Utilização de materiais recicláveis para a construção de painéis solares

As usinas hidrelétricas são as maiores fontes de energia do Brasil, gerando também um impacto muito grande na biodiversidade do país. Além disso, a tarifa de consumo de energia elétrica vem sofrendo reajustes com acréscimos nos últimos anos, impactando também o bolso do consumidor.

Com o passar do tempo e com o avanço da tecnologia, foram feitos vários estudos para desenvolver fontes de energias sustentáveis, para diminuir os impactos ambientais causados pelas hidrelétricas. São exemplos das mais comuns energias sustentáveis: a energia eólica e energia solar.

No Brasil, a maior fonte de energia utilizada para gerar eletricidade é a energia hidroelétrica, tal nome devido a sua produção ser gerada pela exploração do potencial de águas do país. Apesar de que pesquisas afirmam que as usinas hidrelétricas usam apenas uma pequena parte do seu potencial hídrico, ainda assim essas usinas geram um impacto de forma negativa para o meio ambiente.

Para que as usinas hidrelétricas produzam energia, é utilizada a força da água. Sendo necessário represar a água formando grandes reservatórios através da construção de barragens nos rios. A água que fica represada é encaminhada para as tubulações até uma edificação chamada de casa de força, onde se localizam as turbinas e os geradores que vão transformar a pressão da água da barragem em movimento e esse movimento em energia elétrica.

Como consequência, essas grandes áreas de alagamento geram, infelizmente, um impacto enorme no meio ambiente, devido os desmatamentos realizados para sua construção e pelas alterações na estrutura dos rios (ICONE ENERGIA, 2020).

No Brasil, mais precisamente no ano de 2001 após um grande racionamento de energia, vem ganhando espaço o estudo de novos recursos para a geração de energia elétrica, como fontes eólicas, biomassa, hídrica, maremotriz e geotérmica para garantir essa produção sem lesar o ambiente e a economia nacional e global (SILVA e CAVALIERO, 2004).

Por estar situado na região intertropical, o nosso país dispõe de grande potencial de aproveitamento de energia solar no decorrer de todo ano (COLLE, S; PEREIRA, E.B. 1998).

O emprego da energia solar ocasiona privilégios em longo prazo para o país, proporcionando a eletrificação de áreas em que o preço da energia é elevado, estabelecendo a oferta de energia em épocas de estiagem, reduzindo a subordinação do mercado de petróleo e diminuindo os lançamentos de gases poluentes à atmosfera (PEREIRA, E.B., COLLE, S., 1997).

No século XVIII, Nicholas de Saussure, cientista suíço, criou um coletor de energia solar muito empregado até os dias atuais. Esse coletor era composto por uma caixa de madeira, quadrada, com o seu interior pintado de preto, com a finalidade de absorver o máximo de radiação solar no tempo em análise, e tampado com vidro, alcançando uma temperatura interna a 85°C. No presente momento, esse procedimento foi aperfeiçoado e as caixas de madeira foram trocadas por caixas d’água abrangendo uma serpentina dentro da mesma, que proporciona a movimentação de água, além disso, são elaboradas de materiais mais isolantes e são localizados em série sobre os telhados das residências (BRANCO, 2008).

O aquecedor solar reciclável se distingue dos demais pelos materiais empregados em sua construção. Com o objetivo de reduzir o valor de sua fabricação, são aplicados em suas colunas tubos e conexões de PVC, garrafas pet e caixas de leite substituem a caixa metálica, o painel de absorção térmica e o vidro utilizado nos coletores convencionais, visto que, o calor absorvido pelas caixas, incluindo uma pintura preta fosca, é separado no interior das garrafas e transportado para a água por meio das colunas de PVC, também pintadas em preto. O aquecedor solar faz-se sustentável em razão dos materiais recicláveis empregados na sua fabricação, sendo as garrafas pet (transparentes) e caixas de leite os relevantes itens desse processo de aquecimento (ALANO, 2008).

De acordo com SCHERER et al (2015) são várias as vantagens em optar pela energia solar além de ser ecológica:

• Energia renovável e gratuita;
• Fonte de energia limpa, não poluindo o efeito estufa.
• Equipamentos que compõe o sistema de energia solar não produzem ruídos, não ocorrendo interferências acústicas no meio;
• Não ocupam espações, por serem instalados na maioria das vezes em coberturas de casa e prédios;
• Sua captação é totalmente adaptável de acordo com as necessidades do consumidor, podendo ser instalados mais sistemas solares para atender uma maior quantidade de energia;
• Boa resistência, não necessitando de frequências manutenções além de possuir longa duração;
• Embora seu alto investimento inicial, é possível logo recuperar tais investimentos pela economia de energia elétrica convencional.

