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Protecionismo de Trump pode ajudar agronegócio brasileiro; Maggi faz ressalvas

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 10/11/2016

4 MIN DE LEITURA

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Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos, se colocar em prática as suas medidas polêmicas de campanha, mais vai mais ajudar o agronegócio do que atrapalhar. Brasil e Estados Unidos têm muito em comum quando se trata de agropecuária, mas pouca relação comercial nesse campo. Ao contrário, são fortes concorrentes mundo afora, tanto em grãos como em carnes.

donald trump - agronegócio - Brasil

Entre as promessas de Trump, está a de fechar mais a economia norte-americana e frear os acordos comerciais, com o intuito de proteger a produção e o emprego nos Estados Unidos. Essas barreiras são ruins porque só agora os Estados Unidos abriram as portas para a carne brasileira, não obstante a objeção dos pecuaristas norte-americanos. Mas é um acordo, por ora, de dimensão limitada. As cotas de exportação são pequenas. É na promessa de frear acordos, no entanto, que o Brasil pode levar vantagem.

Mais do que vantagem, terá mais tempo para fazer uma lição de casa que nunca fez, a de buscar acordos comerciais pelo mundo. Trump promete abortar o que poderá ser um dos principais algozes do agronegócio brasileiro: o TPP (acordo Transpacífico, que engloba 12 países).

Com ele, os Estados Unidos teriam acesso a uma boa fatia do mercado mundial agrícola. Sem reduções de tarifas, os países componentes do acordo já representam US$ 57 bilhões para as exportações do agronegócio norte-americano. Ou seja, 43% de todas as vendas externas do país nesse setor. Imagine uma redução a zero das tarifas comerciais entre esses países nos próximos anos.

Apenas cinco países — Japão, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia e Brunei — somam 257 milhões de habitantes e já importam US$ 17 bilhões de produtos agropecuários norte-americanos.

As portas abertas dos 11 países do Transpacífico para os Estados Unidos significariam uma tarefa mais árdua para o Brasil negociar carnes, milho e até soja nesses mercados. E isso ocorreria exatamente agora que o país busca mais ênfase no mercado asiático. A missão de Donald Trump para abortar acordos comerciais, inclusive o Transpacífico, não será fácil.

De um lado, terá o apoio dos eleitores de cidades onde fábricas foram fechadas, devido às importações industriais de outros países. De outro, no entanto, terá a pressão do cinturão agrícola, grande apoiador do novo presidente, para que mantenha esse caminho aberto para seus produtos agropecuários. Trump é apenas mais um passageiro da Casa Branca. Ele poderá retardar os acordos comerciais, mas, se não fizer isso agora, outros farão. O Brasil ganha tempo nesse período de atraso.

Números 

O fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos ficou em US$ 39 bilhões nos dez primeiros meses deste ano. Apenas 9% desse valor se refere a produtos do agronegócio. Na lista das principais exportações do Brasil para os norte-americanos estão café, produtos hortícolas, frutas, preparações de carnes, tabaco e açúcar. O café lidera, com receitas de US$ 800 milhões neste ano.

Do lado das importações, poucos produtos do agronegócio aparecem com destaque na lista das compras brasileiras. Um deles são os cereais, cujos gastos brasileiros somaram US$ 177 milhões até outubro. O Brasil é dependente dos Estados Unidos, no entanto, em fertilizantes e produtos químicos destinados à agricultura.

'Se esse protecionismo vier em forma de novos subsídios, nós teremos problemas', diz Maggi

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, considerou nesta quarta-feira que o Brasil poderá "ter problemas" no setor de exportações caso o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, adote de fato uma postura "protecionista". 

"Penso que a relação pode piorar sim. Talvez o que vai mais incomodar não é o acesso dos produtos agrícolas nos EUA. A nossa pauta de mercadorias para eles é de produtos que eles não produzem por lá. Então, não há uma competição interna em muitos produtos brasileiros lá. Mas, eles são muitos fortes em áreas que somos competidores mundo afora. E se esse protecionismo vier em forma de novos subsídios para a agricultura norte-americana, ai nós teremos problemas", afirmou Blairo Maggi ao jornal O Estado de São Paulo. 

Apesar dos receios, na avaliação do ministro um dos reflexos de ampliação do protecionismo por parte do novo governo norte-americana seria a retaliação de outros países também atingidos pelas medidas.  "Se pegarmos a China, por exemplo, e ela tiver sanções de algo que produzem para os Estado Unidos, óbvio que podem também decidir, por exemplo, que deixarão de comprar mais carne deles. É um tipo de raciocínio que pode ocorrer. Por isso que eu falo, não é porque você ganhou uma eleição, que você faz o que pensa que quer fazer, há regras, há compromissos, que fazem você repensar as coisas que declarou durante as eleições", disse Maggi

Incertezas

A conversa do ministro com a reportagem, ocorreu logo após ele se reunir em Brasília com representantes de uma empresa norte-americana de equipamentos agrícolas. "Também perguntei para eles, o que ia acontecer agora. Todos me disseram que ninguém sabe", disse Maggi.

Questionado se essa incerteza também não causaria instabilidade no setor, o ministro respondeu: "Acho que sim, mas Trump é um fato consumado. Deixadas as paixões de lado temos que aguardar para ver os rumos que serão dados".

A primeira ida de Maggi aos Estados Unidos, após a eleição de Trump, está prevista para ocorrer no próximo mês de fevereiro, ocasião em que pretende avançar com alguns acordos bilaterais.

As informações são de Mauro Zafalon, para o jornal Folha de São Paulo e do jornal O Estado de São Paulo. 

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