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Teste de DNA com tecnologia mineira poderá fiscalizar qualidade de produtos lácteos

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/01/2015

4 MIN DE LEITURA

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Resultados de uma ação desenvolvida em Florianópolis (SC), com base em tecnologia de uma startup mineira que teve como investidor um fundo nascido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Myleus Biotecnologia, foram recentemente apresentados em evento em Belo Horizonte, e indicaram que testes de DNA podem mostrar se um alimento foi fraudado. O trabalho feito no ano passado na ilha, localizada no Sul do Brasil, permitiu a identificação de peixes comercializados clandestinamente. Os resultados foram documentados em artigo publicado na revista científica inglesa Food Control.

A partir da análise de moléculas dos peixes, chegou-se à conclusão de que 24% das 30 amostras coletadas em supermercados, peixarias e restaurantes de Florianópolis apresentavam fraudes. Estas correspondem, na maioria dos casos, à venda de espécies de qualidade inferior à anunciada e/ou incompatíveis com a normatização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse tipo de teste evita que o consumidor pague por algo que não está consumindo, além de problemas de saúde relacionados à alergia a determinados produtos. A certificação protege ainda os produtores sérios da concorrência desleal. “A análise do DNA pode contribuir para que os produtores ofereçam produtos certificados e os consumidores possam conhecer a qualidade dos alimentos que chegam à mesa. Os testes são realizados em pequenas amostras dos produtos, que podem ser enviadas à empresa ou coletadas pela mesma”, salienta Marcela Drummond, presidente da Myleus Biotecnologia.

Os testes são utilizados para verificar se a espécie presente em um determinado produto de origem animal ou vegetal é a mesma que aquela declarada no rótulo ou no informativo do produto. “Em Florianópolis, foram analisadas 30 amostras de pescados coletadas em supermercados, mercados, peixarias e restaurantes. Dessas, 24% não pertenciam à espécie declarada no momento da venda. O DNA do material biológico contido em uma amostra é analisado e tem-se o resultado sobre a espécie presente. São realizados, então, testes de DNA que nos permitem saber quais espécies estáo presentes em determinado produto de origem animal ou vegetal”, acrescenta Marcela.

Ela ressalta que os testes são úteis para a detecção da fraude por substituição de espécies. “Na grande maioria dos casos, essa é uma fraude econômica, já que o produto é substituído por outro de menor valor agregado. A fraude pode levar a problemas para a saúde humana, já que o consumidor consome um determinado alimento ou droga vegetal sem saber o que está consumindo, podendo levar a problemas alérgicos, por exemplo. Ainda, algumas vezes, encontramos espécies ameaçadas de extinção sendo vendidas no lugar daquela declarada no momento da venda. Dessa maneira, os testes podem ser utilizados por indústrias, supermercados, restaurantes, para se protegerem de uma possível fraude de seus fornecedores. Esses mesmos players podem usar os testes para garantir ao seu consumidor final que os seus produtos não são fraudados e têm uma garantia da espécie ali presente. Além disso, o teste pode ser usado por órgãos de inspeção e por órgãos de proteção ao consumidor para fiscalizar os produtos que estão sendo comercializados no país”, acrescenta a presidente da Myleus Biotecnologia.

A Myleus Biotecnologia é a primeira empresa a receber investimentos da Fundep Participações (Fundepar), criada no âmbito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o objetivo de fomentar startups (empresas jovens e extremamente inovadoras em qualquer área ou ramo de atividade, que procuram desenvolver um modelo de negócio escalável e repetível). Outros projetos de pesquisadores da UFMG também receberão aportes da Fundepar, numa política de incentivo à inovação. No caso da Myleus, o repasse foi de R$ 500 mil. Os recursos estão sendo investidos no desenvolvimento da empresa, especialmente na implementação de laboratório próprio.

“A injeção de recursos na forma de seed money (capital fornecido à empresa num estágio pré-operacional para a construção de um protótipo) em empresas nascentes de base tecnológica é de extrema importância para possibilitar o crescimento e a manutenção do empreendimento. Esse tipo de empresa não tem fôlego para sustentar o seu desenvolvimento no médio prazo e precisa de capital externo para realizá-lo. Essa é uma das bases da economia do conhecimento, para acelerar a transferência do saber acadêmico para o domínio da sociedade”, acrescenta Marcela Drummond.

Outros produtos podem ser investigados

Além dos pescados, os testes podem ser feitos em derivados lácteos, como queijos e leite de búfala, cabra e ovelha, em produtos cárneos processados e in natura, como hambúrguer e linguiças, e em produtos de origem vegetal, como drogas vegetais, chás e madeira. “Os testes são comercializados para empresas ao longo de toda a cadeia produtiva. Devido à sua alta sensibilidade, eles podem ser aplicados até mesmo em amostras já processadas, como um peixe já cozido. A Myleus apoia a iniciativa de órgãos e entidades civis, assim como empresas que se dispõem a combater a fraude por substituição de espécies no Brasil. Nosso papel é suprir essas entidades com as ferramentas necessárias para essa finalidade. Nesse sentido, somos capazes de desenvolver testes de acordo com a demanda de cada um, colocando ferramentas à sua disposição”, diz Marcela. Ela salienta que a Myleus não tem um convênio com o Mapa para fazes os testes com frequência, mas que já há um indicativo de que o órgão tem interesse em implantar uma parceria em breve e, diante disso, a empresa está se preparando para ser um laboratório credenciado pelo ministério.

O evento contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Procon Assembleia, da Vigilância Sanitária, da Procuradoria de Defesa do Consumidor, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), do Movimento das Donas de Casa, da Proteste e do Ministério da Pesca e Aquacultura, além de outras instituições.

A reportagem é do Jornal Estado de Minas.

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RICARDO DANGELO ANDRADE REIS

SÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 29/01/2015

Inovadora e interessante ferramenta para coibir fraudes nos alimentos, tão comuns nos dias de hoje. Para os produtos lácteos, aplica-se especialmente na identificação de queijos supostamente feitos com leite que não o de vaca e vendidos a preços exorbitantes. Parabéns pelo projeto, que seja mais um entre muitos que o consumidor brasileiro precisa para se defender das fraudes.

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