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Dólar mais valorizado diminui queda nos preços de leite ao produtor no mundo

POR CARLOS EDUARDO PULLIS VENTURINI

E VALTER GALAN

PANORAMA DE MERCADO

EM 16/09/2015

3 MIN DE LEITURA

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O mercado internacional de lácteos, desde o meio de 2014, sofreu fortes quedas devido à diminuição da demanda de importantes países importadores (em especial, China e Rússia) e ao aumento da produção nos países exportadores. Os preços do leilão GDT saíram de mais de US$5.000/ton em fevereiro de 2014 para cerca de US$2.500/ton hoje (e já estiveram a US$1.590/ton recentemente). Tal variação teve impacto direto nos preços recebidos pelos produtores de leite, como pode ser visto no gráfico 1 abaixo, que mostra que, exceto a Argentina, todos os países apresentados tiveram queda nos preços pagos ao produtor em US$/litro.

Gráfico 1 – Preços pagos ao produtor de leite em diversos países (em US$/litro).


No entanto, é interessante analisar um ponto: o dólar se valorizou perante a maioria das moedas ao longo de 2015, o que faz com que a queda observada em valor nas moedas locais seja inferior à queda em dólar: ou seja, o desestímulo ao produtor pelas quedas nos preços de leite existe, mas se analisarmos os valores em moeda doméstica, vemos que esse desestímulo é menor do que aparenta ser.

Tabela 1 – Variação dos preços reais pagos ao produtor de leite em diversos países em dólar/litro x Variação em moeda local/litro (Média Jan a Jul – 2015 x 2014).


Devido a essa valorização do dólar frente a diversas moedas, as quedas no mercado internacional foram aliviadas, que fez com que os preços internos nos países caíssem menos do que os preços em dólar. Isso ajuda a explicar, em parte, a resiliência da oferta mundial: apesar de um ritmo menor, a produção de leite continua crescendo numa comparação ano x ano em diversos países. Outro fator importante nesse cenário foi o fim das cotas de produção de leite na Europa, que tem feito diversos países do continente crescerem a um ritmo considerável.

No gráfico 2 abaixo, vemos essa conjuntura: uma oferta mundial crescente, ainda que em ritmo menor que 2014 (quanto estava estimulada pelos preços acima de US$4.000/ton). Dos países selecionados, os únicos que tiveram quedas no último mês dos dados disponíveis foram Brasil e Argentina.

Gráfico 2
– Variação da oferta x mesmo mês do ano anterior em países selecionados (em milhões de litros).



O que está acontecendo com os preços do leilão GDT? O que esperar do mercado?

Expressivas altas de preços nos últimos 3 leilões GDT – o leite em pó integral subiu US$ 1.000/ton em 45 dias – aconteceram apesar das variáveis que foram responsáveis pela baixa dos preços no último ano e meio ainda estarem presentes no mercado:

- Como vimos anteriormente, neste mesmo artigo, a produção nos principais países produtores do mundo segue crescendo este ano (ainda que em ritmo menos acelerado que no ano passado);

- O nível de estoques (principalmente de leite em pó desnatado) nos Estados Unidos e na União Europeia, segue bastante elevado;

- Ainda não há sinais/informações de retorno significativo da China ao mercado comprador mundial;

- Preços do petróleo segue ainda abaixo de US$ 50/barril;

- Rússia ainda está embargando as importações lácteas de vários mercados, o que impacta na destinação de lácteos americanos e europeus, principalmente.

A limitação (proposital) da oferta de volumes nos recentes leilões GDT pode ter forçado as cotações para cima num primeiro momento e gerado movimentação dos compradores, que passaram a querer garantir posição a preços mais baixos, aumentando a procura e os preços nos leilões. Não é uma mudança estrutural que possa indicar que a curva de preços internacionais já começou a sua recuperação sustentável (estas variáveis somente tendem a alterar seu rumo num médio prazo, mais pro início do próximo ano), mas, também, não se pode ignorar o forte movimento de alta recente. De mais certo, temos que preços internacionais em recuperação junto com taxas de câmbio mais desvalorizadas alteram o viés da balança comercial brasileira: de importadores tendemos, no curto prazo, virar exportadores de leite, o que pode aliviar um pouco o efeito de nossa claudicante demanda interna e trazer um pouco mais de sustentação aos preços em nosso mercado interno.



 

CARLOS EDUARDO PULLIS VENTURINI

Economista formado pela ESALQ/USP; Coordenador de Conteúdo do MilkPoint Mercado

VALTER GALAN

MilkPoint Mercado

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