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Progesterona antes da IA (efeito no ovócito) e após a IA (desenvolvimento do embrião) no sucesso de prenhez - Parte 3

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 14/05/2014

5 MIN DE LEITURA

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Este texto é a parte da palestra apresentada pelo Dr. Bridges da Universidade de Minnesota, no XVII Curso Novos Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos, realizado em Uberlândia de 14 e 15 de março de 2013.

Importância da Progesterona Após a Inseminação

O papel da progesterona na promoção do crescimento embrionário e na sobrevivência do embrião após a fertilização é bem conhecido. Já foi repetidamente demonstrado por pesquisadores que as concentrações de progesterona no início da gestação são mais altas em vacas prenhes do que em vacas vazias ao diagnóstico de gestação. Além disso, descreveu-se que as concentrações de progesterona no início da gestação podem influenciar diretamente a probabilidade de sobrevivência ou perda embrionária. Em novilhas de corte, pesquisadores demonstraram uma relação linear positiva e quadrática entre as concentrações circulantes de progesterona e a sobrevivência do embrião. Em um estudo clássico, demonstro-se que as concentrações de progesterona afetam o crescimento do concepto e que concentrações mais altas de progesterona geram conceptos maiores. A elevação das concentrações de progesterona e o estímulo subsequente do desenvolvimento do embrião no início da gestação podem favorecer o sucesso da prenhez por melhorar a capacidade do concepto de sinalizar o reconhecimento materno da prenhez (RMP). A produção insuficiente de interferon-tau (IFNt) pelo concepto foi incriminada como o principal fator envolvido na perda embrionária precoce em bovinos uma vez que o IFNt corresponde ao fator de sinalização do RMP produzido pelo concepto.

Uma forte correlação entre as concentrações circulantes de progesterona e a secreção de IFNt foi demonstrada em estudos. Além disso, observou-se que conceptos maiores produzem mais IFNt e que há uma associação significante entre o comprimento do concepto e as concentrações uterinas de IFNt (R2 = 0,83). Conforme o desenvolvimento do concepto progride durante o alongamento, a expressão de RNAm para IFNt pelas células trofoblásticas não aumenta. Em contrapartida, conforme o concepto se alonga, um número maior de células trofoblásticas leva ao aumento da quantidade total de IFNt no útero.

Pesquisadores demonstraram a presença do RNAm para receptor de progesterona em todos os estágios do desenvolvimento embrionário. Entretanto, o estímulo do desenvolvimento embrionário pela progesterona não parece ser devido a efeitos diretos sobre o embrião, mas ao aumento da secreção de vários fatores voltados para o estímulo do desenvolvimento embrionário (histotrofo) desencadeado pela presença de altas concentrações de progesterona.

O endométrio produz e secreta uma ampla gama de fatores necessários para o desenvolvimento e a sobrevivência do embrião. Tais fatores promovem o desenvolvimento embrionário e as alterações da membrana celular que facilitam a aderência do concepto e do endométrio, coordenam a fixação do concepto ao endométrio e modulam a reposta imune materna, permitindo a aceitação do concepto em desenvolvimento. A produção e secreção de tais fatores são reguladas pela expressão e sub-regulação de vários genes no útero. As concentrações de progesterona no início da gestação afetam a expressão gênica global no endométrio, ou transcriptoma. A alteração das concentrações de progesterona tem o potencial de alterar o transcriptoma uterino, causando disfunção uterina e reduzindo as chances de sobrevivência do concepto devido à alteração das secreções uterinas. Portanto, a manipulação das concentrações de progesterona, como no caso da alteração do tamanho e qualidade do folículo ovulatório e do corpo lúteo (CL) subsequente, pode afetar diretamente a probabilidade de sobrevivência do embrião.

Dada a importância da presença de altas concentrações de progesterona no início da prenhez para o RMP e o crescimento e sobrevivência do embrião, diversos estudos foram realizados para investigar a capacidade da progesterona exógena de melhorar as taxas de prenhez em bovinos. O principal objetivo de tais estudos era aumentar as concentrações circulantes de progesterona e várias abordagens foram adotadas em bovinos com essa finalidade, incluindo a administração direta de injeções diárias de progesterona, a implantação de dispositivos de liberação de progesterona, como os CIDR, e a indução da ovulação de um segundo folículo através da administração de GnRH, eCH ou hCG, para se obter um segundo CL, aumentando assim as concentrações de progesterona. Mais de 50 anos atrás, um pesquisador conseguiu aumentar as taxas de concepção ao primeiro serviço de 42% para 68% empregando injeções de 100 mg de progesterona nos dias 2, 3, 4 e 9 após a IA em vacas leiteiras. Um aumento semelhante foi observado em vacas Holandesas que receberam um dispositivo intrauterino de liberação de progesterona nos dias 5 a 12 ou 10 a 17 após a IA.

