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Controle de CBT na Nova Zelândia

POR BERNARD WOODCOCK

ESPAÇO ABERTO

EM 16/05/2013

7 MIN DE LEITURA

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Introdução

Em termos de Contagem Bacteriana Total (CBT), a Nova Zelândia tem, de longe, a melhor qualidade do mundo. A CBT média na chegada da plataforma da fábrica, após o transporte, é de menos de 10.000 por ml. Muitos brasileiros vão à Nova Zelândia todo ano buscando entender e são rapidamente surpreendidos. Eu me lembro de nossa primeira viagem a uma fazenda com ordenha da Nova Zelândia, com um visitante brasileiro há 5 anos. Ele olhou para o ordenhador, colocando as teteiras diretamente nas vacas, sem pensar muito em limpeza dos tetos ou pré-dipping. O brasileiro, espantado, correu para ver o resultado de qualidade. Menos de 10.000 CBT/ml? Como isso era possível? E então, o levamos para uma inspeção nos equipamentos de ordenha, as partes que realmente tinham mais contato com o leite, o interior da planta, eram meticulosamente limpo e brilhante. Em contraste, lembro da primeira visita de um colega da Nova Zelândia ao Brasil há cerca de 5 anos. Ele entrou no fosso e estava tão limpo que você quase podia fazer uma refeição. O ordenhador estava bem asseado e vestindo luvas; os tetos das vacas eram meticulosamente limpos e fez-se o pré-dipping. Meu colega obviamente tinha ouvido que a qualidade brasileira era ruim de forma que, perplexo, ele correu para ver a análise. 500.000 CBT/ml? Como isso era possível?... E então inspecionamos o equipamento para ver como estava por dentro, havia resíduos de leite e depósitos em todo o equipamento, das teteiras ao tanque. Um outro pequeno fato eu me recordo... a fazenda neozelandesa estava ordenhando cerca de 130 vacas por hora com uma pessoa. A fazenda brasileira estava levando cerca de 3 horas para ordenhar 50 vacas com duas pessoas. A qualidade brasileira melhorou significativamente nos últimos anos, então, talvez, a comparação que fiz há 5 anos seja menos relevante. Entretanto, ainda existem diferenças enormes entre os sistemas dos dois países.

A maioria dos brasileiros ainda volta para a Nova Zelândia não entendendo como conseguimos uma qualidade tão boa. Nosso manejo de ordenha parece ir contra o que é ensinado na universidade – então, como pode ser? Eu tentarei explicar. Entretanto, precisarei pedir ao leitor para ter uma mente aberta. O que fazemos na Nova Zelândia é diferente do que o resto do mundo faz, mas funciona para nós e temos resultados para provar isso.

A abordagem neozelandesa para trabalhar com qualidade funcionaria no Brasil? Eu tenho muita experiência nisso, mas deixarei você decidir.

Os próximos tópicos destacam alguns dos principais pontos referentes ao controle da CBT na Nova Zelândia.

Manejo de ordenha

Na Nova Zelândia, temos uma pessoa para cada 170-200 vacas. A mão de obra é cara, de forma que precisamos otimizar o tempo. Como regra geral, colocamos as teteiras diretamente na vaca, com zero preparação. Temos pouco tempo para lavar os tetos ou usar pré-dipping. (De fato, quase todos os produtos de pré-dipping não são permitidos usar na Nova Zelândia, devido ao risco de contaminação do leite). Nossa experiência nos mostra que colocar o equipamento em tetos limpos e secos, sem nenhuma preparação, não causa nenhum aumento de CBT. Tetos sujos sim; a recomendação é quando os tetos estão secos e sujos, limpar manualmente com as mãos e, se estiverem úmidos e sujos, lavá-los e deixá-los secar. Nós também descobrimos que, se os tetos não são bem lavados ou são excessivamente molhados com muita água, obtemos um resultado pior do que quando não fazemos nada. Eles ficam úmidos e lamacentos com muita frequência? As chuvas médias para a maioria das regiões é de cerca de 1.250 mm anualmente. Algumas regiões têm mais de 3.000 mm por ano. A lama é considerada um inimigo (especialmente em sistemas baseados a pasto, pois à medida que a lama é formada, significa que não há pasto e, portanto, que não há alimento) e há grandes investimentos por parte dos produtores para evitá-la. Os corredores e os acessos aos pastos, por exemplo, estão frequentemente em melhores condições do que a maioria das estradas de terra no Brasil.

