O presidente estatutário da LBR - Lácteos Brasil, Nelson Bastos, disse que a aprovação do plano de recuperação judicial da companhia, nesta quarta-feira, 09, em assembleia geral de credores, demonstrou que os credores deram um voto de confiança na capacidade da companhia de cumprir a quitação das dívidas atuais. 'Por essa quantidade significativa de aprovação, os credores não só concordaram e apoiaram, como acreditam na capacidade de cumprir com o compromisso que ela assumiu hoje. Foi renegociação significativa do passivo da empresa', declarou.

Dos credores presentes da Classe I - Trabalhista, em valor, foi 100% de adesão favorável; da Classe II - Quirografários, o porcentual foi de 98,71% (o BRDE foi o único a votar contra). Já da Classe III - Quirografários, a aprovação foi de 98,18% dos presentes, sendo quatro abstenções (dentre elas, a do Santander e a do Votorantim) e quatro votos contra (inclui Itaú BBA e Companhia de Transportes de Santa Catarina).

'A aprovação abre a porta para a LBR seguir seu caminho, de melhorar seus resultados operacionais, de buscar continuidade de crescimento de sua participação de mercado, e de se transformar numa operação viável', ressaltou.

Bastos ainda comentou que a empresa, agora, está melhor preparada, com um esclarecimento definitivo sobre sua situação financeira, para considerar alternativas possíveis para sua situação societária. 'Não necessariamente para uma venda para uma empresa europeia, mas para outras alternativas', declarou.

Em agosto, a francesa Lactalis, controladora da italiana Parmalat SpA, chegou a iniciar negociações para um aumento de capital via transferência de ações. Porém, as conversas foram encerradas, porque, conforme a Parmalat SpA, as 'condições para completar a transação poderiam não ser satisfeitas'. O que se comentava no mercado é que a desistência seria justamente por conta de dúvidas em relação à estrutura financeira da companhia. 'Há outros interessados em fazer aporte de capital na LBR. Mas não existe nada nesse momento. O nosso 'day after' (dia seguinte) começa amanhã', ressaltou.

Já o diretor presidente (CEO) da LBR, Rami Goldfajn, afirmou que a aprovação do plano também abre a possibilidade de a empresa 'caminhar sozinha', sem necessariamente uma mudança societária. 'Operacionalmente a empresa está bem e o financeiro agora está resolvido. A empresa pode seguir normal seu curso. Mas o caminho sozinho (stand alone), sem uma mudança societária, é o atual. É nesse caminho que a gente pode contar e no qual pretendemos fazer a empresa gerar muito valor daqui para frente', declarou.

A dívida da LBR está estruturada em R$ 1,171 milhão para a Classe I - Trabalhista, que será quitada no final de outubro; R$ 125,865 milhões para Classe II - com garantia real e R$ 520,017 milhões para a Classe III - Quirografários, na qual se inclui, entre outros, o BNDES. 

As informações são da Agência Estado.