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Lactalis: Uma aposta bilionária

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 17/09/2014

5 MIN DE LEITURA

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Ganhar dinheiro vendendo leite no Brasil é uma daquelas tarefas que parecem impossíveis. Desde que a então líder do setor, a multinacional italiana Parmalat, quebrou, há dez anos, muita gente vem tentando.

Na teoria parece simples: é só juntar um punhado de produtores, erguer uma processadora, embalar naquelas caixinhas e lotar os supermercados. Mas as falhas de gestão e o desequilíbrio no mercado de leite tornaram a missão muito difícil. Quando falta leite, a indústria perde; quando sobra, os produtores saem no prejuízo.

Os únicos que ganham dinheiro regularmente são os fabricantes de embalagens, como a sueca Tetrapak. A quebra mais notória foi da LBR, “campeã nacional” do leite criada há três anos com o estímulo do governo para a fusão da Leitbom com a Bom Gosto. O gigantismo só deu problemas e, hoje, a LBR está em recuperação judicial.

Mas a lista de problemas segue com os laticínios Nilza, em falência, e com cooperativas como a Confepar, do Paraná, e a Cotrimaio, do Rio Grande do Sul. A Vigor, do grupo J&F, até hoje tem resultados abaixo do previsto — no ano passado, lucrou apenas 25 milhões de reais, ou 1% da receita.

A Batavo e a Elegê, da gigante de alimentos BRF, eram consideradas tão problemáticas que foram colocadas à venda. O setor, enfim, é um show de horror.

Após anos de más notícias, agora surge um candidato disposto a dar um jeito nesse setor. É a francesa Lactalis, maior empresa do setor de leite e derivados do mundo, com receita anual de 16 bilhões de euros. A Lactalis é dona da Parmalat e de marcas que são sinônimo de queijos sofisticados, como Président, Bridel e La Laitière.

No Brasil, a Lactalis era dona apenas de um pequeno negócio — a fabricante de queijos Balkis, adquirida no ano passado. Mas tudo isso mudará a partir de agora. Num espaço de duas semanas, a Lactalis anunciou duas aquisições no país. Primeiro, decidiu pagar 250 milhões de reais por quatro fábricas da LBR e pelo direito de usar a marca Parmalat no Brasil (esse direito era da empresa de investimentos Laep e havia sido repassado à LBR).

Depois, fechou a compra da divisão de lácteos da gigante de alimentos BRF por 1,8 bilhão de reais. Já chega a 17 fábricas e 4 000 funcionários no país. Com isso, levou também marcas tradicionais, como Batavo e Elegê. Com 3,3 bilhões de reais de faturamento estimado para este ano, a empresa virou, com dois movimentos, a segunda maior compradora de leite do país, com 1,9 bilhão de litros por ano. É também a terceira maior empresa do setor em faturamento, atrás apenas da Nestlé e da Vigor.

Qual o plano da Lactalis para ganhar onde tanta gente perdeu? Em primeiro lugar, a empresa escolheu a dedo os ativos e evitou concentrar uma parcela muito grande do faturamento no leite longa-vida, grande vilão do setor nos últimos anos. Na LBR, 80% da receita dependia das caixinhas. Na Lactalis, elas responderão por 40% do faturamento.

A BRF, por exemplo, já vinha reduzindo a venda do leite Elegê. Mesmo assim, a francesa pode ter vantagens no segmento de longa-vida: como é uma das maiores clientes da Tetrapak no mundo, fica mais fácil obter preços menores. Outro princípio foi estabelecer-se de cara como um dos líderes do setor sem herdar a insana complexidade da LBR, com suas fábricas espalhadas pelo país.

“A escala é fundamental, eles querem trabalhar com altos volumes e fábricas de grande porte”, diz Samuel Oliveira, do banco Indusval, que assessorou a Lactalis nas aquisições. Por isso, os franceses não se interessaram por laticínios menores que estavam à venda no país e escolheram apenas algumas fábricas da LBR.

“A marca Parmalat perdeu participação de mercado por causa das dificuldades financeiras dos últimos anos, mas ainda tem força. E a Lactalis sabe disso melhor do que ninguém”, diz Nelson Bastos, presidente da LBR e sócio da consultoria Ivix, que fez a ­reestruturação da companhia.

