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A organização das tarefas e das pessoas na fazenda produtora de leite

POR PAULO FERNANDO MACHADO

E CLÍNICA DO LEITE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 22/02/2015

8 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 06/10/2023

Paulo Fernando Machado
Prof. Titular Bovinocultura de Leite
Diretor da Clínica do Leite
ESALQ/USP

“Eu treino as pessoas em minha fazenda. Trato-as bem e, quando elas estão boas, saem para trabalhar em outro negócio, muitas vezes para ganhar até menos do que ganhavam em minha fazenda”. Tenho escutado este tipo de comentário com frequência. Será que a pecuária de leite é que é o problema?

Muitas vezes racionalizamos sobre esta questão de mão de obra e atribuímos as causas do problema à trabalho muito árduo, longas horas diárias, ambiente sujo, distância das cidades, baixo salário, entre outras. Isto tudo é verdade, mas será que em outras atividades não se observa o mesmo problema? Será que pessoas vivendo nos suburbios de grandes cidades vivem melhor do que aqueles nas fazendas? Bem, e mesmo que estes pontos sejam a causa do problema, será que não há solução? Será que a pecuária de leite está fadada a acabar por falta de mão de obra?

Em outros paízes tem sido procurado alternativas como por exemplo a ordenha robotizada (que já aportou no Brasil), os limpadores de piso automáticos, dentre outras aparelhagens. Nestes paízes, no entanto, não houve redução do número de pessoas nas fazendas mas sim a liberação dos proprietários, que ordenhavam as vacas, para atividades mais intelectuais como o gerenciamento do negócio, mesmo porque os robos precisam ser limpados manualmente 3 vezes ao dia, as vacas precisam ser checadas, etc.

É preciso enfatizar que todo e qualquer negócio precisa de pessoas. Apesar da evolução das instalações e dos equipamentos nas fazendas produtoras de leite, cada vez mais as pessoas é que farão a diferença nos resultados do negócio. É preciso atrair e reter bons funcionários para que o negócio tenha sucesso.

Nesta área (gestão de pessoas) muito ainda temos que melhorar, desde a forma legal de contratação até a questão de relacionamento, comunicação, definição de responsabilidades, dentre outras.

No Sistema MDA da Clínica do Leite da ESALQ/USP adotamos 5 princípios gerenciais que garantem o sucesso do negócio. São eles:

1 - Princípio da objetividade: é a definição clara e escrita da missão, visão, valores e metas do negócio
2 - Princípio da coordenação: consiste no estabelecimento dos procedimentos operacionais das rotinas, integrando o sistema de produção (estratégia) com os recursos disponíveis e fazendo com que todos entendam o papel e função de cada unidade operacional
3 - Princípio da autoridade e responsabilidade: quando um indivíduo recebe uma tarefa deve, também, receber a autoridade para cumpri-la
4 - Princípio da unidade de comando: onde cada empregado deve responder para somente uma pessoa
5 - Princípio da delegação: é o processo de definir responsabilidades e conferir autoridade para que as atividades sejam cumpridas

Neste artigo vou discutir a questão de definição de autoridade e responsabilidades entre os interessados internos do negócio.

Os interessados internos do negócio de produção de leite são o produtor, o gerente, os supervisores, os operadores e os consultores. Em fazendas pequenas não teremos todas estas funções atribuídas a pessoas diferentes, mas sim, pessoas acumulando várias funções. Por exemplo, é comum o proprietário, que exerce a função de diretor, também exercer a função de gerente e de supervisor, quando não, a de operador também. Nas propriedades familiares é assim que acontece.

