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A Verdadeira Crise se Chama Produtividade

POR CRAIG BELL

ESPAÇO ABERTO

EM 05/12/2014

4 MIN DE LEITURA

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Quantas vezes nos últimos 15 anos escutamos que existe uma “crise” no setor do leite no Brasil? Lendo as declarações das várias instituições e políticos nos jornais parece que temos uma crise cada ano pelo menos! Aparentemente estamos operando nossos negócios num ambiente de crise quase permanente, e ao mesmo tempo, é difícil lembrar comentários dizendo que leite é um negócio bom com ventos favoráveis, uma opção boa para investimento.

As razões das “crises” geralmente são situações apontadas pela indústria para apertar a margem do produtor, exclusivamente pensando em comprar com melhores preços para conseguirem mais margem nos produtos por eles industrializados. Raramente citam fatores de melhoria nos custos de produção da cadeia do leite. O Brasil tem uma clima abençoado comparado com a maioria de países no mundo pois não está congelado no inverno e geralmente tem muita chuva. Será que realmente tivemos crises na cadeia de leite nos últimos duas décadas?

O crescimento de leite no Brasil durante os últimos 15 anos é um dos maiores no mundo e conseguimos dobrar a produção nesse período. Mesmo comparando com exportadores tradicionais como Nova Zelândia e Austrália, enquanto aumentamos a produção em 104% no período, a Nova Zelândia somente conseguiu crescer 67% e Austrália decresceu 16%.





Além disso, temos um preço de leite ao produtor muito bom no Brasil, tão bom na verdade que muitos produtores no mundo queriam receber o que recebemos aqui. Analisando o período desde 2008 quando das restrições de importações de leite em pó vindo da Argentina foram aplicados, o nosso preço é bem melhor que todos os países que exportam leite. Em termos reais e ajustando pela quantidade de proteína e gordura no leite, o preço médio no Brasil entre 2008 e 2014 foi US$6,68/kg de sólidos de leite (gordura e proteína). No Chile, Uruguai e Nova Zelândia, no mesmo período, o preço foi somente entre US$5,43 e US$5,54/kg sólidos ou seja 18% menos que no Brasil! Los hermanos na Argentina realmente tem algo a reclamar pois o preço ao produtor lá foi somente US$4,79/kg de sólidos, 28% menos que o Brasil e até produtores nos EUA somente receberam US$5,98/kg, 10% menos que o Brasil.

Então minha pergunta é “Se estamos crescendo tanto, e se temos preços de leite tão bons, realmente existe uma crise no setor?” Claro que não! Mas o assunto de “crise” nunca desaparece nesses anos, e gostaria de sugerir que o verdadeiro problema que temos é o resultado de fatores além que condições do mercado, problemas geralmente sob o controle do produtor. A verdadeira “crise” é “baixa produtividade”.

A baixa produtividade se reflete nos custos operacionais e parece que esses altos custos são os motivos da “crise” quando os preços de leite caem um pouco, naturalmente seguindo as estações e/ou o mercado internacional. Como Warren Buffet dizia “somente quando a maré baixar, você descobre quem está nadando sem roupa”, e no caso do leite somente quando os preços caem, você descobre quem tem uma estrutura de custos não sustentável.

 O custo de mão de obra tem subido muito em termos reais e com o avanço da economia brasileira provavelmente vai subir mais. O número de litros necessário para “comprar” um salário mínimo quase triplicou nos últimos anos, e agora é o problema principal da cadeia, pois a produtividade dos sistemas de produção não acompanhou o aumento em custo de mão de obra. Quero ser claro que isso não uma crítica aos fazendeiros e funcionários que acordam cedo cada dia para ordenhar as vacas, más é o resultado de escolhas de como operar uma fazenda, do nível de mecanização e a escala da operação.

Uma comparação entre Nova Zelândia e Goiás usando o estudo de SENAR de 2009 mostrou que um funcionário numa fazenda na Nova Zelândia ganha oito vezes mais que um funcionário no Brasil, mas produz vinte e duas vezes mais leite por ano! Enquanto se precisa de algo como 35.000 fazendas no Brasil para produzir 1 bilhão de litros, somente se precisa de 517 fazendas na Nova Zelândia ou 570 fazendas nos EUA.

Eu acho que esse é o problema verdadeiro do setor, pois com a falta de mecanização e a pequena escala, o custo de baixa produtividade, os custos de logística de leite cru e o custo de gerenciamento da cadeia são enormes comparado com outras nações exportadoras, sem mencionar os problemas de qualidade e a fraude que estamos observando na cadeia principalmente devido a complexidade da cadeia. Como podemos ser um exportador de leite concorrendo com outras nações e toda a produtividade que eles têm sem um grande avanço nesses assuntos?

