As descobertas de uma nova pesquisa feita nos Estados Unidos ilustram a necessidade de mais educação dos consumidores sobre a “whey protein” – proteína do soro do leite. Isso porque um terço dos consumidores não tem ideia de onde vem o produto. Mais de um terço acredita que é derivado de plantas (de trigo, soja ou milho). No total, apenas cerca de 30% da população identifica o leite como fonte da whey protein.

Esses números podem surpreender considerando que a proteína do soro do leite tem sido uma das cinco estrelas nos negócios da indústria de lácteos americana há mais de uma década. Essas descobertas são do estudo 2014 Consumer Whey Protein Tracker Study, pesquisa apoiada pelo Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC) e pelo Consórcio de Pesquisa sobre Whey Protein. O estudo, guiado, gerenciado e sumarizado pelo Dairy Management Inc., revelou uma clara necessidade de mais educação para maximizar o apelo da whey protein, particularmente considerando as afirmações de bem-estar relacionadas ao produto.

Nos últimos 12 meses, o Consórcio de Pesquisa sobre Whey Protein trabalhou em um documento sobre os benefícios únicos da proteína do soro do leite com foco na composição corporal, para uma eventual declaração com base científica nas embalagens dos produtos. O consórcio é um grupo internacional pré-competitivo de fornecedores de proteína do soro do leite, clientes globais e associações que incluem o USDEC e seus membros.

Com os resultados das pesquisas clínicas obtidos no ano passado (somados aos resultados de outros estudos), essa declaração dos benefícios para a saúde no rótulo do produto está próxima de se tornar realidade. Porém, para garantir que a comunicação dos benefícios seja eficaz, é necessário ter um perfil melhor do público alvo, determinar as atitudes dos consumidores, sua consciência e conhecimento sobre a whey protein e desfazer conceitos errados e preocupações.

O estudo, feito com base em projetos similares realizados em 2009 e 2011, descobriu uma série de bons resultados:

- De forma geral, o ponto de vista sobre proteína continuam sendo muito positivo;

- Um número crescente de consumidores está disposto a pagar mais por alimentos e bebidas com mais proteína (23% vs. 18% em 2011);

- Quase 25% dos participantes da pesquisa têm aumentando a quantidade de proteína em suas dietas, um grande salto com relação aos 17% em 2011;

- A conscientização dos consumidores sobre a proteína do soro do leite está aumentando.

Ao mesmo tempo, o estudo revelou um amplo espaço para melhora. Conforme a confusão sobre a origem do soro do leite mostra, ainda existem lacunas de conhecimento consideráveis.

A whey protein ainda está bem atrás de outras fontes de proteína não lácteas – incluindo ervilhas e soja – em termos de familiaridade. Quando foi dada a opção de escolher fontes de proteínas e questionado qual era a de maior qualidade e mais completa, os consumidores não somente colocaram carnes, ovos e nozes no topo da lista, mas também, colocaram porcentagens significativamente maiores sobre esses produtos do que em 2011. Na verdade a proteína do soro do leite caiu um pouco de posição entre 2011 e 2014.



Alguns consumidores também expressaram preocupação de que o consumo de muita proteína poderia ser perigoso e algumas mulheres em particular se mostraram preocupadas de que o consumo de muita proteína poderia gerar excesso de massa muscular.

O estudo sugere que a indústria poderia resolver a maioria dos questionamentos, conceitos errados e lacunas de conhecimento no que diz respeito ao soro de leite e proteína no geral com educação.

Quando os pesquisadores informaram os participantes do estudo sobre os fatos, as opiniões mudaram de forma significativa a favor do soro do leite. Por exemplo, quando questionados sobre sua opinião sobre a whey protein (sozinhos, sem nenhuma definição ou esclarecimento), somente 42% dos participantes da pesquisa expressaram opiniões favoráveis. Mas quando os pesquisadores definiram a whey protein – explicaram que é derivada do leite, que não contém gordura, lactose ou colesterol e que é uma fonte rica em aminoácidos – as opiniões favoráveis dos consumidores aumentaram pra 81%.



Esforços educacionais similares, como definir proteína de alta qualidade e completa em termos de digestibilidade, perfil de aminoácidos, etc, esclareceriam exatamente porque a proteína do soro de leite é superior a alternativas como a proteína de soja ou ervilha.

O potencial para o aumento do consumo é forte. Mais adultos estão buscando aumentar a quantidade de proteínas em suas dietas e ativamente fazendo escolhas de alimentos para garantir que isso aconteça.

O estudo definiu quatro principais grupos demográficos que poderiam ser alvo disso: entusiastas de proteínas, pessoas que querem perder gordura, atletas/praticantes de exercícios e consumidores de 55 anos ou mais. O estudo também forneceu mais insights necessários sobre as audiências alvo para potenciais declarações de benefícios do produto. A ideia é compartilhar essas informações com processadores e multinacionais, para que elas possam afinar as suas comunicações e promoções para mirar melhor nos consumidores com mensagens e produtos.

Os resultados do estudo também guiarão o comitê científico do Consórcio à medida que continua recolhendo evidências sobre os benefícios para a saúde da whey protein.

A reportagem é do USDEC, traduzida pela Equipe MilkPoint.