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Barreiras ao Livre Mercado de Lácteos no Mercosul

ESPAÇO ABERTO

EM 08/09/2011

3 MIN DE LEITURA

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A Ania - Associação Nacional de Importadores de Alimentos e Bebidas - levantou alguns dados mostrando que a polêmica da importação de leite - em pauta no Congresso - tem um outro lado.

Segundo a Associação, a importação vinda da Argentina e Uruguai representa um impacto de apenas 1,31%, sem prejudicar os produtores nacional. Segundo Herculano Gonçalves Filho, presidente da Associação, a importação controla o preço do leite e puxa para cima a qualidade da produção brasileira. O leite, por ser um commoditie importante, precisa ter o preço estável porque a sua alta influencia até na alta da inflação.

Objetivo

Trazer para o campo técnico as questões que envolvem a livre comercialização de lácteos no MERCOSUL, avaliando os reais impactos ao produtor, consumidor e governo.


Análise de Mercado

O Brasil é hoje o 6° maior produtor de leite Mundial com um montante produzido em 2010 de aproximadamente 30 Bilhões de litros de leite (vide gráfico 1).

"Qualquer barreira ás importações de determinado produto causa efeitos diferenciados sobre indivíduos e regiões de um país (Da Silva, Orlando e Da Silva, Rogério)".

Temos de avaliar os impactos faz-se o uso da teoria tradicional do bem-estar, que desagrega a sociedade em consumidores, produtores e governo.

Em virtude da formação do MERCOSUL e da queda das barreiras ás importações, a perda dos consumidores foi reduzida drasticamente, sem que ocorresse qualquer modificação estrutural significativa no setor leiteiro. Contudo, a maior competição, certamente, resultou na melhoria na eficiência produtiva e talvez a ver com o grande deslocamento da produção nacional para as regiões do Triângulo Mineiro e Goiás, em busca de escala produtiva e da redução dos custos.

Um excelente exemplo dessa melhoria de competitividade foi a adoção da IN51 que colocou o nosso leite nos padrões de qualidade dos nossos vizinhos na Argentina e Uruguai.

Outro ponto importante foi a melhoria de nossas plantas industriais, buscando equipamentos modernos com baixos custos operacionais que melhoraram a competitividade e qualidade de nossos produtos lácteos.

Transferência inter-regionais de renda

Somente os maiores produtores de leite se beneficiam das barreiras impostas á importação do leite: MG, RS, SC, PR, GO, SP.

Por ser o maior produtor, Minas Gerais fica com 30% do ganho líquido da barreira.

Custos para os consumidores foram sempre maiores do que os benefícios.

Forte transferência inter-regional de renda, favorecendo os estados produtores (MG, RS, PR, SC, SP) contra os estados mais pobres (NO, NE).

Os estados que tem os maiores prejuízos são da Região Norte.

Impacto da importação na produção nacional

Volume de kg de Leite em Pó importado em 2010: 45 mil tons;
Volume de leite cru refrigerado produzido em 2010: 30 Bilhões de litros ;
Relação de kg de leite importado em litros de leite cru refrigerado: 394 milhões de litros;
Impacto na produção: 1,31%;

O leite em pó importado destina-se a transformadores e não chega ao Varejo. Esse leite em pó é usado na produção de sorvetes, chocolates, culinária, vitaminas em bares e restaurantes, tendo destaque no setor de Refeição Fora do Lar que cresce no Brasil e virtude do aumento de renda e inclusão social da Classe C e D.


Mercado Internacional (vide gráfico 2)

A forte demanda de importação, especialmente na Ásia, junto com a redução das ofertas, está por trás do aumento nos preços dos lácteos que começaram no último trimestre de 2010;

A produção de lácteos aumentará em 2% em 2011;

A forte demanda de importação impulsionará uma expansão de 5% no comércio mundial em 2011;


Dados de consumo: em litros/habitantes (vide gráfico 3)

O Consumo per capita brasileiro de lácteos ( 165 litros/habitante/ano) está abaixo do recomendado pela FAO ( 220 litros/habitante/ano). Temos um déficit de 15 Bilhões de litros de leite por ano.

Com o estímulo certo e com o aumento de renda da população podemos aumentar a nossa produção leiteira e garantir o consumo só com o mercado interno.

