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A Pesquisa...

POR CRISTIANE CAROLINE ABADE

ESPAÇO ABERTO

EM 13/03/2013

2 MIN DE LEITURA

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A produção de leite, como atividade econômica alternativa para os assentamentos, foi estimulada pelas indústrias de laticínios a partir de 1997, e desde então essa atividade se torna cada vez mais presente nessas áreas (EMBRAPA, 2008).



No entanto, como os produtores de leite das áreas de assentamento são caracterizados como produtores individualizados, com baixa produção de seus rebanhos e, do ponto de vista financeiro, com recursos insuficientes para tecnificação, normalmente eles enfrentam grandes problemas para se adequarem às legislações e também para produzir leite de forma competitiva no mercado.


É bastante comum que esse produtores se juntem, por meio de tanques comunitários, para conseguirem maior competitividade através da entrega de maior volume de leite, porém sem uma assistência técnica eficiente é muito difícil alcançar uma boa rentabilidade nas propriedades, devido às falhas de manejo e consequentemente à baixa produção por animal.

No trabalho com extensão rural, o maior objetivo, acredito eu, é levar a pesquisa ao campo a fim de garantir melhorias na produção. Na bovinocultura leiteira esse trabalho é de extrema importância já que muitos produtores não têm acesso aos resultados mais recentes das pesquisas realizadas aqui no Brasil e lá fora também.


O fato da grande maioria das publicações, mesmo nacionais, estarem publicadas em inglês é uma das dificuldades, porém essa é a menor delas já que uma grande parte dos produtores de leite também não as utilizam, nem a internet... muito menos um computador... Aqueles que trabalham no campo sabem que é bastante comum as anotações em caderninhos e nos projetos em que trabalhei era comum também fixarmos quadros para que os produtores fizessem suas anotações.


Quando falamos de pesquisas sobre o bem-estar de vacas leiteiras, ainda temos mais um agravante. Muitos dos resultados das pesquisas internacionais não se encaixam à realidade desses pequenos produtores e, atualmente, a pesquisa aqui no Brasil também não é suficiente para dar suporte aos mesmos.

O desenvolvimento de pesquisas publicáveis e aplicáveis a esse tipo de produtor é de extrema importância para que haja algum avanço em questões de bem-estar e também de produção animal de tais áreas e encontrar uma forma de tornar tais resultados facilmente disponíveis seria o maior desafio da pesquisa na atualidade.


Atualmente 80% dos produtores brasileiros são pequenos e respondem por apenas 26% do volume produzido, enquanto 20% dos produtores são classificados como grandes e respondem por 74% da produção (EMBRAPA, 2011). No entanto esses pequenos produtores tem um grande potencial, muitas vezes pouco explorado, e, na minha opinião, enquadrar a pesquisa a essa realidade pode levar a grandes avanços ao campo, trazendo melhor qualidade de vida aos animais, além de melhorar também a qualidade de vida do produtor através do aumento da rentabilidade das propriedades.
 

CRISTIANE CAROLINE ABADE

Médica Veterinária formada pela UEM.
Mestre em Ciência Animal-UEL (Bem-Estar de bovinos de leite.)
Trabalhei no IAPAR em projetos de extensão para pequenos produtores.
Experiência no Brasil e exterior em reprodução e manejo de vacas leiteira

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CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 21/03/2013

Quanto a pergunta do Estevão, não tenho conhecimento de políticas como essas em outros países, muito menos em países de primeiro mundo.

Caso alguém tenha experiência no assunto e queira partilhar seria muito interessante.

Abraço
CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 21/03/2013

Muito obrigada Pedro!

No campo vemos que se produtor e técnico estão em harmonia ocorrem mudanças positivas... esse trabalho é muito gratificante pois se vê o desenvolvimento não só da atividade mas também da família, quando os lucros aumentam a qualidade de vida também aumenta =D

É fato que essas pequenas tem potencial, só é preciso encontrar a melhor forma de se abranger esses produtores.

Como o Érico citou, o maior problema de se fazer qualquer trabalho nessas áreas é o nível de instrução, normalmente baixo.

Quando o objetivo de se dar terra a uma família for de também instruí-la, para que ela tire de lá seu sustento e não achar que dar tudo na mão resolve o problema, veremos grande desenvolvimento no campo.

Abraço
ESTÊVÃO DOMINGOS DE OLIVEIRA

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/03/2013

Esse tipo de política de assentamentos já foi considerada eficiente em algum país que esteja enquadrado como sendo de primeiro mundo??
ÉRICO LUIZ

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/03/2013

O objetivo é subsistência por que o objetivo dos assentamentos é primeiramente erradicar a fome e o excedente será comercializado. O problema é que os assentados muitas vezes não tem acesso as técnicas de uma forma COMPREENSÍVEL, pois o interesse e o grau de escolaridade são agravantes as instruções dadas.
PEDRO RODOLFO NIELSEN FILHO

