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As intervenções do Banco Central e o preço do leite

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/08/2014

2 MIN DE LEITURA

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 As intervenções do Banco Central e o preço do leite

É comum ouvirmos da indústria nacional que o preço do leite ao produtor pago ao produtor brasileiro é o mais caro do mundo. Mas isso é verdade?

Preocupado com o efeito da cotação do dólar na inflação o Banco Central desaguou no mercado, de junho de 2013 a junho de 2014, US$ 186 bilhões, com o objetivo de manter a taxa de câmbio entre R$ 2,20/US$ e R$ 2,30/US$. Segundo os cálculos de analistas se não fossem as operações de swap do Banco Central a taxa de câmbio nesse período oscilaria entre R$ 2,35/US$ e R$ 2,40/US$.

Segundo o último índice Big Mac, publicado pelo conceituado “The Economist”, com o preço desse sanduiche de US$ 5,25 a moeda brasileira é a 5ª mais cara do mundo! Considerando que esse sanduiche custa US$ 4,62 nos USA, a moeda nacional está sobrevalorizada em 13,6% com relação ao dólar. Um câmbio mais realista seria então de R$ 2,56/US$.

Consideremos o preço médio do CEPEA para junho de 2014, de R$ 1,0127/litro.

Se considerarmos a taxa de câmbio quando o Banco Central injetou em um ano R$ 186 bilhões para manter o câmbio entre R$ 2,20/US$ e R$ 2,30/US$ o preço médio recebido pelo produtor nacional em dólar estaria entre US$ 46/litro e R$ 0,44/litro. Se o banco Central não tivesse injetado essa quantia, com o câmbio variando entre R$ 2,35/US$ e R$ 2,40/US$, o preço médio recebido pelo produtor estaria entre R$ 0,43/litro e R$ 0,42/litro.

Se considerarmos o câmbio sem a sobrevalorização do real, de acordo com o índice Big Mac do The Economist, a taxa de câmbio deveria ser de R$ 2,56/US$ e o preço do leite recebido pelo produtor de R$ 0,40/litro.

Em função dessas considerações é fácil constatar que o preço do leite pago ao produtor brasileiro não é o mais alto do mundo, e a indústria internacional sabe disso, e é esse um dos motivos que tem levado essas indústrias a investir no Brasil, além do tamanho e o crescimento de nosso mercado.

Não interessa ao produtor brasileiro receber o maior preço do mundo, ao contrário gostaria de receber o menor preço do mundo desde que possa ter margem para que a atividade da pecuária de leite possa ser economicamente sustentável. E isso significa fundamentalmente ter qualidade de leite, escala de produção, produtividade e competitividade, o que se resume em duas coisas: capacitação e custos de produção baixo.

A indústria nacional deveria deixar de fazer comparações simplistas do preço que o nosso produtor recebe em US$, que depende de uma política cambial do Governo e não da cadeia produtiva, para se concentrar na capacitação e redução de custos de seus fornecedores de leite. É isso que permitirá termos o menor custo do mundo, com uma pecuária leiteira economicamente sustentável, o que é bom para o nosso mercado interno e para nos tornarmos exportadores significativos no mercado internacional.

Uma nova relação entre a indústria e os produtores é o único caminho para atingirmos isso. Aliás, já dizia Einstein com muita propriedade: loucura é fazer as mesmas coisa do mesmo jeito e esperar que os resultados sejam diferentes.

Marcello de Moura Campos Filho


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