Sistema de limpeza

Novamente uma enorme diferença com o resto do mundo aqui. A Nova Zelândia usa um sistema baseado em ácido para limpeza dos equipamentos. Algumas diferenças – o sistema de lavagem na maioria dos dias é rápido, levando cerca de 5-15 minutos para ser realizado. A lavagem ácida não é reciclada, passando somente uma vez pelo equipamento. O sistema usa grande volume de água quente, porém apenas uma vez ao dia. Os produtos são altamente concentrados e a temperatura é muito quente, em 80-85 graus. Nossa experiência nos mostra que a água precisa estar quente para limpar bem. Além disso, a Nova Zelândia frequentemente é fria, a água esfria muito mais rápido, de forma que nossa temperatura inicial precisa ser um pouco maior do que nos países tropicais.

Outra diferença importante, quase todas as plantas têm uma bomba a vácuo para lavar. Antes de estas bombas serem instaladas, os produtores precisavam limpar manualmente as linhas de ordenha com uma escova uma ou duas vezes por mês para manter bons resultados.

Apenas uma nota – eu não recomendo esse sistema para o Brasil. Os mesmos produtos não estão aqui, nem a maioria das fazendas no Brasil tem tamanhos corretos de caldeira. Eu recomendo que se lave manualmente a linha de ordenha regularmente se esta não limpar muito bem com o sistema automático.

 

 

Refrigeração

As leis neozelandesas referentes à refrigeração são as mesmas do Brasil, as fazendas precisam resfriar o leite até 4 graus em menos de três horas. A grande diferença é que todas as fazendas da Nova Zelândia, por lei, precisam ter uma placa de resfriamento. Essa resfria o leite de 37 graus para a temperatura ambiente (na maioria dos casos, cerca de 17 graus) instantaneamente. Um grande impulso para eficiência de energia e resfriamento.

 

Sistema de pagamento

A qualidade na Nova Zelândia é obrigatória. Se você não fornecer leite de qualidade, é penalizado ou tirado da cadeia de fornecimento. Uma típica tabela de pagamento referente à CBT está exemplificada abaixo. Uma tabela similar é usada por todas as companhias de lácteos. Elas escolheram adotar o mesmo sistema, de forma que as mesmas regras se aplicam a todos os produtores.
Alguns pontos sobre a tabela: 1 ponto demérito = 5% de penalidade no valor do volume do leite para esse lote, de forma que 20 pontos deméritos [1] = 100% de penalidade; Ao atingir 20 pontos deméritos seguidos = possível suspensão do fornecimento.

Em termos de frequência de testes, uma vez que a fazenda obtenha um ponto demérito, ela recebe testes diários até que o resultado esteja dentro do padrão novamente. O padrão mais difícil de cumprir é o dos termodúricos, pois é muito difícil ficar abaixo de 1.500 e requer vigilância constante. Assim, as fazendas não são comumente penalizadas pela CBT, porque a penalidade dos termodúricos normalmente vem antes.

 


Suporte à fazenda/Assistência Técnica

  • Treinamento


A assessoria técnica sobre qualidade do leite é passada às fazendas através de cursos padronizados de treinamento em todo o país (que são normalmente conduzidos pela QCONZ. A importância disso é que todos recebem o mesmo treinamento e os mesmos conselhos. Todo mundo canta a mesma canção.

 

  • Assistência técnica


Quando uma fazenda recebe uma penalidade, rapidamente ocorre uma visita técnica para resolver seu problema (que é normalmente conduzida pela QCONZ. Isso envolve uma inspeção completa na planta e uma revisão dos procedimentos de limpeza, manejo de ordenha, entre outras coisas. Se o problema persistir, então o consultor técnico retorna e coleta amostras de leite em vários locais na planta durante a ordenha para determinar como o leite está sendo contaminado e a fonte exata de contaminação (podemos determinar se é na refrigeração do leite, um problema de limpeza ou um problema no manejo de ordenha e, se for um problema de limpeza, podemos determinar a localização exata do depósito de resíduos de leite que está causando a contaminação). Nós também monitoramos a temperatura do processo de limpeza e o processo de refrigeração usando “etiquetas”.

