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Cultura negativa do leite de vacas com mastite clínica: quais as possíveis causas?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 30/01/2015

4 MIN DE LEITURA

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 Por Renata de Freitas Leite* e Marcos Veiga dos Santos

A mastite bovina, processo inflamatório da glândula mamária, pode ser classificada como clínica ou subclínica, de acordo com a evidência ou não de sintomas. A mastite clínica está relacionada a alterações no leite (presença de grumos e sangue), nos tetos (edema, sensibilidade, aumento da temperatura e rubor) e até mesmo sistêmicas (febre, apatia, desidratação, perda de peso e morte do animal). 

Geralmente, a mastite clínica é associada a agentes bacterianos. Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae e Streptococcus uberis são exemplos de bactérias frequentemente isoladas de casos clínicos. Entretanto, estima-se que, aproximadamente, 10-40% das amostras de leite enviadas para cultura microbiológica apresentam resultados negativos.

Esse fato pode ocorrer em razão de diversos fatores como: a) cura espontânea da infecção, b) número reduzido ou ausência de bactérias nas amostras de leite e também pela localização da bactéria na glândula mamária. Além disso, a metodologia de identificação utilizada pode ser inadequada para algumas bactérias ou para outros agentes causadores (como fungos).

O exame microbiológico de amostras de leite provenientes de casos clínicos é importante para a determinação de medidas adequadas relacionadas ao manejo, prevenção e tratamento das vacas. Assim, a identificação dos microrganismos responsáveis por cultura microbiológica negativa e a dinâmica das populações bacterianas durante a infecção auxiliariam em estratégias de controle mais adequadas.
Para caracterizar os microrganismos causadores de mastite clínica, cujas culturas microbiológicas apresentaram isolamentos negativos, pesquisadores americanos realizaram um estudo, no qual submeteram amostras de leite ao PCR (Reação em Cadeia Polimerase em Tempo Real), método de diagnóstico por técnica de biologia molecular, que permite identificar os microrganismos pela amplificação e sequenciamento de determinadas regiões do DNA.

Para isso, a partir de três rebanhos leiteiros, foram avaliadas 601 amostras de leite, provenientes de 154 vacas com sinais agudos de mastite. A gravidade de cada caso clínico, foi classificada de acordo com o aspecto do leite, do úbere e com o comprometimento sistêmico ou não das vacas. Foram então comparadas, da mesma vaca, amostras de leite com isolamento negativo de quartos mamários acometidos por mastite com amostras de quartos sem mastite. Ainda para comparação, foram coletadas amostras de leite de vacas sadias (sem mastite) e amostras de vacas com baixa CCS.

Em condições normais de crescimento, foram isoladas bactérias de 194 amostras de leite (122 vacas). Na Tabela 1, estão apresentados os resultados do isolamento bacteriano, do número de vacas e da percentagem de quartos mamários de acordo com o microrganismo causador.

Tabela 1: Relação entre o número de vacas e percentagem de quartos mamários comprometidos de acordo com a espécie bacteriana identificada.



Do total de 601 amostras, 258 (42,9%) não apresentaram crescimento significativo. Das 153 amostras coletadas de quartos mamários com mastite, 43 (28,1%) não apresentaram crescimento significativo. Destas, 26 pares de amostras que apresentaram cultura negativa e quartos saudáveis foram selecionadas para rastreamento (screening). Duas amostras com baixa contagem de células somáticas que apresentaram cultura negativa e 10 pares de amostras foram selecionados para análise de sequenciamento de DNA de microrganismos.

Das amostras com cultura microbiológica negativa, quando foi realizado o sequenciamento de DNA, foram identificados Brevundimonas spp, Burkholderia spp, Sphingomonas spp e Stenotrophomonas spp das amostras de leite com mastite clínica; Pseudomonas spp, Psychrobacter spp e Ralstonia spp das amostras de leite de vacas saudáveis.

