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Avaliação morfológica de vacas leiteiras

POR LIBOVIS - UFRRJ

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/03/2021

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 29/03/2021

Visando obter uma produção eficiente na pecuária leiteira, é essencial atentar-se não apenas à capacidade produtiva do rebanho, mas também aos aspectos morfológicos dos animais.

Quando se iniciou a seleção genética de vacas leiteiras o foco estava somente na produção de leite, atualmente não só a produção de leite é fator a ser melhorado, também devemos selecionar a morfologia, focando em traços como: corpo, pernas, garupa, úbere anterior, úbere posterior e ligamento médio.

A avaliação morfológica tem por objetivo selecionar os animais de acordo com suas características funcionais, buscando identificar aqueles que possuem as características mais adequadas ao sistema de produção desejável, pois melhorar a conformação das vacas de um rebanho significa aumentar a produção.

A conformação corporal de uma vaca afeta a sua capacidade de produção e a sua longevidade, assim como indica se haverá dificuldades para ordenha, parto e etc. Quando uma vaca tem um bom tipo funcional, ela terá maior possibilidade de produzir grandes volumes de leite e em várias lactações.

A avaliação morfológica deve ser individual, ou seja, identificar em cada animal suas qualidades e deficiências. A realização de tal avaliação é de grande importância para gestão adequada do rebanho, dado que o conhecimento sobre os aspectos desejáveis e indesejáveis de cada animal permite um melhor planejamento focado no melhoramento genético das próximas gerações, atentando-se aos pontos que se desejam corrigir ou aprimorar no rebanho.

Criadores passam a conhecer melhor seus animais e valorizar os que tendem a permanecer por mais tempo produzindo, podendo assim realizar a seleção e descarte com maior segurança, diminuindo possíveis custos com animais cuja vida produtiva tende a ser curta ou com produção ineficiente. O direcionamento dos cruzamentos deve ser também para os que favoreçam melhorias em características corporais.

No dia 01 de julho 2010, a Raça Holandesa no Brasil atualizou o seu Sistema de avaliação das vacas para a Classificação Para Tipo, conhecido como Avaliação da Conformação Ideal, que nos auxilia numa escolha mais adequada de animais destinados a produção leiteira.

O sistema se divide em quatro categorias principais (Figura 1), que possuem pesos distintos no sistema de avaliação de conformação, são eles:

Figura 1. Sistema de avaliação das vacas para a Classificação Para Tipo, conhecido como Avaliação da Conformação Ideal utilizada pela ABCBRH (Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa). Fonte: Valloto, 2010.

Quando se avalia características desejáveis de força leiteira, visa-se obter conformações adequadas para que uma vaca tenha predisposição a grandes produções de leite e condições corporais aptas para a produção e reprodução

O que se espera é que a estatura esteja de acordo com a idade do animal; apresente nivelamento de linha superior comparando a estatura anterior com a posterior do animal; apresente uma boa profundidade corporal; angulosidade, possuindo costelas arqueadas, oblíquas e espaçadas. E tenha-se uma boa condição corporal avaliada pelo ECC (Escala de Condição corporal), onde nessa escala encontra-se com valores próximos do 3 (valores de 1 a 5).

Quando avaliamos características de garupa para o gado leiteiro, avaliamos também características que irão interferir na facilidade de parto e na movimentação do animal. Vacas que possuem garupa reta ou muito inclinada terão possíveis problemas de parto. É desejável bom nivelamento, larga, comprida e combinada com um forte lombo, sendo que 40% do úbere se inserem na garupa e 60% na parede do corpo (abdômen).

A condição sobre as pernas e pés está inteiramente ligada a vida útil de produção dessas vacas, é necessário optar por vacas que apresentem ângulos de cascos intermediários descartando fêmeas com pernas retas ou muito curvas. Os animais devem ter jarretes normais (vista por trás), apresentando pernas abertas e paralelas.

Boas características definem maior resistência as doenças do pé e claudicação; locomoção com a liberdade de movimentos e mobilidade para chegar ao pasto, cocho de alimentação, sala de ordenha, além de saúde para demonstrar o cio.

Referente as características do sistema mamário é sempre necessária atenção redobrada, pois é o aspecto de maior valor no julgamento de vacas leiteiras. O úbere de uma vaca leiteira deve ser íntegro e funcional, apresentando ligamento firme (variando de intermediário à forte) para que suporte sucessivas lactações, sendo moderado no comprimento, largura e profundidade e apresente piso nivelado na vista lateral sempre na altura do jarrete.

Orienta-se não selecionar vacas que tenha o úbere abaixo da linha do jarrete, pois pode ocasionar constantes infecções e problemas mamários, como a mastite por exemplo. As tetas devem apresentar forma cilíndrica, tendo comprimento e diâmetro intermediários e adequados ao animal que se está avaliando. As tetas devem ser “sob úbere” e não devem ser apontadas lateralmente.

Todos esses parâmetros devem ser levados em consideração quanto a idade do animal, raça e número de parições.  Por fim, com tais características já analisadas e pontuadas, as fêmeas são classificadas de acordo com seu mérito como fracas, regulares, boas, boas para mais, muito boas ou excelentes.

Tal classificação se mostra bastante útil na formação de índices de seleção futuros, de forma a aumentar a rentabilidade do sistema produtivo ao manter na linhagem do rebanho os animais que possam trazer ganhos genômicos significativos ao longo das gerações, já que algumas características morfológicas apresentam correlação com a produção leiteira.

 

Autores:
Fernanda Vieira Galvão¹
Gabrielle Araújo Rodrigues dos Santos¹
Samara Rosa Ferreira Silva¹
Ana Paula Lopes Marques²
Clayton Bernardinelli Gitti²

1 Discentes e 2 Orientadores, Grupo de Estudos Liga de Bovinos - LiBovis 
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ

Fontes consultadas:

LIMA, Alisson. Classificação morfológica de bovinos leiteiros. Zootecnia Ativa, 2019. Disponível em: <https://zootecniaativa.com/zootecnia/1851> Acessado em 11 de dez. de 2020

ÚBERE: Quais características devem ser avaliadas no rebanho? EducaPoint, 2018. Disponível em: <https://www.educapoint.com.br/blog/pecuaria-leite/ubere-quais-as-caracteristicas-ideais> Acessado em 11 de dez. de 2020.

VALLOTO, A., NETO, PGR. Raça Holandesa moderniza e atualiza sistema de avaliação da conformação das vacas (Classificação para tipo). 2010. Disponível em: <https://www.accb.com.br/files/doc/Raca-holandesa-moderniza-e-atualiza-sistema-de-avaliacao-da-conformacao-das-vavas.pdf>. Acessado em: 12 dez. 2020.

LIBOVIS - UFRRJ

A Liga de Bovinos, LiBovis, é um grupo de estudos constituído por alunos de graduação em Medicina Veterinária e áreas afins da UFRRJ. Tem como objetivos estudar, compreender e defender os interesses da bovinocultura contribuindo para sua valorização.

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ANNA CARLA SILVA CUNHA

BARRA DO PIRAÍ - RIO DE JANEIRO - ESTUDANTE

EM 07/04/2021

Muito bom o tema!

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