Sobre o QCONZ (Quality Consultants of New Zealand)

A QCONZ é uma empresa de serviços que fornece treinamento, consultoria, assistência técnica e serviços de auditoria para a indústria de lácteos na Nova Zelândia, Austrália, Brasil, América do Sul e Ásia. No Brasil, o QCONZ inspeciona fazendas BPF para DPA e implementou o Sistema Mineiro de Qualidade do Leite (SMQL) em mais de 120 companhias de lácteos em Minas Gerais. A QCONZ também já realizou outros projetos para DPA, BRF, Itambé, Bela Vista, LBR, Unilever, Sebrae Minas, SENAR Minas, SECTS Minas, Emater Minas e Balde Cheio Rio, entre outras organizações líderes na indústria de lácteos.

CEO at QCONZ (Quality Consultants of New Zealand) America Latina

 

BERNARD WOODCOCK

CEO / Socio da QCONZ (Quality Consultants of New Zealand) America Latina.
e-mail: Bernard@qconz.com.br

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BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2021

Genecio - a lavagem ácida é recommendada com água fria aqui porque a lavagem quente é com Alcalino. Não é necessário ter duas lavagens quentes.



Sobre o pré-dipping e lavagem dos tetos -  na NZ lavamos com as mãos (tetos sujos e secos), ou com agua (tetos sujos e molhados) ou nada (tetos limpos ou levamente sujo e seco). Nos temos o melhor resultado do mundo, então para nós o sistema funciona bem. Lembrando que temos piquetes bem mantidos (pasto limpo com drenagem etc,), infraestrutura (instalações modernas, corredores, acessos, água quente etc), manutenção dos equipamentos (troca de teteiras etc), um bom sistema de limpeza, resfriamento rápido e um sistema de pagamento / monitoramento / treinamento e assitência técnica padronizada. Uma pesquisa que eu li (da Irlanda onde 50% dos produtores não usam pré-dipping) com 400 fazendas - os fatores que determinaram bons resultados com CBT  - infraestrutura moderna, troca das teiteras, disponibilidade de água quente, higiene da fazenda (piquetes e/ou instalações mantendo limpos) e desinfeção dos tetos DEPOIS a ordenha. No Brasil, vejo muitas fazendas que precisam pré-dipping mesmo, com instalações etc. bem precárias.
JOACIR JOSÉ BONAVIGO

SÃO JOSÉ DO CEDRO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/10/2018

Bom dia Amigos.
Qual a eficiência do ácido fosfórico nos Pós Dipping. Estou acostumado a utilizar O ácido Lático. Tem dado bons resultados. Minha dúvida é o ácido Fosfórico.qual sua eficácia?
SERGIO BRAZ

MATEUS LEME - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/06/2013

Sr. Bernie. Desculpe minha ignorancia, mais gostaria de saber se pode me esclarecer algumas dúvidas.  O Detergente alcalino clorado e para limpar gorduras, proteinas e tem efeito germicida certo? O Detergente ácido seria para limpeza das chamadas pedras de leite, ou minerais?  é isso?  Pois bem. Gostaria de entender melhor o porque de usar o detergente alcalino e depois o clorado como é nosso costume.   E no caso do processo usado por vc,s na Nova Zelandia, como o detergente ácido consegue fazer a limpeza sozinho, seria devido a formula mais concentrada? pelo tipo de ácido ou pela temperatura? Poderia me ajudar a entender melhor como cada um atua no processo.  Acredito que o melhor caminho para se optar por qualquer dos sistemas e entender como cada produto atua e o resultado a ser esperado . Obrigado.
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/06/2013