PALMAS - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 16/03/2013

Olá. Gostaria de dar meus comprimentos à autora e também aproveito para compartilhar que em minha região há um órgão de pesquisa e extensão rural (EPAGRI  de Canoinhas SC) onde os pesquisadores testam inúmeras pastagens analisando o seu potencial na região, e também alternativas de adubação, tive a oportunidade de conhecer algumas das propriedades que recebem o apoio técnico e posso dizer que a pesquisa é aplicada em pequenas propriedades leiteiras, que conseguiram melhorar e muito seus índices zootécnicos e também passaram a obter lucro com a atividade. Acredito (também) que as pequenas propriedades possuem alta capacidade de melhorar e aumentar a sua produção, porém isso dependerá da vontade do produtor e do técnico que devem trabalhar juntos.
CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 15/03/2013

Examente isso Michel... concordo com você!

enquanto a subsistência for o objetivo das políticas públicas não haverão grandes mudanças nessas áreas.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/03/2013

Conheço um assentamento aqui em Minas Gerais onde tudo que não existe é técnico e dinheiro. Os assentados estão deixados a própria sorte.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 15/03/2013

Cara Cristiane,



A forma de produção dos assentamentos que parece estar errada.

Pessoalmente considero que deveriam ser eleitas alternativas de produção as quais poderiam gerar renda e dar sustentabilidade aos assentados. Dentre duas ou tres opções de exploração deveria-se criar, antes de mais nada, um modelo de exploração, onde estivessem descritos as construções necessarias, os equipamentos, o numero de animais a adquirir e principalmente a capacidade de retorno e geração de renda que a atividade poderia proporcionar seguindo tal modelo. Exclusivamente os bancos deveriam liberar recursos para financiar tal projeto e os técnicos deveriam auxiliar os produtores a alcançarem os indices zootecnicos e economicos esperados. No limite, e acho que isso seria uma utopia, invés de produtores individuais houvessem condominios de produção diluindo os investimentos fixos da atividade e dividindo as tarefas da produção gerando em melhor gestão e melhor qualidade de vida aos mesmos.

Mas tudo isso não passa de idéias de um sonhador. Enquanto isso se ve caradas de dinheiro sendo derramados na mão dos produtores que não sabem no que gasta-lo, técnicos lucrando com intermediação de negócios, desvios de conduta de lideranças.

Ao invés de propor ações que gerem desenvolvimento o que as autoridades discutem é a subsistencia. Como se o produtor desejasse sobreviver apenas da agricultura.
CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 15/03/2013

Concordo com todos os seus questionamentos Michel.

Tudo que envolve o assunto é uma questão muito delicada. Não sei se você concorda comigo, mas na minha opinião grupos de produtores que recebem muitos subsídios não produzem de forma efetiva. É como se eles esperassem tudo vir a eles e aí, mesmo com a melhor assistência, o negócio não vai para a frente.

Concordo também que o trabalho de técnicos também não é suficiente se os produtores não quiserem mudanças, pois as mudanças no campo são difíceis de alcançar, principalmente nessa situação.

A continuidade de projetos é difícil e quando se deixa o produtor andar com as próprias pernas, alguns se perdem na produção...

O que eu defendo não é a questão do assentamento ou não... O que defendo são os pequenos produtores da agricultura familiar e como hoje muitos deles se encontram nessas áreas, esse texto se volta também aos assentamentos.

E a pesquisa a que me refiro é aquela que se encaixe a realidade desses pequenos produtores.

Na verdade o pequeno produtor da agricultura familiar precisa de suporte para andar sozinho e não de ganhar tudo na mão. Como diz o ditado: Não basta dar o peixe, tem que ensinar o povo a pescar.
SERGIO MOURAO DE MAGALHAES PINTO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS

EM 15/03/2013

Sou totalmente a favor do desenvolvimento produtivo, científico e tecnológico. Entretanto o mesmo deve ser acompanhado de uma política para o setor. O leite já é uma área com baixa lucratividade mesmo nas propriedades com alta tecnologia. Imagine se estimularmos um aumento da produção. Quebra todo mundo.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 14/03/2013

Cara Cristiane,



Qual a diferença de um produtor instalado em terreno oriundo de reforma agraria e um que adquiriu seu proprio terreno?

Essa história de que assentamentos precisam de subsidios infindáveis para viabilizar suas atividades vai consumir até quando nossos recursos de contribuintes?

Aqui está instalado o maior assentamento brasileiro, mais de 1100 famílias. Estes receberam do INCRA uma área de 12 ha. Esta area era de uma companhia que no seu ultimo ano de colheita produziu uma média de 175 sacas de milho e 58 de soja por ha (isso a 12 anos atrás). Nesse período além de receber tal área, inumeros subsidios foram cedidos aos mesmos, além de moradia, energia eletrica e outros itens de infra-estrutura, totalmente gratis.

Quanto a assistência técnica 11 técnicos atendiam os produtores até recentemente, quando venceu o contrato. A chamada publica tinha orçamento de mais de 1,5 milhoes para fomento. A pecuaria leiteira foi a atividade escolhida para desenvolvimento dos produtores.

Anos após serem assentados, com inumeros beneficios, com assistência técnica não há uma unica propiedade dentre tantas que se destaque. Palavra dos próprios assentados que lá estão. Onde está o problema então?

