Como muitos dos alunos das escolas dos EUA estão voltando para as aulas presenciais, a demanda por leite nos programas de alimentação escolar com certeza aumentará, mas se ela retornará aos níveis pré-pandêmicos neste ano escolar ainda é incerto.
Betty Berning, analista do Daily Dairy Report, diz que “quase metade dos alunos das escolas públicas dos Estados Unidos estão de volta às aulas, especialmente na parte sul do país, e com isso, a demanda por leite escolar aumenta”.
Antes da ruptura causada pela pandemia, cerca de 7,5 bilhões de cafés da manhã e almoços foram servidos entre março de 2019 e fevereiro de 2020, por meio do Programa Nacional de Merenda Escolar (NSLP) e do Programa de Café da Manhã Escolar (SBP), segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). No entanto, entre março de 2020, quando começaram os pedidos para ficar em casa, e fevereiro de 2021, as refeições servidas nos dois programas diminuíram quase um terço, cerca de 2,2 bilhões.
“Presumindo que cada refeição contivesse meio litro de leite, a redução no total das refeições servidas equivale a 137,5 milhões de galões de leite, ou cerca de 536,6 milhões de quilos”, diz Berning. “Isso é cerca de 45,35 milhões de quilos a menos do que todo o estado do Texas produziu em junho.”
“Muitos alunos aprenderam em casa durante o ano letivo de 2020-21 e, embora não tenham consumido leite por meio dos programas de alimentação escolar, podem ter consumido leite em casa. Mas é provável que não tenham bebido o suficiente para compensar a perda de leite servido na escola”, acrescenta ela.
Antes da pandemia, cerca de 75% dos alunos dos programas de almoço e café da manhã participavam do programa de merenda gratuita ou a preço reduzido, aberto a famílias de baixa renda. Como parte do Families First Coronavirus Response Act, os Serviços de Alimentos e Nutrição do USDA estenderam seu programa de almoço grátis até 30 de junho de 2022.
“Isso significa que almoços grátis estarão disponíveis para os alunos durante todo o ano letivo de 2021-22”, observa Berning. “A extensão do programa de merenda gratuita pode aumentar o consumo de laticínios por famílias que podem nem sempre ter condições de comprar esses produtos. Com mais escolas planejando o aprendizado presencial neste outono, junto com almoços grátis, é provável que o número de refeições servidas pelos programas de merenda escolar e café da manhã melhore em relação aos níveis de pandemia.”
O consumo de leite líquido está diminuindo desde pelo menos 1975, e o leite servido nas escolas é uma porção significativa do consumo total de leite, de acordo com Berning. Em 2019, por exemplo, quando as vendas de leite fluido totalizaram 20,8 bilhões de quilos de leite, o leite escolar representou até 10% do mercado total de fluido.
De acordo com os cálculos de Berning, pouco mais de 1,81 bilhão de quilos leite foram servidos pelos programas de alimentação escolar no ano anterior à pandemia. Se esses programas recuperassem 75% de sua participação pré-pandemia neste ano letivo, os programas consumiriam 1,36 bilhão de quilos de leite, diz ela.
“Mesmo com um início de ano escolar promissor, a utilização do leite escolar permanece uma grande incógnita, particularmente com a variante Delta crescendo em muitos estados, nenhuma vacinação aprovada para crianças menores de 12 anos e apenas cerca de metade da população dos EUA totalmente vacinada”, Berning diz. “O programa de merenda gratuita e a abertura de escolas para aprendizagem presencial apontam para uma melhoria a curto prazo, mas o destino do leite escolar depois de setembro não está claro.”
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.