Sr Bernie - Olá!  Muito obrigado pela informações, não sei te dizer agora qual desse ácidos compõem os produtos que compro, mas te afirmo que são todas de marcas nacionalmente conhecidas, sim as mais conhecidas e famosas. Neste dia de campo que participei no ultimo sábado, comentei com um produtor, que  é zootecnista, a questão de usar o ácido com água quente, ele me disse: Não pode, pois o ácido evapora. Bem, estou convencido, agora vou questionar os fornecedores. Muito obrigad
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 11/06/2013

Opino que el uso de productos de limpieza acidos formulados, no puros, no deberia presentar ningun problema en las instalaciones, siempre que se use entre los 50 y 65 C **ver instrucciones del fabricante** y el producto de limpieza formulado, cumple la funcion de pasivar o pulir el acero inoxidable de las instalaciones, con lo que la grasa y la proteina se *pegan* menos sobre la superficie. No debemos olvidarnos que aunque los aceros sean sanitarios, tienen una proporcion de carbono, que con temperatura adhiere grasas y proteinas, ademas hay que ver la calidad del agua que utilizamos, la cantidad de sales que contiene, y la forma que tampona al producto de limpieza. Por eso es interesante la limpieza acida dos o tres veces a la semana. En cuanto al yodo como sanitizante  o post dipping, concuerdo que es de los mejores. El uso de yodo como sanitizante en equipos hay que tener la precaucion de haber hecho una buena limpieza, porque si han quedado restos de grasas, las superficies se manchan, y no es facil sacarlas posteriormente.
BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/06/2013

Genecio - bom dia! Eu não sei se é verdade que o ácido no Brasil tem problemas de vaporização com temperaturas de 65 - 80°C. O ponto de ebulição de ácido sulfúrico é 337 °C, ácido fosfórico é 158 °C. Nós usamos esses na NZ e não temos problemas.  O ponto de ebulição de ácido nítrico é 83 °C, então talvez a vaporização aconteça com temperaturas mais altas com esse ácido. Realmente não sei, mas a minha recomendação é sempre seguir as instruções do fabricante.



Michel - eu pessoalmente gosto do iodo. Em minha opinião ainda não existe nenhum produto igual. Recomendo 5.000ppm, com 10-15% glicerina.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 10/06/2013

Caro Bernard,



Quanto a usar ou não pré-dipping não é mais a questão. No entanto, na discussão mencionou-se o uso de um bom pós-dipping como forma de controle mais efetivo de mastite que o uso ou não do pré-dipping.

Nas condições brasileiras qual produto (principio ativo) para uso em pós-dipping tu consideras o mais eficaz na desinfecção e proteção da glandula mamária?



Abraço



Michel Kazanowski
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/06/2013

Bom dia Sr. Bernie! Aqui a orientação de usar ácido com agua fria deve-se também ao fato do ácido evaporar com agua quente. Certo? Não? Bem é a orientação que me passam, a não ser que tenha no mercado algum ácido que pode ser usado com agua quente. No ultimo sabado, dia 08/06/2013, participei de um dia de campo, onde um técnico disse que o único ácido do mercado que não evapora é da sua empresa. Ah! agora ja sei onde comprar. Temos dezenas de fornecedores de ácido e só o dele que não evapora? Na NZ a orientação técnica é padronizada e portanto as mesmas informações para todos, isto deveriamos copiar deles. Obrigado, Genecio Feuser.
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/06/2013

Caro Bernard



Na região onde atuo (Sudoeste de Goiás) o que mais presenciamos são instalações inadequadas para produção de leite. Barro próximo ao curral, esterco, sujeira, problemas sérios com qualidade de água utilizada na limpeza dos equipamentos são comuns.



Em condições como essas descritas acima observei um acontecimento curioso. Recentemente um colega técnico que atua no setor de suporte à produção leiteira em propriedades que fornecem leite para a DPA/Nestlé realizou uma visita técnica à Nova Zelândia e em seu retorno ao Brasil começou a recomendar que o pré dipping não era algo necessário na maioria das propriedades.



Várias fazendas leiteiras pararam de realizar pré dipping, pois na visão de curto prazo isso  provocaria redução de custos.

