A Müller Wiseman Dairies pediu à organização, Farmers for Action (FFA), para “parar e pensar” sobre os danos que seus protestos planejados por causa do preço do leite podem ter sobre o setor.

O diretor executivo da Müller UK e Irlanda, Ronald Kers, disse que a FFA planeja lançar uma nova onda de protestos por causa do preço do leite que “poderia ser desastroso” para a indústria agrícola britânica. A FFA pediu aos membros para se reunirem fora da planta Market Drayton da Müller Wiseman em Shropshire para protestar pelas reduções no preço do leite.

As quatro maiores processadoras de lácteos da Inglaterra - Müller Wiseman, Arla Foods, Dairy Crest e First Milk – anunciaram na semana passada uma redução no preço pago aos fornecedores pelo leite cru. Culpando os “níveis muito altos de produção de leite somados com uma demanda mais fraca por commodities lácteas”, a Müller Wiseman reduziu seu preço do leite de 0,29 libras esterlinas (US$ 0,46) por litro para 0,271 libras esterlinas (US$ 0,435) por litro.

Embora tenham ficado “desapontados”, a maioria dos produtores de leite “aceita que essa é a natureza do mercado leiteiro”, disse Kers.

O presidente da FFA, David Handley, argumentou que cerca de 85% do leite produzido no Reino Unido é usado domesticamente, de forma que os preços revisados do leite, que estão abaixo dos custos de produção, não podem ser justificados. “Eles não podem provar que sua redução no preço do leite foi devido à queda global, quando 85% do leite é vendido domesticamente”, disse Handley. “O que vemos é que essa é uma oportunidade para os processadores de leite, ajudados pela queda global, a direcionar os preços para baixo”.

A FFA foi para as ruas, mirando processadores e varejistas, em 2012 e 2013 para protestar por causa de reduções no preço do leite. Os manifestantes geralmente criaram bloqueios, com tratores e outros veículos, para prejudicar o fluxo do tráfego dentro e fora dos locais de processamento e distribuição.

Chamando a FFA de “grupo de militantes”, Kers disse que “parando ilegalmente as operações e os movimentos de veículos dentro e fora das companhias de lácteos”, os manifestantes meramente dificultarão aos processadores “se recuperar do impacto dessa queda”.

“O público que paga impostos, que inclui os trabalhadores rurais, terão uma conta substancial pelo policiamento desses bloqueios ilegais e centenas de funcionários do setor de lácteos que simplesmente querem fazer seus trabalhos antes de irem para casa com suas famílias novamente serão afetados”.

Handley disse que as afirmações de Kers são “insultantes”. “Eles nos chama de grupo de militantes. Nunca fomos militantes, nunca quebramos a lei. Os produtores de leite britânicos não querem quebrar a lei. Os produtores de leite britânicos querem somente um preço sustentável do leite”.

Concluindo, Handley pediu que os processadores de lácteos tenham uma “abordagem cenoura” da situação. “Convivi com cavalos em toda minha vida. A melhor forma de fazer um cavalo fazer algo é alimentá-lo com cenouras, não bater nele com uma vara. Seria melhor a Müller Wiseman e outras processadoras de lácteos nos darem cenouras e não varas”.

A reportagem é do Dairy Reporter, traduzida pela Equipe MilkPoint Brasil.