Bem, voltando às responsabilidades, o proprietário (diretor) tem como principal responsabilidade garantir a sobrevivência do negócio. Ele deve executar tarefas que façam com que o negócio tenha sucesso. Para tanto deve conhecer a situação do seu negócio quanto à áreas de oportunidade ou de baixa eficiência, o que seu cliente (indústria para quem vende o leite) demanda, as condições do mercado onde está inserido, incluindo como ele se compara com os demais fornecedores de sua indústria com relação às demandas da indústria e quanto ao seu custo de produção. Ele precisa saber como ele está ranqueado dentre os fornecedores de sua indústria para que, em situação de excesso de fornecimento de leite saiba se corre risco de perder seu mercado. A partir de todas estas informações o produtor/diretor poderá fazer uma previsão do que ele deve fazer para garantir seu negócio. Esta previsão deve contemplar pelo menos 05 anos à frente e deve ser atualizada anualmente. A partir desta previsão, que chamamos de planejamento estratégico, é possível determinar o que se deve fazer no momento, como, por exemplo, comprar vacas, concretar o piso das vacas, construir um free stall, etc. Também, a partir do planejamento estratégico podemos definir quais serão os padrões de trabalho a serem executados para se atingir as metas previstas. O proprietário deve comunicar tudo isto que ele desenvolveu para seus subordinados. Deve acompanhar os resultados do negócio através da avaliação dos indicadores mensais de resultados e aprovar e ajudar o gerente na elaboração dos FCAs (Fato/Causa/Ação) quando frente a resultados indesejados dos processos e, também, na elaboração dos Planos de Ação quando frente a resultados indesejados do negócio.

O gerente, por sua vez, deve receber/participar do planejamento estratégico e, juntamente com o consultor, determinar quais devem ser os procedimentos operacionais para as diferentes tarefas de maneira a atingir as metas estabelecidas no planejamento. Ele deve dominar estas técnicas para que ele possa treinar os supervisores e estes os operadores. O gerente é, então, o responsável pelo atingimento das metas. Ele deve ter autoridade para implementar toda a infraestrutura necessária para o atingimento das metas como, por exemplo, a contratação e demissão de pessoas, a compra de insumos, a preparação das instalações e equipamentos. No caso dos investimentos, estes devem ser aprovados pelo diretor (proprietário). Ele deve, também, acompanhar os trabalhos identificando o moral dos funcionários, avaliando os indicadores de verificação, as anomalias crônicas e identificando as causas raízes das mesmas, elaborando planos para sua correção definitiva, os FCAs. Deve, também, realizar as monitorias de procedimentos operacionais, juntamente com os supervisores, procurando verificar se os padrões estão sendo cumpridos pelos operadores.

Os supervisores devem receber/participar da elaboração dos procedimentos operacionais e serem capacitados a treinar os operadores nos mesmos. Devem garantir que os operadores tenham as condições para a execução das tarefas, identificando aqueles que não possuem as habilidades e as atitudes necessárias para o trabalho. Devem identificar o moral de cada funcionário sob sua responsabilidade e atuar imediatamente para que os problemas de relacionamentos não se agravem. Deve corrigir toda anomalia que afete o andamento do trabalho (por exemplo ordenhar e tratar uma vaca identificada com mastite pelo ordenhador). Com isso, sua principal responsabilidade é a de garantir que o trabalho seja executado como combinado e, para tanto, deve ter a autoridade para requisitar e dispor de todo o material necessário para a execução das tarefas, além de escolher com quem quer trabalhar. Deve, também, coletar os dados relacionados com as atividades de seus operadores como, no caso do setor de ordenha, as vacas que aparecem com mastite, o tipo de tratamento, o tempo de carência, a liberação do leite, a sujidade das vacas, a eficácia do dipping, a limpeza de filtros, etc.

Já os operadores tem a responsabilidade de executar as tarefas como definido nos procedimentos operacionais. Devem também identificar qualquer anomalia no trabalho. Para tanto devem ser treinados pelos supervisores em como realizar o trabalho, e, o que é anormal. Isto não é tarefa fácil. Uma vaca que apareça com mastite é uma anomalia? Uma vaca suja é uma anomalia? Uma vaca com placenta retida é uma anomalia? A falta de energia elétrica é uma anomalia? Vacas chegando sujas para a ordenha é uma anomalia? O gerente e seu consultor devem determinar para cada fazenda o ponto de corte do que é anomalia. Em determinada fazenda, onde o grau de conformidade das tarefas é bastante elevado, todas estas ocorrências mencionadas devem ser consideradas como anomalias. Numa fazenda no estágio inicial de implantação de um programa gerencial, no entanto, somente serão consideradas como anomalias as ocorrência maiores, como a falta de energia elétrica, por exemplo.

