Posteriormente a esse processo, surgiram empresas terceirizadas de coleta a granel, que prestam serviços para diversos laticínios. Também, serviços de treinamento e capacitação desses “freteiros”, que são responsáveis pelas coletas de amostra de leite para análise – que, de forma crescente, determinam o pagamento do leite – foram desenvolvidos. As tecnologias, como a roteirização via GPS também surgiram e continuam surgindo, otimizando o processo e melhorando os controles.
Em 8 de maio de 2013, foi deflagrada a primeira Operação Leite Compen$ado no Rio Grande do Sul. A repercussão nacional mostrou ao Brasil a ocorrência de um crime cometido para elevar ganhos com a quantidade de leite vendida à indústria, mas com potencial para gerar um efeito nocivo de grande impacto ao setor. Daquela operação, surgiram outras, demonstrando que, embora tenha ocorrido evolução, a prática da fraude não foi extinta.
Leite Compen$ado
De acordo com Valter Antônio Brandalise, presidente do Sindileite-SC, uma das principais lições que a Operação Leite Compen$ado está trazendo ao setor é o sentimento de que fazer o certo ainda é certo neste país. “É possível pensar em um ambiente melhor para se trabalhar. O nosso modelo de inspeção (Federal, Estadual e Municipal) é totalmente ultrapassado e não contribui com a qualidade do leite. As regras devem ser as mesmas para o mesmo produto, porém, não existe solução se todos os elos da cadeia produtiva não se ajudarem. O produtor, o transportador, a indústria e o governo, todos precisam fazer direito o seu papel, dentro das responsabilidades que compete a cada um. Enfim, empresas que trabalharam sério a duras penas, contra tudo e contra todos, hoje são reconhecidas”, frisou ele.
Em parte, o problema reside no fato de que, em algumas regiões, como no Rio Grande do Sul, o transportador muitas vezes assume o papel de dono da linha de leite, recebendo inclusive pela litragem transportada, o que abre espaço para manipulações. O maior controle e profissionalização dos processos de coleta não ocorreram ao mesmo tempo em todas as empresas. Hoje, há algumas com um grau de controle maior, e outras buscando adequação.
Alexandre Guerra, presidente do Sindilat-RS, comentou que os fatos ocorridos no âmbito da Operação, que envolveu a fiscalização do Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura e teve o apoio do Ministério Público (através de ferramentas que os órgãos de fiscalização não têm acesso, como as escutas), mostraram ao setor e a todo o mercado gaúcho a necessidade de treinar profissionais e, por meio desses resultados, fazer uma seleção, criando um colaborador ainda mais ético e comprometido com o setor e eliminando naturalmente o atravessador no transporte de leite.
“Ficou evidente que esse transportador que não tem vínculo com uma marca tem dificuldade de se comprometer com a complexidade que é o transporte do leite. Os casos denunciados mostraram à indústria a importância de deter o controle de todo o ciclo, desde a casa do produtor até o recebimento do leite na plataforma da indústria, agregando a cultura da logística. Isso já era realizado por muitas empresas, mas não era uma unanimidade entre os laticínios. Todo esse movimento também fez com que a indústria investisse ainda mais em novos equipamentos, controles de testes em laboratórios, planos de qualidades e novas tecnologias de rastreabilidade e monitoramento dos caminhões. Só assim acreditamos que a indústria não ficará mais refém, principalmente do transportador de leite, e daremos transparência ao processo sendo que, para isso, será necessário alguns ajustes na legislação estadual e federal”, disse Guerra.
Guerra, do Sindilat/RS: os laticínios precisam controlar todo o ciclo, do produtor à indústria.
