor, pois o retorno do investimento em muitos casos pode não ser interessante se o biodigestor for feito inteiramente com recursos próprios do produtor, sem algum tipo de subsídio, e inclusive o produtor deve verificar se não tem outras prioridades para melhorar a situação financeira de sua atividade.

É exatamente por isso que empresas, como a Bio Carbon Gestão Ambiental Ltda., que fez a palestra na Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo, estão se propondo a fazer todo o investimento em troca de créditos de carbono no período estabelecido por contrato, ficando o produtor durante esse período com o gás ou energia elétrica e o bio fertilizante, e após o período contratual, ficaria com o bio fertilizante.

Em princípio é uma proposta atraente, mas o período contratual é longo, de no mínimo 10 anos, ficando o produtor, e seus sucessores, obrigados a manter a atividade leiteira ou entrar em outra atividade que gere dejetos para alimentar o biodigestor. Dentro de um histórico de aviltamento de preços ao produtor, o produtor que tenha biodigestores vinculados a créditos de carbono pode receber preços menores. E essas situação contratual pode inclusive criar dificuldades para a venda da propriedade. Por isso o produtor deve examinar com muito cuidado o vinculamento de sua atividade a créditos de carbono, o que alguns leitores perceberam e se manifestaram nos seus comentários.

Evidentemente que os produtores de leite tem preocupação com a questão ambiental, e da relação dessa questão com sua atividade, e vários leitores manifestaram sua preocupação nesse sentido. A sustentabilidade da produção de leite e a sustentabilidade ambiental deve ser procurada pelos produtores de leite, por todos os elos da cadeia produtiva e pelos governos. Mas alerto que é preciso estabelecer prioridades, e que sem sustentabilidade econômica e financeira do produtor de leite inevitavelmente teremos dificuldade com a sustentabilidade ambiental. Por isso os produtores, a cadeia produtiva como um todo e os governos devem estabelecer cuidadosamente as suas prioridades, e o debate sobre essa questão é importante.

Nesse sentido destaco que o MilkPoint está preparando o 2º Encontro sobre Formação Gerencial de Produtores, um importante evento a ser realizado no final de julho e começo de agosto, cujo tema central é a questão da sustentabilidade da pecuária de leite como atividade econômica e a sustentabilidade ambiental.

Nesse evento se tratará do ambiente de negócios influenciado pela questão ambiental, da produção de leite e mudanças climáticas, da sustentabilidade da produção de leite e da sustentabilidade ambiental, boas praticas ambientais em fazendas de leite, inclusive um painel sobre a viabilidade técnico-econômica da comercialização de créditos de carbono e geração de energia na pecuária de leite.

Recomendo aos produtores que fiquem atentos e participem desse importante evento, que sem dúvida será bastante esclarecedor sobre essas questões e um passo importante na busca de se estabelecer prioridades no caminho da sustentabilidade econômico financeira da produção de leite e da sustentabilidade ambiental.

Quero fazer um agradecimento especial ao leitor Vilson Marcos Testa, da Epagri - Santa Catarina, que na sua carta me parabenizou por trazer, através desse artigo, o tema ao debate aberto e franco, revelando argumentos verdadeiros que fazem bem ao país, e que via de regra incomodam aqueles que são expúriamente beneficiados.

E finalizo, para chamar a atenção dos leitores, transcrevendo o comentário do Vilson, que na sua carta introduz um aspecto que não abordei no artigo original, e que é de extrema importância considerando que a pecuária leiteira brasileira é feita fundamentalmente a pasto:

" Gostaria de chamar atenção para uma produção a base de pasto, com pastoreio rotativo em que os dejetos são retribuídos ao solo (pastos), devolvendo parte de fertilização. Esse sistema não envolve nem terceiros (geralmente picaretas que vivem dos produtores de leite), nem intermediários políticos, nem governos, nem burocracia e ainda é mais competitivo em termos de custos de leite e envolve muito menos investimento. Biodigestores nesse sistema tendem a ser elementos alienígenas. Se São Paulo e outra regiões insistirem mais intensivamente em trajetórias pouco competitivas, a agricultura familiar sul brasileira, produtora de leite a base de pastos, agradece. Ou seria por acaso que SP perde espaço na produção de leite?"