Por fim, os consultores. Eles tem a responsabilidade de alertar e oferecer informações corretas e adequadas que ajudem o negócio do produtor a ter sucesso. Muitas vezes o produtor, o gerente e o supervisor não possuem conhecimento ou tempo para executar as tarefas necessárias para que eles cumpram suas responsabilidades e pedem ajuda ao consultor. Assim ele passa a executar tarefas relacionadas ao planejamento estratégico, redação dos procedimentos operacionais, treinamento dos gerentes, supervisores e operadores e identificação de problemas, suas causas raízes e as ações para sua correção (eles realizam os FCAs). Em muitos casos os consultores executam tarefas operacionais por não existir na fazenda ninguém capacitado para executá-las como, por exemplo a regulagem de equipamentos, palpação de vacas, etc. O consultor não tem responsabilidade pelos resultados do negócio. Assim, se o negócio tiver resultado negativo, em qualquer que seja a perspectiva analisada, não é “culpa” do consultor e sim do proprietário e do seu gerente. O consultor tem a responsabilidade de oferecer recomendações corretas e a sua implementação é de responsabilidade do produtor e do gerente da propriedade.

Pelo texto acima observa-se que temos um grande caminho a percorrer em nossas fazendas no que diz respeito à organização das pessoas. Quantas de nossas fazendas possuem pessoal qualificado para executar todas as tarefas mencionadas e com isso assumir as responsabilidades inerentes às diferentes funções?

Isto tudo mostra que temos de repensar o negócio de produção de leite. Será que as pessoas que estamos contratando possuem a habilidade e a atitude corretas para os trabalhos mencionados? Será que as pessoas com as habilidades e atitudes corretas gostariam de trabalhar em uma fazenda produtora de leite?

CLÍNICA DO LEITE

Vinculada à ESALQ/USP, a Clínica do Leite é uma instituição sem fins lucrativos que atua em gestão da pecuária de leite, por meio da geração de conhecimento e da formação de pessoas.

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CLÍNICA DO LEITE

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 03/03/2015

Olá Armando,

Você já pensou em ter um tipo de relacionamento profissional diferente com seus funcionários? Talvez uma parceria seja uma maneira viável para as características do seu negócio e da cultura em sua região. Isto não pode se feito com qualquer pessoa - há necessidade de conhecer bem o interessado (é o que digo, comer no mesmo prato por mais de 1 ano) e, se o indivíduo casa com seus valores, propor uma parceria onde o funcionário entra com o trabalho e recebe, além de salário, alguma forma de participação no negócio. Não é dar benefícios linkados a desempenho mas algo semelhante à ações de empresas. Consulte um advogado trabalhista e ele talvez possa auxiliá-lo.
ARMANDO AUGUSTO JUCÁ

SÃO LUÍS - MARANHÃO

EM 03/03/2015

Bom dia Amigos!

Costumo dizer que emprego antes era um prêmio e hoje é uma tortura, um castigo, pelo menos é o que tenho visto, desde os anúncios estatísticos de televisão " %População pobre opta por não trabalhar ou por isso ou por aquilo...." ou quando tentamos contratar alguém e não temos um grande salário para oferecer. A coisa piora quando o emprego é no campo. A grande maioria do pessoal que trabalha na minha pequena fazenda, não quer carteira assinada e quando consigo contratar logo se demitem alegando que trabalhar todo dia não é legal. Temos em nossa fazenda vários trabalhadores que vivem de DIARIAS e no máximo trabalham três ou quatro dia na semana. Segunda feira não aparece ninguém. Todo dia conheço um santo novo por ninguém ter vindo trabalhar por aquele dia santo. Não atrasamos pagamento, todo sábado pagamos, temos boa comida, quase sempre uma bebida, tratamos com o maior respeito, sempre ajudamos um ou outro que nos pede algum favor ( sempre financeiro ) e não consigo tocar os meus serviços da forma que quero por falta de mão de obra......já cheguei a pensar que eu sou o problema, pois todo conhecimento de gestão que tenho não é suficiente para admitir e manter um peão por mais de um ano!
MARCELO GODINHO MIAZATO

ITAJUÍPE - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/01/2021

Este problema no nordeste é enraizado. Por incrível que pareça, nas regiões do semiarido o povo é mais determinado.
CLÍNICA DO LEITE