Complementando, Brandalise cita que existe um equívoco quando se fala que a fraude no transporte ocorre apenas em função do pagamento feito por litro de leite. “Pagamento por litro ou não, sempre tem seres humanos envolvidos. O que aconteceu foi que, em função do sentimento de impunidade e enriquecimento rápido, muita gente acabou se corrompendo”. Ele ainda pontuou que não somente em Santa Catarina, mas em todo o Brasil, as transportadoras estão cada vez mais conscientes do seu papel e sabem dos riscos, por isso, a importância da profissionalização. Ainda de acordo com ele, a fiscalização por parte das empresas ficou muito mais rigorosa, tanto na qualidade do leite transportado quanto na estrutura de transporte. “Todas as transportadoras que conhecemos trabalham com contrato, onde estão descritos todos os procedimentos, direitos e obrigações de cada uma das partes. Existem alguns projetos de roteirização para pagamento e controle de frota em andamento, porém é importante melhorar a consciência dos agentes deste mercado ou nada dará certo”.
Melhorias no transporte de leite
Devidos aos episódios de fraude, o setor vem buscando se profissionalizar, ainda que existam muitos desafios. Com a instituição da IN 51/2006 – MAPA e atualmente IN 62/2012, as indústrias de laticínios foram pouco a pouco alterando sua estrutura de transporte e refrigeração do leite. Os caminhoneiros também fazem parte do processo, pois são o segundo elo da cadeia e interferem direta ou indiretamente na qualidade do leite, e é por isso que o treinamento fornecido é essencial e foi apontado como de extrema importância para a busca de melhorias.
Armindo José Soares Neto, Gerente de Suprimento de Leite da CCPR/Itambé, destacou que hoje a empresa trabalha com grandes transportadoras e possui em média 220 caminhões que rodam diariamente no percurso do produtor até a fábrica. “Os motoristas são treinados para fazer um bom atendimento e se relacionarem bem com os produtores. Para evitar fraudes, nós medimos os índices de desempenho das transportadoras e isso influencia no pagamento do frete que fazemos para elas: ou bonifico-as, ou, penalizo-as na tarifa de acordo com os índices que meço diariamente em cima da rota projetada. O motorista deve cumprir a rota conforme foi estipulada, o caminhão deve estar dentro dos parâmetros que contratamos e nenhum produtor deve ser esquecido no percurso”.
Ele ainda ressaltou que paga a transportadora de acordo com a qualidade dos serviços prestados. “Nós entregamos para a transportadora a rota que cada caminhão vai fazer e os detalhes: data da coleta, horário, ordem de produtores para realizarem a coleta, entre outros. Esses caminhões possuem um sistema de rastreamento que permite que eu veja a rota que ele executou, comparar a rota planejada com a rota feita e além disso, recebo alertas se o caminhão fez alguma parada não autorizada, se ele gastou mais tempo ou menos tempo e se ele passou por algum caminho que não estava projetado. Todo esse processo nos ajuda a identificar se ele está envolvido em algum tipo de fraude, ou fraude do produto em si ou fraude da quilometragem rodada”.
José Ricardo Pollastri, Gerente de Captação de Leite e Logística da Danone, também afirmou que a companhia preza pela qualidade do leite, segurança alimentar e do transporte, comunicação, ferramentas que facilitem o trabalho de toda a equipe e investimentos em treinamentos para os motoristas, o que garante a qualidade do produto e a correta coleta de amostras. “Além disso, são realizadas auditorias dos trabalhos com acompanhamento dos indicadores. O trabalho é realizado pelo time da Logística do Leite em parceria com a Qualidade da Danone e a com Clínica do Leite - ESALQ- USP. São três pessoas no time da logística de coleta de leite da Danone para cuidar de uma operação com muitos detalhes e que exige muita responsabilidade. O trabalho começa com o diagnóstico de toda malha viária dos fornecedores de leite e a necessidade diária de leite das fábricas. A equipe organiza as rotas a partir da malha viária e o software de roteirização, levando em conta a demanda de volumes, dados de horário de coleta dos fornecedores e sua localização, bem como possíveis restrições de acesso às fazendas”.
Ele ainda acrescentou que após isso, as rotas são distribuídas entre as transportadoras, o fluxo de movimentação dos veículos é acompanhado, a operação é monitorada por meio de rastreadores, acompanhados do gerenciamento das informações e do cuidado com o fechamento das tarifas. “Planejar as rotas de leite, treinar motoristas em procedimentos de coleta e segurança do trabalho e cuidar do abastecimento da fábrica com a matéria-prima do leite são algumas das atribuições da equipe de logística da Danone. Todo o processo de coleta de leite é acompanhado, desde a saída dos caminhões da empresa até a entrega do leite nas fábricas”, explicou Pollastri.
