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CCS como indicador de higiene de produção de leite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 26/01/2006

2 MIN DE LEITURA

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O emprego mais rotineiro da CCS nos rebanhos leiteiros é o de indicador da mastite subclínica e, mais recentemente, como critério de pagamento por qualidade do leite. Para os produtores, a CCS pode ser usada como ferramenta de gestão e monitoramento e tem cada vez mais espaço dentro da fazenda leiteira, pois está diretamente relacionada com oportunidades de redução de perdas de produção e maior remuneração do leite.

De uma maneira objetiva, o leite com baixa CCS significa que as vacas apresentam boa saúde do úbere e, consequentemente, o leite produzido é de boa qualidade. A relevância da utilização da CCS para monitorar a mastite é maior em rebanhos nos quais os principais agentes causadores são os contagiosos, enquanto que nos rebanhos com predominância de agentes ambientais, a CCS do tanque tem uma importância limitada como ferramenta de monitoramento.

Além do uso consagrado da CCS para monitoramento da mastite, esta análise pode ainda ser usada como um indicador geral das condições higiênicas de produção na fazenda e como avaliação do risco de ocorrência de resíduos de antibióticos no leite.

Já existem estudos científicos comprovando que rebanhos com maior ocorrência de mastite, que resulta em aumento da CCS do tanque, apresentam maior risco de ocorrência de problemas de resíduos de antibióticos no leite, uma vez que em tais rebanhos a freqüência de tratamentos intramamários contra mastite é maior. Desta forma, a redução da CCS do tanque traz como benefício também a diminuição dos riscos relacionados com resíduos de antibióticos.

Em um estudo recente, a relação entre CCS e a CBT (contagem bacteriana total) de rebanhos leiteiros foi avaliada, buscando-se assim identificar a importância e utilidade da aplicação da CCS do tanque como indicador das condições higiênicas de produção.

Para tanto, foram estudados mais de 70 mil resultados de CCS e CBT, provenientes de análises automatizadas, de rebanhos leiteiros europeus, cujo limite máximo legal para a CCS é de 400 mil células/ml para o leite destinado ao consumo humano. Todo o conjunto de dados foi analisado quanto à correlação entre a CCS e CBT.

Quando foram analisados todos os dados do estudo, o coeficiente de correlação entre CCS e CBT foi baixo (0,18), indicando, neste caso, que a CCS do tanque não fornece informações suficientes sobre as condições higiênicas de produção de leite no conjunto dos rebanhos estudados.

No entanto, quando foram categorizados os rebanhos que ultrapassaram o limite máximo de CCS de 400 mil cel/ml (cerca de 12% do total estudado), o coeficiente de correlação entre CCS e CBT foi de 0,84, indicando uma alta correlação entre estes dois critérios de qualidade.

Estes resultados demonstram que os rebanhos com maiores médias de CCS apresentaram as piores condições de higiene na produção de leite, o que pode ser um dos fatores relacionados com a dificuldade de controle de mastite. Desta forma, o estudo descrito indica que a porcentagem de rebanhos que excedeu o limite máximo de CCS para a Comunidade Européia pode ser usada também para a identificação de problemas de higiene e reforça mais o conceito de que deficiências de higiene, além de conseqüências negativas para a qualidade microbiológica do leite, implicam em maiores obstáculos para o controle da mastite.

Fonte: Rysanek e Babak. Journal of Dairy Research, v.72, p.1-6, 2005.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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FERNANDA

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL

EM 20/11/2006

Tenho uma dúvida sobre a CBT. Será que o antibiótico que é utilizado no tratamento de mastite interfere na contagem bacteriana?
Obrigada.

<b>Resposta do autor:</b>

Fernanda,

Obrigado pela mensagem. Sem dúvida que a presença de resíduos de antibióticos no leite reduz a multiplicação microbiana e interfere na CBT, caso a metodologia seja feita pela contagem em placas e não pelo método eletrônico. Nesse caso, a forma mais correta de reduzir essa interferência é testar a existência de resíduos com testes específicos (Delvotest, Charm, Snap), caso haja suspeita ou mesmo de forma rotineira.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCO T?CARRIJO PEREIRA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/03/2006

Um dos maiores desafios, sem dúvida, é o controle dos níveis otimizados da CCS. Minha pergunta é a seguinte:



A última análise do leite, a CCS da propriedade estava em mais de 600.000. Passando de 300.000 para esse valor em 3 meses. Tentarei atacar o problema preparando uma solução de clorexidina ou iodo glicerinado para que os ordenhadores, a cada grupo de vacas que entrem na ordenha, desinfetem as mãos. É uma boa medida? O que mais poderia ser feito a curto prazo?



<b>Resposta MilkPoint:</b>



Prezado Marco,



Com relação a sua pergunta, na minha opinião não é esta medida que será a solução para o problema da alta CCS. No curto prazo o importante é identificar quais os animais que estão causando este aumento da CCS e quais são os principais agentes causadores de mastite, para então ter uma medida mais direcionada para resolver o problema.



Atenciosamente,



Marcos Veiga
FÁBIO FONSECA MARTINS

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/01/2006



Gostei muito do artigo sobre CCS, mais quero tirar um duvida sobre a CCS. Na minha propriedade a coleta de leite que deveria ser feita de 2 em 2 dias segundo a normativa 51, dando um total de 4 ordenhas, esta sendo feita de 3 a 4 dias, ou seja o leite fica armazenado por muito tempo.



Queria saber se este tempo a mais que o leite fica no resfriado pode interferir na CCS (aumentar) quando levado para análise, pois em relação a CBT vai haver aumento. Este fato esta me preocupando, pois recebo por qualidade.



Obrigado pela atenção,



Fábio Fonseca Martins



<b> Resposta do autor:</b>



Prezado Fábio,



Obrigado pela sua participação.



A sua questão é bastante oportuna, pois com diferenças entre sistemas de coleta (24 e 48 horas), ocorrem grandes variações quanto a CBT (UFC/ml), uma vez que o leite armazenado, mesmo sendo refrigerado, sofre aumento do número de microrganismos.



Com relação à CCS, este problema não existe, pois as células somáticas não se multiplicam, depois da ordenha do leite. Desta forma, o problema é quanto a UFC e não quanto a CCS.



Atenciosamente,



Marcos Veiga

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