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 02/03/2015

Olá João,

Atrair e reter bons funcionários envolve uma série de fatores, sendo um deles a organização das tarefas. Se não houver a organização mencionada no texto fatalmente as pessoas se desmotivarão. Quando contratadas as pessoas estão, normalmente, motivadas. É uma vida nova, com expectativas de melhorias, mas, com o passar do tempo, o dia-a-dia vai mudando este estado de motivação e a pessoa se descompromete com o trabalho. Algumas das causas desta desmotivação você mencionou e, infelizmente, não estão sob nossa influência. A organização das pessoas, no entanto, depende somente de nós mesmos.
JOAO GOMES DE AZEVEDO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2015

Bom dia! o artigo define bem o papel de cada um na empresa. Vou focar na pergunta que voce faz "Sera que a pecuária de leite que é o problema?" no meu ponto de vista como pecuarista e responsável por todas as atividades hierárquica que voce define, tenho absoluta certeza que não. A organização das tarefas e das pessoas não são suficientes para motivar o funcionário permanecer na atividade pecuária de leite. A minha experiencia tem mostrado que o que mais afasta o trabalhador desta atividade é: a facilidade que os centros da cidades oferecem, desinteresse que os gerentes tem pela atividade, descriminação grande pela atividade, carga horaria excessiva não remunerada, horários das refeições desrespeitados, baixa escolaridades para ler e entender os padrões, vergonha da atividade e da residencia, não existe na midia divulgação da atividade, etc. somos um dos maiores produtores de produtos que são produzidos na zona rural e não é divulgados, a zona rural contribui com 30 das exportações e é pouco divulgado. por hoje é só.
PAULO DE CASTRO GUIMARÃES

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2015

Wiil, o (veja o absurdo!) não faz parte do texto. Foi comentário meu.
PAULO DE CASTRO GUIMARÃES

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2015

Bom dia Will
Li os seus comentários (2) acima e assino embaixo. Acredito que GRANDE PARTE DOS ERROS é do produtor que não seguiu à risca as recomendações. De fato, há muita confusão referente ao texto mesmo.
Mas, vou repetir uma parte do texto que é inaceitável e, é o ponto que me fez, faz e sempre fará contestar.
..." O consultor não tem responsabilidades pelos resultados do negócio. Assim, se o negócio tiver resultado negativo, em qualquer que seja a perspectiva analisada (veja o absurdo!), não é "culpa" do consultor e sim do proprietário e do seu gerente"...
Analise e reflita. Acho que não preciso dizer mais nada.
ALEX CAMPOS MACHADO

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 02/03/2015

Bom dia Dr. Paulo, Meu nome e Alex Campos Machado, tenho um empresa que atua no ramo de venda, assistência e montagens de ordenhadeiras, e presto consultoria em qualidade de leite. seu artigo pode ser de grande importância aos meus clientes. que são pequenos e médios produtores. estou no triangulo mineiro Uberlândia. gostaria de passar suas informações aos meus clientes....

Atenciosamente

Alex Campos Machado
alexordenha@yahoo.com.br
(034) 9682.9049
(034) 9136.1289
WILL

BOM JESUS DO ITABAPOANA - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 27/02/2015

Acho que neste fórum está havendo um certo confundimento sobre os papeis do consultor e o de gerente/administrador da propriedade rural.
Bom, sobre o que escrevi anteriormente, vejo a consultoria como um serviço prestado. Penso que ela pode até não dar resultados positivos expressivos e a curto prazo, mas em hipótese alguma deve dar prejuízo. Se o produtor segue à risca o que o consultor manda fazer e ocorre redução na produção, acho que não deve ficar por isso não. Contudo, volto a lembrar, consultoria não é gerência.
PAULO DE CASTRO GUIMARÃES

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2015

Como o produtor, não sendo especialista em gestao e conhecimento técnico, pode ser o único culpado. Veja o exemplo. Um determinado empreendedor busca construir um prédio. Para tal contrata uma empresa especializada ( Arquitetos, engenheiros, etc). O ditl prédio vem a ruir. O empreendedor que não é arquiteto, nem engenheiro é o único culpado. Ele é culpado por não conhecer de técnicas de construção. Afinal ele procurou uma empresa especializada. Se ele fosse expert em tais conhecimentos seria desnecessário contratar uma empresa, ele mesmo geria o processo, podendo até ter arquitetos e engenheiro sob sua "batuta".
Participo de uma cooperativa de leite regional que com 43 membros entrega 105.000 litros por dia de leite. Os campeões de produção não têm números impactantes. Não adianta o produtor produzir uma enormidade e não ter lucro. Da teta da vaca tem que sair dinheiro. É fundamental o equilíbrio do ótimo financeiro com o ótimo produtivo. E esses maiores produtores a que me refiro vivem sob as recomendações de seus consultores, fazem tudo, absolutamente tudo. Confiam cegamente neles. E as sobras (dinheiro) do processo, onde estão. No entanto, também, no mesmo grupo, Há produtores que têm conhecimento dos processos com números formidáveis. São de fato dono dos seus negócios. Acontece que nem todo mundo é especialista em tudo.
MOISÉS CARVALHO

