A produção de leite na União Europeia (UE) caiu em 1,8% em março, seguindo a tendência de 2015. No primeiro trimestre do ano, a produção de leite caiu em 1,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados na sexta reunião do Observatório de Mercado do Leite do Conselho Econômico, realizada em 27 de maio de 2015. Dois grandes produtores de leite da UE, Alemanha e França, que representam cerca de 40% da produção de leite da UE, reduziram, sua produção (-1,3% e -3%, respectivamente). No entanto, a tendência das últimas semanas mostram que a produção na Alemanha alcança gradualmente os níveis do ano passado.

Neste panorama de redução da produção, não deixa de surpreender que também baixem os preços. O preço médio pago ao produtor em março foi de 31,6 centavos de euro ( 35,59 centavos de dólar) por quilo, 6% a menos que a média dos últimos 5 anos. Um mês depois, em abril, o preço caiu em 0,7%, para 31,35 centavos de euro ( 35,31 centavos de dólar) por quilo. Com relação ao ano anterior, a queda foi de 17%, já que em abril de 2014, o preço foi de 38,22 centavos de euro ( 43,05 centavos de dólar) por quilo, quase 7 centavos de euro ( 7,88 centavos de dólar) a mais. Apesar dos custos da alimentação terem se mantido estáveis, as margens dos agricultores estão diminuindo devido à erosão dos preços do leite.

De acordo com o Observatório, a pressão sobre os preços dos produtos lácteos persiste, especialmente na manteiga e no leite em pó, enquanto nos queijos, os preços tendem mais à estabilização. No mercado mundial, está sendo observada certa convergência de preços nos produtos lácteos básicos, com exceção de alguns aumentos na manteiga e no leite em pó nos Estados Unidos.

Os baixos preços têm fomentado as exportações da UE, que se comportaram bastante bem. No primeiro trimestre de 2015, aumentaram em 1,5% em equivalente leite, enquanto que as importações caíram em 4%.

Em curto prazo, a estimativa é de aumento da produção em 2015 de 1,2%. A previsão é que a produção de leite nos Estados Unidos aumente entre 1% e 1,9%; na Austrália, cerca de 2,8%; e na Nova Zelândia, cerca de 0,6%.

A avaliação dos níveis de existências da UE sobre a base de consumo aparente (importações + produção – consumo e exportações) confirmou a diminuição das existências de manteiga, leite em pó desnatado e queijos no último mês. O volume de manteiga é o único considerado ligeiramente acima das necessidades, o que é uma boa notícia nessa época do ano e se deve às exportações dinâmicas e à diminuição da produção no primeiro quadrimestre do ano. O volume de leite em pó desnatado baixou no último mês devido ao bom funcionamento das exportações.

Apesar dos preços vigentes, a intervenção do governo da UE não está funcionando. O volume de queijo mostra um ligeiro superávit, devido principalmente ao aumento da produção ao não ter tido capacidade de processamento do leite em pó desnatado no pico da produção.

A reportagem é do Agrodigital, traduzida pela Equipe MilkPoint.