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Cepea: a atividade leiteira é sustentável no longo prazo?

VÁRIOS AUTORES

ESPAÇO ABERTO

EM 14/10/2011

3 MIN DE LEITURA

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O cálculo do Custo Operacional Total (COT) é uma forma de se avaliar se uma atividade é sustentável no longo prazo. Além do desembolso mensal do produtor (como gastos com insumos), o COT inclui também a depreciação da infra-estrutura da propriedade, de máquinas, implementos, animais de serviço, custos de reforma de pastagens e o pró-labore, que corresponde à retirada mensal do produtor. Ou seja, é o custo do produtor, que leva em consideração todo o desembolso necessário para que, no final da vida útil de cada item, ele possa renovar ou reinvestir na atividade, na forma de reposição de máquinas, reconstrução de instalações etc.

Nos painéis de custo de produção realizados pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) em 2010 nos principais estados produtores de leite (GO, MG, PR, RS, SC e SP), contatou-se que:

· na maioria das regiões, a receita do produtor superou o Custo Operacional Efetivo (COE), que diz respeito ao desembolso correntes do produtor;
· entretanto, a renda total da atividade foi, em média, 10% menor que o COT, não sendo, portanto, suficiente para cobri-lo.

O resultado dessa situação, destacam pesquisadores do Cepea, é o sucateamento dos bens de produção, ou seja, o produtor não consegue manter a capacidade produtiva da terra, reconstruir benfeitorias, renovar máquinas e equipamentos e manter o rebanho. Dessa forma, apesar de a atividade apresentar resultado econômico positivo no curto prazo, o balanço é negativo no médio e longo prazo.

Apesar disso, a pesquisadora Aline Ferro destaca assistência técnica de qualidade, que consiga aliar o conhecimento técnico-produtivo ao econômico, é possível que o produtor reverta essa situação. "Daí a importância de controlar os custos de produção da propriedade e seus índices zootécnicos", comenta.

De acordo com as informações coletados em campo, a pesquisadora infere que um dos principais problemas é a estruturação do rebanho, o que prejudica principalmente a reprodução. Segundo as pesquisas, o intervalo entre partos (IEP) de 14 meses e a idade ao primeiro parto (IPP) de 33 meses, médias dos indicadores obtidos em campo, estão mais altos que o considerado normal, 12 e 26 meses, respectivamente. Conforme as apurações, a proporção de vacas em lactação frente ao total de vacas está atualmente em 70%, quando deveria ser no mínimo de 83%. Problemas reprodutivos, por sua vez, são ocasionados principalmente pela alimentação deficiente.

Os indicadores de produtividade também são muito importantes, principalmente os que dizem respeito à produtividade por área, comenta Aline Ferro. Das regiões pesquisadas, as que estão nos três estados do Sul foram as que tiveram os melhores resultados quanto à produtividade por área, com média de 9.100 litros/ha/ano. Já Goiás, Minas Gerais e São Paulo ficaram com média de 2.300 litros/ha/ano. "O aumento da produtividade se faz necessário para que sejam diluídos os custos fixos como depreciação de benfeitorias, máquinas, forrageiras perenes, animais de serviço e o custo de oportunidade da terra" explica a pesquisadora.

Com base nos dados dos painéis, a equipe observou que as pastagens estão, em sua grande maioria, em algum nível de degradação. Somente 30% dos produtores fazem algum tipo de manutenção anual (controle de pragas e daninhas, calagem e adubação). Na média, o tempo de vida útil do pasto gira em torno de 13 anos, informa o Cepea. No entanto, como não é feita a manutenção adequada, cada vez mais as reformas estão sendo feitas num período menor, tornando-se inviável para o produtor economicamente. Nesse caso, medidas simples de manejo poderiam otimizar esse recurso e diminuir os custos com alimentação, sugerem os pesquisadores da equipe Leite/Cepea.

Na avaliação dos responsáveis por essa pesquisa, não há complicação para o produtor e/ou seus funcionários manter(em) anotadas as operações realizadas na propriedade e com o rebanho, os insumos e suas quantidades utilizadas bem como os custos dos produtos e das aplicações. Essa providência relativamente simples ajudaria o produtor a ter maior controle das atividades, dos gastos, ajudando-o a avaliar a eficiência das operações realizadas. "Com base nesses dados, seria possível direcionar a tomada de decisões de forma adequada e eficiente", comenta Aline Ferro. Nesse processo, completa, "fica clara a importância de se contar com mão-de-obra treinada, de modo que os funcionários saibam alocar os recursos existentes na propriedade adequadamente. Esse seria o caminho para se obter uma produção leiteira sustentável economicamente no longo prazo."