Algumas espécies de Burkholderia já foram associadas a casos de mastite em humanos e em ovelhas e Brevundiomas spp também foram previamente isoladas de leite, em outros estudos realizados. Stenotrophomonas spp são bactérias que degradam a queratina e essa habilidade pode facilitar sua colonização na glândula mamária. Já as Sphingomonas spp são bactérias Gram negativas capazes de sobreviver em ambientes normalmente intoleráveis para outras bactérias, o que indica uma vantagem de adaptação em condições adversas.

Das Pseudomonas spp, sabe-se que a P. aeruginosa é uma bactéria associada a casos moderados e graves de mastite e é facilmente identificada pelos métodos convencionais de isolamento. Por isso, neste estudo, possivelmente outras espécies de Pseudomonas foram associadas aos casos de mastite clínica. Até o momento, Psycobacter spp ainda não havia sido associada a episódios de mastite, entretanto, esta bactéria foi previamente isolada em leite cru e no ambiente das fazendas. Ralstonia spp, também são capazes de sobreviver em ambientes adversos e encontradas nos sistemas de ordenha, o que ser a origem da contaminação da glândula.

Assim, os resultados deste estudo mostraram que uma ampla variedade de bactérias são encontradas no leite de casos clínicos com isolamento negativo. Além disso, muitas vezes, estas bactérias não são identificadas pelos testes comumente utilizados na rotina dos laboratórios. Portanto, apesar de vários fatores serem associados ao isolamento negativo, o aprimoramento e o uso de técnicas modernas de diagnóstico são importantes ferramentas para identificação bacteriana precisa e, consequentemente, adoção de medidas mais específicas de controle e prevenção da mastite nas fazendas leiteiras.

Fonte: Phillips, G. J. et al, 2013. Bacterial community profiling of milk samples as a means to understand culture-negative bovine clinical mastitis. Plos One, v. 8, ed. 4, e61959, 2013.
*Mestranda do Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP), FMVZ-USP.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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VITOR HUGO GLITZ

EM 03/04/2023

Também tive 3 casos de mastite em que o resultado da colônia de bactérias foi negativo, como faço pra encaminhar outro tipo de teste?
Os laboratórios nacionais realizam?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/04/2023

Prezado Vitor, existem algumas situações nas quais podem ocorrer estes resultados de vacas com mastite clínica ou subclínica, sem conseguir identificar o agente causador. As principais causas são: a) o microrganismo não cresce nos meios de cultura utilizados, necessitando de meios específicos (ou condições de crescimento especiais, p.ex., Mycoplasma), b) baixo número de microrganismos na amostra de leite, c) microrganismos com liberação intermitente (variável) no leite, sendo que quando a amostra é coletada não apresenta número suficiente para identificação, d) microrganismos anaeróbicos. Nestes casos, pode-se tentar enviar amostras para laboratório especializado (www.qualileite.org) e realizar a linha de ordenha da vaca, pois não se sabe se o microrganismos pode ser transmitido. Atenciosamente, Marcos Veiga
OTAVIO

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/02/2018

Tem em Patos de Minas a clínica de Cultura ?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/05/2015

Prezado Toninho,

Ainda bem que na sua pergunta já tem a resposta. Eu não recomendaria nenhum tratamento específico, pois não se conhece a causa da mastite. Na minha opinião, ainda que seja o caminho mais demorado (coletar amostra para cultura, receber resultados e tomar decisão de tratamento), acho que seria o mais recomendado, pois para alguns agentes não teria recomendação de tratamento. Além disso, o custo seria maior (comparando-se a cultura e os custos de tratamento.

Se o caso for de tratamento, o uso de um tratamento injetável seria uma opçào em razão de ter mais de um quarto por vaca.

Na verdade, acho que você já tinha a resposta. Um abraço, Marcos Veiga
ANTONIO NOVAES DA SILVA

TAUBATÉ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/05/2015

Prezado amigo Prof. Dr. Marcos Veiga.

Preciso te incomodar mais uma vez.

Nas fazendas com acompanhamento mensal de CCS individual, os animais considerados crônicos (CCS muito alta em 3 meses consecutivos) e com CMT positivos nos 4 quartos, e que já passaram por tratamentos prévios (quando mostraram sinais clínicos), após analisar a produção e o DEL, obviamente sugerimos adiantar a secagem ou descarte.

