Os preços do leite alcançaram seus maiores valores desde 2011 e os recentes aumentos podem permanecer nas lojas dos Estados Unidos por um longo tempo. A seca severa está aumentando os custos para os produtores de leite do Estado da Califórnia e alguns estão se perguntando se os produtores reduzirão a produção à medida que eles cogitem vender suas vacas ao invés de pagar os maiores custos para alimentá-las.

A produção de leite na Califórnia tem aumentado até agora considerando este ano, mas as margens de lucros estão diminuindo à medida que a seca forçou os produtores a comprar alimentos para os animais, como alfafa de outros estados, disse o diretor executivo da Western United Dairymen, Michael Marsh, cuja organização sem fins lucrativos representa 60% da produção de leite da Califórnia. Os maiores custos são um problema para os produtores, que ainda estão se recuperando da recessão.

A Califórnia produz cerca de 3% do leite mundial, disse ele. Embora a demanda global seja a principal razão para os aumentos de preços, Marsh disse que existe uma chance de os maiores preços levarem mais famílias a sair da atividade leteira. Essas saídas poderiam reduzir a oferta em um momento de crescente demanda global.

De acordo com o Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos, o leite custava menos de US$ 3 por galão (US$ 0,79 por litro) no começo de 2004. O preço aumentou para US$ 4 por galão (US$ 1,05 por litro) em 2007, mas caiu para US$ 2,90-US$ 3,10 por galão (US$ 0,76-US$ 0,81 por litro) em 2009. O preço aumentou firmemente desde então. Em março desse ano, o galão foi vendido a um preço médio de US$ 3,67 (US$ 0,96 por litro).

A queda na produção impactaria o mercado por mais tempo do que as flutuações anuais típicas, disse o economista do Serviço de Pesquisas Econômicas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Ricky Volpe. “Para a maior parte, não dá para voltar para a produção total imediatamente”.

O vice-presidente do Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos, Alan Levitt, disse que projetar como esses eventos impactarão a indústria de lácteos pode ser difícil. Os maiores preços para o leite poderiam tornar os produtores dispostos a pagar preços maiores na alimentação e continuar a produção. Além disso, janeiro e fevereiro se mostraram bons meses para a produção de leite, apesar da seca. Vacas confortáveis, disse ele, produzem mais leite e ficam mais confortáveis em condições mais secas.

Levitt disse que as projeções mostraram que os preços atacadistas alcançaram um pico em março e em abril, com os preços varejistas com picos há dois meses.

Marsh disse que a primavera é tipicamente uma boa estação para a produção de leite, antes do clima quente limitar a quantidade de leite que as vacas produzem.

Enquanto os preços do leite podem aumentar, os preços de outros produtos lácteos provavelmente não aumentarão. Os preços dos produtos lácteos como sorvete e queijo não deverão ser impactados da mesma forma que o do leite, porque esses lácteos duram mais e frequentemente têm contratos mais longos entre varejistas e produtores.

As condições de seca deverão permanecer durante o verão, disse o meteorologista, Jason Meyers. Porém, o problema pode diminuir no final de 2014.

A reportagem é do https://www.theindychannel.com, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint Brasil.