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Fatores a serem considerados na produção e formação de preços de fêmeas F1 leiteiras (Holandês x Zebu)

POR BRENO DALLA MAESTRI

ESPAÇO ABERTO

EM 19/06/2008

4 MIN DE LEITURA

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Todo produto de uma empresa visa atender a demanda do mercado. Quando se trabalha com demanda reprimida, há tendência de melhor remuneração pelos produtos ofertados. Na cadeia produtiva do leite, historicamente, há baixa oferta de fêmeas leiteiras a serem usadas na reposição, pois os rebanhos produtivos muitas vezes são manejados segundo o dito popular "vaca preta x boi branco", forçando seus produtores buscarem a reposição no mercado de venda de "vacas leiteiras" (muitas vezes de qualidade genética e sanitária questionável).

Na formação de custos, em todos os negócios, deve-se considerar o custo de oportunidade. Em rebanhos de corte pode-se comparar a lucratividade obtida com a produção de bezerros e bezerras "brancas" (na maior parte dos rebanhos brasileiros) ou produtos de cruzamento industrial com a produção de bezerras leiteiras F1 (Holandês x Zebu), muitas vezes mais do que meio sangue, usando, várias vezes, as mesmas matrizes como barrigas ou "fôrmas".

A despeito do melhor grau de sangue a ser usado nas diversas condições brasileiras, é fato que há grande demanda por fêmeas F1 (Holandês x Zebu) e que as matrizes gir produzem bezerras de maior liquidez; entretanto, surgem algumas perguntas:

1) Onde conseguir um número significativo de fêmeas gir a serem usadas como matrizes ou "fôrmas"?
2) Conseguindo as matrizes, estaremos sujeitos a preços de venda conseqüentes ao bom momento da raça gir?
3) Essas matrizes gir têm histórico de seleção para leite?
4) Se estamos comparando a lucratividade da atividade de cria para "corte" x cria para "leite", pensamos em estação de monta com inseminação artificial, de curta a média duração. Desta forma, como se comportam matrizes gir?

Acredito que as respostas nos levam a pensar em utilizarmos, como matrizes ou "fôrmas", vacas azebuadas de "orelha pesada" (Giradas, Guzeratadas, Indubrasiladas e mestiças Tabapuã), com a sintonia de que muitos produtores têm obtido sucesso com matrizes ou "fôrmas" Aneloradas em programas de inseminação artificial.

A escolha dos touros tem sido norteada pela crença de que a rusticidade será dada pela matriz ou "fôrma" e a produção de "muito" leite pelo macho; entretanto, não podemos esquecer que touros muito leiteiros tendem a produzir bezerras de piores características fenotípicas e de menor vida útil, o que vai contra os anseios dos nossos clientes que produzem leite exclusivamente em pastagens ou com baixa suplementação concentrada, desafiando diariamente a reprodução, pernas, cascos e úbere das fêmeas. Touros muito leiteiros e de alta prepotência genética produzem bezerros F1 (Holandês x Zebu) de difícil colocação no mercado de recria. Na escolha do sêmen, não podemos pensar somente em leite, negligenciando o tipo leiteiro, bem como não há gordura para queimar com doses de sêmen com valores muito altos.
Uma vez gestantes, parindo e desmamando, o produtor de bezerros e bezerras F1 (Holandês x Zebu) tem em suas mãos os produtos para a venda. Qual será o valor justo para a comercialização?

Algumas considerações:

1) Bezerros e bezerras Holandês x Zebu são menos adaptados ao ambiente do que os produtos anteriores ("brancos") e, por isso, representam maiores custos com controle parasitário e mão-de-obra, com conseqüente menor ganho de peso;

2) Na produção de bezerros e bezerras Holandês x Zebu tem-se a figura do macho, que tem seu valor formado pela região onde está, o que depende do número de confinamentos (aumenta o valor pela arroba) e da predominância da pecuária de corte em pastagens (diminui o valor pela arroba, sendo ofertado, muitas vezes, 60% do valor do bezerro "branco").

