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A cautela da indústria e o preço ao produtor de leite

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2014

2 MIN DE LEITURA

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 A cautela da Indústria e o preço ao produtor de leite.

A matéria “Europa: preços ao produtor não cobrem os custos de produção”, publicada no Milkpoint em 10/06/2014, mostra que na Alemanha em janeiro de 2014 o produtor recebeu US$ 0,565/litro ( R$ 1,20/litro ) para um custo de produção de US$ 0,616 ( R$ 1,42/litro ), representando um déficit na cobertura dos custos de 8%.

Segundo o MEG Milch Board a cobertura deficientemente crônica dos custos de produção significa que não somente fazendas individuais desaparecerão da Europa, mas também, que regiões produtoras de leite inteira poderão desaparecer.

Para comparação consideremos os valores pagos a produtores nacionais em reais e o correspondente em US$:

R$/litro     0,90     1,00       1,10       1,20

US$/litro   0,39      0,43      0,48       0,52

Essa comparação indica que mesmo recebendo R$ 1,20/litro o produtor nacional estará recebendo menos do que o produtor alemão em janeiro de 2014.

A matéria “Cautela na indústria de lácteos” , publicada em Milkpoint em 09/06/2014, coloca que a elevação de preços aos produtores de janeiro a maio de 2014 foi de cerca de 12%, comprometendo a margem de lucro das indústrias, que já estão repassando o aumento para os consumidores, e que para ser “saudável” precisaria haver uma redução de 5%, ficando o preço ao produtor entre R$ 0,90/litro e R$ 1,00/litro, ou seja, receber entre 83,3% e 83,3% do que recebe o produtor alemão.

Isso só seria saudável e sustentável para a cadeia produtiva nacional se pagar entre R$ 0,90/litro e R$ 1,00/litro ao produtor cobrir os custos de produção e sobrar uma margem.

Mas qual o custo de produção no Brasil? A heterogeneidade dos produtores e a falta de um organismo como o MEG Milch Board dificultam essa estimativa.

Eu pessoalmente acho que para poucos dos 30% dos produtores que responde por 70% da produção nacional esse custo de produção esta abaixo de R$ 0,90/litro e que para a maioria deve estar entre R$ 0,90 e R$ 1,00. Isto sugere que em 2014 o preço ao produtor no mínimo deveria oscilar entre R$ 1,00/litro e R$ 1,10/litro, para não corrermos o risco de perder muitos produtores e mesmo regiões produtoras. E se a indústria quer que a pecuária nacional aumente sua produtividade e competitividade e produza leite de qualidade, deveria pensar que em pelo menos no período de maio a outubro o preço ao produtor deveria ficar entre R$ 1,10/litro e R4 1,20/litro.

Entendo a cautela da indústria face as incertezas da economia. Mas é preciso que a indústria entenda que o produtor vive essa mesmas incertezas e que não é saudável e sustentável na realidade receber entre R$ 0,90/litro e R$ 1,00/litro. Isso poderá acontecer no futuro, se houver um aumento da produtividade e competitividade da pecuária de leite nacional, e que só ocorrerá se os produtores receberem para pagar os custos de produção e ter margem para sobreviver e investir para melhorar sua produtividade e competitividade.

Os problemas de falta de margem da indústria não pode ser resolvido baixando preços dos produtores, que padecem do mesmo mal. É necessário que no momento o varejo absorva parte dessas elevação de custos que não possa ser repassado aos consumidores para que possamos a médio prazo ter um cenário melhor para a cadeia produtiva do leite e derivados brasileira.

Observação: As conversões entre US$ e R$ consideraram uma taxa de câmbio de R$ 2,30/US$.

Marcello de Moura Campos Filho

 

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/06/2014

Prezado Paulo Roberto Viana Franco

Agradeço o comentário.

Contratos formais são exceção. Eu faço parte de uma associação de produtores que comercializam o leite em conjunto ( cerca de 25.000 l/dia ) e trabalhamos com contrato. Mas os contratos formais quando existem são frágeis. O pior é que a maioria das indústria não trabalha muito para desenvolver seus fornecedores de leite, carentes de assistência técnica, não conseguem otimizar seu sistema de produção e desconhecem seus custos ( aí fica difícil a vaca dar lucro ).

