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Austrália e Nova Zelândia se diferenciam

POR MARCOS SAWAYA JANK

ESPAÇO ABERTO

EM 22/02/2016

2 MIN DE LEITURA

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*Marcos Sawaya Jank, especialista em questões globais do agronegócio, para o jornal Folha de São Paulo (20/02/2016). 

A Austrália e a Nova Zelândia estão entre os doze maiores exportadores de produtos agropecuários e alimentos do mundo, num ranking em que o Brasil ocupa a terceira posição. A Austrália é o sexto maior país do mundo em área total, logo atrás do Brasil. Mas a sua área agricultável é inferior à nossa, e o país sofre com a falta crônica de água e as mudanças do clima.

Em população, os dois países da Oceania não chegam a 30 milhões de habitantes, menos que o estado de São Paulo. Portanto, como o mercado doméstico é limitado, esses países vêm apostando no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia e maior valor adicionado. E o foco tem sido a Ásia, região que concentra mais da metade da população mundial e que, nas duas últimas décadas, tornou-se o novo epicentro econômico do planeta.

Dois fatores de diferenciação chamam a atenção na estratégia de inserção internacional da Austrália e da Nova Zelândia. O primeiro é a estrutura sofisticada que os seus governos montaram para garantir o acesso a mercados na Ásia, uma região notoriamente protecionista no campo da agricultura. Metade das exportações do agronegócio desses dois países já se encontra coberta por acordos bilaterais e regionais, que garantem acesso privilegiado. A outra metade dirige-se a países com quais há acordos em negociação. Com isso, o eventual maior custo de produção é compensado por menores barreiras para exportar.

A Austrália tem 35 adidos agrícolas em 18 países, sendo 10 só na Ásia. O Brasil tem 8 adidos para o mundo todo. A agência de promoção de exportações da Austrália (Austrade) tem 44 escritórios e cobre 15 mercados da Ásia. O segundo fator é a organização das cadeias produtivas – empresas, associações e governo – para garantir diferenciação, qualidade, sustentabilidade e segurança do alimento.

As associações setoriais desenvolveram programas notáveis nas áreas de marketing, desenvolvimento de selo-país, inovação e capacitação. Ao lado do governo, têm feito um notável esforço de harmonização de regras e padrões técnicos, biossegurança, rastreabilidade (origem dos produtos) e sustentabilidade.

A Austrália tenta construir a sua imagem-país na Ásia a partir da diferenciação dos seus alimentos como "clean, green and safe" (limpo, verde e seguro). Bons exemplos dessa organização sistêmica para exportar estão nos setores de carne bovina e vinhos. Na Nova Zelândia, os melhores exemplos estão nos setores de lácteos e carneiros.

O Brasil é mundialmente conhecido e respeitado na produção e na exportação de commodities. Mas o país ainda é tímido na oferta de alimentos diferenciados para o consumidor global, apesar do notável esforço de internacionalização de algumas empresas e marcas nacionais. Austrália e Nova Zelândia saíram na frente e se diferenciaram como país na percepção nos mercados consumidores mais dinâmicos da atualidade. Mas sempre é tempo de se organizar melhor para virar o jogo.

 

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CRAIG BELL

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/02/2016

A Nova Zelandia tem um custo operacional melhor que outros paises pela produção de leite pois faz um trade-off de sazonalidade de produção para maximisar o uso de pasto e produtividade de mão de obra (hoje um funcionário tipicamente cuida de mais que 150 vacas por exemplo).



O sucesso da industria tem mais a ver com esse trade-off fundamental e um sistema de atividades enfocado na exportação que acordos bilaterais ou multilaterais ou esforços de marketing.   A eficiencia do uso de pasto e fabricas processando mais que 5 milhões de litros por dia com leite menos que 50 km da porta são os verdadeiros fatores de sucesso.   



Outras atividades somente ajuda um pouco de melhorar a industria, e sem o trade-off no uso de pasto com sazonalidade de produção e o sistema de atividades voltado a exportação, a industria não existiria.

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