Depois de lermos a matéria sobre a perspectiva do mercado lácteo global, é interessante também olharmos para trás para entendermos como chegamos até aqui. (Para ler a matéria Mercado lácteo global crescerá 2,5% anualmente nos próximos 10 anos, clique aqui.
Durante o World Dairy Summit em Parma, Itália, no mês passado, foram apresentados dados do IDF sobre o histórico da produção de leite mundial nos últimos 10 anos, e observamos que a taxa de crescimento anual (CAGR) de 2000 a 2010 foi de 2,1%.
Alguns países se destacam por sua produção como EUA e Índia, com produção em 2010 de 87.461 mil toneladas e 50.000 mil toneladas (considerando apenas o leite de vaca), respectivamente. Mas outros, pela sua evolução nesses anos, como a China com CAGR (´00 - ´10) de +15,6% e Equador, com +10%. Na China, a produção triplicou em 5 anos, mas de 2008 para cá, o ritmo de crescimento vem apresentando-se mais ameno, devido ao escândalo da melamina. E no Equador, a produção não manteve as mesmas taxas em 2009 e 2010.
Entre todos os continentes, as Américas foram os únicos que apresentaram taxa de crescimento positivo em todos os países. A América do sul totalizou um CAGR (´00 - ´10) de +3,6%, e América do Norte e Central com +1,4%. Dentro desse cenário, aparece o Brasil, com produção em 2010 de 31.401 mil toneladas, com taxa de crescimento anual (´00 - ´10) de +4,4%. Em 2010, o Brasil ocupou a posição número 5 no ranking dos maiores países produtores, logo atrás da Rússia com 31.895 mil toneladas.
Se fizermos uma comparação em números absolutos entre os países da maior relevância, nos últimos 10 anos, a China apresentou um aumento de produção de 325%, produzindo a mais em 2010, 27.336 mil toneladas do que produzia em 2000. Ou seja, a China produz a mais hoje o equivalente a toda produção da Oceania! O Brasil apresenta evolução no volume de 54%, semelhante ao aumento que a Índia teve, 52%. Outros países da América Latina, como Argentina e Uruguai, tiveram acréscimo de 5% e 37%, respectivamente, e por mais que tenha tido porcentagens de aumento diferentes, os dois países estão produzindo em torno de 500 mil toneladas a mais que produziam há 10 anos. Os EUA produzem hoje 11.457 mil toneladas a mais que em 2000, crescimento de 15%. A Nova Zelândia mantém um ritmo constante de crescimento e em 2010 soma 3810 mil toneladas as 13.333 que produzia anteriormente, com crescimento correspondente de 29%. Já a Austrália apresentou uma involução na produção, produzindo nos dia atuais valores inferiores ao que produzia há uma década, com diminuição da produção de -14%, ou seja, em 2010 produziu 1.487 mil toneladas a menos.
Mas mesmo considerando os altos e baixos durante essa década que passou, a taxa de crescimento do leite no mundo foi superior, fechando com saldo positivo. Muito próximo aliás, do número estimado por especialistas, que dizem que o mercado global de lácteos crescerá 2,5% por ano nos próximos 10 anos.