Concordo que as organizações que defendem os produtores de leite são fracas e desorganizadas. Não temos uma organização e um sindicato específico para produtores de leite, que poderia ter recursos para efetivamente capacitar e defender os interesses dos produtores. Por outro lado a realidade é que os produtores se distanciaram e não participam das suas organizações ( causa ou consequência?).

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
PAULO ROBERTO VIANA FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/06/2014

Atualmente,alem de consultor, sou produtor de leite.
Não existe compromisso entre produtor e industria(contrato).
As organizaçõs que defende os produtores são frageis e desorganizadas para produtores de leite.
Os produtores não recebem assistência técnica.
Não conhecem seu sistema de produção e seu custo de produção.
O importante é todas as vaca darem lucro.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/06/2014

Prezado Moisés Candido Bernartt

Agradeço o comentário

Contra fatos não há argumentos. O fato é que há muitos anos que a pecuária leiteira está mal e o sistema CNA/Ferderações, que conta com muito dinheiro do imposto sindical, pouco fez mara melhorar essa situação, tanto na representação dos produtores na cadeia do leite como em ações efetivas dentro da cadeia. Talvez seja porque a CNA não é um organismo específicos de produtores de leite. Em outrois paíse existem organizações de carater nacional específicas de produtores de leite.

Não será o caso de termos uma Confederação Nacional e um Sindicato específico para produtores de leite?

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
MOISÉS CANDIDO BERNARTT

NOVA AURORA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/06/2014

Esta se tornando cada vez mais conveniente, debitar o valor da conta para o produtor Brasileiro, já que tanto a indústria como o varejo tem suas margens garantidas, e estão muito bem representados nesta cadeia. Gostaria de saber quem efetivamente defende os interesses do produtor de leite no cenário nacional. Quem de fato representa a classe ? CNA, FEDERAÇÕES, temos representantes no parlamento, como a BANCADA RURALISTA tem ? Infelizmente a verdade é que estamos a merçe do mercado que cada vez mais impõe, regras para um produção com qualidade, quantidade, forçando a aquisição de produtos de ponta (caríssimos) fazendo com que o produtor adquira uma GAMA ENORME DE PRODUTOS, para obter um produção razoável. Invariavelmente estes produtos tem seus valores aumentado, duas a três vezes ao ano, tornando o custo de produção muito alto e achatando a margem do produtor. Pergunto como ter margem para investir ou até mesmo sobreviver na atividade com leite de qualidade variando entre R$ 0.90 a R$ 1.00. Ao contrario do que ocorre por exemplo na Nova Zelandia, aqui não se consegue produzir leite a pasto, o que para mim no Brasil na passa de uma utopia. Sejamos realistas, se não ocorrer um milagre neste contexto o produtor Brasileiro esta fadado ao insucesso.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/06/2014

Prezado Honório Serpa

Agradeço o comentário.

O ideal seria que todos os elos da cadeia tivessem elevada produtividade e competitividade, pois os preços ao consumidor poderiam ser mais baixos e mesmo assim todos os elos da cadeia poderiam ter remuneração justa e sustentável.

Todavia isso só acontecerá a médio prazo a partir do momento que de fato houver entendimento na cadeia, principalmente entre a industria e produtores, e se realizar um trabalho para chegar lá. Mas não é esmagando o produtor pagando na atualidade entre R$ 0,90 e R$ 1,00 por litro e dizendo que isso é saudável para a cadeia que caminharemos nessa direção.

Como diz o ditado popular, é dureza levar no r... é ainda ter que aguentar o bafo na nuca.

Marcello de Moura Campos Filho
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/06/2014

Amigo Marcelo, concordo com a sua visão de que o primo rico (varejo) da cadeia é o que mais ganha!
Em outra oportunidade um produtor lançou aqui a idéia, que considero muito perspicaz e altamente eficiente , que poderia igualar as margens entre os elos da cadeia...
Atrelar o preço pago ao produtor pela matéria-prima, a um preço médio para o consumidor de um mix de produtos (mussarela, leite em pó, longa-vida) .
Assim acabariam as distorções do mercado, onde o preço ao consumidor sobe 300 % mais do que o preço pago pela matéria-prima (leite) ao produtor!!
A idéia é boa..o difícil será implanta-la!!!
Força política é o que nos falta!
Por um Brasil mais Justo e Perfeito.:
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2014

Prezado Roney José da Veiga

Agradeço o comentário.

