A firma de private equity KKR & Co LP está fazendo uma joint venture com a China Modern Dairy Holdings Ltd e com uma firma de private equity chinesa, que investirá US$ 140 milhões em duas grandes fazendas leiteiras para ajudar a suprir a crescente demanda doméstica por produtos lácteos premium.

Esse último acordo da KKR no setor leiteiro da China veio justamente quando os principais líderes do país estão orquestrando uma consolidação da indústria. Os esforços do Governo surgiram, em parte, por causa do escândalo de contaminação do leite em pó em 2008, que matou pelo menos seis bebês e deixou milhares de crianças doentes.

Modern Dairy, China Mengniu Dairy Co Ltd e Inner Mongólia Yili Industrial Group Co Ltd estão entre as companhias chinesas que deverão eventualmente manter uma posição dominante na indústria de lácteos, à medida que os maiores operadores assumem o controle do mercado e eliminam os players menores.

A joint venture da KKR novamente ligará a firma de private equity de Nova York com a Mondern Dairy. Com a CDH Investiments, uma firma de private equity chinesa, as companhias planejam construir duas fazendas leiteiras de 10.000 vacas na província de Shandong dentro de dois anos.

A KKR manterá 61,5% da empresa, enquanto a CDH ficará com 20,5% e a Modern Dairy com 18%, disseram as companhias.

A classe média chinesa em expansão está direcionando as vendas de produtos lácteos, as quais, segundo a firma de pesquisa de mercado Frost & Sullivan, deverão dobrar dos atuais US$ 45 bilhões para US$ 89 bilhões até 2017.

Apesar do rápido crescimento no consumo de leite comum e um crescimento ainda mais rápido do mercado premium, a China fica atrás de seus pares. O consumo per capita é de menos de 10 quilos por ano na China, comparado com 32 quilos no Japão e 78 quilos nos Estados Unidos, disse a firma de pesquisa de mercado, Euromonitor.

“O que falta para eles é alguma fonte confiável de leite. O principal problema é que os consumidores ainda estão sem confiança nos produtos”, disse o analista do Sunwah Kingsway Research, Steve Chow. “Ou você encontra uma forma de garantir algumas fontes de leite de boa qualidade no exterior ou você constrói sua própria fazenda”.

Chow disse que o padrão anterior de produção da China era coletar leite cru de pequenas fazendas, onde os problemas de controle de qualidade levaram a escândalos, prejudicando a confiança dos consumidores no mercado. A importação de vacas de países como Nova Zelândia era vista como uma solução cara e, portanto, temporária.

A China espera que as 10 maiores companhias de lácteos sejam responsáveis por 80% do mercado doméstico em 2018, de acordo com a mídia estatal, com as três a cinco firmas maiores tendo vendas anuais de mais de 5 bilhões de yuan (US$ 813,3 milhões).

A KKR e a CDH investiram na Modern Dairy em 2008 (veja matéria relacionada), vendendo sua participação em maio desse ano para a Mengniu Dairy. A China Modern Dairy teve aumento de seu rebanho de 24.000 vacas leiteiras e três fazendas para cerca de 180.000 vacas leiteiras e 22 fazendas durante esses cinco anos.

A saída da KKR da participação acionária da Modern Dairy parece ter mais a ver com fechamento em lucro e saída de um acordo para impulsionar a participação em um novo fundo, do que sair da companhia em seu pico. A KKR fechou seu novo fundo de private equity de US$ 6 bilhões na Ásia em julho, o maior desse tipo já levantado.

A Modern Dairy disse que concordou em investir na última joint venture com a KKR por várias razões, incluindo criação e venda de gados leiteiros, produção, processamento e venda de leite cru, produção de leite processado sob contratos originais de fabricantes de equipamentos para outros processadores e vendas de fertilizantes. A joint venture também comprará cerca de 6.600 vacas leiteiras da Modern Dairy.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.