Além deles, Francisco Cavalcanti Pereira, da região de Jequié, na Bahia, nos contará sobre suas experiências com o uso da palma forrageira sob pastejo. Pereira explica de onde buscou a inspiração para implantar o pastejo de palma: “visitei Paulo Amaral, tradicional produtor de leite de Alagoas, que estava colocando novilhas para pastejar dentro de um palmal, justamente pela escassez da mão de obra. Achei ótimo. Em 2012, fui a Itapetinga – BA, onde um colega estava fazendo a mesma coisa, já com algumas melhorias. Plantamos aqui 4,2 ha em uma propriedade. Tenho muitas perguntas que ainda precisam ser respondidas, mas estou muito satisfeito com o resultado e estou implantando nas propriedades que presto assistência”, explica.
Confira o vídeo de animais em pastejo direto na palma:
A palma forrageiras e apresenta como uma ótima opção de alimento para os rebanhos. Em função da suas características anatômica, morfológica, fisiológica e bioquímica, apresenta adaptabilidade às regiões de clima mais seco e baixa disponibilidade hídrica, realidade esta do semiárido nordestino.
O Nordeste do Brasil é a região onde se concentra a maior área de cultivo de palma forrageira do mundo. A palma é uma cactácea que apresenta metabolismo fotossintético MAC (metabolismo ácido das crassuláceas), o qual garante maior eficiência no uso da água, quando comparado às gramíneas e leguminosas. Para se obter altas produtividades em sequeiro, o seu cultivo, contudo, requer áreas com temperaturas noturnas entre 15 e 20 ºC, pois temperaturas mais elevadas limitam seu crescimento, pois, devido ao metabolismo MAC, a palma abre seus estômatos durante a noite. Já com o uso da irrigação, é possível cultivar a palma em praticamente todo o Nordeste.
Até a década de 60, a palma forrageira era utilizada como alimento estratégico, ou seja, apenas nos períodos de estiagem, fato que ainda acontece no Sertão do Nordeste. Contudo, atualmente, nas bacias leiteiras de vários estados do Nordeste, sobretudo Alagoas e Pernambuco, a palma forrageira se tornou a base da alimentação dos rebanhos leiteiros.
Em outros estados, até então com pouca tradição no cultivo da palma, como Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Paraíba, vem ampliando as áreas de plantio. Isso evidencia cada vez mais que a palma forrageira é uma das excelentes alternativas para alimentar os rebanhos bovinos, ovinos e caprinos na região nordeste.
Sobre o Interleite Nordeste
O Interleite Nordeste acontece nos dias 05 e 06 de novembro em Salvador/BA. O evento tem a realização do MilkPoint, com co-realização do Sindileite/BA e da Leite & Negócios do Ceará, com patrocínio Diamante especial do Sebrae/BA e FIEB; patrocínio Diamante da ADECE, In Vitro e Nutron, patrocínio platina do Banco do Nordeste, Bayer, DSM Tortuga,Icofort e Reafrio, e apoio da EBDA, Revista Leite Integral, Feed&Food, Mundo do Leite, Balde Branco, Inforleite e Rehagro.
Para ver a programação completa do evento e fazer sua inscrição, acesse: www.interleite.com.br/nordeste. As inscrições estão com preço promocional até 15/10.