Acho que existem escolhas do nível político. Podemos continuar com as políticas atuais, com programas assistenciais principalmente para pequenos produtores, limitando importações de leite em pó da Argentina para forçar o preço de leite doméstico ficar acima do preço internacional, mas com produtores de leite fazendo pouco ou zero lucro devido à falta de produtividade.

Ou devemos pensar em políticas que incentivem aqueles produtores que queiram crescer a desenvolver fazendas com especialização, mecanização, qualidade, e uma escala mínima para ser competitivo mundialmente. E devemos incentivar modelos de produção que produzam dez vezes mais leite por funcionário que a média de hoje.

Uma coisa parece certa, eventualmente o mercado vai forçar uma mudança, se quisermos ou não.
 

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REINIELTON GRAMACHO

EM 01/03/2015

Boa Tarde!

Infelizmente vivemos em um dos países que tem a maior taxa tributária do mundo, mas também felizmente vivemos num dos países mais ricos em ecossistema tropical do planeta, e concordo plenamente com o Craig Bell, é preciso utilizarmos os recursos máximos que possuímos para sermos competitivos com máxima eficiência e sustentabilidade. Não podemos ficarmos na ânsia de querermos mudarmos os cursos naturais das coisas, o bom leite vem de vacas que comem capim fresquinho em habitat natural, pois assim é a sua fisiologia e não com suplementos arrasadores e ambiciosos, desconsiderando o bem estar animal e muito menos a saúde publica do nosso país.



Obrigado!
JOAO GOMES DE AZEVEDO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2014

Bom dia pessoal !

Que bom poder estar aqui lendo tudo que aqui é colocado e tambem poder oferecer algumas palavras para contribuir com este grande debate.

Hoje quero reforçar o meu desafio para o nosso estimulador ao debate o Sr: Craig Bell.

O debate esta posto e podemos perceber que ha um grande interesse e cada um com sua contribuição, o meu desfio é para aproveitar este momento e nos mostrar o COMO FAZER PARA TRANSFORMARMOS NOSSA EMPRESA PRODUTIVA. fica o meu desafio.



tenham um bom dia e um FELIZ NATAL........


CRAIG BELL

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/12/2014

Prezado Jose Ronaldo,



Sempre achamos que é melhor pensar em litros/funcionário/dia porque existe o lado de estabilidade e sustentabilidade de mão de obra também.   Duvido que R$724 seria sustentável, e para mim, R$1.500 com boas condições e perspectivas deve ser um mínimo.  



O setor leiteiro em geral deve remunera dono-operadores e funcionários bem melhor que hoje se quisemos ter uma industria que oferece condições de crescimento e desenvolvimento para tudo mundo e que pode concorrer com outras opções de trabalho.  Por isso produtividade de mão de obra, seja dono-operador ou seja funcionário, é fundamental.



Atenciosamente





CB
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/12/2014

A produtividade ´deve ser medida pela receita na produção de leite pelo custo de mão de obra. Imagine duas fazendas, ambas produzindo mil litros de leite e vendendo a um real.

Uma fazenda tem dois funcionários recebendo cada um 1500 reais. Outra fazenda tem tres funcionários recebendo cada um 724 reais.



Qual tem a melhor produtividade?
ARNOLDO DE CAMPOS

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 15/12/2014

A verdadeira produtividade deve ser avaliada em quantidade de recursos por litro produzido e não necessariamente apenas a produtividade física.
CLÁUDIO HENRIQUE OLIVEIRA DE CARVALHO

CÁSSIA - MINAS GERAIS

EM 13/12/2014

Parabéns pelo artigo.



Boas argumentações por parte de todos, na minha opinião. Cada um tem sua realidade e, consequentemente, suas dificuldades.

Mas uma coisa é fato: a busca pela produtividade/profissionalismo deve ser uma constante; e isso em qualquer atividade. Na pecuária leiteira não é diferente. Não podemos aceitar, por mais difícil que seja a melhoria em alguns itens, que estejamos com médias tão baixas como as encontradas hoje, em pleno século XXI. Recursos para tais melhorias existem, e são acessíveis, sim. Infelizmente ainda encontra-se muita resistência no setor. E essas melhorias de produtividade nem sempre demandam grandes investimentos.

Talvez tenhamos técnicos pouco capacitados, sim. Mas também nós, técnicos, encontramos resistências absurdas por parte de muitos produtores. E isso tudo também está relacionado à baixa educação em nosso país; em todos os setores!



Abraços a todos.