Ele afirmou que além da Danone buscar sempre condições seguras para o transporte, tem procurado incrementar a frota, com revisões e manutenções preventivas. “Hoje 15 transportadoras prestam serviço, com caminhões de diversos modelos e capacidades. Algumas transportadoras trocaram os caminhões, implementando novos modelos com níveis de tecnologia mais avançados. O objetivo é que se tenha uma frota nova, que dê condições seguras para uma coleta de leite com melhor nível de serviço possível. Uma das ferramentas utilizadas no transporte do leite nas fazendas é o coletor de dados, que permite à transportadora, ao produtor e à Danone colher e armazenar todas as informações necessárias sobre a fazenda, o volume de leite, temperatura, data e hora da coleta. Também ocorreu a implantação de rastreadores veiculares, que facilitam tanto o monitoramento dos horários e localização dos caminhões, como também trazem Segurança Alimentar para a Danone. A ideia é facilitar o atendimento ao produtor, dando a ele informação rápida, segura e clara sobre a coleta de leite”.
Por fim, compartilhou os 10 mandamentos ou desafios para uma coleta de leite impecável e profissional: Indústria com capacidade e objetivo de realizar uma boa coleta de leite; Caminhões em boas condições de segurança, qualidade e apropriados para coleta de leite; Motoristas treinados e comprometidos; Motoristas com equipamentos e utensílios apropriados para realizar a coleta de leite; Fazendas com estradas de acessos seguros e em boas condições (principalmente no período chuvoso); Sala do tanque bem localizada e de fácil acesso para manobras dos caminhões; Sala do tanque com equipamentos adequados para uma boa coleta de amostra (pia, iluminação, água clorada e sanitizantes); Tanque de refrigeração com capacidade para coleta de leite a cada 48 horas (2 dias); Equipe de Logística e EPL´s (Especialistas da Produção de Leite) treinados e com objetivos de nível de serviço e Transportadora capacitada e com gestão logística de excelência.
Para César Helou, presidente do laticínio Piracanjuba, a empresa também vem buscando melhorias constantes no transporte de leite. Ele apontou que o transporte da empresa é caracterizado pela pontualidade e melhor atendimento possível aos fornecedores; respeito ao meio ambiente com o acompanhamento de revisões periódicas dos caminhões e testes de opacidade; capacitação e treinamento de motoristas; equipe dedicada ao atendimento do transportador e fornecedor; caminhões reservas e ajuste diário das rotas acertando entrada e saída de fornecedores para melhor atendimento. De acordo com ele, nos últimos anos, ferramentas estão sendo utilizadas para otimizar rotas, reduzindo o tempo, os custos e o melhor aproveitamento dos caminhões. “Para a automação de coleta, utilizamos tablets e smartphones que disponibilizam informações com maior agilidade, veículos mais apropriados e melhor equipados para as configurações de tanques e geladeiras instaladas no caminhão para o transporte de amostras de leite”.
Helou, da Piracanjuba: tablets e smartphones para automação da coleta; estradas são um desafio.
Regulamentação do transporte e condições de infra-estrutura
Hoje há uma demanda para que ocorra um avanço na regulamentação de uma política de transporte do leite no país, com melhor estrutura, profissionais mais qualificados e motivados e uma atuação governamental mais firme, com maior fiscalização e construção de melhores acessos e estradas.