Produtores tradicionais de bezerras F1 (Holandês x Zebu) comumente comercializam seus produtos ao valor de "dois por um", sendo que o valor das bezerras é o dobro do valor do bezerro "branco". Como foi formado esse valor?

Com margem de segurança, para a formação de preços, pode-se pensar em valores aproximados de:

1) Perda de até 40% na venda da arroba do macho F1 (Holandês x Zebu) comparado ao bezerro "branco", que embora seja um bom ganhador de peso, os compradores o desvalorizam pela menor qualidade da carcaça e menor adaptabilidade;

2) Perda de até 15% na venda das fêmeas F1 (Holandês x Zebu), responsáveis pela maior fatia do faturamento, que ganham menos peso por serem fêmeas;

3) Perda de até 15% na venda de machos e fêmeas F1 (Holandês x Zebu) pela menor adaptabilidade.

Surge a dúvida de qual o melhor momento para a venda das bezerras, pois historicamente, a atividade de cria não é a mais rentável quando comparada à recria e engorda. Vale ressaltar que os tecidos corporais têm diferentes taxas metabólicas e produzir tecido ósseo (esqueleto) é mais lento do que encher fibras musculares com citoplasma (engordar), o que pode justificar a retenção das fêmeas até alcançar maior peso (ou algumas das melhores fêmeas). Deve-se estar atento à possibilidade de oferecer ao mercado um produto diferenciado que é a novilha F1 (Holandês x Zebu) gestante de sêmen sexado, após verificação da viabilidade econômica.

Conclusão

Com prévias avaliações de riscos e benefícios, a produção e venda de bezerras F1 (Holandês x Zebu) sinaliza como interessante alternativa econômica.


Foto 1: Lote de matrizes azebuadas usadas na produção de F1 leite (Holandês x Zebu)


Foto 2: Bezerra F1 (HPB x Matriz Indubrasilada)


Foto 3: Bezerra F1 (HPB x Matriz Guzeratada)


Foto 4: Bezerras F1 (HPB x Matriz Zebu)

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EDUARDO ALVES BARRETO

ITAPETINGA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/07/2008

Prezado Breno,

Tenho na minha propriedade vacas em que predominam o sangue do gir leiteiro (algumas guzerá), nas quais estou usando sêmen de holandês e de girolando. O girolando uso em vacas e novilhas 3/8 holandês, visando fazer um meio sangue, que é o meu objetivo. Mas para ser sincero, tenho dúvidas na qualidade do girolando. Você fala em segregação racial. Podia explicar o que significa isso?

Quais os prós e contras de se usar uma raça sintética no cruzamento?

Parabéns pelo artigo, muito bom.

Atenciosamente,
Eduardo Barreto

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Eduardo Alves Barreto

Segregação racial é quando há o nascimento de bezerros e bezerras, filhos de um mesmo touro, com diferentes características externas (Ex: pelagem), sem padronização, achados que são comuns em rebanhos que utilizam raças sintéticas.

Atenciosamente,

Breno Dalla Maestri

JILSON AUGUSTO PAES

CORONEL JOÃO SÁ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2008

Bom dia, tenho vacas da raça zebu puro e gostaria de aumentar a minha produção de leite. Que providência devo tomar? Se possivel gostaria de saber quanto custa um touro gir leiteiro com dois anos de idade?

Desde já agradeço as respostas!

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Jilson Augusto Paes

Os valores de um tourinho de 20 meses gir puro são muito variáveis, a depender de sua qualidade e oferta x demanda em sua região. Comumente é comercializado por um valor mínimo de 40@ de boi gordo (valor de referência, não é regra!). O exame andrológico, de brucelose e tuberculose devem ser exigidos no ato da compra.

Se pretende aumentar a produção / produtividade em seu rebanho zebu puro, porque não pensar em adquirir um touro de raça européia e fazer fêmeas meio sangue. O melhor seria usar a inseminação artificial mas faça uma avaliação de todo o seu manejo e escolha o melhor para sua realidade. Converse com um técnico de confiança (Veterinário, Zootecnista ou Agrônomo) em sua região.

