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Paraná: produção leiteira cresce 35% em seis anos

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/08/2015

6 MIN DE LEITURA

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A produção leiteira teve uma participação de R$ 4,8 bilhões – o equivalente a 6% – no Valor Bruto da Produção em 2014, no Paraná, segundo estimativa da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. O estado abriga um rebanho leiteiro de 2,5 milhões de cabeças, com 1,7 milhão de vacas em lactação, e segundo o IBGE produziu 4,3 bilhões de litros em 2013, participando com 12,7 % da produção nacional.
O número de vacas ordenhadas no Paraná (entre 2008 a 2013) cresceu 29%, chegando hoje a 1 milhão 715 mil e no mesmo período, a produção estadual cresceu 54% (atingindo 4 bilhões 347 milhões 493 mil litros). Graças aos incentivos oferecidos ao produtor de leite, a produção da cidade de Umuarama também vem aumentando nos últimos anos. Em 2009 o município produziu 20 milhões de litros e no ano passado a produção saltou para 27,3 milhões – um aumento de 35%. Neste ano, a perspectiva é de mais crescimento.

Uma das ações que tem contribuído para este avanço é o Programa de Inseminação Artificial (PIA). Uma das características implantadas com a composição da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, liderada pelo secretário Antônio Carlos Favaro, foi profissionalizar os pequenos agricultores e pecuaristas de leite, dando suporte, orientação e incentivos. “Com os estímulos certos e a motivação, os resultados surgem em todos os setores. Seja na produção de hortifrutigranjeiros, com a Cooperu, em outras culturas e principalmente no setor leiteiro, com o PIA e outras ações do Programa Pró-Leite, os resultados são surpreendentes. A produção vem aumentando e com isso o município arrecada mais e o produtor melhora sua qualidade”, avaliou o secretário.

A inseminação artificial melhora a qualidade genética do rebanho e contribui para o aumento da produção diária de leite. Em 2009 o município contava com três inseminadores, dois deles nos distritos de Serra dos Dourados e Santa Eliza. Depois o veterinário Pedro Thiago Fenato, chefe da Divisão de Vigilância Sanitária Animal da Prefeitura, se juntou ao grupo. A Secretaria da Agricultura firmou parceria com o Sindicato Rural de Umuarama e através do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) passou a capacitar produtores interessados em aprender as técnicas de inseminação.

“Além disso, adquirimos mais equipamentos – como botijões criogênicos que armazenam o sêmen a baixas temperaturas – e o número de inseminações saltou de 1.800/ano para mais de 3 mil. Aliado à melhoria genética, decidimos orientar os produtores para aperfeiçoar o manejo e as pastagens. Treinamos nossos técnicos e oferecemos consultoria para adequar a sanidade e oferecer uma alimentação melhor, mais farta e equilibrada”, acrescentou o secretário Favaro.

O resultado foi o aumento significativo da produção. “O cenário evoluiu não apenas em litros de leite, mas também na qualidade e na redução dos custos – o que vem tornando a atividade muito mais lucrativa”, comentou o veterinário Pedro Thiago. Hoje o município conta com 18 botijões próprios e mais sete em parceria com produtores (totalizando 25), cada um com capacidade para até 700 doses de sêmen. Além disso, 33 pessoas estão capacitadas para realizar a inseminação – sendo a maioria os próprios criadores de gado de leite.

Através de parcerias técnicas, o município oferece cursos sobre manejo reprodutivo e sanitário, estratégias para reduzir o intervalo entre partos, como ter mais animais produzindo por mais tempo – reduzindo o período ‘seco’ –, melhoria das pastagens e suplementação alimentar, entre outros. “Atendemos cerca de 80 pequenas propriedades rurais, atualmente, e outros 40 estão aderindo à assistência técnica oferecida pelo município. Para ter acesso, o pecuarista precisa ter sua propriedade no município e estar em dia com os exames de sanidade animal”, atesta Pedro Thiago.

O investimento de recursos no PIA nem é muito grande – cerca de R$ 100 mil por ano –, mas os resultados são significativos. “O programa é um dos braços do Pró-Leite, que tem um investimento muito maior por envolver outras áreas do segmento, mas tem uma participação fundamental. Depois que começa a utilizar a inseminação artificial, e a colher os frutos, o produtor jamais retorna para a pecuária leiteira pelo sistema tradicional”, completa o secretário Favaro.

