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Dietas por Lote: o que pode contribuir?

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 01/09/2017

6 MIN DE LEITURA

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Por
Thaila Moura – Trainne de Formulação
Beatriz C Venturelli – Gerente Técnica de Ruminantes


Com os crescentes desafios na bovinocultura de leite e a busca pela eficiência na produção, é indispensável a separação de vacas leiteiras por lote, de maneira que aumente a precisão no fornecimento de nutrientes para os animais, facilite o manejo e atenda as exigências nutricionais de cada grupo.

O consumo de matéria seca (CMS) é o fator prioritário que influencia a produção de leite e mudança da condição corporal durante a lactação. Consequentemente, a estratégia de agrupamento e o comportamento alimentar definido pelo consumo de matéria seca causa impacto na produtividade, bem-estar e saúde das vacas de leite e rentabilidade da fazenda. (Grant et al., 2001).

Para obter vantagens com o agrupamento nutricional é importante conhecer a variação do rebanho e adequá-los as condições da propriedade e quando se pretende agrupar os animais deve-se usar um critério que torne os grupos o mais homogêneo possível, de modo que não faltem nem sobrem nutrientes. Dessa forma, as operações gerais na propriedade ficam mais fáceis, já que os grupos se tornam uniformes.

McGilliard et al. (1983) desenvolveu um método de agrupamento baseado nos requerimentos de proteína e energia das diferentes fases das vacas. Esse método foi comparado com outras formas de agrupamento como produção de leite, leite corrigido por gordura e mérito leiteiro e mostrou ser o mais efetivo. St-Pierre e Thraen (1999) obtiveram o resultado que o agrupamento por proteína e energia foi o mais homogêneo que o agrupamento por produção de leite.

Desta forma, os lotes permitem que vacas de menor exigência tenham acesso às dietas com menor densidade energético-proteica, consequentemente de menor custo. Já o grupo de maior exigência poderá ser alimentado com dietas de altas concentrações de energia e proteína para satisfazer suas altas demandas nutricionais diárias atendendo a fisiologia da mesma.

Esse manejo permite também melhor uniformidade na produção de leite entre os animais do grupo, facilitando operações de ordenha, além disso, facilita o manejo reprodutivo como a detecção do estro, uma vez que as vacas de um grupo estarão com status reprodutivo semelhante.

Os principais grupos em relação à exigência nutricional são:

Vacas na Transição

Nesse período, onde compreende o intervalo entre as três últimas semanas antes do parto e as três primeiras semanas pós-parto, a transição é marcada pela mudança de um estado não lactante para lactante. Nessa fase os animais apresentam uma alta demanda de nutrientes de acordo com Bell et al. (1995).

As três últimas semanas para a parição é a primeira parte do período de transição e com o aumento no tamanho do bezerro no útero, e consequentemente um menor espaço abdominal, inicia o declínio na ingestão de matéria seca, sendo esta queda mais acentuada na semana final de gestação. Nesta fase, trabalhamos com uma exigência diferenciada de macrominerais e vitaminas com foco de evitar distúrbios metabólicos e as formulações tem a tendência de concentrar os nutrientes por causa da diminuição do consumo de matéria seca.

O pós-parto, a segunda parte do período de transição, possuí exigências metabólicas maiores com a produção de colostro, o início da produção de leite e o aumento no metabolismo para a produção de leite com elevação do fluxo sanguíneo. A ingestão de matéria seca não é suficiente para atender as necessidades nutricionais por isso ocorre balanço energético negativo (Figura 1.) e perda de escore de condição corporal (ECC). Para esta fase é importante fazer uma nutrição específica para atender à exigência energética desse período e garantir uma boa ingestão de fibras mantendo a saúde ruminal.


Figura 1. Balanço energético de vacas na fase de produção.