O maior investimento da Lactalis deve ser nos produtos de maior valor agregado, como queijos de alta qualidade e iogurtes. Entre suas principais apostas no Brasil, além do leite Parmalat, estão o requeijão da marca Poços de Caldas, comprada da LBR, e os iogurtes da Batavo, que pertenciam à BRF.

Na Balkis, fabricante de queijos comprada há um ano, a Lactalis reforçou inovações como uma linha de queijos sem lactose. E usou a rede de distribuição da Balkis para aumentar a venda de suas marcas europeias: além da Président, os queijos espanhóis Don Bernardo e os italianos Galbani.

Executivos próximos à empresa afirmam que esses produtos continuarão a ser importados e não terão produção local. Procurados, os executivos da Lactalis não deram entrevista.

A investida no Brasil é parte de um plano de expansão global da Lactalis, comandado por Emmanuel Besnier, neto do fundador e dono de uma fortuna estimada em 7 bilhões de euros. Desde que assumiu a empresa depois da morte do pai, há 15 anos, Besnier fez mais de 40 aquisições em países como Cazaquistão, Polônia, China, Rússia, Austrália e Índia. A maior delas foi a compra da italiana Parmalat, em 2011, por 3,5 bilhões de euros.

Bom de briga

Besnier começou a estudar o Brasil em 2012, interessado na aquisição da LBR, antes que a empresa decidisse pela recuperação judicial. Chegou a levar ao conselho da Parmalat em 2013 uma proposta, mas os conselheiros se assustaram com os passivos da LBR.

Recentemente, Besnier esteve em duas diferentes semanas, em maio e junho, visitando as operações da LBR e da BRF num jatinho Cessna alugado. Nesses dias, chegava às fábricas às 6 da manhã. No fim do dia, depois de conhecer três ou quatro fábricas, visitava supermercados. Checava preços e posicionamento de cada marca nas gôndolas de laticínios, tanto em lojas de cidadezinhas do interior de Minas Gerais quanto na zona sul do Rio de Janeiro.

O Brasil vai ser a segunda operação realmente complicada assumida pela Lactalis nos últimos anos — e a segunda que envolve a Parmalat. Na Itália, em 2011, a Lactalis fez uma aquisição hostil da marca. Os acionistas reclamaram do valor pago, considerado baixo, mas acabaram aceitando. Após a gritaria inicial, a Lactalis vem tentando melhorar os números da Parmalat. Obteve algumas vitórias.

A margem operacional, por exemplo, cresceu 75% e atingiu 5,6% — ainda longe, porém, dos 9% da Lacta­lis. O Brasil surge, ao lado da Parmalat, como o maior desafio da carreira de Besnier. Chamado de “imperador do queijo” pela imprensa francesa, ele já brigou com sindicatos, cooperativas e até com a E. Leclerc, quarta maior rede varejista da França.

Como os donos da rede não aceitaram um aumento de preços, Besnier parou de fornecer por um ano. A julgar pela situação por que o mercado brasileiro de leite vem passando nos últimos anos, a chegada de Besnier significa que vem briga por aí.

A notícia é da Exame.
 

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DARLANI PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/02/2015

Acho as redes de supermercado o principal entrave para a saida de produtos lácteos. Deveria ser melhor fiscalizado - através de notas  fiscais, o lucro desses mercados, pois aí que o produto não sai e quem é que leva o pior? O produtor. E a medida é abaixar o prêço do produtor, somos o culpado.

Seja bem vindo a Lactalis, mais um concorrente de peso na área
DIEGO FERNANDO BECKER

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2014

Isso tudo é conversa fiada, para nos produtores é igual quem industrializa, multinacional ou, nacional. o problema é que tem muito picareta ganhando dinheiro a nossas custas, começa no freteiro e termina no mercado. Falta uma politica que controle a industria, comercio e puniçoes mai severas para fraudadores.

Sabemos produzir leite mas nao sabemos vende.


