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Potencial desperdiçado

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/01/2012

3 MIN DE LEITURA

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 "O João, você precisa ver... vamos agora conseguir um aumento significativo de produção porque iremos trocar nossos piquetes... não vamos mais trabalhar com braquiarinha, vamos implantar um rotacionado de mombaça! Agora a coisa vai mudar!" Sob a prerrogativa de que cultivares do gênero Panicum são  mais produtivas que Brachiaria sp, com certeza. Não há como duvidar de tal colocação. No entanto, essa abordagem é, de fato, correta? A implantação de um determinado módulo de produção, tecnologia ou maquinário que incremente a capacidade de trabalho pode, realmente, ser encarada como avanço em termos de eficiência?

Confesso que durante alguns anos, durante minha graduação prestava muita atenção em aulas, conversas e trocas de informações sobre experiências inovadoras... nada contra, elas são válidas e sempre existirão mas, hoje, avalio sistemas de produção sob o ponto de vista de otimização das propriedades como um todo. Por ser a fonte de receita da propriedade, sempre avaliamos e nos preocupamos com os lotes em produção, claro. Nos preocupamos em melhorar a dieta a alimentação, o manejo da pastagem, a qualidade da silagem para que nossas vaquinhas produzam cada vez mais. Ok! E o restante do sistema? Gera despesas ao nosso bolso, passa despercebido muitas vezes e técnicas e manejos acabam, por vezes, sendo negligenciados.

Apenas como exemplo ilustrativo, abordemos a questão do manejo nutricional.Em sistemas intensivos de produção, com animais especializados é necessário formularmos e fornecermos (total mix, se possível) dietas de qualidade ou manejarmos adequadamente a altura de resíduo (no caso de pastagens) associado à um bom suplemento concentrado. Isso para animais em produção. E os animais em crescimento? E animais secos? A lactação é consequência de um manejo adequado no período seco. Vacas parindo com condição corporal indadequada tendem a apresentar maiores chances de problemas pós-parto, como consumo inadequado de MS, balanço energético negativo mais incidente e maiores distúrbios metabólicos. Então: o que podemos fazer?

Vamos um "case". O diagnóstico foi feito: " Sr. Carlos, o problema do Sr. está no manejo do gado seco e no manejo das suas novilhas em crescimento... o Sr. precisa melhorar sua pastagem, suas vacas não estão tendo disponibilidade de comida, essa braquiaria que elas estão comendo é muito pouco, dessa forma não tem jeito de colocarmos as vacas no momento do parto com adequado escore de condição corporal (ECC). A minha sugestão é que o Sr. implante um módulo rotacionado com uma forrageira boa como tanzânia e mombaça. O Sr. pode usar tifton também, dá um pouco mais de trabalho para formar, mas o resultado é muito bom. O Sr. pode até gastar um pouco mais para formar esse piquete, mas olha, vai economizar ração.." Onde está o erro desta avaliação? O que está errado nesta simulação comum de conversa cotidiana entre produtor e técnico? Dentro do meu ponto de vista o erro está na abordagem e na falta de capacidade de encontrar solução no que está em vigência, ou seja, por quê a braquiaria está baixa? Há necessidade real de substituí-la por uma forrageira de maior produtividade (mas também de maior custo de manutenção e muito mais exigente em termos de fertilidade do solo?). Será que não seria possível a implantação de um módulo rotacionado na Brachiaria decumbens do exemplo acima. Qual será o investimento necessário para implantação do mesmo? Qual a correção do solo e fosfatagem necessária (elevação do teor de P no solo, necessária para plantas mais exigentes)? Será que se não propusermos a implantação de um rotacionado na braquiarinha mesmo, com um período de descanso maior e apenas a realização de calagem não seria  mais apropriado. 

É grande a quantidade de áreas de pastagem e/ou piquetes mal dimensionados e manejados em muitas propriedades de leite. Não vejo como desafio a espécie utilizada mas sim a forma, o modo de aproveitamento. É comum encontrarmos áreas que são encaradas como "refugo", "fundões", "baixadas" que poderiam ser piqueteadas e muito bem aproveitadas para recria e/ou gado seco. A idéia vale para sistemas confinados também. É possível economizar manejando bem pastos no período e dando um descanso aos cascos de animais estabulados durante a lactação (caso dos free-stalls).

Antes de abrimos novas frentes de trabalho, acredito que o caminho seria corrigir e explorar ao máximo aquilo que está disponível à nossa frente. A economia é grande e os resultados são supreendentes. Tenho manejado vacas holandesas com suplementação no cocho, claro, mas com dieta econômica e piquete de decumbens sem grandes problemas e excelente ECC média da categoria. Infelizmente, em muitas fazendas e sistemas encontramos enorme potencial desperdiçado.




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JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/03/2012

Prezado Laércio Marques,

Obrigado pela participação e comentários!

A eficiência deve ser sempre a nossa busca. Muito almejada, nem sempre alcançada, infelizmente.

Não consegui compreender os números apresentados. Geralmente descrevemos o valor anual para produtividades/ha. Dessa forma, sistemas de produção intensificados (pastejo ou confinamento total), têm apresentado pelo menos valores acima de 30.000L/ha/ano. Sistemas muito eficientes apresentam cifras muito maiores (melhores). Um sistema com 12 UA/ha de média anual (para pastejo) é bastante intensivo (com suplementação no verão e inverno). Considerando uma produção diária média desse animais de 10 kg/vaca/dia (nenhum grande desafio e/ou pouco uso de concentrado com vacas não especializadas), temos 120 litros/ha/dia ou 43.800L/ha/ano..

O que seria o valor de 2.000 kg/ha mencionado?

Um abraço, até!
LAÉRCIO BARBOSA MARQUES

GOIÂNIA - GOIÁS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 13/03/2012

Oh eficiência!!

Tão perseguida e parece que cada vez mais distante!!

Você deu um soco no estômago de muito técnico que tem lotação de 12 UA nas vacas em lactação e produtividade por hectare de 2000 kg!

Nada contra os 12 UA.

Vejam as palavras acima moçada!!
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/03/2012

Prezado Paulo,

Obrigado pela participação e agradeço suas palavras!

De acordo com minha experiência prática e, conforme alguns trabalhos de pesquisa, animais em regime de confinamento tipo free-stall, de fato, apresentam mais problemas de casco, sim. Sola fina, sola dupla, úlcera de sola, úlcera de pinça, linha branca, erosão de talão e laminite são problemas usuais em free-stall. Por este motivo que inclinação de piso, escoamento de água, umidade do ambiente, conforto das camas e climatização são fundamentais, além de um correto e perfeito manejo nutricional, para evitarmos problemas. Mesmo com todos os cuidados eles, infelizmente, acontecem.

Animais holandeses são muito mais sensíveis que animais girolandos ou gir. Não conheço rebanhos mestiços manejados em free-stall com eficiência.

Um abraço, até!
PAULO ROBERTO FALCÃO LEAL

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/03/2012

Caro João Paulo
Mais uma vez aproveito seu artigo para aprender.
Gostaria de sua opinião sobre o manejo em free stall e a ocorrencia de sola fina e os problemas de casco. Alguma variação entre raças holandesa e girolando? A ideia de mante-las em piquete rotacionado no periodo seco é bem interessante para a manutenção do Escore corporal, mas poderia tambem recuperar a condição do casco?
Abraço Paulo

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