SÃO BRÁS DO SUAÇUÍ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/02/2015

A materia é muito boa, mas gostaria de fazer uma observação, ocusto opracuinal, legislação trabalhistas , autas taxas de juros, preço abaixo da realidade do produto torna em muitos casos a inviabilidade deste programa que é nescessario para o bom funcionamento da empresa rural.
PAULO FERNANDO MACHADO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2015

O principal ponto a ser considerado nesta discussão não é o de responsabilizar alguém com o objetivo de simplesmente "culpá-lo" pelo insucesso, mas sim, o de identificar o responsável para que este assuma o problema e tome medidas para solucioná-lo (fazendo o FCA mencionado no texto).

Se quisermos responsabilizar o consultor pelo resultado devemos, também, dar a ele a autoridade para implementar as medidas necessárias para se atingir o resultado. Dar autoridade significa, eventualmente, autorizá-lo a demitir, contratar, etc. Em algumas situações, como frente a um consultor não muito experiente mencionado pelo Paulo Guimarães, o produtor não quer/pode dar esta autoridade e, portanto, não pode exigir responsabilidade.
PAULO FERNANDO MACHADO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2015

Claudemir e Will,

Se o médico fizer um diagnóstico errado e der um remédio também errado, ele deve ser responsabilizado pela sua orientação. No entanto, mesmo tendo feito um diagnóstico correto e dado o remédio adequado, isto não é garantia de sucesso. Existem muitos outros fatores que podem afetar o resultado como, por exemplo, a imunidade do paciente. Assim, o médico não pode ser responsabilizado pela eventual morte do paciente, a não ser, volto a dizer, se fizer diagnóstico e prescrição erradas.

Este conceito é muito importante na organização da fazenda de leite pois o responsável pelo sucesso do negócio é unicamente o produtor. Ele é quem define para onde quer ir e decide se vai seguir ou não as sugestões do consultor. O gerente, por sua vez, tem como responsabilidade o atingimento da meta definida pelo produtor - isto se a ele forem dadas pelo produtor as condições para atingi-la. Se estes pontos não forem acordados nós não caracterizamos os níveis de autoridade e de responsabilidade dentro da operação.

Gostamos de dizer que o sucesso de um negócio é resultado do trabalho cooperativo de todos os envolvidos. Isto é verdade, mas não exime o produtor de sua responsabilidade maior que é a de garantir que o negócio sobreviva.
PAULO DE CASTRO GUIMARÃES

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2015

em tempo, parabéns pelo artigo. Muito bom.
PAULO DE CASTRO GUIMARÃES

RIO VERDE - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/02/2015

Há ainda uma outra situação que concordo com o Claudemir (embora o ponto que vou discutir seja outro). O que há de técnico ruim e incapacitado é absurdo. Nós os assistidos que não somos consultores (portanto devemos atender as recomendações do "Dr consultor", legalmente qualificado pelas instituições de ensino). Incapazes que somos, técnicamente, de saber diferenciar a qualidade dos consultores, incompetentes ou bons (raros por sinal).
Agora imaginem o produtor entregar o seu negócio, o seu futuro em mãos despreparadas. É o mesmo quadro que ocorre no governo brasileiro nesse exato momento. Estamos vendo o caos estabelecido, e o que é pior, o produtor não tem como "resolver" o problema criando e aumentando tributos, fazendo os cidadãos pagar pela ingerência.
Há, também, outro aspecto terrível. Sabemos e sentimos que as pesquisas e técnicas não cheguam aos produtores pela quase inexistente assistência a campo.
aaaaaaatt
WILL

BOM JESUS DO ITABAPOANA - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/02/2015

Concordo com o Claudemir. Se o consultor der um diagnóstico errado da situação ou receitar um tratamento ineficaz ele deve sim ser responsabilizado, assim como se um médico de pessoas errar em um desses dois pontos ele deve ser responsabilizado. Quanto à cirurgia, se for constatado que houve erro médico, o mesmo deve ser responsabilizado sim.
Por outro lado, se tanto o consultor quanto o médico acertarem e mesmo assim a coisa desandar, deve prevalecer o bom senso.
CLAUDEMIR DAS NEVES SOUZA

CONTAGEM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/02/2015

Concordo plenamente com o Sr na situação mencionada pelo Sr!!