Conclusão

O mercado internacional de lácteos tem tendência de alta nos preços estimulados pela demanda da Ásia, que puxa a exportação da Argentina e Uruguai;

A barreira à importação reduz a busca de competitividade na produção de leite;
Estados com pouco investimento em tecnologia de produção leiteira são os maiores beneficiados pelo protecionismo;

Para alcançarmos o consumo per capita recomendado pela FAO, precisamos aumentar a nossa produção leiteira em 15 Bilhões de litros de leite.

O consumidor paga preços altos pelos lácteos, com o protecionismo estamos aumentando a distância para atingirmos o consumo per capita recomendado e principalmente nos estados com maior carência nutricional do Brasil.

Ao impacto do leite em pó importado é mínimo ( 1,31%) dentro da produção leiteira nacional, não justificando por si a argumentação a favor das barreiras á importação dos lácteos.

Dados estatísticos

Gráfico 1 - Produção Nacional de leite em Bilhões de litros:



Gráfico 2 - Importações de Leite em Pó Integral e Desnatado em kg:



Gráfico 3 - Dados de consumo: em litros/habitantes:

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/06/2012

Prezados Senhores: Esquece-se, o Senhor Herculano Gonçalves Filho, que, embora o leite importado não chegue (mesmo?) ao consumidor brasileiro, de forma direta, o seu ingresso promove um fenômeno segundo o qual o leite brasileiro deixa de ser comprado (ou o é pelos ínfimos valores que nós, os produtores, conhecemos) porque grande parte do setor industrial ocupa sua vaga com o produto alienígena (sorvetes, iorgutes, queijos, lasanhas, chocolates, requeijão, creme de leite, leite condensado, alimentos infantis...). O resultado é a quebradeira no setor primário (produtor) e  o enriquecimento das grandes indústrias (fato amplamente divulgado aqui mesmo, no MilkPoint).


Por outro lado, onde nós, os produtores mineiros, lucramos com as importações, se a desculpa que nos dão, de corriqueiro, é que o preço que nos pagam é devido, justamente, à entrade dele no mercado?


Quem está escondendo a verdade, neste caso?


Finalmente, se o consumo "per capita" interno está abaixo do desejado, a culpa é da própria indústria que, não seguindo os passos da cerveja, dos refrigerantes e do Big Mac (que serve, até mesmo, de parâmetro para os preços mundiais), deixa de lado - para economizar (rsrsrs) - a publicidade de seus produtos, fazendo com que fiquem esquecidos na prateleira. Por isso, é mais interessante para um criança tomar um litro de guaraná do que um de leite, afinal "irado, véio" é tomar coca-cola e, não, leite integral. E, dá-lhe obesidade, falta de saúde, problemas os mais diversos...


Como se vê, José Maurício Gomes, não é hora de "apagar" ne devolver a "lanterna de Diógenes" (rsrsrs).





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
JOSÉ MAURÍCIO GOMES

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2012

Ora ora até que enfim apareceu alguém defendendo a importação do leite dos hermanos ...Posso apagar a lanterna que emprestei do Diógenes (aquele grego que procurava um homem honesto à luz dia). Bem, somente o Presidente da ANIA para defender esta tese, mais ninguém!
EGON KELM

TUPARENDI - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2011

EGON KELM : produtor de leite com 130 vacas em lactaçao.


acompanho as noticias sobre produção de leite e vejo, que muitos tecnicos inclusive presidentes de associações se preocuparem com o assunto, mas falar de controle de preços mediante importações sem lembrar que os custos dos produtores ARGENTINOS eURUGUAIOS é muito diferente e muita ingenuidade.So para lembrar , os custos de produção de alimentos dos vizinhos e em torno de 50% mais baixo,(volumoso) insumos e sal mineral medicamentos pela metade  do preço . Gostaria que alguem levantasse estas questões no governo.  
MATOZALÉM CAMILO

ITUIUTABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/09/2011

Ilmo Sr. Herculano,


Logicamente que quem importa leite, vai defender seu lado e continuar a importar. O ilustre e competente Sr. presidente da Ania tem razão em defender o seu lado. Mas para os produtores de leite brasileiros todos estes argumentos colocados não são procedentes como verdade absoluta. Não deve ser apenas o produtor de leite o único responsável em fornecer alimento barato para atingir o consumo preconizado pela FAO. Os produtores têm a responsabilidade de produzir com qualidade ao menor custo possível, mas se sacrificar para competir injustamente com leite de outras regiões que protejem seus produtores, pode não ser muito interessante.



att,





Matozalém Camilo Neto


Educampo Ituiutaba MG


Med Veterinário

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