Uma dessas propriedades eu atendo há mais de 2 anos e tenho os dados de qualidade do leite arquivados mês a mês. Fui radicalmente contra a não realização do pré dipping pois conheço bem os desafios da fazenda em relação a estrutura de piquetes e instalações. Entretanto, avisei o proprietário que haveria problemas e ele optou por não realizar o pré dipping. Continuaria usando o pós dipping e realizando os demais procedimentos de higienização da máquina como antes, mas retiraria da rotina de ordenha o pré dipping.

Observamos que a não realização de pré dipping provocou aumento da CBT de uma média de 3 a 5 mil UFC por ml para 15 a 30 mil UFC por ml de leite.

Os casos de mastite no rebanho aumentaram de 0-1 caso por dia para 2-4 casos por dia. A CCS aumentou de 150 a 180 mil células por ml para 300.000 células por ml. E isso em uma fazenda com rebanho de pouco mais de 120 vacas em lactação.



Dentro de 20 dias sem realizar pré dipping estávamos com 8 vacas em tratamento para mastite, sendo que nos 60 dias anteriores havíamos medicado apenas 2 vacas.



Observando os dados o produtor voltou a utilizar o pré dipping e agora, 5 meses após o ocorrido, os nossos dados de qualidade do leite voltaram aos índices anteriores. CCS em torno de 180 a 200.000 células por ml, CBT aproximadamente 3-5 mil UFC por ml. Nenhuma vaca em tratamento nos últimos 15 dias.



Prejuízo sobrou para o produtor.



Isso é o reflexo de tentar implantar uma recomendação em local onde há outros parâmetros complicadores a serem corrigidos primeiro. E esse é o pior problema dos técnicos que atuam no campo. Têm que saber se a tecnologia será viável na propriedade em questão, pois cada fazenda tem seus desafios próprios.



Sucesso a todos
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/06/2013

Bernie,



Isto significa que as vacas neozelandesas também se sujam, não é mesmo? Significa que barro sempre existe onde tiver a mistura de terra e água, não é? Para mim não é de espantar quando você diz que os corredores das vacas da NZ  são melhores que muitas estradas brasileiras, afinal um corredor por onde passam mais de 500 vacas por dia tem que ser praticamente uma base para asfalto, do contrario as vacas não tem como passa nos dias de chuva, é mais facil manter uma estrada por onde passam caminhões carregados que manter um corredor onde passam centenas de vacas. Não é que eu duvide do resultado das analises do leite neozelandês, o problema é que uma imagem vale por mil palavras. Por isto eu reafirmo meu primeiro cometário: tem países que investem em pesquisa e trabalho e outros em marketing.
BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/06/2013

Ronaldo,

Quando os tetos estão sujos assim como na foto do Eric, a recomendação é realmente limpar e secar....na prática alguns produtores  observam que se não limparem e secarem  corretamente, você terá piores resultados que se não limpar e secar, ou seja, ou faz muito bem ou melhor não fazer nada. Então, alguns produtores optam por não fazer nada.... mesmo assim, estes produtores normalmente conseguem bons resultados. É importante notar que a foto não está mostrando o que acontece no dia a dia, é uma exceção, se estiver  assim todos os dias não teria bons resultados, por isso tem o investimento na infraestrutura, piquetes etc. Outra coisa - eles estão ordenhando num carrossel, e o carrossel não para e gira rápido, então tem que colocar os conjuntos rápidos, e limpar e secar os tetos significaria para eles mais uma ou duas pessoas trabalhando...
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/06/2013

Bernie,



Como você explica a foto postada pelo Eric?
GENECIO FEUSER

PARANAVAÍ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/05/2013

Olá! Porque no Brasil a lavagem ácida é recomendada com agua fria ou levemente morna?

A falta de consenso na eficiência do pré-dipping, precisa ser mais estuda no Brasil, ainda que haja divergência, a eliminação do pré-dipping aumentara a produtividade do ordenhador.

Ainda que as vacas, aqui, na Nz ou em qualquer lugar, durmam nas pastagens, piquetes "limpos" e macios, elas urinam, defecam e ao deitar, várias vacas acabam sujando os tetos, como fica isso sem a devida limpeza antes da ordenha e sem pré-dipping?

Muito obrigado.