Pesquisadores também documentaram melhora das taxas de sobrevivência embrionária mediante a suplementação de progesterona em vacas leiteiras com risco de perda embrionária por deficiência de progesterona. Embora alguns pesquisadores tenham observado melhoras da fertilidade com a suplementação de progesterona durante o desenvolvimento embrionário precoce, outros falharam em demonstrar os mesmos resultados. Com base nas informações disponíveis, concluiu-se que a suplementação de progesterona melhora as taxas de prenhez em 5%, mas que tal melhora depende dos dias de suplementação e da fertilidade relativa dos rebanhos tratados. O motivo da discrepância entre a melhora da fertilidade em bovinos com altas concentrações de progesterona documentada em estudos observacionais e a variabilidade de resultados relativos à fertilidade após a suplementação de progesterona não foram esclarecidos. A duração da exposição, as diferenças entre as concentrações circulantes e as observadas nos diferentes órgãos e tecidos e o modo de administração podem contribuir para a variabilidade das respostas de fertilidade após a administração de progesterona exógena.


Resumo


As concentrações circulantes de progesterona antes e depois da ovulação podem afetar a fertilidade em bovinos. O papel das concentrações pré e pós-ovulatórias de progesterona e seu efeitos sobre a fertilidade requerem investigações adicionais. Em animais Bos indicus, a redução das concentrações de progesterona durante o desenvolvimento do folículo ovulatório parece melhorar a fertilidade. Baixas concentrações de progesterona possivelmente aumentam a liberação de LH, melhoram o desenvolvimento folicular e aumentam a produção de estradiol, podendo afetar diretamente a qualidade do ovócito.

Em bovinos de corte Bos taurus, os benefícios de baixas concentrações de progesterona antes da ovulação não foram definidos, embora o assunto venha sendo estudado. Após a ovulação, a presença de altas concentrações de progesterona durante o desenvolvimento embrionário precoce é fundamental. As concentrações de progesterona afetam a função uterina e, consequentemente, o crescimento do embrião. Uma maior compreensão do papel das concentrações pré e pós ovulatórias de progesterona é muito importante para reduzir as perdas embrionárias precoces e para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas baseadas na administração exógena de progesterona para garantir a competência ideal do ovócito no momento da ovulação, o desenvolvimento adequado do concepto e a manutenção da prenhez.

 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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MARIANA POMPEO DE CAMARGO GALLO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 20/01/2015

Para os interessados em Reprodução de Bovinos Leiteiroso, estamos com inscrições abertas para o Curso Online "Gestão da Reprodução de Bovinos Leiteiros: foco em Resultados".

Os instrutores são:  prof. Ricarda Santos, prof. José Luis Moraes Vasconcelos e os médicos veterinários Lucas Barbosa e Marcos Henrique Pereira. Eles estarão disponíveis durante todo o período do curso para sanar as dúvidas dos alunos.



Para participar, acesse o site: https://www.agripoint.com.br/curso/reproducao-leite/



Ou entre em contato pelo telefone (19) 3432-2199  ou e-mail: cursos@agripoint.com.br
RICARDA MARIA DOS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/06/2014

Prezado Tássius Lara,

Obrigada! Para ler os outros textos é só entrar em Radares Técnicos, na seção Reprodução.

Até mais,

Ricarda
TÁSSIUS LARA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 16/06/2014

Boa noite,

ótimo texto, parabéns!

Gostaria de ler as partes 1 e 2, se possível postem os links.

Obrigado.
DUSTIN ANDRÉ CHAVES HOFFMANN

NOVA BASSANO - RIO GRANDE DO SUL - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 22/05/2014

Sabemos que protocolos com progesterona possuem melhores índices de concepção.  Mas a busca pelo resultado melhor é inacabável e por isso precisamos de pesquisadores que continuem essas buscas. E na TE também melhora a qualidade do embrião se usasse P4 após a IA e até a coleta?  Parabéns a essa publicação.
CILSO LINDOLFO DA SILVA

ÁGUA BOA - MATO GROSSO

EM 18/05/2014

Continuem estudando e nos dando informação, usa-las são decisão de cada um.... portanto não podemos deixar de estudar o caso.
EDUARDO ESMERALDO AUGUSTO BEZERRA

PARNAÍBA - PIAUÍ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/05/2014

Dr. Jose Luiz, Boa noite.

Qual a posologia para aplicação de P4, intravaginal, intramuscular e a dose recomendada para assegurar a manutenção de P4 e consequentemente melhorar a concepção em vacas de leite. Aguardo resposta

Eduardo
ALEX MARQUES RESENDE

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/05/2014

Concordo com o senhor Roberto, se o animal apresenta cio normalmente e está sobre um escore corporal bom, então para que suplementar com progesterona? Se este animal não consegui manter a gestação ou gera animais inferiores porque continuar com este animal? Eu acredito que um bom manejo nutricional, uma boa sanidade  e uma seleção eficiente lhe renderá bons animais, e por fim uma melhor eficiência produtiva!
ROBERTO MANGIÉRI JUNIOR

JUNDIAÍ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/05/2014

...como leitor assíduo desta coluna, não posso concordar com suplementação hormonal para manter ou melhorar indices de prenhez. Esta é a contramão de uma seleção consciente. Paremos de copiar sandices de americanos. Desenvolvamos nossa propria maneira de criar, com nossos recursos, nossa genetica e com as idéias de nossos tecnicos, criadores e funcionários da fazenda.
ANTÔNIO MARIA SILVA ARAÚJO JÚNIOR

CAJURI - MINAS GERAIS

EM 14/05/2014

Boa noite José Luis , eu possuir deixar o implante de progesterona   Novo depois da inseminação quantos dias na vaca ?

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