Cláudio H. O. de Carvalho.
ATALIBA F AGUILAR

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 13/12/2014

bom dia,

a reportagem elucida as dificuldades do setor,como ex n zelandia,australia, E.U, o gado deles é o mesmo do nosso a diferença é que a genética e encarada de outra forma,grandes produtoras passa a ser só produtoras de embriões e não de leite,na fazenda do meu PAI,ele não mandava o leite in-natura para a usina era processado na fazenda e remetia so o solido,os residuos eram usados para outras finalidades,o comentario é sucinto e compara bem a nossa produção com outros paises,melhoramento genetico,automação,melhor alimentação,treinamento seria o melhor caminho a seguir,quem tira ex 500 ltrs por dia nunca vai ter remuneração e resultados bons para investir comparado a quem produz 5.000/10.000/30.000 etc no maximo vai conseguir trocar a geladeira da esposa, o carro,pneus do trator,e ficar esperando que a vaca tenha parição de uma femea melhor do que a mãe,vamos lutar para que as industrias pressione os governantes olhe para o setor com outros olhos,naõ adianta matar a vaca para salvar a bezerra,temos muito trabalho pela frente,obg
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2014

Prezado Craig Bell



Estamos de acordo que a médio prazo para as propriedades leiteiras no Brasil serem sustentáveis o índice de produtividade por funcionário precisa evoluir para 700/funcionário/dia.



Atingir essa produtividade será imperativo não só do ponto de vista econômico, mas também do ponto de vista trabalhista.



O problema é como obter essa produtividade em propriedades leiteiras com produção na faixa de 500 a 2.000 litros/dia, que devem ser predominante nesse período e responderão pela maior parte da produção leiteira do País.



Parar de produzir durante 2 ou 3 meses por ano, permitindo concentração de tarefas e produção de comida e volumoso ajudaria muito, mas depende de uma decisão da indústria. No caso da N.Z. cujo mercado interno é mínimo e tem praticamente toda produção voltada para exportação, esse caminho surgiu naturalmente. Aqui no Brasil acho difícil acontecer a médio prazo. O que o produtor pode fazer é produzir mais num período e menos no outro, o que pode contribuir para redução de custos e melhorar a reprodução do rebanho.



Com relação a sistema de manejo, no que tange a volumoso, temos as seguintes opções:



1) Só Pasto



2) Pasto e cocho



3) Só cocho ( confinamento )



Gostaria de sua opinião sobre isso, considerando inclusive a realidade de que as incertezas climáticas passaram a ser a regra e não mais a exceção.



Para  propriedade de 500 a 2.000 l/dia você acha viável confinamento  tipo Free Stall ou Composto Barn? O uso de um confinamento rústico seria uma opção para amimais recém paridos e de maior produção?



Quando falo em equipamentos específicos para propriedades desse porte, cito por exemplo o uso de vagão misturador total.  Não me parece viável o uso de misturado total pelo alto custo dos equipamentos produzidos atualmente, projetados para propriedades de maior porte. Não seria o caso de entidades como a Embrapa promoverem o desenvolvimento de equipamentos mais adequados para esse tipo de propriedade?



E não é só equipamentos que precisamos para viabilizar a produtividade adequada da mão de obra nessas propriedades na faixa de 700 a 2.000 l/dia.. Precisamos de manejo adequado. Cito por exemplo a diferença de uma propriedade que consegue desmamar uma bezerra com 60 dias sem prejudicar a sua recria com uma que desmama a bezerra com 4 ou 5 meses.



Todas as suas sugestões para melhora a produtividade da mão de obra em propriedades na faixa de 700 a 2.000 l/dia  serão muito bem vindas, posto que deverão ser as propriedades leiteiras predominantes pelo menos nos próximos 10 anos.



Abraço



Marcello de Moura Campos Filho
JOAO GOMES DE AZEVEDO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2014

Olá Moacir, boa tarde!

Me relaciono com vários revendedores de pequeno e médio porte,  e não vejo esses revenderes  se preparam para disponibilizar  novos produtos disponibilizados no mercado para os produtores, quando estes produtos chegam em suas lojas os produtores nem ficam sabendo. A mais de 4 anos que venho falando com os revenderes para se prepararem e ate hoje tenho dificuldade de adquirir novos produtos principalmente produtos para higienização de tetas, ordenha e remédios com carência zero para o leite, não parece mais esses produtos quando disponível ajudam na produtividade na produção de leite. Produtividade não depende só do produtor e sim de um conjunto.