Genecio Feuser
BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/05/2013

Obrigado Sergio,  o uso do pré-dipping é usado, mas bem longe de 100% das fazendas na Argentina, Chile, Uruguai e Europa. Na Nova Zelândia e Austrália é pouco usado. Nos EUA o pré-dipping é bem usado, porém para controlar CCS e não CBT. Em todos os países o teste da caneca e o pós-dipping são bem recomendados. Boas observações sobre a importância do meio ambiente, a temperatura final da limpeza e a troca das mangueiras etc.



Eric - Bem vindo à minha terra! Espero que esteja gostando e aguentando o frio dos Canterbury Plains. Gostei do seu artigo sobre a genética kiwi.  Obrigado pela foto.
ERIC GANDHI SILVEIRA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/05/2013

Lendo o esse me lembrei dessa foto que tirei bem no meu primeior mês aqui na NZ. Lembro que fiquei horrorizado com a cena até ver a análise do leite... o Sr. woodcock revelou o segredo da baixa CBT do leite Kiwi.

Parabéns

SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/05/2013

En esta parte del centro sur de la Pcia de Cordoba, argentina, trabajando con un grupo de 8 tambos o unidades de produccion de leche, hemos logrado tener RTB menores de 10.000 ufc/ml, con diferentes tecnicas, algunos lavan los pezones antes del ordeño y lo secan, otro no lo hacen (todos hacen despunte y observacion de leche para ver coagulos) y llegan a iguales resultados. Creo que lo importante es que el rodeo lechero provenga de sitios (corrales y hechaderos) secos y aireados, para que no se le ppegue barro el los pezones. Tambien es importante que en los hechaderos o corrales, no haya resto de comida de varios dias en el suelo (silo, rollos, heno, etc), porque ha medida que pasan los dias ese material es una fuente de contaminacion, mas si se pega o adhiere en la ubre. Tambien este material incide en la mastitis de tipo ambiental. El lavado de los pezones puede llegar a cambiar, con la instalacion de lavado por espuma, que facilita la tarea del ordeñador, no todos los ordeñadores se acomodan al uso del pre dipping, mas alla de las ventajas que pueda tener, Si la mayoria opta por el post dipping, con soluciones en base a iodo y sustancias que mejoran la piel del pezon .En cuanto al lavado todos los dias se usa alcalino clorado y 2 a 3 veces a la semana un acido desincrustrante. Es importante que el agua este caliente, cuando el agua retorna a la batea de lavado su temperatura debe ser superior a 45 ºC, para que sea efectiva, y cuando se usa el agua de los recuperadores de calor de la unidad frigorifica, muchas veces esto no se logra y ahi si la maquina queda mal higienizada y como dicen mis amigos gallegos del ITL, un 99% limpio es un 1 % sucio, simple. Otra cosa que encontramos y que incide es el recambio de pezoneras y mangueras, dado que este es otro punto de leche con altos recuento de bacterias totales (RBT), y mas cuando las gomas usadas en pezoneras no tiene la calidad suficiente. Cuantas cosas nos depara la produccion de leche, todos los dias nos da la posibilidad de aprender algo nuevo, de mejorar. Suerte amigos
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/05/2013

Caro Bernard Woodcock



Excelente artigo e informações atualizadas.



Entretanto discordo da sua opinião a respeito de que o pré dipping é utilizado para reduzir a CCS. Várias publicações no Brasil (Marcos Veiga dos Santos)  e exterior (NMC) são enfáticas em demonstrar que o pré dipping é um fator chave para reduzir os casos de mastite ambiental (os trabalhos demonstram uma redução da ordem de 50%) e o pós dipping influencia mais nos casos de mastite contagiosa.



Estou ansioso pelo seu próximo artigo. Afinal percebo que os métodos de obtenção de leite com qualidade são um pouco diferentes entre a escola Americana (a qual obtive mais informações) e a neozelandesa. Sempre podemos aprender mais detalhes a respeito de um tema tão vasto.