Para Tiago Coelho de Pinho, diretor geral da Arsopi, empresa que fabrica medidores de coleta de leite, o que contribuiria na profissionalização do setor seria a resolução dos problemas de logística para que o leite demore o menor tempo possível para chegar do produtor até a indústria, onde será processado. “A participação das entidades públicas também se faz necessária não só realizando investimentos para melhorar as vias de acesso e de ligação entre produtores ou postos comunitários e as indústrias de processamento, mas também concedendo benefícios para a implementação de novas tecnologias para maior transparência e credibilidade no transporte do leite. É importante demonstrar claramente que adulterar o leite não compensa, buscando formas de trazer transparência a todo o processo e remunerando quem de fato produz leite de melhor qualidade e punindo e eliminando quem em algum momento procurou aumentar a sua remuneração por meio da adulteração”.
Pinho, da Arsopi: a participação das entidades públicas também se faz necessária.
Infraestrutura e tecnologias disponíveis
Tanto para Armindo como para Helou, um dos principais desafios para a melhoria no transporte do leite é a condição das estradas do país, que impossibilitam o uso de veículos com maior capacidade de transporte e muitas vezes não suportam um equipamento de refrigeração mais robusto. Além desse ponto citado, a redução de impostos em equipamentos nacionais e importados para facilitar a introdução de novas tecnologias também foi destaque.
“Há algumas tecnologias que funcionam em outros países e que no Brasil, ainda não temos acesso, como por exemplo, caminhões com medidor de fluxo e medição de vazão, caminhões com coleta de amostras, etc. Aqui as tarifas de importação são muito altas, o que acaba onerando a compra desses equipamentos. Os equipamentos nacionais também são muito caros, chegando a custar até R$ 100 mil reais por caminhão. A margem do produto não suporta grandes custos e se a nossa carga tributária fosse menor, facilitaria a introdução desses equipamentos. Outra dificuldade é o uso desses medidores em caminhões no Brasil, pois os mesmos andam em estradas ruins, com trepidações, barro, poeira e misturar a parte eletrônica com estradas ruins, costuma não dar certo”, exemplificou Armindo.
Pollastri também ressaltou que hoje já existem coletores automáticos de amostras do leite do tanque do produtor, mas o custo não é compatível com a realidade brasileira, mesmo esse que processo traga mais agilidade e segurança na rastreabilidade do leite. “Dentro do "Transporte Ideal", o mercado precisa ainda de uma tecnologia de coleta de amostras do leite de forma automática pelo transportador, mas que possua um custo compatível com a nossa realidade”.
Quando questionados sobre os desafios necessários para que tenhamos um transporte de leite de primeiro mundo, Brandalise e Guerra também corroboraram com as afirmações apontadas acima. Estradas adequadas, custos do transporte no Brasil inviabilizando novos investimentos em modernização e maior quantia coletada de leite por quilometro rodado foram exemplos de gargalos citados.
“Além de implementar todos os projetos de rastreabilidade que estão em andamento, ainda temos a necessidade de grandes melhorias em infraestrutura que não dependem apenas do setor produtivo. O Brasil precisa de melhores estradas para a coleta do leite sem danificar os equipamentos eletrônicos instalados junto aos tanques térmicos dos caminhões. Além disso, precisamos de fornecimento de energia elétrica com constância para sustentar ao mesmo tempo a ordenhadeira e os resfriadores de leite sem comprometer o trabalho do homem do campo e qualidade do produto”, comentou Guerra.
Ainda discorrendo sobre tecnologias, ele salientou que o Sindilat está coordenando, em conjunto com a Embrapa, uma bateria de testes com medidores de vazão de diversas empresas nacionais e multinacionais para avaliar quais deles melhor se adaptam à realidade do setor leiteiro do Rio Grande do Sul e do Brasil. A ideia é instalar os equipamentos nos caminhões tanques de modo a proporcionar a rastreabilidade completa do leite. Com eles, é possível medir o volume do leite, a temperatura, tirar um amostra para testes e fornecer o horário e o local onde está se realizando a coleta do leite. Tudo de forma automática e sem contato físico com o transportador, o que permite ampliar a segurança.
