A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) deu mais um passo para fortalecer as cadeias produtivas da carne e do leite bovinos e garantir o acesso de pequenos e médios produtores a animais melhorados geneticamente. O Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais (Pró-Genética) incorporou novos critérios e agora está aberto à comercialização de fêmeas.

Aprimorado, o programa adotou novos padrões mínimos raciais e alterações nos fatores genéticos dos animais comercializados. As mudanças estão na Resolução 1.408, de 2 de outubro de 2015. Entre as medidas está a regulamentação da venda de animais bovinos fêmeas, geneticamente melhorados, em eventos como feiras e leilões. Até então, o Pró-Genética era baseado apenas na comercialização de touros (machos).

Ao estimular, com espaços próprios em feiras e leilões, a comercialização de animais geneticamente melhorados e, consequentemente, os cruzamentos, o programa atinge o objetivo de qualificar o rebanho mineiro. Em 35 eventos promovidos de janeiro a setembro deste ano, o Pró-Genética movimentou cerca de R$ 2,5 milhões.

Até o final de 2015, mais 15 eventos serão realizados em Minas Gerais. Desde sua criação, em 2006, o programa já participou de 245 eventos e comercializou 7.422 animais melhorados geneticamente. O incentivo aumenta a força de Minas Gerais na agropecuária. O estado tem grande representatividade na pecuária bovina, seja de corte ou de leite.

“Ter animais com melhores índices zootécnicos favorece a cadeia produtiva e amplia a participação mineira no mercado interno e nas exportações”, afirma Lucas Rocha Carneiro, superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seapa e gestor interino do Grupo Coordenador do Pró-Genética.

O estado é o maior produtor de leite do país, com 9,3 bilhões de litros por ano. Quanto ao rebanho bovino, Minas Gerais ocupa a segunda posição (atrás apenas do Mato Grosso), com 11,4% do rebanho brasileiro. Hoje, o estado conta com 24,2 milhões de cabeça de gado bovino distribuídas em 360 mil propriedades rurais.

A resolução

A Resolução 1.408 estabelece que o Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino do Estado de Minas Gerais será estruturado em duas categorias: a comercialização de touros, denominada Pró-Genética; e a de fêmeas, chamada de Pró-Fêmeas. O programa deve ser operacionalizado, preferencialmente, por meio de eventos como feiras ou leilões.

Para serem ofertados nos eventos, touros e fêmeas devem possuir o Registro Genealógico Definitivo (RGD) ou o Controle de Genealogia Definitivo (CGD), emitido pelas associações de criadores das raças bovinas voltadas para a produção de carne e leite.

Além disso, os animais devem seguir os índices estabelecidos por associações de produtores que possuem programas de melhoramento genético, registrados e acompanhados pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

“O regulamento institui padrões mínimos necessários de índices zootécnicos de qualidade e de genética dos bovinos para até 2018 e já estabelece melhorias para 2020”, ressalta o superintendente Lucas Rocha Carneiro. 

Como funciona

O Pró-Genética contribui para que, diante das condicionantes legais e ambientais, o pecuarista produza mais com menos. “Ao invés de ter uma vaca que come um pasto para produzir de 5 a 7 litros de leite, o produtor pode ter uma vaca que come este mesmo pasto e produzir de 15 a 17 litros”, explica Lucas. O objetivo é melhorar a genética do rebanho comercial.

O novo regulamento prevê o prazo mínimo de 90 dias para que os responsáveis apresentem a solicitação para a participação do Pró-Genética em seus eventos. Este período é necessário para que Seapa e suas vinculadas façam o levantamento de demanda, vistoria do local do evento, identificação dos associados que podem ofertar os animais e outros detalhes. A solicitação pode ser feita em qualquer período do ano.

Grupo coordenador

Instituído pelo decreto 46.669/2014, o Grupo Coordenador do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais tem a finalidade de propor, deliberar e monitorar a execução das atividades relacionadas ao programa.

A coordenação dos trabalhos é de responsabilidade da Seapa e o grupo conta com a participação da Emater-MG, IMA, Epamig, além das associações de produtores Girolando e ABCZ. As reuniões do grupo acontecem toda primeira quarta-feira do mês.

As informações são da Agência Minas Gerais.