Abração
MOACY GUILHERME BOTELHO COELHO

PINHEIROS - ESPÍRITO SANTO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 12/12/2014

   É o que sempre dissemos, temos produtores que a vida toda foi leite, 15 20 anos, e sua média produtiva ainda anda dentro de 08 a 10 quilos por animal, quando chega a isto!

   Nunca se preocupou em melhorar genética pois acha muito caro! mas, produzir uma cria ruim a péssima ele consegue.

   gostaria que este produtor me explicasse qual a diferença de preço entre uma bezerra ruim e uma melhorada! O preço do sêmen? Acho uma tendencia enorme de ser pobre e reclamão,(acho que esta palavra reclamão criei agora) . Ora se conseguimos produzir as duras pena por que não melhorar? Reclamar do governo? Sim, mas mostre que quer melhorar, produzir mais e melhor; só sentar e reclamar nunca vai resolver. precisamos mostrar profissionalismo, técnica para que possa ser ajudado. Enquanto tivermos tirando leite no período de chuvas e na seca soltar as vacas para morrer longe do curral! Não chegaremos a lugar nenhum, ninguém vai acreditar em você. Faça comida para os animais, melhore geneticamente, produza mais, aí sim começam acreditar que você existe. Ha! parar de tirar leite e começar a produzir leite.
JOAO GOMES DE AZEVEDO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2014

Boa tarde a todos em especial ao autor do artigo Sr: Craig!

Fico muito animado quando leio um artigo como este e fico ainda mais animado com o nivel dos comentários, todos de parabéns!

Produtividades nas empresas é que garante sua sobrevivência, mais vem aquelas velhas perguntas: O que é, quais são as ferramentas, onde começar, quais os recursos, qualsera o custo, os produtores estão preparados, como aplica-las etc.



boa sorte a todos


DURVAL MARTINS DA SILVEIRA

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/12/2014

O numero de produtores de leite no Brasil vem caindo ano a ano,porém a nossa produção de leite está crescendo a valores expressivos,o que explica isso,só está conseguindo ficar na atividade,os que estão tendo eficiência,os outros estão abandonado atividade,cedendo espaço para outras matrizes rurais,como cana de açúcar,florestas,reforma agrária e outras.Isso vale tanto para atividade leiteira como também produção de carne.A nossa pecuária precisa entender que agora temos que fazer um aumento vertical da produção,que é a chamada produtividade,e é aí que está o nó da questão: muitos não estão preparados,outros não dispostos e por aí vai,desta forma ficará na atividade quem possuir o tal do profissionalismo,que muitos não querem nem ver falar.
FELIPE CESAR

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2014

Gostei muito da matéria!

Mas a grande maioria dos produtores de leite desse país não vão ter acesso a essa matéria! Muitas informações como comparações de   produção de leite dos EUA, Nova Zelândia e  Argentina. é algo distante da  realidade.

O principal problema da pecuária leiteira desse país é a falta de educação. Pois vamos conseguir ter produtividade apenas com acesso a tecnologias mais eficientes, com produtores e técnicos mais qualificados.
JOSE RONALDO BORGES

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/12/2014

Realmente temos um dos maiores preços do leite do mundo, assim como as tarifas telefônicas, o preço de veículos,  o custo de energia. Até o BigMac é um dos mais caros do mundo. O que está errado é o cambio, que distorce todo o tipo de comparação de preços a nível mundial. Se o cambio dobrar de valor, o preço de sólidos no Brasil cai para US 3,34 um dos mais baratos do mundo.



E não há aumento da produtividade possível que compense o desajuste do cambio.
ORLANDO NOVAIS

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/12/2014

Gostaria que se fizesse uma pesquisa: Quantos produtores de leite  no Brasil conseguiram aumentar seu patrimonio e viver exclusivamente com a produção de leite?
CRAIG BELL

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2014

Prezado Marcello de Moura Campos Filho,



Boas perguntas.



1)  Concordo que um alvo para leite/trabalhador no médio prazo deve ser algo como >700 litros/funcionário/dia para ser competitiva mundialmente. E preferencialmente mais no longo prazo.   



2)  Existe "trade-offs" que devem ser considerado.  Por exemplo um trade-off na Nova Zelândia é sazonalidade de produção.  Esse permite uma concentração de atividades como nascimentos, inseminação, secando vacas, e minimiza a transferência de matéria seca de uma estação para outra estação, ou que é evite muitos custos. Consequentemente o trade-off cria uma eficiência de mão de obra, alem que dar um tempo de dois meses sem ordenhar as vacas para a família operando a fazenda.  



Também o sistema escolhido vai determinar o nível de mecanização, pois num sistema ao pasto a vaca basicamente faz o trabalho dos tratores num sistema de confinamento.