Produção dobrou com o mesmo rebanho

Um exemplo disso são os produtores Jeferson e Marcelo Zubioli, que criam 26 vacas leiteiras das raças holandês, pardo suíço e jersey em uma propriedade na Estrada Jurupoca – 22 delas são crias do PIA. “Antes a nossa criação ocupava 6 alqueires de pastagens e produzia 200 litros por dia. Hoje, com a melhoria genética e o piqueteamento do pasto, conseguimos 400 litros por dia utilizando uma área de apenas dois alqueires de capim e grama”, explica Marcelo. A inseminação é feita pelo seu irmão Jeferson, que foi treinado graças ao convênio entre o município e o sindicato rural patronal. O sêmen é distribuído gratuitamente através do PIA.

A orientação técnica mudou a visão dos produtores, que iniciaram a atividade leiteira em 1991, após a derrocada do café e experiências que não deram bom resultado com outras culturas. “A renda com 200 litros/dia só dava para o nosso sustento. Era impossível investir em qualquer melhoria do rebanho ou pastagem”, lembrou Jeferson. Agora a realidade é outra. Nos últimos dois anos a produção dobrou e os irmãos também conseguiram reduzir os custos. “Melhorou 200% e tudo isso sem aumentar o rebanho, sem ter de contratar funcionário. Agora podemos investir e resistir melhor quando o preço do leite não está muito atrativo”, completa. Com os piquetes a área plantada com pastagens foi reduzida e sobrou espaço para outras culturas, como milho e mandioca.

O produtor destaca que a orientação técnica oferecida pelo município foi fundamental para a grande mudança que a atividade proporcionou. “No começo a gente nem acreditava que era possível criar o gado com menos pasto e ainda dobrar a produção. Agora sabemos que dá certo e que podemos aumentar ainda mais. Nossa meta é atingir 500 litros por dia até o final do ano e chegar a 600 litros no ano que vem”, acrescenta Marcelo Zubioli.

O crescimento precisa ser gradativo. O produtor deve melhorar sua pastagem aos poucos, recuperando o solo e definindo as melhores variedades de pastagem. Os Zubioli plantaram 1,53 hectare de capim mombaça e 0,9 hectare com tifton, divididos em 40 piquetes. “As vacas são divididas em dois grupos e pastam cada dia em um piquete. Quando termina o ciclo, a grama já cresceu novamente no primeiro piquete e o rodízio é reiniciado. Assim as vacas têm grama farta o mês inteiro. Com as técnicas certas, às vezes até sobra pastagem”, explica o técnico em agropecuária João Evangelista Firmino, um dos primeiros inseminadores do PIA, que acompanhou a visita à propriedade.

Preços reagem e animam produtores

O setor lácteo teve nos últimos dois anos (2013/2014), um acréscimo nos preços pagos aos produtores, o que deu novo fôlego à atividade. Muitos recuperaram suas finanças e realizaram novos investimentos. Houve também o ingresso de novos criadores neste período. Ano passado, a média foi de R$ 0,98/litro.

Os preços mantiveram-se firmes até outubro e começaram a cair em novembro, pelo efeito do crescimento da produção. O aumento dos estoques de leite no Paraná e outros estados produtores e fornecedores contribui para a queda das cotações. A produção leiteira sofre impacto entre as épocas de safra e entressafra. Neste mês de julho, os preços reagiram e voltaram a subir para a satisfação dos produtores. O preço médio hoje varia entre R$ 0,90 e R$ 1,10 o litro.

Os melhores preços dos últimos anos atraíram investimentos que ocasionaram o aumento da produção. A perspectiva é que se abram novos mercados para que esta produção escoe, auxiliando no equilíbrio da oferta doméstica. Novos investimentos por parte dos produtores dependem diretamente da rentabilidade da atividade, porém o aumento da produção com a redução de custos dá mais fôlego aos criadores, mesmo num momento de preço em baixa. “É essa tecnificação que faz a diferença. Atuando de forma mais profissional, com aumento da produção diária e um custo menor, o produtor absorve melhor a variação de preços e se anima ainda mais para um momento como agora, quando os preços começam a reagir”, explicou o secretário Antônio Favaro.

As informações são do Jornal Umuarama Ilustrado.

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VALDIR FERREIRA CAMPOS

BELÉM - PARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 05/08/2015

o termo avacalhar se encaixa muito bem com este crescimento de produção sem planejamento.isto já aconteceu com varias bacias leiteiras pelo brasil,cresce sem estrutura e quando sobra leite sai para bagunçar vários mercados pelo brasil,depois quebram os produtores

já vi este filme.desejo que os produtores do Parana corrijam seu rumo.boa sorte para eles

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