Clique aqui para ver a carta enviada ao MilkPoint pelo presidente do Sindicato Rural de Guaratinguetá, Tadeu Guimarães, comentando a atuação da Leite São Paulo.

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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CHIAPETA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/05/2008

A respeito da integração de indústria de leite e produtor, como produtor de leite e integrado na suinocultura, vejo com muita preocupação esta ´´integração no leite", pois é mais uma forma de prender o produtor e controlar mercado do que benificiar o produtor. Vejo a forma associativa como a única viável, na qual o produtor pode manter certa autonomia, ter escala de produção, barganhar preços e assistência técnica. Falo por experiência implantada.
FABIANA SANTOS VILELA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/05/2008

Bom dia, Marcello,

Acompanho, diariamente, as reportagens e artigos no site. Sobre o tema - Meio Ambiente, tão atual a discussão sobre sustentabilidade das propriedades rurais, digo que temos muito o que avançar em termos de adoção de medidas preventivas de impactos ambientais no meio agropecuário.

Em Minas Gerais, apesar de termos uma legislação ambiental voltada para a coibir o lançamento de efluentes gerados nas atividades agrossilvipastoris, sem tratamento, e a imposição pela adoção de um sistema eficiente de tratamento dos mesmos, o que vimos, por parte dos produtores, ainda é o desconhecimento e a despreocupação pelo cumprimento das normas. A busca por alternativas viáveis para o cumprimento dessa legislação, apesar de toda a fiscalização ambiental, só é feita a partir da repressão dos agentes fiscalizadores envolvidos e, raramente, pela iniciativa do produtor em buscar sustentabilidade.

Tipos de tratamentos para os efluentes, tais como os gerados na pecuária de leite, existem vários tipos e devem ser analisados pelo produtor quanto a sua necessidade, observando alguns aspectos, tais como: quantidade gerada, qualidade do efluente final, destinação final (se utilizado como adubo orgânico ou lançamento em corpos de água), se terá aproveitamento do gás produzido e para que será utilizado, recursos financeiros disponíveis e legislação ambiental no Estado.

Desse modo, com maiores informações técnicas, o produtor saberá optar pelo sistema que mais se adeque a sua necessidade e possibilidade (viabilidade econômica e ambiental).

A mudança do paradigma de que a produção agropecuária também é responsável pela poluição ambiental é essencial nos dias atuais, mas que, por outro lado, uma propriedade rural conduzida de forma sustentável, contribuirá positivamente com o meio ambiente, na produção de água, na reciclagem de nutrientes, na melhoria da qualidade do ar e do solo, etc.

Abrir o espaço para aprofundarmos essas discussões e a participação em eventos sobre o tema trará informação ao produtor e o possibilitará cumprir as normas ambientais com segurança e proteger o meio ambiente para as gerações futuras, maior propósito de toda essa "revolução verde" e consciência ambiental que estamos vivendo, visando alcançar a sustentabilidade.

Agradeço a oportunidade e gostaria de parabenizá-lo por abrir a discussão sobre o tema ambiental.

Fabiana Santos Vilela.
VILSON MARCOS TESTA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 20/05/2008

Continuação da resposta ao senhor Karl Benchimol Xavier do Nascimento:

2) A segunda razão alegada, a da "simbiose suinocultura-pecuária leiteira, pela primeira fornecer dejetos para fertilização do pasto". Esse argumento tem baixa capacidade de explicação da expansão, e pelo menos três evidências podem ser apontadas para nosso respaldo: (i) em estudo que desenvolvemos numa região de 15 municípios do Oeste Catarinense, menos de 20% do leite era produzido pelos suinocultores e avicultores. Se há vantagem em explorar leite com aves e/ou suínos, é bom lembrar que também há competição por capital e por mão-de-obra familiar; (ii) contrastando com a suinocultura e avicultura praticamente inexpressivas, a produção de leite tem grande expressão, em muitas microrregiões do sul do Brasil; (iii) o número de produtores de leite é pelo menos três vezes o número de produtores de aves e suínos;