Lactação

No período de lactação o animal apresenta maior consumo, é a fase mais extensa da produção leiteira. Nesta fase, verificamos a divisão em 3 lote , sendo estes classificados genericamente como de alta, média e baixa produção, mas essa separação não deve levar em conta apenas a produção de leite e sim outros índices zootécnicos como dias em lactação (DEL) e ECC. Algumas propriedades fazem uma separação maior, por exemplo, separando novilhas (primíparas) de vacas (multíparas) no pós-parto ou lotes “problema” como vacas que estão recebendo antibióticos e devem descartar o leite ou vacas atrasadas em relação ao desempenho reprodutivo e por isso demandam protocolos reprodutivos.

Contrera-Govea et al., (2015) realizou um levantamento nos estados de Michigan e Wisconsin (EUA), para quantificar a proporção de fazendas que faziam dietas únicas ou várias dietas de acordo com o agrupamento. No Wisconsin, o levantamento foi realizado com fazendas de mais de 200 vacas em lactação e em Michigan, o levantamento foi feito com fazendas de diversos tamanhos.

O resultado obtido mostrou ser predominante a utilização de mais de uma dieta nos dois estados, 63% em Wisconsin e 76% em Michigan para fazendas maiores de 200 vacas em lactação. Estas fazendas utilizam o processo de agrupamento por lotes de acordo com a produção de leite, fase de lactação ou ECC. A utilização de dieta única foi predominante em fazendas menores de 200 vacas em lactação visitadas no estado de Michigan e as justificativas levantadas foram “manter o sistema mais simples” e “o problema de queda de leite quando os animais são migrados de grupo”. Desta forma, a facilidade de manejo e mão-de-obra são fatores limitantes para utilização de várias dietas nas propriedades menores de 200 vacas em lactação.

O agrupamento em lotes no período de lactação serve como estratégia de manejo para alcançar e manter a maior produção de leite, além de adequação de ECC sem excessos para a próxima lactação. Desta forma conseguimos garantir uma eficiência produtiva e alimentar pelo menor custo da propriedade.

Final da Lactação

O manejo adotado no final da lactação deve preparar o animal para a secagem, fornecendo alimentos com maior concentração de fibras e menor volume de concentrado, mantendo apenas as necessidades fisiológicas do animal.

A divisão em lotes deve não somente visa diminuir as variações dentro de um mesmo lote e aumentar a variação entre os mesmos. Um lote mais homogêneo faz com que a formulação das dietas seja facilitada e diminui a excreção de nutrientes, reduzindo o desperdício e o impacto ambiental.

A Equipe Técnica de Ruminantes da Poli-Nutri é formada por profissionais da área de Zootecnia e Medicina Veterinária que estão preparados para auxiliar os produtores nesse agrupamento e nas dietas por fases tornando a fazenda mais eficiente.

Saiba mais entrando em contato conosco pelo box abaixo:


Referências

BELL, A.W. Regulation of organic nutrient metabolism during transition from late pregnacy to early lactation. J. Anim Sci., v.73, p.2820-2833, 1995.

CONTRERAS-GOVEA, F.E. ,CABRERA, V.E., ARMENTANO, L.E., et al. Constraints for nutritional grouping in Wisconsin and Michigan dairy farms. J. Dairy Sci. 98 :1336–1344. 2015.

GRANT, R.J.; ALBRIGHT, J.L. Effect of Animal Grouping on Feeding Behavior and Intake of Dairy Cattle. J. Dairy Sci. 84(E. Suppl.):E156-E163, 2001.

MCGILLIARD, M. L., J. M. SWISHER, AND R. E. JAMES. Grouping lactating cows by nutritional requirements for feeding. J. Dairy Sci. 66:1084–1093. 1983

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington, DC: National Academy Press, 2001. 381p.

ST-PIERRE, N. R., THRAEN, C. S. Thraen. Animal grouping strategies, sources of variation, and economic factors affecting nutrient balance on dairy farms. J. Dairy Sci. 77(Suppl. 2):72-83. 1999.
 

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