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Produtores europeus querem mudanças estruturais e temem tratados de livre comércio

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 17/09/2015

3 MIN DE LEITURA

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Este ano, a Europa está vivendo sua terceira crise do setor pecuário, especialmente o setor leiteiro, desde 2009. Porém, longe de ver as famosas imagens dos campos verdes do norte europeu – esse ano foi o ano dos bloqueios. Milhares de tratores invadiram rodovias comunitárias – especialmente na França, Bélgica, Alemanha e em Luxemburgo – até chegar ao coração da União Europeia (UE): Bruxelas.

Não é por acaso. Os mais de 30.000 produtores de leite da UE já estão cansados do fato de seu trabalho custar mais do que o mercado está disposto a pagar por ele, e, por isso, uniram-se a produtores de carne, especialmente de suínos. Eles sofrem agora “mais que nunca”, segundo o porta-voz dos produtores de suínos holandeses, essa crise do setor. Os motivos? Os 13 meses de embargo russo à importação de produtos procedentes do Ocidente (principalmente da UE, ainda que também tenham sofrido embargo dos Estados Unidos, Noruega, Japão e Canadá) e o fim das históricas cotas de produção de leite após 30 anos em vigor. A recessão econômica da China tem impactado também nos pecuaristas europeus, que já não podem exportar ao gigante asiático, disse o secretario geral da Coordenadoria de Organização de Agricultores e Pecuaristas (COAG), Miguel Blanco.

Esses três fatores deixaram como consequência uma sobreposição no mercado comunitário. E já se sabe: a maior oferta e demanda igual leva à queda dos preços, pois sobra leite.

Para paliar as consequências negativas desse excesso de produção, a Comissão Europeia lançou um pacote de ajudas de 500 milhões de euros (US$ 565,00 milhões). Uma última medida urgente que será focada em paliar as perdas do setor a curto e médio prazo e estabilizar o mercado da oferta e da demanda. Além disso, graças à pressão de países como Espanha, França, Itália e Portugal, foi conseguido que a Comissão adiante 70% das ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) - previstas para dezembro - a outubro desse ano. Este dinheiro vem da multa que a Comissão impôs por causa do excesso de produção de leite. Na Espanha, por exemplo, a multa era de 0,27 euros (US$ 0,30) por litro e somente em 2014, foram recolhidos mais de 10 milhões de euros (US$ 11,30 milhões).

Porém, apesar de tudo, os produtores se mostram “decepcionados”, segundo a COAG. Os produtores querem medidas estruturais e não “remendos”. “Isso é pão para hoje, que pode se converter em mais fome amanhã”. Os pecuaristas exigem um preço “justo” que cubra os custos de produção de leite. Na Alemanha, por exemplo, o litro é vendido a 26 centavos de euro (29,38 centavos de dólar) frente aos 40 centavos de euro (45,20 centavos de dólar) que os produtores demandam.

Na Lituânia, enquanto a associação nacional de jovens produtores opina que o custo deve ser de 30 centavos de euro (33,90 centavos de dólar), o mercado está pagando apenas 20 centavos de euro (22,60 centavos de dólar). Na Espanha, o preço está de 29 centavos de euro (32,77 centavos de dólar), quando o razoável, segundo a ministra da Agricultura, Isabel García Tejerina, seria de 34 centavos de euro (38,42 centavos de dólar) por litro produzido. O resultado é que, em alguns países, o leite é mais barato que água mineral, o que poderia levar à quebra da maioria das fazendas europeias.

Diante deste panorama de rentabilidade zero, os pecuaristas pedem um preço garantido para o leite que não conseguem vender. A Comissão, relutando a mais uma intervenção, negou e respondeu que o pacote de ajuda, na verdade, saiu do bolso dos produtores que pagaram multas. “Se os preços continuarem assim, na Espanha se perderá 30% do setor em apenas um ano”, disse Blanco, que é de Castilla y León, onde somente em 2014 foram perdidas 2.000 fazendas de um total de 19.000. Outra preocupação, não menos importante, é o aparecimento de novos concorrentes no setor que consideram e por este motivo, olham com ceticismo aos novos tratados de livre comércio que o Executivo da UE quer impulsionar em breve.

Trata-se principalmente do tratado de livre comércio e investimento que a UE quer fechar com os Estados Unidos até meados de 2016, pois o clima para sua assinatura é mais favorável sob a administração do presidente democrata, Barack Obama. Por este acordo, entrarão mais competidores no mercado europeu e vice-versa, algo que muitos produtores temem profundamente – especialmente os menores -, pois seus produtos terão uma concorrência mais difícil com as grandes corporações que podem-se permitir a uma considerável baixa de preços em busca de consumidores de um produto básico como o leite.

Em 16/09/15 – 1 Euro = US$ 1,13000
0,88483 Euro = 1 (Fonte: Oanda.com)


A reportagem é do El País, traduzida pela Equipe MilkPoint.
 

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CLAUDIR JORGE KUHN

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2015

O choro deles, não é novidade. Conhecemos o enredo.Quero ver eles aquentarem sem a proteção das cotas.

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