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O papel da assistência técnica na produção pecuária

POR CARINA BARROS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2011

4 MIN DE LEITURA

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No mês de março iniciamos uma discussão sobre a assistência técnica (O papel da assistência técnica na produção pecuária: Introdução à temática)

Neste mês vamos continuar na temática. Isso porque se tivermos um profissional de qualidade ao nosso lado podemos ter muitos benefícios. A assistência técnica requer um profissional especializado na área, aqui neste caso, que atue com ovinos e/ou caprinos. Sabemos que essas espécies têm suas peculiaridades, e por isso exigem conhecimento técnico para que se obtenham resultados ótimos.

Hoje em dia vemos cada vez mais profissionais dedicando-se a essa área, mas mesmo assim em muitas regiões ainda ouvimos os produtores se queixando da falta de técnicos para auxiliá-los na produção.

Temos um caso de uma fazenda em que o profissional responsável pelos equinos "dava uma olhada" nas ovelhas de vez em quando. Com isso a qualidade do produto final não era adequada por não se ter um planejamento e manejo necessários. E não pense que isso ocorria porque o produtor não tinha interesse em investir, ocorria porque não havia na região um técnico que se dispusesse a atendê-lo. Esse cenário é desafiador e deve motivar os novos médicos veterinários, zootecnistas, engenheiros agrônomos, técnicos agropecuários e outros profissionais a investirem na área.

De modo geral percebemos que os currículos dos cursos em Ciências Agrárias podem não ter muita ênfase em Ovinocultura e Caprinocultura, em alguns, tais disciplinas nem são obrigatórias. No entanto, se o aluno deseja mesmo seguir na área pode buscar estágios para acompanhar e obter experiências com profissionais já atuantes no mercado de trabalho. A maioria das fazendas escola apresenta rebanhos ovinos para as práticas.

Destacamos também que é cada vez mais frequente a realização de pesquisas. Vemos diversos projetos de iniciação científica desenvolvidos nas universidades voltados a identificar tecnologias de produção regionais adequadas às condições que pequenos produtores vivenciam.

Um ponto importante é a saída dessa tecnologia, dos resultados das pesquisas da universidade para o campo, atividade chamada de extensão. Os institutos de pesquisa têm investido para proporcionar dias de campo, oficinas, cursos de formação inicial e continuada para o público que tem interesse em gerar renda com a produção de ovinos e caprinos.

Outra forma de socialização dessas pesquisas são os artigos técnicos, como esses publicados diariamente aqui no FarmPoint e os artigos científicos presentes em periódicos. A diferença entre eles consiste na linguagem e apresentação dos resultados. Nos técnicos procuramos apresentar as informações de forma clara e objetiva transcrevendo o texto de modo a ligar com a realidade do dia a dia da fazenda. Nos científicos nosso foco são os pesquisadores e precisamos destacar as técnicas e a estatística que é quem vai dizer se realmente nossa hipótese inicial foi aceita. Para esse grupo há necessidade de análise criteriosa para verificar até que ponto aqueles resultados tem relevância na sua prática pecuária. Esses são canais de comunicação muito importantes porque aproximam o público alvo (produtor, técnico) do pesquisador, pois as vezes esses parecem distantes e sem pontos em comum.

Vejam que a assistência técnica deve estar muito bem preparada, uma vez que os canais de comunicação são comuns e acessados também pelos produtores. Aliás, é cada vez mais rotineiro encontrarmos produtores que não têm formação na área de Ciências Agrárias estudando e capacitando-se para produzir ovinos e caprinos. Esses aliam sua experiência de campo com ensinamentos técnicos e são capazes de obter ótimos resultados.

Manter uma rede de contatos também é uma excelente estratégia. Muitas vezes podemos estar vivendo uma situação que para nós é inusitada, no entanto, um colega já passou por isso e pode compartilhar sua experiência. Podemos aprender muito com as experiências dos outros.
Outro ponto crucial é que o técnico tenha visão gerencial e auxilie o produtor nas estratégias de comercialização do seu produto e não foque somente nos aspectos técnicos de reprodução, nutrição, sanidade. Precisamos ter alguém com visão para o mercado, que enxergue fora da porteira, que troque informações com outros produtores e profissionais da área e traga novidades. E que desperte também esse interesse mercadológico na sua equipe.

Os produtores e técnicos devem ser muito parceiros. Precisam trocar informações, experiências e aprender um com o outro para crescerem juntos.

A comunicação é importante. Ao fazer recomendações de manejo o técnico deve considerar o objetivo do produtor, sua disponibilidade de recursos - seja financeiro ou de mão-de-obra, por exemplo - a fim de fazer indicações acessíveis. É importante que o produtor também participe do processo de decisão e o funcionário responsável pelo manejo direto com os animais seja ouvido, pois muito pode contribuir. Como esse profissional será o encarregado direto de executar as atividades, as instruções devem ser bastante claras sempre enfocando no resultado que deve ser obtido para que se enxergue o objetivo e com isso se realize com melhor desempenho.

Lembre-se de que ninguém faz nada sozinho, se sua propriedade está tendo ótima rentabilidade, é sinal de que sua equipe está bem gerenciada. Caso os resultados estejam abaixo do esperado, vale a pena refletir sobre a gestão da equipe, sua comunicação e avaliar se realmente os objetivos de todos são os mesmos a fim de traçar planos de ação para solucionar conflitos. E sempre precisamos motivar aqueles que estão ao nosso redor para que continuem aperfeiçoando-se e dedicando-se ao trabalho!

CARINA BARROS

Médica veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias UFPR
Doutora em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP
Pós-doutorado FMVZ-USP
Atuação na avaliação econômica e modelagem

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EDGAR FELIX NATANEL DOMBOLO

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/01/2012

E a primeira vez que tomo contacto com este sítio, que achei bastante interessante, de acordo com as minhas actividades. Acho o tema bastante pertinente e importantíssimo, principalmente para nos aqui em África no geral e em Angola em particular.
RICARDO FERREIRA DA SILVA

ENGENHEIRO CALDAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 29/04/2011

O site retirou a opção de recomendação a terceiros dos artigos publicados? Esta era uma opção interessante para difusão de conhecimentos. Eu a utilizava tambem para envio para minha própria caixa de emails, guadando somente aquilo que mais me interessava. Óbrigado, Ricardo
PAULO ANDRADE

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/04/2011

Muito boa a materia, entretanto como Zootecnista que procura um emprego posso afirmar que ainda temos muitos criadores que encaram a mao de obra especializada como um custo a mais e nao um investimento.

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