ALEX CERQUEIRA

CACIMBINHAS - ALAGOAS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/09/2014

independente de quem entre no mercado do leite, na verdade precisamos de uma solução única e eficaz pois a cadeia do leite como outras cadeias da agricultura vem aos trancos e barrancos,pois hoje atualmente estou tendo um custo de 0.78 centavos de R$ para produzir cada litro de leite e não sou subsidiado com nenhum centavo  ou qualquer auxilio governamental, então independente de quem vai comprar o litro do leite precisamos primeiramente de ações governamentais imediatas enérgicas.Pense nisso.

Alex Cerqueira!!!
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/09/2014

Benvinda a Lactalis!!!!!!!!!!!!!!!!!!



O produtor precisa se organizar para negociar com a industria.



Importantíssimo fornecer matéria prima de alta qualidade para que a industria possa, também, processar qualidade, ainda mais em se tratando da Lactalis que tem sua linha de produtos finos para consumidores muito exigentes.



Paulo Fernando

APLISI






JOSÉ ANÍBAL DO AMARAL

ITAPERUNA - RIO DE JANEIRO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/09/2014

Que seja bem vinda a Lactalis, precisamos de alguém bom de briga ,porque hoje quem dita os preços são as grandes redes de supermercados que trabalham com altas margens, causando a quebradeira dos laticínios o baixo consumo devido aos altos preços dos produtos lácteos. Outro entrave  é o alto custo das embalagens que á algum tempo atrás era monopólio da Tetrapak hoje felizmente já temos concorrência nesse setor.
JOSÉ ANTONIO

SALVADOR - BAHIA

EM 18/09/2014

O preocupante é a falta de discussão e solução para os problemas que a cadeia do leite vive a cada ano:

- empresas criadas para monopolizar mercado;

- nanicas se tornando grandes através de mega projetos (BNDES);

- ICMS (corrupção);

- incentivos fiscais sem critérios técnicos e sim políticos;

- CNA e OCB não defendem produtor, defendem industrias e carteis regionais de indústrias;

- etc................................................................



É o produtor quem paga as contas de tudo de errado, não se mobilizar nacionalmente para gritar e exigir seus direitos ficando  apenas com os deveres de pagar impostos, tx sindical e etc.   
EDSON LAGEMANN

GUARANI DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2014

Infelizmente na mão de poucos, o produtor  a cada dia vai receber menos, inviabilizando a produção de leite..
ADIR FAVA

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2014

É preocupante a chegada de mais franceses ao Brasil. Os franceses exploam até matar o fornecedor. Não gostam de pagar a ninguém. O sucesso deles está no Marketing e na exploração absurda encima de todos que precisam deles.  Lamentável. O produtor brasileiro estará cada vez mais prejudicado.
CLAUDIR JORGE KUHN

TOLEDO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2014

Desde quando a Lactalis superou a Nestle  e a Danone?
JOÃO MARCOS GUIMARÃES

CARRANCAS - MINAS GERAIS

EM 17/09/2014

Não vi citação do BNDES, isto é um bom sinal. A facilidade para obtenção de empréstimos elevados com juros baixos e a falta total de planejamento foram as causas do fracasso de muitas empresas de laticínios. Os lucros são obtidos pela escala e se mal empregados ou usados para amortizarem dívidas altas não dão para os investimentos modernizadores ou para suportarem uma baixa no mercado.

A Lactalis, pelo que li, me pareceu uma empresa com planejamento correto e o administrador chegar às 6 horas na fábrica para conhecer a situação é uma prova de não estão para usar as benesses do governo e brincar de industrializar o nobre produto nos dado pela vaca.

Bem-vinda seja a Lactalis!!!
HENRIQUE PASSINI DE CASTRO

ARACÊ - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2014

Que bom aparecer algúem em condições de brigar com quem, realmente, está ganhando dinheiro com leite em caixinha, que são os SUPERMERCADOS. Estes, sim. Determinam preços aos laticínios, independente, do tamanho da indústria. Em segundo lugar no meu entendimento, vem a indústria de embalagens.   
CINCINATO MENDES FERREIRA FILHO

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 17/09/2014

"Quando falta leite, a indústria perde; quando sobra, os produtores saem no prejuízo."

Desculpe mas o autor do artigo não foi feliz nesta frase os gráficos do próprio Milkpoint mostram o contrario, quando se tem muito leite quem tem as margens menores são as indústrias e quando se tem menos leite esta margem aumenta tanto para o produtor quanto para a indústria.

At.

Cincinato.

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