Observação: Essas análises constam da edição especial do Boletim do Leite nº 200.

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EDUARDO

CRUZEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/07/2012

Infelizmente dói saber que seu leite tem menos valor que uma dose de pinga

Você naõ é dono do seu leite porque nem preço você poem nele as cooperativa e que manda no seu leite isto é uma vergonha para o produtor.
DARLANI DE SOUZA PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/10/2011

Se o produtor não partir para um comércio pesado, ele não se  sustenta , o leite requer muito trato e empregados  qualificados,remédios etc, e o  pior, é vender e depois não receber.
JOSE ANTONIO RESENDE

CORONEL XAVIER CHAVES - MINAS GERAIS

EM 16/10/2011



Infelizmente, a conclusão dos pesquizadores já é conhecida na prática, pela maiorias dos produtores. Até quando suportaremos essa triste realidade que é o ponto.Resta-nos uma decisão pautada exclusivamente pela razão, levando-se em conta que no País do oportunismo barato, não há espaço para um sistema de produção de leite sustentável.
JOSÉ MANOEL DE OLIVEIRA MOURA

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/10/2011

Sinceramente, é inacreditável, que no Brasil não se consiga obter rentabilidade digna aos produtores de leite.

Enquanto que em vários países, inclusive na América do Sul a realidade seja outra, ou seja, eles conseguem viver muito bem só com a renda do leite.

Incrível não é mesmo.
HELIO JOSE REZENDE QUEIROZ

IPATINGA - MINAS GERAIS

EM 15/10/2011

Parabens Marcos!!! Pelo comentário, e por sua coragem. Fazer pesquisa é muito simples... Cada região do Brasil possui caracteristicas diferenciadas, e vc vender o leite la na roça por mizeros centavos e ver o mesmo leite custar  3 reais .. é muuuuuuito triste....Infelizmente os produtores não podem fazer greve ou suspender o fornecimento. Mas tomara que um dia a grande maioria do produtores possam mudar de atividade e quem sabe conseguir um resultado financeiro compátivel com o esforço dedicado à  sua atividade.
ODECIO ANTONIO LARA

GUAPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/10/2011

O Brasil precisa olhar malhor para o setor do agronegocio.


Principalmente a pecuaria de leite que somos na maioria pequenos.
IRAPOAN SILVA AGUIAR JUNIOR

PORTO FRANCO - MARANHÃO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/10/2011

Concordo com a pesquisa, tendo em vista que por meio da aplicação da metodologia do projeto Balde Cheio, podemos constatar que uma AT  bem conduzida e comprometida, pode sim trazer retorno financeiro ao produtor. Aqui podemos acompanhar e mensurar o resultados positivos, oriundos de uma gestão focada na atividade,  tanto no que se refere a dados financeiros quanto zootecnicos das propriedades acompanhadas.  
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/10/2011

Se o produtor fizer as contas, para valer, inclusive comparando com outras atividades, se tiver opções, vai acabar saindo do leite!

Se conseguir ter índices zootécnicos perfeitos, otimizar equipamentos e mão de obra, etc, vai perceber que com esta capacidade administrativa e de trabalho, terá melhor retorno em outras áreas.



Os pesquisadores deveriam se perguntar se o mau resultado é função de maus administradores ou vice e versa. Até onde uma atividade mal remunerada selecionou gente sem outras opções?



Isto não foi construído do dia para a noite, foram anos de cartéis, fraudes, etc. Quem sabe se as cabeças imediatistas se abrirem um pouco. Quem sabe se elas começarem a pensar no longo prazo? O problema é que, no Brasil, ainda de mentalidade e oportunidades coloniais, são os "espertos" de curto prazo que enchem os bolsos!
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/10/2011

O setor produtivo de leite é produtor de um commodity perecível mas concorre com UHT e Leite em pô que tem longa vida de prateleira permitindo sua importação de outros continentes.  Esse fato, anexo as politicas de subsídio nos países exportadores, criam uma situação em que o produtor brasileiro dificilmente irá conseguir sustentabilidade econômica.

Ainda temos a carga tributária brasileira para ajudar para garantir a falta de renda perene.  

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