A inclusão de imunoglobulina bovina intacta G (bIgG) em fórmulas infantis lácteas poderia fornecer proteção contra o vírus sincicial respiratório (VSR), disseram pesquisadores holandeses.

A imunoglobulina G (IgG) sérica e do leite materno mostraram proteger contra infecção do VSR, que é a segunda maior causa de morte no primeiro ano de vida e está associado com o desenvolvimento de asma.

As fórmulas infantis, entretanto, não têm bIgG intacta, que é destruída durante o tratamento térmico. Como resultado, não há informações de ligação da IgG com vírus respiratórios humanos, disse o estudo, que foi financiado pela gigante do setor de lácteos da Holanda, FrieslandCampina.

Dessa forma, pesquisadores da FrieslandCampina, Wageningen University, University Medical Center Utrecht e Bioceros trabalharam para estabelecer se a bIgG poderia ser um ingrediente útil em fórmulas infantis.

Usando ensaios de imunoabsorção enzimática (ELISA), um teste que usa anticorpos e mudança de cor para identificar uma substância, a equipe descobriu que a bIgG se liga ao VSR. Essa, então, induz as funções efetoras do anticorpo ligando-se aos receptores FccRII Ig nos fagócitos, células que protegem o corpo contra corpos estranhos.

“Dessa forma, a IgG bovina pode contribuir para a proteção imunológica contra o VSR”, disse o estudo publicado no PLOS One. “Assim, a inclusão de bIgG intacta na nutrição de bebês pode contribuir para a inclusão de uma imunidade adaptativa contra infecções aéreas”.

Especulou-se que a bIgG também poderia estar por trás dos efeitos positivos do consumo de leite cru no desenvolvimento de asma, conforme sugeriu outro estudo recente financiado pela FrieslandCampina. “Como o VSR pode predispor os bebês ao desenvolvimento de asma mais tarde (6, 7, 8 anos), nós especulamos que poderia haver a possibilidade de que o efeito que descrevemos aqui para anticorpos bovinos específicos contra o VSR poderiam contribuir com o efeito do consumo de leite cru no desenvolvimento de asma”.

Embora os pesquisadores admitam que mais pesquisas são necessárias para “demonstrar formalmente que assim como o Ig do leite materno o bIgG pode assistir no desenvolvimento de respostas imunes de memória”, a equipe de pesquisadores holandeses acreditam que suas descobertas falam por si só.

A reportagem é do Dairy Reporter.