Abraços e aguardo seu próximo artigo.
BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/05/2013

Estevão, vou tentar responder a sua pergunta no próxima artigo  - Controle de CCS na NZ.
CARLOS ROBERTO CONTI NAUMANN

CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/05/2013

É Ronaldo Gontijo, as suas colocações são extremamente pertinentes,se não vejamos,a qualidade média  de nosso leite é baixa porque será? Será porque o produtor não tem conhecimento que as bactérias fazem mau para o seu produto,que a sanitização dos equipamentos,assim como os cuidados básicos com seu rebanho é fundamental para o seu negócio,que as industrias não tem programas de educação continuada com seus parceiros,então eu acho que o produtor só faz as contas que se usar substancias para sanitizar os equipamentos gasta dinheiro e ocorre desgaste do próprio equipamento. Ex a questão a ser discutida com mais profundidade.
BERNARD WOODCOCK

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/05/2013

Prezados, 



Michel - Obrigado, na próxima seção vou escrever sobre o controle de CCS na Nova Zelandia.



Ronaldo - Boa, gostei seus comentários. E temos que lembrar sempre de não complicar, qualidade é simples. E quanto mais simples melhor.



Estevão - Concordo plenamente. Temos que avaliar com cautela os procedimentos antes de utilizá-los em nossa realidade, não dá para simplesmente parar de usar pré-dipping, nem começar usar ácido para lavar os equipamentos...



Sidney - O Brasil é bem mais complicado neste sentido, tem ordenha manual, balde ao pé e vários tipos de ordenhas mecânicas. Cada um tem seu sistema, mas, claro, os cuidados fundamentais são iguais - é preciso uma boa limpeza, um bom manejo e resfriamento rápido.



Eduardo - Obrigado, é um problema que eu vejo muito aqui. Há muitas contradições que só causam confusão no campo. Nova Zelândia é bem menor e mais organizada, então é mais fácil controlar isso.



José - Mão de obra é um grande desafio mesmo e eu só vejo a situação piorando. NZ até faz propaganda na televisão para atrair pessoas no ramo, e depois investe muito em treinamento. Também pagamos bem. Espero que um dia eu veja isso no Brasil.



Wagner - Obrigado, concordo. Quando cheguei aqui todo mundo achava que não seria possível ter bons resultados num país tropical. Hoje em dia tem milhares de produtores com baixo CBT, mesmo com o calor do Brasil. Também concordo -  um grande benefício do sistema de pastagem que temos lá é que os tetos são mais limpos e secos quando chegam na sala de ordenha.



Luis - Concordo 100%, é problemático no Brasil. Na NZ os equipamentos são fiscalizados no mínimo uma vez por ano (inclusive fiscalizamos se há troca das teiteras, manutenção etc). Novas instalações tem que ser aprovadas antes de construir. Também, nossos "expertos" tem que provar que são realmente "expertos".  Por exemplo: não se pode fazer manutenção de equipamento de ordenha sem completar um  curso intensivo de 2 semanas  (um curso que QCONZ ministra na NZ)



Edivaldo - Obrigado!



Carlos - Exatamente! Bons pontos.



Rafael - O Brasil está longe sim, mas lembre que 5 anos atrás quase ninguém pagava por qualidade em Minas Gerais. Agora, em muitas regiões, é difícil achar laticínios que não pagam por qualidade. Vai ser assim em Pernambuco em breve. Não tem outra saída.



Leandro - obrigado amigo!



Wildomar - Concordo, algumas indústrias podem fazer mais, mas faz o que está dentro de seu controle - procure empresas que valorizam seu produto de qualidade.



Sergio / Carlos - Esse é realmente um grande desafio para todo mundo.



Estevão - Eu achei o exemplo bom, demonstra que tem que tomar cuidado com seus procedimentos e seus produtos. Não me convenceu que o problema foi a falta de Pré-Dipping....



Mais um ponto - Só para esclarecer sobre o uso de pre-dipping. Este artigo é sobre controle da CBT e, no meu ponto de vista, pre-dipping é usado para o controle de CCS. No próximo artigo, vou escrever um pouco mais sobre o controle de CCS na NZ e explicar quando e por quê nós usamos pré-dipping e ao mesmo tempo também vou explicar quando não usamos e por quê. Por enquanto, quero dizer que eu não recomendo que todos os produtores parem de usar pré-dipping no Brasil, especialmente os produtores com confinamento ou semi confinamento.



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