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Setor lácteo tenta recuperar credibilidade no RS |
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WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 11/01/2015
O RS está servindo de exemplo ao país. Onde há dinheiro envolvido há estruturas de poder por trás sem interesse em mudanças e em exposição.
Todo esse movimento se origina de ações do MAPA em 2012, apertando postos e indústrias como nunca. Os artigos "Transportador de Leite Parte I" e "Parte II" que publiquei aqui no MilPoint em fev./2013 ( https://goo.gl/3Qsd3i ) ajudaram a expor a complexidade do problema e a mostrar que não eram só produtores que fraudavam, visão que predominava até então. Nos comentários destes artigos há dezenas de contribuições expondo IGUAIS PROBLEMAS EM VÁRIAS UF. No caso do PR, teve até uma FFA contribuindo. Pergunto: Por que só o RS se mexeu e por que SC só entrou puxada por ligações com fraudadores do RS? Isso ficou mal. Durante o almoço com os demais palestrante do último Interleite Brasil numa mesa com vários colegas, fui questionado: "o que está acontecendo com o RS"? Lhes respondi: 1) Estamos tendo coragem de enfrentar o problema e as forças por trás dele; e 2) As fraudes NÃO SÃO EXCLUSIVAS DO RS, isso é um problema endêmico nacional, tal qual a corrupção política. Poucos dias depois apareceu SC igualmente envolvido. Por que será que os MPE de outros estados parecem não ter feito nada até agora? Creio que o MAPA, como entidade federal, deveria seguir o exemplo de seu braço gaúcho e fazer seu trabalho nas demais UF. Por minha experiência rodando este país, tenho certeza que uma série de outras UF irão também mostrar sérios problemas, até maiores. Se nos basearmos no perfil de produtores e indústrias do RS não teríamos razão nenhuma para crer que aqui se concentram pessoas mais corruptas, mais desonestas ou consumidores menos exigentes. Pelo contrário. O que se vê não é a indicação de um estado com leite de menor qualidade e sim, de um povo que não aguenta mais ser passado para trás por espertos que querem colher o que não plantaram. Que bom que a FFA Ana Stepan faz o registro acima, pois a matéria não cita o MAPA. Muita coisa boa aconteceu por aqui desde que publiquei aqueles dois artigos e o MAPA tem grande mérito nisso, embora só o trabalho do MPE-RS apareça. Os transportadores eram o elo esquecido, não são mais; as fraudes eram sempre pensadas como vindo de produtores, ocasionalmente de indústrias, hoje não mais; os elos não se falavam, hoje não mais; os treinamentos era soltos e de total responsabilidade das indústrias, hoje não mais; os produtores e suas instituições eram o patinho feio da história, hoje não mais; as fiscalizações nas esferas federal, estadual e municipal não se entendiam, hoje não mais; ninguém se preocupava com tecnologia de coleta, hoje várias empresas de vários países competem para colocar seus coletores automáticos no RS, enfim um série de mudanças. O leite gaúcho era tão bom quanto de qualquer UF, hoje está entre os melhores por tudo isso que apontamos. O Brasil passa por uma depuração e teremos orgulho dessa fase muito em breve. Duro agora, mas frutos virão. |
ANA LÚCIA STEPANPORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS EM 07/01/2015
Complementando o comentário postado ontem, faltou destacar que o Instituto Gaúcho do Leite (IGL) tem sido um importante parceiro nas ações desenvolvidas no Rio Grande do Sul para a melhoria da qualidade do leite. Dois cursos de formação de consultores do PAS Leite Campo, realizados no estado em 2014, tiveram o aporte de recursos do Fundoleite através do IGL. Dentro do projeto denominado "Melhoria da Qualidade e Segurança do Leite Gaúcho Através da Implementação das Boas Práticas Agropecuárias e de Fabricação", construído numa parceria entre IGL, SENAI-RS, SEBRAE-RS, SEAPA e SFA-RS/MAPA serão realizados, em 2015 e 2016, uma série de cursos para capacitação de consultores de campo, transportadores de leite e técnicos de indústrias, além de fiscais agropecuários.
