Produto é o que fazemos no campo, na usina. Marca é o que construímos na mente dos consumidores.

Etanol é apenas um produto originado da cana de açúcar. Um produto que também pode ser feito de outras matérias primas. Etanol, se fosse um "brand", uma marca, atrai mais conexões com o negócio dos Estados Unidos do que com o álcool de cana de açúcar, nacional. A estratégia de marketing do negócio originado na cana de açúcar é muito maior, mais amplo e extraordinariamente mais "generoso", do que apenas "mais um combustível automotivo".

Etanol, como um produto, não poderia ser "alavancado" como sinônimo do universo de contribuições, valores e benefícios de toda a cultura canavieira. Tomamos a parte pelo todo. E, uma parte sujeita a ataques frontais e de flancos, que não protege, na gestão das percepções humanas; o ativo brasileiro da cana de açúcar.

O Brasil é o "açucareiro" do planeta. Cana de açúcar é energia de vida humana. Cana de açúcar é alimento. Cana de açúcar é possibilidade real de integração de milhões de pequenos produtores rurais nas faixas tropicais do globo. Cana de açúcar é "people to people - energy&food".

Cana de açúcar não é "um mar de cana". É lavoura diversificada na rotação das culturas. Cana de açúcar é resgate de áreas degradadas. Cana de açúcar é solução nova para os insumos industriais e químicos.

Cana de açúcar é uma "marca" gigantescamente superior a, apenas, um dos seus derivados : o etanol.

Marketing é "um pouquinho mais do que se vê": significa penetrar na invisibilidade das almas humanas. Cana de açúcar é ciência, educação, evolução, e humanismo.

A promoção de um produto não pode ser maior do que a construção dos valores percebidos da sua matriz geradora!

Aí está um belíssimo tema para um saudável debate setorial! " O Brasil é doce e o único pais do mundo que tem nome de árvore!". (Este artigo não é uma crítica. É uma sugestão de "correção de rota".)