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Os rótulos dos sucedâneos auxiliam na escolha do produto mais adequado

POR CARLA MARIS MACHADO BITTAR

CARLA BITTAR

EM 18/07/2014

5 MIN DE LEITURA

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Os rótulos dos produtos e informações adicionais fornecidas pelas empresas devem ser suficientes para nortear a escolha de sucedâneos. O primeiro ponto que deve estar muito claro é que o crescimento do animal é regulado pelo consumo diário de proteína e energia. Assim, a composição da dieta e os programas de aleitamento devem estar em consonância com as metas de desempenho animal. Desta forma, definir para que animal e em que sistema de aleitamento o produto será utilizado é primordial. A avaliação do rótulo tem informações básicas de níveis de garantia, ingredientes utilizados e possíveis substitutos, instruções de diluição; e em algumas situações as instruções de alimentação, além de recomendações gerais/manejo.

Os níveis de garantia tem informações quanto ao teor de proteína bruta, devendo ser avaliada sua fonte, que está intimamente relacionada à sua digestibilidade/disponibilidade, além da presença de fatores anti-nutricionais. O teor de gordura indica o valor energético daquele produto, e sua composição vai definir a temperatura da água na qual o sucedâneo deverá ser diluído. Os ácidos graxos têm diferentes pontos de fusão, de forma que a composição em lipídeos deverá determinar a temperatura para melhor diluição do produto. O teor de fibra superior a 0,15% indica a presença de proteína vegetal, muito embora quando <0,15% não se tem garantia da ausência. Os teores de vitaminas A, D, E devem ser avaliados, pois são necessárias para crescimento e saúde.

Os ingredientes são listados em ordem decrescente de inclusão, mas é impossível saber os níveis de inclusão de cada nutriente a partir do rótulo. Os ingredientes mais utilizados são as gorduras animal e o óleo vegetal, como fonte de lipídeos; como fonte de proteína, o plasma animal (78% PB), a caseína (85% PB), o soro seco delactosado (20-26% PB) e a proteína concentrada do soro (WPC - 34-80% PB); além disso, ingredientes que apresentam maiores teores de lactose como leite desnatado seco, o qual apresenta proteína (34%), lactose e minerais; e o soro seco, com 12% de proteína e lactose.

Os termos usados nos rótulos podem muitas vezes incluir diferentes ingredientes, sendo generalizações que às vezes causam confundimento. Os produtos de proteína animal podem se referir a caseína, farinha de peixe, farinha de carne e ossos, leite desnatado seco, soro e sangue secos; e os produtos de proteína vegetal: farelo de algodão, proteína concentrada de soja, farelo de soja, levedura de cervejaria, farinha de soja, levedura ativa seca. Além disso, as proteínas da soja podem sofrer diferentes processamentos que aumentam sua digestibilidade, sendo então denominadas de diferentes formas: Proteína modificada de farinha de soja; Farinha de soja que é o farelo de soja moído fino (50% PB); Proteína concentrada de soja, a qual é obtida por remoção de carboidratos solúveis (66%PB); e a proteína isolada de soja, com ainda maior remoção de carboidratos (86% PB).

As características do produto antes e após a sua diluição também podem auxiliar na sua avaliação. O produto em pó, antes de sua diluição, deve apresentar coloração típica creme a bege claro, sendo o escurecimento indicativo que o produto sofreu aquecimento. O aquecimento de sucedâneos durante sua produção, transporte ou armazenamento pode resultar em reações de Maillard, que são caracterizadas pela ligação de nitrogênio a carboidratos, reduzindo a disponibilidade do nitrogênio. A aparência do produto deve ser de um pó fino e solto, sem empedramento ou presença de partículas estranhas ou mesmo de insetos. O odor deve ser brando e agradável. Este pó deve ter diluição fácil em temperatura indicada pelo fabricante, não devendo ocorrer decantação de pó com o passar do tempo. Este tipo de problema altera o teor de sólidos da dieta líquida que está sendo fornecida aos animais. A cor, o sabor e o odor devem lembrar aqueles do leite, sem alterações. É importante lembrar que o teste de coagulação não é mais um bom método de avaliação, uma vez que o leite desnatado e a caseína foram substituídos por proteína do soro na maior parte dos produtos comerciais.

Finalmente, o produto deve ser escolhido com base no sistema de aleitamento ao qual vai ser empregado. Quando os animais forem alimentados de acordo com o sistema de aleitamento convencional, o sucedâneo deve ter fontes de proteína de alta digestibilidade e teor entre 20-22% na MS. Neste sistema o fornecimento será de 4L diários, divididos em duas refeições, até 6 a 8 semanas de vida. No sistema de aleitamento intensivo ou acelerado, o teor de proteína deve ser maior, de forma a atender a maior exigência dos animais em altas taxas de crescimento. Neste caso o teor de energia (lipídeos) não é alterado, considerando a meta de crescimento dos animais e deposição de tecido magro. Neste sistema são utilizados volumes e taxas de diluição variáveis. Já nos sistemas onde o sucedâneo é fornecimento em containers com bico e fica disponível todo o tempo é de suma importância que o sucedâneo contenha um acidificante. A redução do pH do sucedâneo retarda o crescimento de microrganismos que podem reduzir a qualidade da dieta com o passar do tempo. No caso de aleitamento durante inverno, devido à maior exigência em energia para controle de temperatura corporal, recomenda-se fornecimento de sucedâneo com maior teor de gordura (20%) ou então o fornecimento em maiores quantidades por refeição ou maior número de refeições.

Existem diversas alternativas para o aleitamento de bezerros, dentre elas se destacam as fórmulas comerciais. Estes sucedâneos, no entanto, apresentam variada composição, sendo extremamente importante o entendimento das limitações dos animais no que se refere a digestão e aproveitamento de nutrientes para adequada escolha do produto. A avaliação da composição do sucedâneo comercial deve também considerar a que animal se destina e em que sistema de aleitamento o mesmo vai ser utilizado. Proteínas e carboidratos de origem animal devem ter preferência, principalmente para fornecimento de animais mais jovens.

Apesar de diversos produtos estarem disponíveis no mercado brasileiro, ainda existe grande dificuldade de produtores em encontrar o produto ideal para o seu sistema de produção, devendo ser auxiliados por técnico treinado.


Figura 1. Preparo de sucedâneo lácteo comercial par o fornecimento para bezerras 

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

CARLA MARIS MACHADO BITTAR

Prof. Do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP

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HERMENEGILDO DE ASSIS VILLAÇA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 22/07/2014

Parabens pelo ótimo artigo.




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