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ANA LÚCIA STEPANPORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS EM 06/01/2015
As operações de combate à fraude do leite no Rio Grande do Sul, conhecidas como Operação Leite Compen$ado, foram frutos de ações conjuntas do MP-RS e dos Fiscais Federais Agropecuários (FFAs) do MAPA. A PF participou nas investigações sobre o envolvimento de alguns servidores do MAPA em ações de corrupção, encaminhadas pelo MP-RS. Analisando-se todas as etapas da Operação, observa-se que os fraudadores estão em todos os elos da cadeia. Assim, para que o cenário sofra alguma alteração é necessário trabalhar todos os elos, incluindo os consumidores, os quais infelizmente valorizam mais o preço baixo do que a qualidade do produto.
Quanto aos produtores, esses devem ter mais cuidado ao escolher a empresa para a qual vão vender o leite, exigir o pagamento pela qualidade e o fornecimento de assistência técnica qualificada. Enquanto os produtores trocarem de laticínio, ou pior, entregarem seu leite para atravessadores por qualquer centavo a mais por litro não teremos melhoria da qualidade. Vale lembrar também que para a comercialização do leite ser realizada somente entre o produtor e a indústria, ou ainda, para que o leite seja pago por qualidade não é preciso uma nova lei estadual, basta que a indústria queira. Se lei resolvesse o problema, as fraudes não estariam acontecendo, afinal já existe uma lei que estabelece que a adulteração de alimento é crime. Sobre a "Ação do Governo" o artigo aborda somente aquelas realizadas pela Secretaria da Agricultura, não sendo elencadas aquelas realizadas pelo MAPA. Entre as ações desenvolvidas pelos FFAs do MAPA no RS está o fomento às Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) através da implantação do Programa de Alimento Seguro Leite (PAS Leite) em parceria com o SENAI e SEBRAE. Na área do PAS Leite Transporte, em apenas 4 meses de 2014, foram capacitados 556 transportadores de 17 laticínios com SIF e CISPOA. Várias empresas e cooperativas já capacitaram 100% de seus transportadores e a APIL tem estimulado seus associados a participarem. O objetivo foi padronizar o conhecimento dos transportadores e conscientiza-los da importância de seu trabalho na qualidade e segurança do leite que é um alimento de vital importância. Os cursos serão oferecidos sistematicamente, assim todos os transportadores gaúchos deverão ser treinados pelo menos uma vez ao ano. Este é o "pacto" que está sendo construído no estado. Em relação aos produtores (PAS Leite Campo) foi iniciado um Projeto Piloto em 12 produtores no município de Carlos Barbosa. Para massificar o processo, foram capacitados 71 técnicos ligados a laticínios e autônomos, que deverão difundir técnicas simples e acessíveis aos produtores gaúchos para produzir leite seguro e de qualidade. Muitas outras ações estão previstas para 2015. Espera-se que outros parceiros como o SINDILAT, a FARSUL, o SENAR e a própria SEAPA se integrem a esta corrente, pois é trabalhando de forma sinérgica e mostrando ações concretas que se recupera a credibilidade! |
DANIEL DE SOUZA LENHARDTXAXIM - SANTA CATARINA - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS EM 06/01/2015
Bom dia a todos!!!
Ao meio de tantas medidas e formas de resolverem os problemas ocasionados pelos infratores, deve se questionar se é possível mesmo se controlar a qualidade do leite que sai dos produtores e chega a industria?...hora é claro que se tem, mais o que precisamos acabar é com passação de mão, pois em meio a isso sempre tem os "os não me toque" que acham que estão acima das leis, e não estamos falando so de industria ou atravessadores, mais também de produtores. A partir dai quando todos os envolvidos dessa cadeia se conscientizarem e tratarem o produto em questão como alimento de verdade, e acabarem com a palhaçada do deixa para depois iremos começar a ter realmente resultados em vez de fogo de paia. |
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