3)Os dados dos Censos Agropecuários do IBGE, de censos 1995/96 e 2006, evidenciam que a produção de leite teve forte expansão nos estados de Rondonia (79%), Paraíba (53%), Ceará 46%), Pará 45%), Rio Grande do Norte(44%), em taxas equivalentes aos dos estados de Santa Catarina (65%) Paraná (51%) e Rio Grande do Sul (46%). Como nesses estados a produção de aves e suínos é pouco expressiva, quando comparada com a dos estados do sul, fica claro que a expansão se deve muito mais à presença da agricultura familiar do que à suposta simbiose.
VILSON MARCOS TESTA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 20/05/2008

Resposta ao senhor Karl Benchimol Xavier do Nascimento:

Agradeço o diálogo que retomo a seguir, porém, antes gostaria de fazer uma correção: não sou produtor, mas pesquisador no tema. Lamento discordar centralmente dos seus dois argumentos mencionados para justificar o aumento da bovinocultura de leite no sul:

1) "visualizo que os principais motivos - não os únicos - sejam a ampliação do modelo de parceria-integração de pequenas e médias cooperativas que viabiliza a aquisição de ração, silagem e medicamentos por parte do produtor":

·Primeiro, gostaria de informar que a bovinocultura de leite se expandiu muito antes das cooperativas (tradicionais) daqui pensarem em integração no leite e essa expansão ocorreu muito mais por iniciativa dos agricultores e por inovações tecnológicas industriais (UHT) e institucionais. Inclusive, muitos sócios deixaram as cooperativas justamente para fugir do controle e imposição de pacote tecnológico (e por essas terem focado a produção de aves e suínos), sendo esse um dos motivos para a forte ampliação do espaço de empresas privadas que não faziam tais exigências. No caso do Oeste Catarinense, região de maior densidade geográfica de produção de leite do Brasil, essa tem sido uma das razões.

·Outra forte razão tem sido o forte trabalho da pesquisa e extensão rural estadual e da assistência técnica dos municípios e de ONG´s, Universidades, entre outros, que vêm trabalhado com a agricultura familiar. Estas instituições têm preconizado, desenvolvido e fomentado a produção familiar a base de pastos, exatamente no caminho oposto da integração e das rações, modelo esse muito mais eficiente e adequado energética, ecológica, econômica e socialmente. Diz a sabedoria que para proteger os agricultores dos vendedores de insumos industriais, o Criador fez as vacas com quatro estômagos.

·Por fim, gostara de lembrar que se a integração (leia-se intensificação de uso de insumos industriais) contribuísse para a expansão da produção de leite, certamente a pecuária de SP e MG não perderia espaço por desconhecimento da existência e do uso de insumos industriais.

Continua a seguir
FERNANDO JOSÉ RIBEIRO KACHAN

NOVA GRANADA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/05/2008

Como produtor de leite, presidente por dois mandatos da Associação dos Produtores de Leite do Noroeste Paulista e atualmente presidente do Conselho Regional do Desenvolvimento Rural da Região de São José do Rio Preto, abstenho-me, por ora, de me manifestar sobre a divergência que se instalou no seio da classe a respeito dos créditos de carbono, matéria que demanda atenção diante das novas conjunturas globais e que, através dos biodigestores, pode inserir a pecuária leiteira nesse cenário promissor.

Tenho para mim que, estendendo-se essa divergência a muitas outras questões, considero a mais importante - e causa determinante de todas as demais - a que nos obriga considerar, com absoluta urgência, a efetiva presença das liderançado do setor produtivo, ou a ausência delas, na defesa dos interesses da pecuária leiteira.

Os debates devem chegar a termo que contemple a cadeia como um todo, mas é redundante dizer que em grande parte das vezes os interesses dos segmentos são antagônicos e por isso posições firmes são necessárias, principalmente dos representantes dos produtores que pela própria natureza da atividade se colocam em condição desigual de negociação.

Sou testemunha do esforço realizado pela Leite São Paulo, que através de Marcelo de Moura Campos e outros companheiros como Antônio Perozin verdadeiramente combateram a famigerada "guerra fiscal", tão danosa ao produtor paulista, subsidiando de valiosas informações o Poder Legislativo através da Frente Parlamentar do Leite e o Poder Executivo através da Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Secretaria da Fazenda. A atuação da Leite São Paulo veio sim contribuir para a resolução de problema complexo que provoca danos ao setor produtivo.

