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Tempestade perfeita para os preços dos lácteos na UE

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 25/08/2015

4 MIN DE LEITURA

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Por vários anos, os modelos agro-econômicos e os órgãos de previsão previram um futuro brilhante para os mercados mundiais de lácteos, com a demanda mundial aumentando como resultado da classe média na Ásia e na África em expansão se voltando às dietas ocidentais. Entretanto, as margens de produção de leite na União Europeia (UE) se tornaram negativas nos últimos meses à medida que os produtores da UE continuam aumentando a produção após o fim do sistema de cotas de produção, enquanto ignoram o decréscimo na demanda mundial por lácteos. A extensão do embargo russo em 2014 às importações agrícolas adicionaram mais pressão de baixa nos mercados de lácteos.

No final de julho, os produtores de lácteos da UE se uniram aos produtores de suínos na França e depois na Bélgica e no Reino Unido em protesto pelos baixos preços ao produtor. Os manifestantes bloquearam estradas e centros de distribuição varejistas e até retiraram produtos lácteos das prateleiras varejistas para doar às pessoas que estavam passando. Mesmo assim, a previsão de longo prazo para a demanda global de lácteos continua promissora, mesmo com a atual situação do mercado de lácteos não podendo desaparecer da noite para o dia.

Após a crise de preços dos lácteos de 2009, a UE passou por um período prolongado de preços altos para as commodities lácteas, que foi somente brevemente interrompido em 2012. Durante esse período, a Comissão Europeia decidiu como parte da Revisão de Médio Prazo da Política Agrícola Comum (PAC) permitir que o sistema de cotas de produção leiteira expirasse em 2015. Para preparar o mercado leiteiro para o fim das cotas, a Comissão instituiu um programa de retirada lenta do sistema, aumentado gradualmente o nível de produção permitido em 1% por ano por cinco anos consecutivos para o ano cota de 2009-2010 até 2013-2014. Para o último ano de produção antes do sistema de cota expirar (2014-2015), não foi mais fornecido aumento.

Essa abordagem foi bem sucedida em aumentar a produção gradualmente conforme antecipado, exceto em alguns países membros do bloco europeu produtores de leite, onde os produtores aumentaram bastante sua produção para se beneficiar da boa demanda de mercado e dos altos preços dos lácteos durante a recuperação de mercado da crise do setor de 2009.

Mesmo nos Estados Membros com alta produção, o programa de remoção gradativa ainda conseguiu reduzir os valores das cotas leiteiras à medida que o mercado de direitos de cota se tornou mais fluido com os produtores de alta produção tomando os direitos da cota de produção dos produtores de baixo desempenho ou dos produtores que deixaram a atividade leiteira. As dinâmicas do mercado de direitos de cotas levaram os produtores a especular que eles poderiam produzir seus diretos individuais de produção aproveitando a cota de produção não usada de produtores de baixo desempenho que falharam em vender seus direitos extras da cota. Em 2013-2014, essa especulação permitiu que os produtores de leite em alguns Estados Membros ultrapassassem sua cota individual de produção em 10 ou até mesmo 20% sem custo.
Os produtores de leite pagariam alegremente as multas pelo excesso de produção ou por exceder seus direitos de cota, porque os preços dos lácteos estavam em níveis recordes. Além disso, as previsões agrícolas na ocasião, tanto da UE como de relatórios da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) eram de aumento na demanda mundial por lácteos devido às maiores populações de classe média emergente na China e em outros países.

Entretanto, mesmo com os preços mundiais começando a baixar na primavera de 2014, os preços do leite ao produtor na UE não caíram até o final de 2014. Como resultado disso, os produtores de leite da UE continuaram aumentando a produção nesse período apesar da ausência de um aumento da cota em 2014-2015. Mesmo o embargo russo aos produtos lácteos da UE em agosto de 2014 não conseguiu reduzir a produção, à medida que os processadores de lácteos simplesmente redirecionaram suas capacidades de produção para outros produtos que não os queijos que eram destinados ao mercado da Rússia, como manteiga e leite em pó desnatado, para os quais novos mercados ainda pareciam prontamente disponíveis.

A Finlândia e os países Bálticos (Estônia, Látvia e Lituânia) foram os mais afetados pelo embargo russo, porque suas exportações de lácteos eram quase que exclusivamente orientadas ao mercado russo. Apesar de a Comissão Europeia ter aberto um Acordo de Armazenamento Privado (PSA) para ajudar esses países, acabou forçando o fechamento do esquema dentro de semanas, porque outros estados membros não afetados pelo embargo aproveitaram o esquema para obter lucros adicionais.

Os mercados mundiais continuaram enfraquecendo, particularmente à medida que as importações chinesas caíram de forma significativa em resposta à desaceleração econômica e aos grandes estoques residuais de leite em pó desnatado. Entretanto, os produtores da UE reduziram a produção de leite até a primavera de 2015, tarde demais para evitar as multas por ultrapassarem a cota de produção em seu último ano. Como resultado, 13 estados membros deverão ter multas, totalizando €800 milhões (US$ 892,59 milhões) em 2015, comparado com €409 milhões (US$ 456,33 milhões) de 8 estados membros em 2014.

Gráfico 1. Preços ao produtor em diversos países da Europa

Fonte DG Agri - Elaboração: MilkPoint Inteligência


Os dados são do USDA FAS GAIN, publicados no Dairy Herd Management, traduzidos e adaptados pela Equipe MilkPoint.

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