Helou evidenciou algumas tecnologias que ainda não temos, mas que poderiam contribuir com toda a cadeia: tanques de coleta equipados com coletores de amostras automático sem a interferência do motorista a custo competitivo; sensores instalados nas bombas de coleta registrando as coordenadas geográficas quando acionadas; sensores instalados nas escotilhas dos tanques registrando e enviando sinal de violação quando abertas; identificação via monitoramento onde os reboques estão estacionados e se estão nos locais programados; monitoramento da temperatura do leite durante a coleta no fornecedor e dentro do tanque durante o percurso da rota e central de monitoramento dos veículos 24 hs em tempo real, dando a possibilidade de acompanhar o andamento das coletas.
Pinho, da Arsopi, comentou que investimentos em tecnologia que garantam credibilidade e transparência no processo de coleta de leite devem ser feitos. “As tecnologias, inclusive as que a Arsopi produz, trazem uma menor intervenção humana no processo e consequentemente uma redução de erros, intencionais ou não. Desenvolvemos, fabricamos e instalamos equipamentos de coleta de leite para caminhões há cerca de 25 anos e atualmente temos cerca de 350 equipamentos instalados e funcionando na Europa. No Brasil estamos desde 2012 trabalhando no desenvolvimento de uma solução que se adeque às condições locais”.
De acordo com ele, a Arsopi oferece duas soluções para a medição e coleta de leite a granel. Ambas fazem a medição e registro do volume de leite coletado e têm um sistema de coleta de amostras. A diferença está no sistema de coleta, que em um caso implica na colocação manual do frasco enquanto que no outro caso, os frascos estão dentro de uma caixa isotérmica e todo o processo é realizado de forma automática sem qualquer intervenção humana. O equipamento é fornecido dentro de uma caixa/estrutura em aço inoxidável especialmente desenhada para as estradas brasileiras com diversos detalhes que aumentam a resistência e durabilidade do equipamento. “Em um momento importante para a indústria de lácteos do Brasil, em que se começa a olhar cada vez mais para mercados externos, é importante garantir a qualidade do leite desde a sua origem. A função do transporte é assegurar que o leite entra na indústria com a mesma qualidade com que saiu do produtor. Havendo essa garantia e a recompensa justa ao produtor, vamos ter um maior incentivo ao investimento em melhorias para produzir mais e melhor”.
Profissionalização da atividade
Além dos desafios apontados acima, a garantia do avanço no modelo de produção adotado pelas propriedades rurais brasileiras e a profissionalização e transparência do processo também ganharam destaque. Para Guerra, precisamos estimular o ganho de escala e produtividade de forma que produzamos maior volume com melhorias contínuas na qualidade e no processo com um todo. “Temos auferido ótimos resultados na qualidade do leite do Rio Grande do Sul, comprovados pelo Mapa, através da Rede Brasileira de Laboratórios para a Qualidade do Leite. Segundo o sistema, o leite gaúcho é o que mais é submetido a análises previstas na IN 62 e, por sua vez, também é o leite com maior índice de conformidade. Isso nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Os índices de produtividade do Brasil ainda estão entre os mais baixos do mundo, mas o resultado obtido no RS é o dobro do nacional”.
De acordo com as últimas informações divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quando avaliamos a produtividade em 2014, a região Sul tem a liderança. No Sudeste, os 12,17 bilhões de litros de leite no ano foram atingidos com pouco menos de 8 milhões de cabeças de gado, enquanto no Sul, 12,2 bilhões foram produzidos com praticamente metade do número de vacas ordenhadas (4,37 milhões).
Otimização dos custos
Armindo Soares Neto, da Itambé, lembrou de um ponto que sugere ainda haver um longo caminho a se percorrer no que se refere à eficiência de coleta. “As indústrias hoje coletam o leite de forma individualizada. Às vezes, em um complexo de vários produtores, em uma mesma região, mesmas estradas e mesmas fazendas, passam caminhões diferentes e de empresas diferentes. Se existisse uma coleta centralizada, de uma única companhia, de uma única transportadora, que coletasse todo o leite daquela região, e depois levasse para as empresas, talvez tivéssemos um ganho de custo para todos do setor. Mas para isso acontecer, precisamos ainda amadurecer muito as relações competitivas entre as indústrias e unificar no Brasil os padrões de exigência de qualidade”.
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