Em um cenário de persistente avanço da produção na Europa e nos EUA e de demanda internacional fraca, os preços dos lácteos apresentaram poucas mudanças no leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT) realizado ontem (18).

O leite em pó integral foi negociado a US$ 2.252 por tonelada, 3% de alta em relação ao pregão da primeira quinzena de maio. Já o leite em pó desnatado recuou 0,9%, para US$ 1.658 por tonelada, conforme os dados divulgados pela plataforma. Na média de todos os produtos lácteos leiloados, houve alta de 2,6%, para US$ 2.283 por tonelada.

Para o analista Valter Galan, da consultoria MilkPoint, “os fundamentos [do mercado internacional] indicam estabilidade nos níveis baixos atuais”. E os preços do leilão, que têm oscilado de forma marginal nos últimos pregões, refletem esses fundamentos.

Além de a produção de leite continuar em alta na Europa e nos EUA, a oferta da Nova Zelândia — cuja safra começa em junho — é outro fator de pressão no mercado. Afora isso, os estoques de leite em pó desnatado estão em níveis elevados na União Europeia e nos Estados Unidos. Nesse ambiente, a expectativa do analista é de que os preços internacionais só voltem aos níveis históricos — entre US$ 3.000 a US$ 3.200 — no começo do próximo ano.

O atual comportamento das cotações internacionais dos lácteos tem estimulado as importações por empresas brasileiras. Entre janeiro e abril deste ano, os volumes de lácteos importados somaram 427 milhões de litros equivalente leite, 31% acima dos 326 milhões de litros de igual período de 2015, conforme dados da Secex compilados pelo MilkPoint. Essas importações este ano custaram US$ 141 milhões, 2% mais que os US$ 137,7 milhões do mesmo intervalo no ano passado, o que reflete a queda dos preços este ano. Na opinião de Galan, esse aumento das importações pode limitar as altas do leite no mercado doméstico, onde o produto está sendo sustentado pela menor oferta. 

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As informações são do Valor Econômico.