Então não é simplesmente uma questão de mecanização, mas desenhando o sistema em cada região para ser muito eficiente.



3)  O produtor é quem deve desenhar o seu próprio sistema, mas acho que o governo e a industria pode ajudar o produtor a avaliar as opções, providenciando informação comparando sistemas por região.   O problema para a industria geralmente é que se eles investem nessa atividade ou que é caro, não tem garantia que o produtor que eles ajudam vai fornecer leite pela sua industria e eles acabam ajudando a sua concorrência.  Menos problema para cooperativas.



Atenciosamente





CB
CRAIG BELL

JABORANDI - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2014

Prezado Guilherme,



Não estou defendo um sistema ou outra, nem fazendo uma comparação com nossa fazenda na Bahia.  



Estou somente destacando que 1) não tínhamos "crise" de leite no Brasil na receita do produtor, ou que é bem evidente quando analisamos preços no Brasil contra outros paises, e 2) o problema realmente no setor é produtividade.



Acho que produtividade deve ser definido como produção:insumos em qualquer sistema, e nesse sentido é melhor pensar em kg sólidos ou litros/funcionário, kg sólidos ou litros/kg N/P/K, e kg sólidos ou litros/litro diesel, pois no análise mais fundamental a eficiência em uso de mão de obra, nutrientes, e energia é ou que vai definir margem de operação.  Litros por vaca por exemplo não diga muito, pois se o custo de obter um litro é muito elevado não ajuda gerar lucro.  Igualmente vacas/ha pode ser resultado de eficiência de uso de mão de obra, nutrientes e energia mas não é necessariamente um bom indicador da eficiência do sistema.



O debate dos méritos de pasto e confinamento já tem outro espaço no Milkpoint, e seu ponto de vista nesse assunto é bem claro.



Atenciosamente,





CB
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2014

Prezado Craig Bell: Parabéns pelo artigo, com o qual concordo, em parte. Advirto, todavia, que o aumento de produtividade, no Brasil, passa, inevitavelmente, por uma reforma genética, com adoção de vacas muito mais especializadas neste quesito, para que ampliemos nosso teto individual dos pífios 6 litros animal/dia de hoje para atingir as produções dos maiores produtores de leite do mundo (acima de trinta litros/animal/dia). Isso não se consegue somente a pasto, como vocês preconizam, baseados em um sistema que já provou, até mesmo no seu País, que se encontra superado. Basta verificar o crescimento de produtividade das fazendas que, realmente, criam animais somente a pastejo na Nova Zelandia, nos últimos dez anos, com as que aderiram ao confinamento, para entender este estado de coisas. O grande erro é comparar fazendas como a sua com as demais brasileiras, sem nenhuma tecnologia, pois, aí, sempre teremos um falso positivo a seu favor. É preciso comparar com os países maiores produtores de leite do mundo, como, por exemplo, os Estados Unidos da América. Tenho certeza que, aí, a conta não vai fechar a seu favor.

Por fim, não se pode falar em remuneração de sólidos, ainda, no Brasil, porque, na prática , ela ainda não existe, porquanto, justamente pela precária produtividade individual de nosso rebanho, há o privilégio do volume produzido e entregue à Industria em detrimento da qualidade da composição do leite, porque não dá para se fazer uma seleção por teor de sólidos totais quando o leite, em geral, é escasso.

Um grande abraço,



GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK - FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/12/2014

Prezado Paulo Roberto Viana Franco



Os índices zootécnicos que você citou são importantes, mas a relação litros/dia/funcionário é fundamental para assegurar margem e sustentabilidade econômico-financeira para uma propriedade leiteira.



No meu ver numa propriedade leiteira para ter sustentabilidade  e assegurar margem para o produtor numa propriedade leiteira os custos de produção tem que ser predominantemente de alimentação, sendo que o custo de mão de  obra limitados a 20% e todos os demais custos limitados a 20%.



Os índices zootécnicos e vacas/ha, como os que você citou, são muito importantes é condição necessária para o sucesso de uma propriedade leiteira, mas não é suficiente para assegurar margens e sustentabilidade.



O índice de produtividade leite/funcionário/dia é um índice importantíssimo do ponto de vista empresarial. No Brasíl entendo que propriedades com menos de 250 l/funcionáro/dia   são péssimo negócio, com 500 l/funcionário/dia são sustentáveis e um negócio razáavel, e a partir 750 l/funcionário/dia passam a ser um bom negócio.



Marcello de Moura Campos Filho


JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/12/2014

O produtor de leite do Brasil ainda terá que receber por Kg de sólidos produzidos, ao invés de litros de leite.

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