Penso que a mussarela subir no varejo R$ 0,40/kg não é possível repassar R$ 0,40 ao produtor de leite. A questão a discutir é se é justo o produtor receber apenas R$ 0,15/kg, e quanto desse aumento caberia à indústria e ao varejo.

Os produtores de leite, por serem em número muito maior do que as indústrias e o varejo, são a parte fraca da cadeia produtiva, e é submetido aos desmandos do varejo e da indústria, fato agravado pela fraqueza da ação das entidades que os representam no contexto da cadeia produtiva.

Infelizmente parece que a indústria e o varejo parecem ter interesse em manter essa fragilidade do produtor, as organizações de produtores não tem força para mudar essa situação, e a toda a cadeia produtiva e o País perdem com isso ( a força de uma cadeia produtiva não é maior do que a força de seu elo mais fraco ).

O sonho de um Brasil produzindo leite e lácteos, com qualidade e quantidade suficiente para abastecer seu mercado interno e exportar, só se tornará realidade o dia que a indústria perceber que a fragilidade da pecuária leiteira brasileira é prejudicial aos seus interesses e trabalhar para mudar ao longo do temo essa situação. Mas afirmar que 2014 o produtor receber entre R$ 0,90 e R$ 1,00 por litro é saudável para a cadeia produtiva mostra que ainda estamos muito longe desse sonho se tornar realidade.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho



RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2014

Para a Indústria é fácil arrumar a própria bagunça e ineficiência simplismente biaxando o preço ao produtor!!
Nós não conseguimos fazer nosso custo baixar com tanta facilidade; seria ótimo se eu pudesse chegar na loja de insumos e dizer : _ Só pago R$ 30,00 seu saco de adubo _ !!
A realidade é que somos o principal elo da cadeia e o que menos manda no negócio, somos submetidos aos desmandos dos outros elos da cadeia, ( Indústria e varejo - que é o que mais ganha -).
Engraçado é que a mussarela sobe R$ 4,00 o kg ao consumidor, o que daria para dar um aumento de R$ 0,40 na matéria-prima paga ao produtor, que recebe apenas R$ 0,15!! NO bolso de quem está a diferença?
Sonho com o dia em que os produtores conseguirão se unir e fazer valer os seus direitos!!
POr um Brasil mais Justo e Perfeito:.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/06/2014

Prezado Rogerio Simao

Agradeço o comentário.

Não me parece que na Alemanha a economia está decadente, que a inflação seja uma ameaça e o consumidor não tenha poder aquisitivo, e no entanto o produtor de leite lá não está recebendo para cobrir os custos de produção.

No Brasil embora nos últimos 18 meses a economia está crescendo pouco é preciso reconhecer que nos últimos 10 anos houve um crescimento e principalmente aumento de poder aquisitivo da população ( a renda familiar nos municípios cresceu entre 60% a 100% ) que se refletiu num aumento no consumo de leite e lácteos..

O consumidor brasileiro gasta uma montanha de dinheiro com produtos para beleza e compra no supermercado em embalagem UHT "leite" de soja e suco de frutas com preços variando entre R$ 4,00 e R$ 6,00 por litro mas o mundo cai quando o o preço médio do leite UHT nas gôndolas dos supermercados passa de R$ R$ 2,50 por litro.

A indústria reclama que não tem margem e quer recuperar margem em cima do produtor de leite que há muitos anos luta para não ter prejuízo. É o roto querendo manter margens às custas do esfarrapados. E o varejo, o primo rico não tem margem na comercialização de leite e lácteos?

No meu ver o problema maior que afeta a indústria e o produtor de leite está dentro da cadeia produtiva do leite e derivados e não fora. E enquanto não houver essa percepção o roto e o esfarrapado, ou seja, a indústria e o produtor de leite, por melhor que vá a economia do País, continuarão sem margem, se degladiando enquanto o primo rico assiste a tudo e o Brasil continuará dependente de importação para atender o consumo de seu mercado interno.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
ROGERIO SIMAO

PALMITOS - SANTA CATARINA - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 14/06/2014

boa tarde!!!

sou comprador de leite no estado de SC, aqui o custo médio pede até ser um pouco mais reduzido, mas os produtores também estão sufocados, mas por outro lado a industria não consegue dissipar esses custos, com uma economia em decadência qualquer aumento de preço para o consumidor implica diretamente na inflação e assim diminuindo o consumo, do meu ver só poderemos ter um cenário mais favorável com o fortalecimento da economia e o consumidor realmente ter poder de consumo.

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