Tornar a fazenda leiteira mais produtiva e, consequentemente, mais rentável, é o principal objetivo de qualquer produtor. Mas, essa eficiência só é alcançada quando se conhece e aplica corretamente todas as tecnologias disponíveis.
O fator de maior impacto no custo em sistemas intensivos de produção de leite é a alimentação, que pode determinar o sucesso ou fracasso da atividade. Dessa forma, o conceito da Nutrição de Precisão é fundamental para se conseguir produzir leite de forma sustentável.
Alexandre Pedroso é PhD em Ciência Animal e Pastagens, com Pós-Doutorado em Nutrição de Ruminantes e atua como consultor associado da Cowtech Consultoria e Planejamento. Ele será um dos palestrantes do que acontecerá nos dias 18 e 19 de junho, no Recanto Cataratas, em Foz do Iguaçu/PR.
O MilkPoint realizou uma entrevista com o consultor. Confira!
MilkPoint: Quais são os desafios que os produtores enfrentam no manejo da alimentação de bovinos leiteiros?
Alexandre Pedroso: São vários, mas os principais são quebrar paradigmas há muito tempo arraigados no senso comum de diversos produtores e técnicos, como por exemplo, aceitar o fato de que proteína bruta não tem relevância quando se avalia uma dieta para vacas leiteiras. Há muito a se avançar também nas práticas de manejo da alimentação para evitar desperdícios na utilização de alimentos nas fazendas. Outro ponto crítico é adotar como rotina a análise bromatológica completa dos alimentos utilizados nas formulações, especialmente de volumosos.
MP: Quais foram os principais avanços na nutrição dos bovinos leiteiros nos últimos anos?
AP: Além do desenvolvimento de diversos aditivos que melhoram o desempenho dos animais e podem também ajudar a melhorar a eficiência de uso dos alimentos, entendo que os avanços em nutrição proteica de vacas leiteiras foram fundamentais para que possamos formular dietas mais eficientes e muitas vezes mais baratas. Destaco nesse ponto o enfoque na avaliação de dietas com base na disponibilidade de proteína metabolizável e não mais no teor de proteína bruta, e também o avanço no conhecimento a respeito do balanceamento de aminoácidos para vacas leiteiras.
MP: Há um mito na nutrição de vacas leiteiras especializadas de que somente é possível ser eficiente e ter lucratividade se trabalharmos volumosos nobres como silagem de milho ou pastagens de alto valor nutritivo. No entanto essa não é a realidade de muitas fazendas produtoras do Brasil. Você concorda com esse conceito?
AP: Sem dúvida, se o volumoso for de alta qualidade é muito mais fácil alcançar alta eficiência alimentar em vacas leiteiras, mas também é possível formular dietas eficientes e lucrativas com volumosos menos nobres como a cana-de-açúcar, por exemplo. É tudo uma questão de como se trabalha com a formulação propriamente dita, e também com o manejo da alimentação.
MP: O senhor pode enumerar os 5 principais passos (cuidados/dicas) em relação ao manejo nutricional, classificados em ordem de importância?
AP: 1. Utilizar alimentos de alta qualidade;
2. Conhecer a composição dos alimentos;
3. Utilizar um modelo nutricional robusto para avaliar e formular dietas.;
4. Adotar práticas de manejo da alimentação que possibilitem a máxima ingestão de nutrientes pelas vacas, de acordo com a recomendação do nutricionista.
5. Cuidar do conforto das vacas.
MP: Qual será o carro chefe na nutrição do gado leiteiros nos próximos anos?
AP: Acredito que vamos evoluir muito mais em nutrição proteica. O novo NRC vai apresentar mudanças profundas em relação ao modelo de 2001, especialmente no quesito proteína. O entendimento do papel de cada aminoácido específico no metabolismo da vaca e da glândula mamária vão nos dar uma perspectiva totalmente nova para balancear dietas. E acho que novos processos de análise de alimentos, bem como novos parâmetros para avaliação de algumas entidades nutricionais, também nos possibilitarão maior eficiência na formulação de dietas.
Durante a sua palestra no Alexandre Pedroso mostrará casos reais da pecuária leiteira do Sul do Brasil. Para saber mais sobre o assunto participe!
O evento é organizado pelo MilkPoint, com a co-realização da Ceres Qualidade e do programa Oeste em Desenvolvimento. Conta também com o patrocínio diamante especial do Sebrae e da Itaipu Binacional; com o patrocínio diamante da Vallee; com o patrocínio platina da Adisseo, Agroceres Multimix, Bayer, Itambé, Casale e Vetoquinol; e com a participação da Inabor e CRV Lagoa. Possui ainda o apoio da FAEP/Senar, Cooperideal, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), UDC Centro Universitário, Parque Tecnológico Itaipu, FIEP, AMOP, Caciopar, APCBRH, Embrapa, Emater, Sindvet, dos jornais Folha Agrícola e O Presente Rural e das Revistas Feed & Food, Leite Integral, Mundo do Leite, Inforleite, Balde Branco e da Revista SindRural.
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