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Entre a esperança e a realidade: mês de março no mercado de lácteos e as perspectivas para abril

POR VINÍCIUS NARDY

PANORAMA DE MERCADO

EM 01/04/2021

4 MIN DE LEITURA

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O mês de março foi de elevação nos valores médios de todos os derivados lácteos integrantes dos levantamentos do MilkPoint Mercado (referentes aos preços de venda da indústria). Mesmo assim, o momento é de grande incerteza, e afirmar que o período foi positivo para a cadeia é um tanto quanto delicado.

Neste texto, iremos analisar as causas desta elevação de preços, a recepção do varejo ao movimento e o que deve ditar o ritmo dos acontecimentos no setor durante o próximo mês.

No início do mês de março, o cenário do setor lácteo era bastante difícil. Após um 2020 de preços dos derivados elevados na maior parte dos meses, desde outubro o setor lidava com a perda de força no mercado, e este enfraquecimento foi acentuado a partir de janeiro.

Ao fim de fevereiro, o saldo para o UHT, por exemplo, era de preço médio 8,8% inferior ao de janeiro e 31,1% menor que o de setembro. Na muçarela, o cenário era ainda pior em termos de preço: -12,6% em relação a janeiro e -42,4% em relação a setembro.

Esta dificuldade clara no repasse de preços fez com que a “parte” da indústria no preço final do UHT chegasse a apenas 27,2% no segundo mês de 2021. Em setembro, este valor era de 36,3%. Na muçarela, neste aspecto, o problema foi ainda maior: em fevereiro, 8,4% do valor final do queijo era da indústria. Em setembro, eram 22,1%.

Este aperto fez com que o valor pago pela matéria prima também apresentasse redução no período – ainda que não tão acentuada quanto a dos derivados. O preço médio pago ao produtor em março/2021, pelo leite entregue em fevereiro, foi de R$ 1,94/litro, 19,8% inferior ao valor de setembro.

Gráfico 1 – Participação da indústria no preço final do leite UHT ao consumidor


Fonte: CEPEA / FIPE / Elaboração própria – MilkPoint Mercado

 

Gráfico 2 – Participação da indústria no preço final da muçarela ao consumidor


Fonte: CEPEA / FIPE / Elaboração própria – MilkPoint Mercado

A partir dos dados acima (e pelos gráficos abaixo), podemos inferir que a capacidade da indústria em repassar baixas para o produtor pela matéria-prima é menor do que a do varejo em pagar menos pelo derivado. Este é justamente o principal ponto de atenção com relação ao mês de março.

Com estoques de UHT em níveis inferiores ao que vinha sendo observado – 9,8 dias de produção em estoque no início de março, contra 13,1 dias em fevereiro – as indústrias buscaram um repasse de tabela ao varejo desde a primeira semana do mês, estendendo o movimento para todos os derivados. A disparada de preço do Leite em Pó Integral no leilão GDT do dia 02/03/2021 (+20,7%) fez com que o movimento ganhasse força, e os repasses foram repetidos ao longo das semanas seguintes.

Em meio a elevação nos valores dos derivados, o menor volume de importações (em março, média diária de toneladas importadas foi 17,8% inferior a de fevereiro) e a expectativa por uma janela de exportações do leite brasileiro (em março, a média diária de toneladas exportadas já foi 28,4% superior as de fevereiro), as negociações pelo leite spot na 2ª quinzena de março tiveram preços bastante superiores aos da quinzena anterior: a média Brasil foi de R$ 2,29/litro, uma alta de R$ 0,39/litro ou 20,2%. Este movimento, entretanto, se mostrou precipitado durante os dias finais do mês.

Apesar da tentativa da indústria em subir o patamar dos preços dos derivados ter sido repetida até a 3ª semana, a última semana foi de redução nos valores praticados em busca de algum volume de vendas. Sem grande demanda pelo consumidor final, e muita incerteza acerca das medidas restritivas para combate ao coronavírus, o varejo travou as compras no nível de preços mais elevado proposto, e obrigou que houvesse cessão dos valores por parte da indústria.

Gráfico 3 – Índice de Preços – UHT e Leite Fresco (Preço em janeiro/2020=100)


Fonte: CEPEA / FIPE / Elaboração Própria – MilkPoint Mercado

Gráfico 4 – Índice de Preços – Muçarela e Leite Fresco (Preços em janeiro/2020=100)


Fonte: CEPEA / FIPE / Elaboração Própria – MilkPoint Mercado

Sendo assim, está claro que não há sustentação do mercado no momento para preços em níveis maiores do que os que vêm sendo praticados. É válido destacar que, atualmente, as dificuldades dos produtores não podem ser direcionadas a indústria, assim como as dificuldades da indústria não podem ser direcionadas ao varejo.

O grande problema está no consumo final. É difícil imaginar mudanças positivas nos valores sem que haja choque na demanda por parte do consumidor final. E aqui está a esperança para o mês de abril: ainda que o valor a ser gasto com o novo auxílio emergencial seja inferior ao que tivemos em 2020, é provável que o montante ajude a impulsionar um maior consumo das famílias, que pode ser traduzido em melhora para a cadeia láctea.

Aliado a restrição de oferta imposta pelas menores importações e possíveis exportações, este maior consumo pode ser a “bala de prata” para melhores margens para todos os elos. A conferir!

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JEFERSON RENATO MIELKE

ACEGUÁ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/04/2021

A margem cada vez mais apertada,é uma constante nos últimos anos,cada vez mais difícil permanecer na atividade leitera!
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/04/2021

E a redução na produção vira forte. Vaca virando arrouba de carne, necessidade do produtor de vender no corte para pagar dívidas e, na entresafra que desponta, sem vaca que da leite com capim no verão, o preço da soja e do milho, altíssimos, vão inviabilizar um trato mais adequado no inverno.
MARLUCIO PIRES

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/04/2021

Estranho, com leite em pó integral saindo quase a 3 reais equivalente litro, a redução de importação, devido a dificuldade de repasse ao varejo, deveria ser de 100%.
Devemos ser claros: mercado interno tá derrapando, nossa indústria não tem competência pra exportar, e mesmo se o mercado interno aquecer, apenas um grande arrocho na oferta de leite faria os preços subirem.
DANIEL ROBSON SILVA

TERRA NOVA DO NORTE - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/04/2021

Isto mesmo. Concordo plenamente. Mas explique aí a equivalência de leite a 3.00 no leite em pó. Acho que estou fazendo conta errada. Todo mundo diz Isto mas eu não consigo chegar nesta conta. RSSS
JOSÉ APARECIDO DOS SANTOS

MARINGÁ - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 01/04/2021

Deve ser de ótima qualidade
RONEY JOSE DA VEIGA

HONÓRIO SERPA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/04/2021

A margem do varejo é muito alta!
DANIEL ROBSON SILVA

TERRA NOVA DO NORTE - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/04/2021

Concordo, a margem do varejo continua sendo o principal gargalo do consumo. E a meu ver, mesmo com auxílio emergencial, só a redução na produção poderá salvar o ano de consequências mais desastrosas.

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