Atenciosamente,
Breno Dalla Maestri
GEOVANE TEIXEIRA XAVIER

MUTUM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2008

Prezado Breno,

Nossos pecuaristas precisam aprender a fazer esse raciocínio, pois boa parte de nosso rebanho utilizado para a produção leiteira é multi-mestiço (várias raças numa mesma vaca). Produzir com eficiência demanda, dentre outros fatores, um bom planejamento genético, pois muitos pequenos pecuaristas necessitam vender o macho para engorda e, assim, ajudar a manter os custos da propriedade e, também, reter as fêmeas para repor as vacas leiteiras. A escolha do touro certo (seja holandês, gir leiteiro ou girolando) depende da composição racial do plantel e o objetivo comercial e produtivo do pecuarista.

Parabéns pela excelente abordagem!

Um abraço!
GEOVANE TEIXEIRA XAVIER
FERNANDO ANTONIO FERREIRA

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2008

Boa noite

Estou começando com um programa em novilhas 3/4 gir com semen sexado de PO Holandez.
Gostaria de saber se em novilhas, IATE funciona para o semen sexado.
Se estou no caminho certo, ou temos melhores opçoes.
A nossa região e de clima quente e alt.de 126m a nivel do mar.
Parabens pela otima materia.
EDSON FELIX COSTA

ALTINHO - PERNAMBUCO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2008

Prezado Breno,

Aqui no agreste de Pernambuco a produção de leite se dá preferencialmente com animais 3/4 HPB, que apresentam boa resposta à suplementação, pois nas nossas condições de solo e clima a produção de leite a pasto tem enormes chances de dar errado, uma vez que o temos por pouco mais de três meses ao ano.

Nosso maior problema é com a hora de voltar no sangue azebuado, pois trabalhando com gir puro em vacas 7/8, resultam animais em geral de baixa persistência e deixar os animais irem até 15/16 ou 31/32 para então voltar com o gir torna o rebanho muito heterogêneo, havendo necessidade de adaptar o manejo para animais puros HPB.

Tentando sair desta encruzilhada, eu e outros produtores da região estamos inseminando as vacas 7/8 HPB com touros girolando 5/8, só que as provas do girolando não nos inspiram muita confiança, pois R=55% é mais ou menos como jogar uma moeda para ver se dá cara ou coroa.

Não temos ainda dados para medir o resultado dessa volta com girolando. A cara dos animais é realmente de 3/4 HPB mas esse jeitão não garante nada. Gostaria de ter a sua opinião e a dos colegas produtores sobre o assunto pois estamos arriscando numa aventura devido à absoluta falta de informações confiáveis.

Abraço a todos,

Edson Felix


<b>Resposta do autor</b>

Prezado Édson Felix Costa

Você levantou um problema que no curto prazo não há resposta. Trabalhar com touros com provas de baixa repetibilidade é algo muito arriscado, especialmente com raças sintéticas que tendem a produzir segregação racial. Para minimizar os problemas, sugiro solicitar a empresa da qual é cliente que faça um acasalamento individual em suas vacas, na pior das hipóteses um "acasalamento de rebanho", onde, serão priorizadas algumas características para suas vacas ou rebanho como um todo.

Não tenho experiência com produção de leite em regiões semi-áridas, mas vale a pena você buscar informações sobre a produção de Jersolando (HPB x Jersey).

Att,

Breno
MARIO MACHADO PASCHOAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/06/2008

Boa noite, este assunto, na minha opinião, é de extrema importância, pois após a produção de alimentos, as vaquinhas certas é que impulsionam o negócio. Como todos os dias diz (aliás berra para todos ouvirem) o mestre Professor Edmundo Benedeti, o produtor primeiro precisa saber (entender) o que vai fazer, o que está fazendo, e aí entra o conhecimento do que é heterose, ou vigor híbrido. Aí as coisas vão para a frente.

Precisamos todos ajudar a levar esses conhecimentos aos produtores que ainda estão na lida, e o que é mais importante, a viabilizar o acesso destes pecuarista a matrizes adaptadas. Aqui na região onde atuamos estamos "colhendo" maravilhosas leiteiras, fruto do cruzamento alternado, mas é preciso começar, dar o primeiro passo, sabendo onde quer chegar, ter disciplina, e a colheita é garantida.