Vamos por partes....Estão conversando sem identificação do agente...

Infelizmente algumas vacas estão em plena produção e longe da secagem...

Ao teste da caneca, confundem os ordenhadores, hoje clinica, amanha desaparecem os sinais, alternam o tetos...

São ordenhadas por último. Tenho evitado o uso de bisnagas intramamárias...temos observado muita confusão e alto risco de resíduos no tanque...O uso de Sulfa + Trimetropim, intramuscular (age nos quatro quartos), em dose única parece ser uma boa opção, carência mais curta...

Vacas boas, CCS alto, CMT nos quatro tetos, compensa o uso de bisnagas quando se tornam clínicas, cada hora em um tetos....certeza que vai voltar....

Já sei que vai me xingar....e a coleta de amostra para cultura???

Abraço

toninho



MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/05/2015

Prezado Arllison,

O período de tempo para que ocorra a transição entre colostro e leite é de 5-6 ordenhas. Se depois deste período de tempo o leite ainda apresenta alterações de cor e de viscosidade (semelhantes ao colostro), pode-se suspeitar de mastite clínica. Uma das formas de avaliar esta condição seria realizar o CMT e/ou a coleta de amotras para cultura microbiológica. Se houver reação do CMT depois de 5-6 dias do parto é um forte indicativo de mastite subclínica, o que pode ser confirmado com o isolamento do agente causador na cultura microbiológica.

O uso do CMT depois de 5-6 dias do parto pode ser uma avaliação com razoável sensibilidade para avaliar a condição de parição das vacas que foram secadas com alta CCS. No entanto, a forma mais precisa seria o uso da cultura.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ARLLISON BARRA

VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/05/2015

OLÁ PROFESSOR, aproveitando sua publicação e parabenizando-o, tenho muitas dúvidas, porém pergunto uma neste momento.
Existe um tempo estimado em dias, em relação à migração de células de defesa do sangue para o leite(glândula mamária) no pós parto. Visto que algumas vacas parem e demoram a "limpar" o leite em quartos separados, ou seja limpa dois quartos e outros dois ainda secretam colostro. Dúvida que prorroga a tomada de decisão, em relação a vacas que secaram com CCS alta, considerando que "foram" curadas ou não na terapia vs.
Obrigado!
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/02/2015

Prezada Gleisiane,

A coleta de amostras de leite para cultura deve ter como foco ajudar a identificar as causas da mastite e também identificar áreas dentro da fazenda que necessitam de melhoria em termos de controle de mastite. Sobre as suas perguntas, seguem os meus comentários:
1) A recomendação seria coletar amostras de todos os casos clínicos antes do tratamento;
2) Vacas recém-paridas: pode-se fazer o CMT na primeira semana de lactação e coletar amostra de vacas com mais de uma cruz (+). Este procedimento tem como objetivo identificar falhas na secagem e evitar que vacas ou novilhas com mastite contagiosa entrem juntamento com o restante do rebanho. Fazer amostras de triplicata somente seria necessário se o foco for um programa rígido de controle de Sthap. aureus.
3) Vacas com CCS elevada no primeiro mês de lactação e quando apresentar mais de dois meses consecutivos (mastite subclínica crônica) também deveriam ser coletadas para cultura.
4) Cultura de tanque: esta análise pode ser usada para monitoramento de controle de mastite contagiosa (S. aureus e Strep. agalactiae) e poderia ser usada como rotina quando a fazenda atinge um bom grau de controle. Somente a informação de que no tanque foi identificado algum agente ambiental não permite tomar qualquer decisão, sendo necessária a informação individual de vacas. Em um de nossos projetos de pesquisa, identificamos 100% das fazendas positivas para S. aureus e cerca de 70% para Strep. agalactiae, o que significa que somente saber se a fazenda é ou não positiva não permite a tomada de decisão.

Atenciosamente, Marcos Veiga
GEISIANE GONÇALVES DA SILVA

CONTAGEM - MINAS GERAIS

EM 12/02/2015

Professor:

Parabéns pelo artigo!