Mais não foi esta realidade relatada nos meus dizeres, segue novamente: "pois se ele(CONSULTOR) é competente,eficiente e se os GESTORES (PROPRIETÁRIO OU GERENTE) da fazenda fazem o que foi diagnosticado(LEVANTAMENTO DO CONSULTOR) confiando em sua qualificação e capacitação",
estou dizendo que o proprietário / gerente SEGUE O RECOMENDADO PELO CONSULTOR!!!

Entendeu??

E aí??

O fracasso foi só do proprietário e do gerente???
DAYANA ADÉLIA

IBITURUNA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/02/2015

Boa tarde a todos.
Concordo com o Prof. Paulo. Atuo com consultoria em outras área a de contencioso trabalhista e, invariavelmente, sugerimos o que entendemos que eve ser feito para que determinado passivo trabalhista não seja criado, entretanto, os proprietários do negócio entendem por bem não seguir a orientação o que é perfeitamente possível e viável vez que o negócio não é do consultor. Da mesma forma que o Prof. Paulo pergunta qual a culpa do consultor. Consultor não executa a atividade e sim orienta. Cabendo aos proprietários e seus colaboradores a execução do que fora encaminhado pelo Consultor. Em nosso sítio temos um veterinário que cuida dos animais e, seguindo aquilo que é proposto pelo médico veterinário, temos obtido êxito, mas o trabalho cabe aquele que execute. A disposição.
PAULO FERNANDO MACHADO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/02/2015

Olá Claudemir,

Sua colocação é muito boa mas, imagine que você é um consultor de uma fazenda na área de controle da mastite. A propriedade está com 700 mil CCS no tanque. Você faz um diagnóstico de situação e propõe um plano de ação que deve fazer com que a CCS caia para menos de 200 mil, em um ano, que é o desejo do proprietário. No plano você escreve que devem ser descartados determinados animais. Na execução do plano, no entanto, os referidos animais não são descartados pelo proprietário e o resultado final de CCS é de somente 500 mil. Eu pergunto a você: qual a responsabilidade do consultor? Ele é o responsável pela qualidade do plano ou pelo resultado de CCS?

Esta questão que você levantou é muito importante pois define o sucesso ou o fracasso do profissional. Talvez fique mais fácil analisarmos a questão olhando outra área. Um médico, por exemplo, que faz uma cirurgia de transplante cardíaco e o paciente vem a falecer, é responsável pela qualidade da cirurgia ou pela morte do paciente?
CLAUDEMIR DAS NEVES SOUZA

CONTAGEM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/02/2015

Artigo muito bem esclarecido e de conteúdo de fácil interpretação entre níveis gerenciais.
Só tem um detalhe, que em minha compreensão não concordo!!

Nos dizeres do artigo: "O consultor não tem responsabilidade pelos resultados do negócio. Assim, se o negócio tiver resultado negativo, em qualquer que seja a perspectiva analisada, não é "culpa" do consultor e sim do proprietário e do seu gerente.".


Realmente o consultor não tem CULPA DIRETA, mas tem CULPA INDIRETA.

Como o consultor faz parte do ciclo operacional da fazenda e ele está na fazenda para alavancar, diagnosticar e solucionar possíveis problemas no negócio, e o resultado for negativo, O CONSULTOR TEM CULPA SIM, porém de forma INDIRETA, pois se ele é competente,eficiente e se os GESTORES da fazenda fazem o que foi diagnosticado confiando em sua qualificação e capacitação, POR QUAL MOTIVO ELE NÃO TEM CULPA INDIRETAMENTE??
O consultor é o principal elemento, tanto no SUCESSO como FRACASSO de qualquer tipo de negócio!!!

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