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MOACIR
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 01/12/2015
Elder Macedo Duarte, em relação à questão do crédito eu concordo em parte com você. Não há dúvidas quanto à maior dificuldade de crédito hoje do que há alguns anos atrás, mas ele continua disponível no sistema bancário. Apenas passou-se a exigir mais garantias e mais viabilidade dos projetos, o que tornou as coisas mais difícil para o produtor em geral. Esses R$ 500 milhões não são da Caixa. São do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), gerido pela SUDENE. A Caixa é apenas executora da operação de crédito. A reportagem tem um erro: a expectativa é gerar 1.200 empregos (e não 350), pois a empresa vai controlar todas as fases do processo (alimento do gado, produção de leite, industrialização e distribuição, feita com a marca Nassau Foods). Outro fator relevante é que se trata de um projeto de R$ 6 bilhões (o empréstimo do FNDE é de "apenas R$ 500 milhões - 12%), o que representa um grande investimento direto e produtivo no país, o que deve ser buscado para o nosso desenvolvimento. Quanto ao custo do dinheiro, importante notar que o crédito agropecuário brasileiro tem custo razoável (geralmente da ordem de 8,75% a.a.),não podendo ser confundido com os juros exorbitantes do crédito pessoal e de consumo tanto noticiados na TV (geralmente acima de 25% a.a.). Além disso, considerando que a inflação está em um patamar superior a 8,75% a.a., nesse exato momento, o crédito agropecuário brasileiro apresenta juro negativo (o que pode mudar, SE o governo conseguir trazer a inflação de volta para a meta de 4,5% a.a.). Se o Kees Koolen captasse no exterior, o faria em dólar ou euro, o que o exporia ao risco da flutuação cambial brasileira, que no momento é substancialmente alto em razão da instabilidade política e econômica do país. As dificuldades atuais de empresas brasileiras com dívidas em dólar não me deixam mentir. Talvez, nesse momento, pagar 8,75% a.a. seja um risco menor. Lembre-se que nada impede que no futuro, se houver estabilidade econômica e cambial, um empréstimo desses possa ser substituído por outro, captado no mercado internacional. Quanto aos sócios, além do Kees Koolen, também estão no projeto Willy van Bakel, holandês que atua há mais de 30 anos no mercado de laticínios americano/canadense e que está no Brasil há cerca de 2 anos analisando a viabilidade do projeto e o ex-diretor do Banco Central do Brasil, Antônio Martins. Mas não será nenhuma surpresa se houver outros brasileiros (empresário, político ou as duas coisas) participando, o que por si só, não tira a credibilidade do empreendimento. Apenas como referência, Kees Koolen é filho de uma família de produtores de leite holandesa e trabalhou com a família até os 17 anos, antes de ir estudar engenharia mecânica, não sendo um "estranho no ramo". Saudações cordiais.
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