A análise da atuação de alguns daqueles que se dizem representantes dos produtores de leite faz-nos lembrar o "Livro dos Livros" que em Apocalipse versículos 15-16 diz "Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente." - Oxalá fosses frio ou quente! "Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te."
FRANCISCO DE ASSIS LAMAR

SÃO LUÍS - MARANHÃO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/04/2008

Bom dia, Marcello de Moura Campos Filho.

Gostei bastanta de seu artigo, e como tenho interesse em construir um biodigestor, peço que nos indique bons sites, para pesquisa sobre modelos, construção e operação (principalmente operação).

Grato,

Francisco de Assis Lamar.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2008

Continuação

Prezado Karl Benchimol Xavier do Nascimento,

Com relação a questão do uso de dejetos para fertilização de pastagens contribuir para o efeito estufa e para o aquecimento do planeta é preciso lembrar que a uma corrente grande de cientista que mostra que o planeta já passou por vários períodos de aquecimento em função da trajetória da terra, que vivemos um desses períodos e que o efeito estufa tem uma participação relativamente pequena, e que seria melhor para a humanidade combater a fome do que o efeito estufa.

Se forem oferecidas alternativas economicamente viáveis para o uso de biodigestores e aproveitamento de biofertilizante, sem riscos dos produtores de leite ficarem obrigados a permanecer numa atividade com preços aviltados ( o produtor é o elo mais fraco da cadeia e o histórico tem sido a aviltamento dos preços ), não tenho dúvida que isso vai acontecer em escala significativa na pecuária de leite brasileira.

Os produtores de leite de forma geral, como todos os seres humanos conscientes, se preocupam com a questão ambiental, e na verdade há muita discussão e controvérsia nessa discussão. O fato do qual os produtores de leite não podem fugir é que suas ações na questão ambiental só serão possível se a sua atividade, que é a produção de leite, for economicamente sustentável.

Como disse no artigo, sugiro a todos os interessados a participarem do evento que Milkpoint deverá promover no final de julho e começo de agosto, onde essas questões serão amplamente debatidas e teremos oportunidade de esclarecer muitas dúvidas.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2008

Prezado Karl Benchimol Xavier do Nascimento,

Agradeço a leitura do meu artigo e seus comentários, importante para o debate da questão da pecuária leiteira e do meio ambiente.

Pelo que sei você tem razão ao afirmar que a parceria em pequenas e médias cooperativas visando a redução de custos de produção e a simbiose suinocultura-pecuária leiteira foram importantes no crescimento e aumento da competitividade da pecuária leiteira do sul, e o Vilson Marcos Testa, que é pesquisador da Epagri - Santa Catarina poderia nos falar melhor sobre isso. Mas o produtor paulista que está junto a um mercado que representa cerca de 40% do consumo nacional de leite e lácteos, apesar de ter uma vantagem competitiva natural, tem cedido espaço e a pecuária de leite paulista caiu no ranking nacional da segundo para a quinta posição, com importações de lácteos crescentes, inclusive leite cru para ser processado pela indústria de laticínios paulista que se mantém como a segunda do País.

E até guerra fiscal tem sido utilizada para neutralizar essa vantagem competitiva natural. Por isso o Vilson tem razão quando coloca que se São Paulo continuar insistindo em alternativas pouco competitivas vai continuar perdendo espaço na pecuária leiteira nacional, favorecendo a importação de leite e lácteos do sul e de outras regiões do País.

Com relação ao uso dos dejetos para fertilização do pasto e contaminação do lençol freático é preciso lembrar que a adubação nitrogenada também leva risco de contaminar o lençol freático pois o nitrogênio tem grande mobilidade no solo e boa parte passa pelas raízes sem que as mesmas possam aproveitar o adubo. Dessa forma não me parece que a fertilização usando dejetos ofereça mais risco de contaminação do lençol freático do que o uso de adubação nitrogenada. E com a exigência de produtividade com custos baixos o produtor tem que fertilizar as pastagens, e se não o fizer estará transformando sua terra num deserto.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2008

Luiz Henrique Dias de Toledo Pitombo,

Realmente existe uma corrente grande de cientista que tem divulgado atravé da televisão e imprensa que o planeta já passou por vários períodos de aquecimento em função da trajetória da terra, que vivemos um desses períodos e que o efeito estufa tem uma participação relativamente pequena nesse processo de aquecimento, e que seria melhor para a humanidade combater a fome do que o efeito estufa.