Entretanto o sistema solar apresentam algumas desvantagens. Uma das principais desvantagens é tempos nublados causa ineficiência do sistema, devido a impossibilidade de captarem a energia. Assim, lugares com baixa incidência de luz solar o decorrer do ano, as placas solares não são recomendadas (OZELAME et al, 2016)

Analisando os aspectos sociais diante dos sistemas de energia solar conclui-se que as qualidades geradas pela a implementação dos sistemas superaram os pontos negativos. Porém as contraposições das vantagens e desvantagens da energia solar e da energia convencional dependem da matriz energética do país. Todavia, optando pelo seu uso , pode atenuar os impactos gerados pela demanda energética crescente e contribuir com  a segurança energética que, por ser dependente de apenas uma fonte se torna mais suscetível a problemas de abastecimento (COUTINHO, 2019).

Portanto, a energia solar sendo uma energia limpa, inesgotável e sustentável nos últimos anos vem ganhando espaço no mercado brasileiro, porém por ter um custo elevado, são poucas pessoas que conseguem fazer esse investimento que, ao longo prazo, é compensatório.

Surgindo então uma proposição de painéis solares de baixo custo de fabricação, para melhorar a acessibilidade de pessoas de baixa renda, propondo fornecer a mesma qualidade e economia de energia elétrica que os painéis fotovoltaicos tradicionais, possibilitando muitos benefícios.
 

Autores

Daisa Mirelle Borges Dias, daisarv@hotmail.com, Medica Veterinária pela Universidade de Rio Verde - UniRV, Rio Verde, GO, Técnica em Zootecnia – IF Goiano, Rio Verde, GO, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano – campus Rio Verde, GO.

Felipe Pereira Cunha – lipe_pereiracunha@hotmail.com – Engenheiro Agrônomo pelo Centro Universitário de Mineiros – Unifimes, Mineiros, GO, Mestrando em Zootecnia pelo IF Goiano – Campus Rio Verde, GO, Bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG.

Cristiele Dayane Cardoso dos Santos - cristielemedvet@gmail.com - Médica Veterinária pela Uniceplac - Gama, DF, Mestranda em Zootecnia pelo IF Goiano - Campus Rio Verde, GO, Bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG.

Chrystiaine Helena Campos de Matos - chrystiainecampos@gmail.com - Licenciada em Química pelo IF Sudeste MG - Barbacena, MG, Mestranda em Agroquímica pelo IF Goiano - Campus Rio Verde, GO.

José Ricardo Gouveia Capanema - capanema.bio@hotmail.com - Ciências Biológicas pela UEMG - Mestrando em Zootecnia pelo IFGoiano Rio Verde, GO.

Sabrina Ferreira Gonçalves- engcivilsabrina@outlook.com - Engenheira Civil pela Universidadede Rio Verde- UniRv, Rio Verde, GO.

Charllys Richellyher da Silva - charllysxulingo@gmail.com - Biólogo pelo Instituto Federal goiano campus Rio Verde - Rio Verde, GO.

Marco Antônio Pereira da Silva, marco.silva@ifgoiano.edu.br, Zootecnista pela Escola Superior de Ciências Agrárias de Rio Verde, Mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Doutor em Ciência Animal pela Universidade Federal de Goiás, Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Rio Verde, GO.

Referências Bibliográficas

ALANO, J. A. Aquecedor solar composto de embalagens descartáveis. Disponível em: < https://josealcinoalano.vilabol.uol.com.br/manual.htm>. Acesso em: 03 de Junho. 2021.

BRANCO, S. M. Energia e meio ambiente. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.

COLLE, S.; PEREIRA, E. B. Atlas de irradiação solar do Brasil – 1ª. versão para irradiação global derivada de satélite e validada na superfície. Brasília: Instituto Nacional de Meteorologia, 1998.

PEREIRA, MARTINS, ABREU, RÜTHER. Atlas brasileiro de energia solar. São José dos Campos: INPE, 2006.

SILVA, E. P.; CAVALIERO, C. K. N. Perspectivas para as fontes renováveis de energia no Brasil. Disponível em: < http.//www.universiabrasil.net > . Acesso em: 03 Junho 2021.

STIVARI, S. M. S; OLIVEIRA, A. P.; SOARES, J. On the climate impact of the local circulation in the Itaipu lake área. Climatic Change, 72 (1-2): 103-121, 2005.

SANTURNINO, A. Construção de usinas hidrelétricas representa riscos à biodiversidade, aponta estudo publicado na Revista Science, 2016. Pesquisa – UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016.

CUSTOMIZAENERGIA. O que é Energia Renovável?Disponível em: < https://www.customizaenergia.com.br/blog/o-que-e-energia-renovavel/> . Acesso em: 19 de agosto de 2021.

ÍCONE ENERGIA. Quais são as principais fontes de energia usadas no Brasil, 2020. Disponível em: <https://iconeenergia.com.br/fontes-de-energia-usadas-no-brasil/> .Acesso em: 06/08/2021.

Fonte da foto: Customizaenergia, 2018.