Qual a sua opinião sobre quais rotinas devem ser estabelecidas na fazenda
em relação a amostragem: por exemplo, sempre coletar os casos de mastite clinica + recém paridas (em triplicata ou não) + CCS crônica etc. Sabemos que "receitas" não existem mas gostaria que comentasse esse assunto. Em relação as amostras de CCS individual crônica q correlação com presença de agentes é suficientemente interessante para que seja coletadas casos crônicos? E os novos casos?

O pool de tanque deve ser estabelecido como ferramenta de campo para direcionar perfil da fazenda?

Muito obrigada desde já!

Atenciosamente,
Geisiane Goncalves.
MAICON HEITOR DO NASCIMENTO

NAZARENO - MINAS GERAIS

EM 07/02/2015

Muito Obrigado

MArcos Veiga!

Tenha um bom final de semana
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/02/2015

Prezado Carlos, escrevi recentemente um artigo específico sobre o assunto da vacina:

https://www.milkpoint.com.br/mypoint/6239/p_vacinacao_contra_mastite_causada_por_staphylococcus_aureus_e_staphylococcus_spp_5668.aspx

Sugiro que consulte o artigo, que trata exatamente sobre este tema. Atenciosamente, Marcos Veiga
CARLOS OTÁVIO FARAGE FONSECA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/02/2015

Gostaria de saber a eficácia da vacina contra mastite. Se traz realmente resultados positivos em relação ao custo da vacina.

att,

Carlos
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/02/2015

Prezado Prof. Marcos Veiga,

Excelente artigo muito esclarecedor envolvendo um tema de capital importância para nós produtores de leite. Temos um controle muito rígido com as mastites clínicas e subclínicas fazendo análises de CCS do tanque duas vezes por semana na fazenda e uma análise de todos os animais uma vez no mês na Clínica do Leite. Os animais com mastite crônica são submetidos além dos exames bacteriológicos, a análises para cultura de fungos e algas, principalmente aqueles animais que não respondem a nenhum tipo de medicação. Como nosso sistema é Free Stall, o manejo das camas tem reflexo direto no controle ou descontrole das mastites, aliado ao conforto animal, a um pré e pós dipping bem feitos e a uma dieta balanceada.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/02/2015

Prezado Toninho, obrigado pela mensagem e um Feliz 2015.

Sobre as suas questões, vou tentar responder em itens, conforme você colocou:
1) Cura espontânea: o artigo menciona que uma das possíveis causas de culturas negativas seria a cura espontânea, no entanto, não se pode considerar que todos os casos de cultura negativa sejam cura espontânea. Na minha opinião, acho que seria apenas uma minoria. Os casos de cura espontânea mais documentados em estudos são os casos de mastite leve (excluindo-se a mastite grave) causados por E. coli. Nestes casos, a taxa de cura é alta, mesmo que não seja feito o tratamento. Nos demais agentes, a taxa de cura espontânea não é alta (< 20% no geral). Fizemos um estudo recente, que a taxa de cura espontânea de S. aureus foi de 5%.
2) Para excluir a taxa de cura espontânea, teríamos que fazer estudos nos quais um dos grupos não seria tratado, o que do ponto de vista de fazenda comercial ou pela questão do bem estar da vaca é totalmente inviável. Sendo assim, a maioria dos estudos sobre tratamento são feitos com comparações entre medicamentos. Mais uma vez, a taxa de cura espontânea não é alta, para a maioria dos agentes.
3) Concordo que o tratamento de vacas com mastite crônica (, exemplo, mais de três casos de mastite na mesma lactação) não é vantajoso, pois dificilmente esta vaca vai se recuperar. As alternativas nestes casos seriam: matar o quarto (secagem permanente); secagem normal, se estiver em final de lactação ou descarte da vaca.
4) É difícil falar em falta de honestidade, pois corremos o risco de generalizar o trabalho de empresas sérias. Recentemente, fizemos dois estudos bem controlados sobre tratamento de mastite é a minha avaliação é que temos que valorizar muito quando existe um estudo, pois geralmente são caros, demorados e trabalhosos. Além disso, depende do aceite de fazendas comerciais, o que nem sempre é possível. De qualquer maneira, gostaria de lembrar que os resultados do tratamento não dependem somente o medicamento, mas sim de três fatores: a vaca, o agente e o protocolo usado. Sendo assim, para vacas velhas, com mastite crônica recorrente, e para alguns tipos de agentes que respondem pouco ao tratamento, praticamente nenhum medicamento vai ter sucesso. Por outro lado, concordo contigo que a maioria das empresa não tem informações sólidas e embasadas sobre as taxas de cura dos produtos que são comercializados.