Se forem oferecidas alternativas economicamente viáveis para o uso de biodigestores e aproveitamento de biofertilizante, sem riscos dos produtores de leite ficarem obrigados a permanecer numa atividade com preços aviltados ( o produtor é o elo mais fraco da cadeia e o histórico tem sido a aviltamento dos preços ), não tenho dúvida que isso vai acontecer em escala significativa na pecuária de leite brasileira.

O fato do qual os produtores de leite não podem fugir é que suas ações na questão ambiental só serão possível se a sua atividade, que é a produção de leite, for economicamente sustentável.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/04/2008

Prezado Semy Alves Ferraz,

Agradeço a leitura de meu artigo e suas considerações.

Realmente se fala muito em cédito de carbono, mas na realidade há pouca coisa de concreto em termos de contratos assinados e projetos em implantação.

Existe inclusive uma corrente de cientistas que afirma que o aquecimento da terra que estamos vivendo é um processo ciclico, que já ocorreu várias vezes, em função da trajetória da terra, e que a contribuição do efeito estufa nesse aquecimento seria pequena, sendo melhor em vez de combater o efeito estufa combater a fome no planeta.

Como você vê, ainda há muitás dúvidas e muito o que discutir sobre essa questão.
ANTONIO DE PADUA FRANCESCHI

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2008

Muito interessante a abordagem de problemas nesse artigo. Entretanto ficou no ar a solução. Eu sugiro que cada um procure adequar soluções a suas situações. Está claro que o biodigestor é uma solução e também fica claro que pastoreio rotacional permite uma distribuição natural dos dejetos. Mas mesmo um pequeno número de animais produz uma quantidade grande de dejeto no curral durante a ordenha. Penso que a avaliação de cada um é o mais racional. Seria bom que os que não agem seriamente fossem identificados e que essa identificação fosse divulgada. Só assim estaremos vivendo em um país sério.
SEMY ALVES FERRAZ

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/04/2008

Acho muito importante buscar a sustentabilidade na atividade de produção de leite. Gostei muito do seu artigo sobre o tema. Tenho uma floresta de eucalipto de 133 ha e até hoje ninguém conseguiu me orientar se tenho direito ou não a receber os créditos de carbono que a minha floresta está recuperando. O que acha destas dificuldades?
KARL BENCHIMOL XAVIER DO NASCIMENTO

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL

EM 14/04/2008

É estremamente positivo o posicionamento do autor no artigo - técnico e neutro. Gostaria de disponibilizar informações sobre o mercado de créditos de carbono e utilização de biodigestores para produtores (pequenos, médios ou grandes), principalmente as que consorciam a atividade com a suínicola.

Discordo sobre a opinião do produtor de Santa Catarina (sr. Vilson) sobre o porquê da ascensão da bovinocultura leitera no sul: visualizo que os principais motivos - não os únicos - sejam a ampliação do modelo de parceria-integração de pequenas e médias cooperativas que viabiliza a aquisição de ração, silagem e medicamentos por parte do produtor, e a "simbiose" suinocultura-pecuária leitera, pela primeira fornecer dejetos para fertilização do pasto.

Sobre os contratos de implantação dos biodigestores, visualizo que os ganhos do produtor ao participar de um MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), reduzindo as suas emissões de gases do efeito estufa e melhorando a disposição dos dejetos no lençol freático - pela diminuição da carga orgânica, DQO e DBO, possa garantir uma certificação do seu processo produtivo, o que, no futuro, sem dúvida, facilitará os produtores que fornecem para empresas que exportam leite. Além disso, o produtor receberá participação sobre os créditos de carbono vendidos anualmente.
LUIZ PITOMBO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 14/04/2008

Prezado sr. Marcello,

Sobre esta questão do crédito de carbono, vi um debate na TV onde se comentou que a despeito do interesse e importância do assunto, os créditos de carbono e sua implementação teriam pouco impacto considerando outros problemas graves e medidas urgentes. Gostaria de saber se o sr. tem dados a esse respeito?

Quanto ao uso de biodigestores, já muito divulgado e não sei o quanto realmente aplicado, os acho bem interessantes quando existem condições para isso.

Luiz Pitombo
Jornalista

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