Será a falta de condições financeiras? Esta classe possui muito mais linhas de financiamento que a maioria dos produtores e com condições e facilidades maiores ainda.

Será a falta de informação? Os mesmos dispoe de muito mais técnicos e recursos disponíveis a ATER que qualquer produtor.

Serão os produtores? Quando resolvem ser assentados em um terreno qual é a intensão destas pessoas, qual seu perfil, capacidade gerencial para que alguem eleja para eles a atividade mais complexa do agronegocio como sua atividade principal?

Será a metodologia aplicada aos assentados que os mantem em constante dependencia de um ou outro orgão?

O problema da renda, da produtividade, do desenvolvimento dos assentamentos não está nada ligada a disposição de informação por parte da pesquisa. Inumeros são os exemplos de programas bem sucedidos desenvolvido pelas mesmas.

A questão dos assentamentos gera muito pano pra manga nessa discussão.
CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 14/03/2013

Boa tarde Paulo

Concordo com você que a produção de leite não seja a atividade mais fácil para se lidar em situações de assentamento, mas eu entendo o porque do estímulo à produção e também ao aumento dessa atividade nessas áreas.

O leite na grande maioria das vezes complementa renda para esses produtores e, como é pago periodicamente, quando inserido em sistemas de produção familiar é ele que sustenta os gastos diários da família. Os laticínios, por sua vez levam a vantagem sobre isso, eles pagam menos nesses casos, porque a produção é baixa e nem sempre a qualidade é a melhor.

No entanto, quando esses pequenos produtores tem o acesso a assistência técnica apropriada, o que vejo é que o leite passa de complemento de renda para atividade principal. Isso, na minha opinião, mostra que o leite é rentável sim em tais áreas e quando esses produtores se juntam e trabalham em grupo de forma organizada as vantagens são visíveis. Eles produzem mais, melhoram o preço do produto e ainda melhoram a qualidade de vida.

Essas áreas tem potencial de produção, mas a falta de instrução e acompanhamento é o que leva a situações tão críticas como a que vemos hoje em dia. Como você disse a transferência e a capacidade de assimilação são pontos críticos.

Quanto à pesquisa, o que me faz pensar que ela é importante para essa área é que 80% dos nossos produtores de leite são pequenos e ainda assim a produção deles é muito baixa, se conseguíssemos dar condições a esses produtores, muitas famílias se beneficiariam, além de que a produção nacional aumentaria bastante.

Também sinto falta de pesquisas, principalmente quanto ao bem-estar animal, para nossa realidade brasileira, os padrões internacionais nem sempre se aplicam ao nosso perfil.

Mas não basta pesquisar, na minha opinião, tem que se aplicar os resultados, comunicados técnicos ajudam mas são ações que levam ao desenvolvimento, projetos como o Balde Cheio, Educampo e Universidade Sem Fronteiras ou inciativas privadas, ao meu ver, são o caminho.
PAULO R. F. MÜHLBACH

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/03/2013

Em primeiro lugar, meus cumprimentos à autora pelo idealismo e desprendimento no auxílio ao pessoal mais necessitado, envolvido com produção leiteira.



Entretanto, confesso que estou estranhando esta iniciativa das indústrias de laticínios de estimularem uma atividade complexa, como  é a produção leiteira, em assentamentos.



Se já é difícil sustentar a produção em áreas não tão limitadas e manter um fomento em bacias leiteiras mais tradicionais e já consolidadas, com logística satisfatória, corpo técnico mais preparado,  acesso a financiamentos, etc., então não surpreendem as carências e limitações apontadas  no texto.



Na situação descrita, na minha opinião, a principal limitante não seria tanto a falta de pesquisa nacional adequada e a dificuldade de acesso  aos conteúdos da pesquisa  publicada no estrangeiro, porém o despreparo da mão de obra envolvida.



Com certeza, a informação básica necessária para o nível tecnológico realizável em assentamentos deve estar disponível nos  vários "comunicados técnicos" elaborados pela Embrapa, manuais do Senar, etc., já de certa data.



A questão maior envolve a transferência  e a capacidade de assimilação de  tais conhecimentos básicos.
CRISTIANE CAROLINE ABADE

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 13/03/2013

Muito obrigado Bruno.

Nosso país precisa dar suporte para a base da produção, lógico que os grandes produtores são importantes para o setor lácteo brasileiro mas os pequenos produtores têm um potencial enorme e projetos como os que você citou trazem muito progresso ao campo.

O dia que conseguirmos unir a pesquisa ao campo o Brasil mostrará o seu real potencial.
BRUNO VICENTE NADRUZ

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/03/2013

Palavras muito bem colocadas Cristiane!

É inacreditável o infinito número de pesquisas inaplicáveis aos produtores de leite que se multiplicam em nosso país. Muitas delas apenas para dar corpo aos curriculos e incremento aos salários de pesquisadores.

Projetos como o Balde Cheio, Educampo e empresas de consultoria privadas comprometidas tem feito a diferença no setor lácteo.

Problemas brasileiros, soluções brasileiras!!!!

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