Não poderia deixar de registrar o trabalho que está sendo realizado em MG pela EPAMIG, junto com outros pesquisadores como o Professor Madalena, sobre Produção de Leite com Matrizes F1, nota 10. Saudações extensionistas. Mário Paschoal
LUIZ FERNANDO COELHO DANTAS

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 23/06/2008

Gostaria de saber qual o direcionamento mais correto:

Uso touro Gir em Vaca 3/4 (Hp/Gir para aproveitar o bezerro e ter uma base boa de novilhas). Para ampliar o rebanho, compro de fora vacas já adultas. É o melhor caminho? Não tenho grande área de pastagens.

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Luiz Fernando Coelho Dantas

O seu questionamento é de resposta bastante ampla, mas um dos grandes gargalos da pecuária leiteira comumente é a mão de obra de baixa qualidade, onde produzir bezerros girados, mais rústicos, levará a uma melhor recria, mas as fêmeas serão de menor produtividade.

É preciso fazer uma avaliação presencial, junto com seu técnico, de como está e como será o nível tecnológico usado em sua propriedade/rebanho e, assim, decidir com que raça acasalar as vacas 3/4 Holandês x Gir.
Quanto a compra ou não de vacas, você terá que fazer gestações para obter lactações; então, por que não fazer bons produtos? Sendo superiores e vendidos ou recriados farão o incremento do caixa da atividade leiteira.

Atenciosamente,

Breno Dalla Maestri
ELISIO ANTONIO DE OLIVEIRA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/06/2008

Gostaria de saber, quando faço cruzamentos de duas raças puras, como se chamam os resultados até obter um PC? Ex.: f1, 3/4, 5/8, etc, dentro de uma sequência lógica. Obrigado.

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Sr Elísio Antônio de Oliveira

Imaginando que o senhor fará o acasalamento absorvente a sequência é (sem maiores detalhes, dependendo do regulamento de várias raças):

PO ZEBU x PO EUROPEU = 1/2 SANGUE (EUROPEU x ZEBU) (comumente chamado de F1)
1/2 SANGUE (EUROPEU x ZEBU) x PO EUROPEU = 3/4 (EUROPEU x ZEBU) (comumente chamado de F2 em gado de corte)
3/4 (EUROPEU x ZEBU) x PO EUROPEU = 7/8 (EUROPEU x ZEBU)
7/8 (EUROPEU x ZEBU) x PO EUROPEU = 15/16 (EUROPEU x ZEBU)
15/16 (EUROPEU x ZEBU) x PO EUROPEU = 31/32 (EUROPEU x ZEBU)

Para entender melhor, 3/4 significa que em quatro partes de "sangue" três são de raça européia e uma de zebu ou 75% e 25% de composição de raça européia e zebuína, respectivamente.

Atenciosamente,

Breno Dalla Maestri
GUILHERMINO AUGUSTO ALVES NETTO

AFONSO CLAÚDIO - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/06/2008

Boa tarde, excelente tema e que merece destaque. Tratar de rentabilidade de produção leiteira não é tarefa das mais fáceis, mas há um ponto importante na produção de F1 holandesaXZebu que é a produção de fêmeas para reposição das vacas leiteiras da fazenda, surgindo a velha dúvida: produzir ou comprar? Produzir é caro? E quando compramos, sabemos realmente o que estamos levando?

Tenho visto que para pequenos produtores com pouca extensão de terras a opção adotada tem sido a compra, enquanto grandes produtores tem optado pela produção de fêmeas. Mas o grande fator que acredito que poderá resultar no aumento da rentabilidade na produção de F1 holandesasxzebu (fêmeas) seria a utilização de embriões sexados, eliminando a presença de bezerros machos, tendo, no caso, mais fêmeas e consequentemente maior rentabilidade.

Gostaria que o tema de utilização fosse debatido e levantado prós e contras para o enriquecimento deste fórum.

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Guilhermino Augusto Alves Netto

Acredito que uma tecnologia mais palpável seja o uso de sêmen sexado.

Atenciosamente,
Breno Dalla Maestri

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