Como o assunto é longo, podemos discutir cada um dos pontos com mais profundidade. Um abraço e obrigado, Marcos Veiga
ANTONIO NOVAES DA SILVA

TAUBATÉ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/02/2015

Prezado Prof. Marcos Veiga, Feliz Ano Novo.

Algumas dúvidas:

- se existe um taxa considerável de cura espontânea, devemos tratar desde de o aparecimento dos primeiros sinais clínicos nos "casos novos"? Procedendo o descarte do leite do quarto acometido, sem uso de antibióticos, não estaríamos dando uma chance a cura espontânea?

- a taxas de cura clínica que computamos aos tratamentos não podem, em parte, ser devido a cura espontânea?

- vacas com mastites crônicas, após repetidas tentativas não seria melhor adiantar a secagem, decidir pela morte do quarto afetado ou mesmo descartar a vaca???

- Não acha que falta honestidade por parte das industrias que comercializam os medicamentos anunciando taxas de cura que não se confirmam no campo ou que em parte não são efeitos destes produtos.

Forte abraço.

MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/02/2015

Prezado Maicon,

O custo da cultura varia de acordo com o laboratório onde é feito. De forma geral o custo varia de R$ 10 a R$ 15/amostra. Se quiser mais informações, pode entrar no site do nosso laboratório que presta este tipo de serviço.

Atenciosametne, Marcos Veiga
MAICON HEITOR DO NASCIMENTO

NAZARENO - MINAS GERAIS

EM 05/02/2015

Muito Bom o artigo...

Está de parabéns

Agora e tratar da melhor forma possível ou melhor prevenir-se para que não ocorra


O senhor poderia me dizer qual o custo para o exame microbiológico do leite?


Desde já: Muito Obrigado!

MAicon Heitor
Téc. Agropecuário

MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/02/2015

Prezado Claudemir,

De forma geral, quando ocorre contaminação de uma amostra de leite enviada para cultura microbiológica não é possivel saber a origem exata da contaminação. Consideramos como contgaminada uma amotra que apresenta mais de duas colônias diferentes, o que indica que são espécies bacterianas diferentes, mas não identificamos.

Outra questão que foi colocada são as possíveis origens de casos de Staph. aureus em rebanhos leiteiros. De forma geral, também não é possivel com a cultura microbiológica saber qual a origem. Considera-se que S. aureus tenha origem de vacas infectadas, mas outras fontes também são possíveis (mãos dos ordenhadores, moscas, lesões na pele).

Em relação à questão de tetos perdidos, não tenho conhecimento de artigos ou pesquisas específicas neste assunto. Atenciosamente, Marcos Veiga
CLAUDEMIR DAS NEVES SOUZA

CONTAGEM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/02/2015

Professor,
Tem como saber a origem da contaminação destas bactérias , como por exemplo, a aureus é via teteiras contaminadas, mãos de ordenhadores.

Vc tem algum artigo ou me indique algum pesquisador que tem algum trabalho sobre perda de tetos e descarte de vacas com tetos perdidos.

No aguardo.
JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/02/2015

O ideal seria se no Brasil, a cultura microbiológica de casos clínicos e de animais crônicos com CCS alta, fosse um procedimento de rotina e não utilizado quando a mastite já se encontra como um problema difundido.
Produtores, Técnicos e Laboratórios tem culpa neste caso, porém vejo que dos últimos anos para cá, tal situação vem melhorado bastante.
Excelente matéria Professor!

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