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Manejo da fêmea gestante - aspectos nutricionais

POR CARINA BARROS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/05/2011

4 MIN DE LEITURA

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No artigo deste mês iremos apresentar alguns aspectos importantes do manejo nutricional das fêmeas gestantes. Procuramos destacar pontos importantes de modo bem sintético e prático para que tenham uma visão geral. Então vamos lá! A fêmea gestante vai necessitar de mais nutrientes que os animais em mantença, já que irá ocorrer o crescimento da placenta, dos envoltórios e líquidos fetais, do próprio feto e da glândula mamária. Lembrando, que se a fêmea ainda estiver crescendo vai necessitar de nutrientes para continuar esse processo.

O manejo nutricional da fêmea gestante é muito importante para que ocorra manutenção da gestação, bem como para garantir a sobrevivência e o crescimento do neonato. O que se deseja é que os animais consumam e aproveitem bem os alimentos ingeridos, e que esses tenham baixo custo, já que a alimentação tem grande peso no custo produtivo.

É importante lembrar da capacidade de ingestão. De modo geral, os animais consomem cerca de 1,5 a 2% do seu peso corporal por dia, sendo que em animais de alta produção leiteira esse valor pode chegar até 5% ou mais em alguns casos extremos.

O tipo ou estrutura do alimento influencia a capacidade de ingestão. Nesse sentido, que fatores são mais importantes?

Os microrganismos ruminais necessitam de no mínimo 8% de proteína bruta (PB) para seu crescimento, portanto, valores abaixo desse nível comprometem o ambiente ruminal. Sabemos que em determinadas fases do ciclo forrageiro a planta vai ter um teor menor de 8%, então temos que cuidar, pois até podemos ter disponibilidade de matéria seca, mas sem atingir a PB mínima não teremos aproveitamento da fibra vegetal.

Alimentos com tamanho grande de partícula, entre 5 e 10 cm, permitem que animal selecione mais a dieta e com isso pode ingerir alimento de maior qualidade. Tende a ocorrer maior sobra.

Alimentos com tamanho de partícula pequeno, menor de 3 cm, tendem a não serem selecionados pelos animais e esses acabam ingerindo mais quantidade, que até pode chegar a compensar a qualidade. Entretanto, se as partículas forem menores de 2 cm, podem não ficar retidas no rúmen, passar mais rapidamente, impedindo o seu total aproveitamento pelos microrganismos ruminais.

A relação concentrado:volumoso tem efeito na ingestão. A inclusão de concentrado na dieta pode causar um efeito de substituição do volumoso por concentrado, mas pode haver aumento no consumo total (volumoso + concentrado). Se o nível de concentrado é muito alto a ingestão total pode reduzir em quantidade e o animal pode ter acidose ruminal que compromete a digestão.

Concentrado farelado pode ter menor consumo pelo animal por ser muito seco, a taxa de passagem ruminal vai ser elevada e ainda ocorre mais desperdício. Por outro lado dietas muito úmidas e fermentadas também podem reduzir o consumo. O teor de umidade dos alimentos deve estar entre 30 e 45%.

O excesso de gordura no alimento faz uma capa protetora nas partículas vegetais e impede a fermentação pelas bactérias, além de ser tóxico aos microrganismos, especialmente quando a gordura é saturada.

Além do alimento ofertado temos que saber como ofertar. Então, a que fatores do manejo devemos estar atentos?

O acesso dos animais ao alimento não deve ser restringido. Em estudos de comportamento alimentar, observa-se que os animais passam até 10 horas do dia pastejando. Esse tempo é importante para que ele busque e selecione as partes mais nutritivas da planta. A restrição de tempo para alimentação não deve ser superior a seis horas para não comprometer a ingestão.

Quando os animais ficam na pastagem e são suplementados no cocho com concentrado, deve-se procurar fracionar a quantidade diária total em pelo menos duas refeições, uma pela manhã e outra de tarde. Com isso evita-se alterações muito bruscas de pH ruminal (queda) devido a fermentação rápida do concentrado.

Para animais em confinamento deve-se sempre limpar os cochos retirando as sobras de alimento não consumido. Também verificar seu tamanho em relação aos animais (altura, profundidade) e um comprimento linear de cerca de 40 cm por animal. Todos devem ter acesso ao cocho ao mesmo tempo. A construção deve evitar que fezes e urina permaneçam com alimento. Da mesma forma o fornecimento de alimento deve ser fracionado em pelo menos duas refeições, preferencialmente o volumosos antes do concentrado ou bem misturado. Manter também um nível de sobra de pelo menos 10%.

A água deve estar disponível em qualquer situação e sempre limpa. Os bebedouros devem estar em locais frescos. Restrição de água resulta em restrição de consumo de alimento e afeta severamente a produção de leite. Os animais podem consumir de 6 a 8 litros de água diariamente e podem chegar a 20 litros de água por dia em casos de alta produção de leite.

Nunca trocar de dieta bruscamente. Levam dias para os microrganismos estarem bem adaptados a novos alimentos para fermentar. Toda mudança deve ser gradual.

Cuidar com espaço para os animais. Quanto menor a área, mais interação e competição pode ser desencadeada, especialmente com animais mais jovens.

Se possível, manejar fêmeas primíparas separadamente na alimentação, pois essas podem precisar de mais concentrado que as multíparas. Também já se demonstrou que podem aumentar o consumo quando não estão competindo com as mais velhas.

O estresse pelo calor, com temperatura acima de 30°C, reduz o consumo, então em dias muito quentes no verão pode-se adotar a estratégia de fornecer alimento de noite.

Esperamos ter conseguido demonstrar de forma simples os aspectos mais relevantes com relação à nutrição de gestantes e que vocês possam colocar em prática alguns conceitos!

CARINA BARROS

Médica veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias UFPR
Doutora em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP
Pós-doutorado FMVZ-USP
Atuação na avaliação econômica e modelagem

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LUIZ SANDI

LAGES - SANTA CATARINA - OVINOS/CAPRINOS

EM 09/08/2015

so li agora mais me ajudou bastante pois tirou duvidas de qtdade a fornecer

EDGAR ALAIN COLLAO SAENZ

JATAÍ - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/06/2011

Prezada Carina,

Parabéns pelo artigo, apenas uma correção, realmente, o  excesso de lipídeos  no alimento pode formar uma capa protetora nas partículas vegetais e ser tóxico aos microrganismos. No entanto isto ocorre principalmente quando as gorduras são insaturadas.

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